Rebeldes Sem Causa: Nova Geração escrita por autorasantiis


Capítulo 13
Forgive me




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Angel Rinaldi

— Sky – ouço alguém chamar e me viro, logo vendo a carranca surgir na face da loira – ah, é você – suspira frustrada, logo me ignorando.

— Lydia, espera – chamo e ela surpreendentemente se vira – faz tempo.

— 10 anos para sermos exatas – ela bufa entediada – eu tenho mais o que fazer, diga logo o que quer.

— Pode mandar um recado para a Sky?

— Não – ela se vira, mas eu digo mesmo assim.

— Diz que sinto muito e que vou deixa-la em paz de uma vez.

— Em troca de que? – ela se vira novamente, desconfiada, talvez devesse estar, nunca tivemos certamente uma relação muito boa – você nunca faz nada por caridade Angel.

Eu faço caridade, só não com pessoas próximas, ué. Dou de ombros.

— Eu pedi transferência para Stanford, vou deixar a Sky viver em paz, sem minha presença dessa vez.

— Ótimo, ela não precisa mesmo de você – Lydia dá as costas e sai andando, mal ligando se eu tinha algo a mais para dizer ou não.

Caminho até o quarto em que eu estava ficando na universidade e olho minhas roupas todas dentro da mala, estava quase tudo pronto e bem, eu nem sei porque voltei, mas sei que preciso ir embora, esse lugar não me pertence e nunca foi aqui que eu quis estar. Suspiro, e ouço meu celular tocar.

Angel — ouço a voz da minha mãe e sorrio breve.

Oi mãe — digo carinhosa – algum problema?

Já está no caminho querida? Precisa estar em Stanford amanhã pela manhã.

Eu tinha algo para fazer mãe, mas já estou indo — sorrio com sua preocupação – te vejo daqui a pouco.

Okay, até já — ela diz e desliga o telefone.

Vejo a ligação se encerrar e vejo a tela bloquear, mostrando a foto no bloqueio de tela. Eu e a Sky quando éramos crianças, para falar a verdade, eu sempre tive inveja da Skyler, ela sempre conseguiu tudo que quis, e sempre foi tão boa filha, eu tentava me espelhar nela, mas ao invés de continuar dessa forma, eu passei a prejudica-la para que nossos pais sempre me dessem mais atenção e mais castigo para ela. Quando tínhamos dez anos, a Sky me contou que o Jack deu um beijinho nela, e eu fiquei furiosa, alguns dias depois na nossa festa de dez anos, eu surtei, xinguei meus pais, xinguei a minha irmã e rezei para que ela morresse, nem preciso dizer o quão ruim isso soou.

Depois disso eu fui morar com a tia Jazmin fora do pais e fui muito bem no internato, fazia terapia para largar de vez os meus pensamentos negativos sobre minha irmã e aconselhada pela minha terapeuta, eu voltei para casa. Quando eu cheguei aqui na Elite Way, eu só queria tentar me redimir, mas acabei estragando tudo quando vi uma oportunidade de faze-la sentir como eu me senti, quando ela beijou o Jack.

Então beijei o namorado dela e por um segundo voltei a cogitar ter as coisas que ela tem. Eu sei, isso não é saudável, por isso estou indo embora sem espernear, quero conquistar as minhas coisas, tentar me vingar da Skyler não me trouxe sentimentos bons, então eu apenas estou seguindo em frente, esperando que um dia ela me perdoe por tudo e apesar de saber que ela não confia em mim agora, eu ainda espero que um dia passe a confiar.

Saio com minhas malas e coloco no porta-malas da SUV, esse carro é dos meus pais, um dos muitos que eles tem, então peguei emprestado só para poder rodar por aqui.

— Boa sorte – ouço alguém falar, assim que fecho o porta-malas. Olho para trás assustada e vejo a Sky sorrir.

— Lydia te deu o recado – falo assentindo, eu esperava que ela me mandasse ir para o inferno.

— Ela deu, ela sempre dá.

— Você tem amigas leais, isso é bonito – falo com uma sensação estranha no peito, vontade de chorar talvez? Eu não sei.

— Foi tudo pelo Jack, não foi?

A olho sem entender, mas logo sorrio breve e nego.

— Na verdade foi por você Sky, eu queria ser como você e acabei tentando te prejudicar para mostrar que você não era perfeita – suspiro – eu sinto muito, não era para ter sido assim.

— Está tudo bem.

— Não, não está, eu fiz sua vida um inferno, e não tem um dia que eu não pense como teria sido se eu fizesse diferente – olho para cima, para espantar as lagrimas e esfrego o nariz.

— Ainda podemos mudar o futuro – ela dá de ombros sugestiva e eu sorrio, apenas assentindo.

Me aproximo e lhe dou um abraço, sem nem saber se ela retribuiria, mas sei que sim, e tenho razão quando seus braços me enlaçam, descanso o queixo em seu ombro só por um instante.

— Me perdoa – sussurro, mas sei que ela ouviu, porque sinto suas mãos se movimentarem pelas minhas costas, me apertando um pouco mais, me aconchego o máximo que posso nela e nem sei quando foi que comecei a chorar, mas ouço a voz da Sky falar que tudo vai ficar bem, enquanto ela alisa meus cabelos.

Se alguém tivesse me dito que um dia eu estaria assim com a minha irmã, eu teria chamado a pessoa de louca e mandando ela ir para a casa da porra. Mas agora, eu sei que nada é impossível e a vida não é imutável, podemos tomar boas decisões e boas escolhas para consertar os nossos erros.

— Arrase em Stanford, ou fique e arrase na Elite Way, você não precisa ir embora – Sky murmura e eu me afasto um pouco, apenas para olha-la.

— Eu preciso ir maninha, preciso descobrir coisas novas sobre mim e Stanford no momento é o que eu mais desejo – falo sorrindo – mas, talvez eu volte em alguns meses, ou anos, quem sabe.

— Vou esperar – ela sorri sapeca e pisca – boa sorte Annie.

— Obrigada Sky – dou-lhe um beijo na bochecha e adentro o carro, vendo a mesma dar tchau, até que eu suma pelos portões da universidade.

Eu sei que um dia eu vou voltar, e quando isso acontecer, seremos irmãs de verdade e iremos recuperar tudo que perdemos. Paro um instante no meio fio e digito uma mensagem, logo enviando para a outra morena, ela precisa saber disso, porque se não souber, eu juro que quando eu voltar, bato nela até precisar fazer plástica.


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