Temporary Fix escrita por Teet


Capítulo 3
CAPÍTulo III


Notas iniciais do capítulo

OIE, MEU POVO! ADIVINHA QUEM CHEGOU MAIS CEDO E COM MAIS PALAVRAS? EXATAMENTE, EU!
Vamos começar dizendo que eu queria muito mesmo agradecer à Sabz, Dust e Moon que vieram comentar e a Dila que tá acompanhando! YEYYYYYYYYY! Muito obrigada mesmo, meninas, ver esses comentários tão cute-cute é algo maravilhoso.
Então, eu decidi postar mais cedo porque semana que vem eu vou ter que começar a voltar com a rotina pra voltar pra escola (≖︿≖✿) e e não vou ter a disponibilidade de ficar até um horário desses finalizando os capítulos e revisando, então, yup, eu vim mais cedo e espero que vocês não se acostumem muito porque eu não garanto que vai ficar nesse ~conforto~ de a cada duas semanas ter capítulo novo porque as férias tão acabando e eu tenho que estudar porque não tô querendo ficar de recuperação final, entonces...
Mas enfim, espero que vocês aproveitem porque pela primeira vez em muito tempo eu tô com sono e eu tô louca pra me jogar na cama e dormir.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695881/chapter/3

CAPÍTULO III

resumo: gregório é um bom nome, matemática é uma droga e sotaques genéricos fofos

 

— Você deveria tomar vergonha na cara e vestir algo que te deixe parecendo uma pessoa.

— A partir do momento que você está jogada na minha cama, comendo da minha comida, usando o Gregório, você perde todo e qualquer direito de falar algo.

— Diem, quem em sã consciência põe o nome de Gregório em um macacão?

— É um nome melhor que Pompidou, que nem é nome de gente.

— É sim! – Molly cruzou os braços, franzindo as sobrancelhas. – Aliás, o Pompidou não é gente, é uma peça de roupa de um unicórnio.

— Molly, ele é meu e seu quiser chamar de Gregório, eu vou.

— O Pompidou é nosso.

Gregório/Pompidou é um macacão branco e rosa de um unicórnio com asinhas nas costas, que na primeira vez que pus os olhos, comecei a ter um ataque de risos sério.

Molly comprou depois que viu o vídeo da Miley Cyrus no YouTube e decidiu que seria bacana transformar aquilo em uma coisa de melhores amigas, sendo que ela havia comprado um pra si própria, mas nas cores branco e azul.

Nos dois primeiros meses, eu nunca havia ousado colocar aquilo em mim, enquanto Molly vivia com o dela sempre que podia. As coisas mudaram radicalmente quando papai me colocou de castigo e eu tive que lavar as minhas próprias roupas (já que Lizzy que fazia aquilo) e digamos que, por forças maiores, eu acabei esquecendo e fiquei com um amontoado de roupas sujas no cesto.

No desespero da situação, acabei me enfiando naquele “pijama” ridículo e corri até a lavanderia, gastando todo o meu dinheiro do mês e tentando não me incomodar com os olhares que vinham até mim por conta do que estava usando.  

Apesar de ser espalhafatoso, era confortável, então, sim, eu passei a usar aquilo dentro de casa arrancando um olhar curioso dos meus pais.

Meses após o ocorrido, Molly acabou manchando o dela e teve que jogar fora, e como pensou que eu nunca havia usado o meu, decidiu pedir. Eu disse que não devolveria, então acabamos entrando em um consenso (porque Molly usou na época a ameaça de mandar fotos constrangedoras minhas ao Norman) de dividir o Gregório.

E o nome, você deve estar se perguntando.

Gregório I era o nome de um pônei de pelúcia que eu arrastava para todos os lados quando mais nova, e meu pai achou conveniente o nomear assim enquanto eu usava, então acabei adotando e o chamei de Gregório também.

O nome estúpido de Pompidou surgiu porque Molly chamava o outro unicórnio assim, então acabamos com essa pequena rixa de como nomear o Gregório.

Mas era meu primeiro, então, sim, o nome era Gregório.

— Justamente, então qualquer uma chama do que quiser, e vai continuar sendo Gregório.

Molly largou o tubo de Pringles e respirou fundo, chupando os dedos com as unhas pintadas de azul. Fixou os olhos em mim e fez um bico depreciativo.

— Eu sei o que você está fazendo, loirinha. Pare de mudar de assunto e vá se arrumar. Adam deve estar chegando.

— Eu não me arrumar pra receber aula particular de Álgebra, esquece essa ideia – revirei os olhos, empurrando a cara de Molly com a sola do pé, já que estávamos deitadas na cama, uma no sentido contrário em relação a outra.

— Eu estou dizendo pra você parecer menos ogra, Austen – cutucou meu calcanhar. – Parece que um caminhão te atropelou.

— Eu só troquei de roupa.

— E achou conveniente colocar a pior roupa que tinha no seu armário, não é? Pelo amor de Deus, essa blusa está com furos do tamanho do meu mindinho. E chega a ser transparente, eu tô vendo os piercings daqui.

Instintivamente levei o braço até os seios como se estivesse os protegendo.

Sim, eu tinha piercings nos mamilos com formatos de asinhas. Sim, eu estava sem sutiã, porque eu não tinha a obrigação de ficar apertada em casa. 

— Se for tentativa de sedução, esquece. Você tá parecendo uma prostituta meia-boca assim, vai fazer o garoto sair correndo, ainda mais com esse lápis de olho todo borrado.

Certo, eu não havia só trocado de roupa assim que cheguei da escola. Eu havia passado as mãos pelo rosto umas cinco vezes, deixando um borrão preto ao redor dos meus olhos. Eu também havia ficado descalça e colocado a roupa mais folgada que tinha e também havia chutado os jeans para longe e me encontrava com os shorts do meu pijama.

Eu estava, de fato, terrível, porque minha mente havia achado extremamente conveniente esquecer assim que entrei em casa que algumas horas depois eu teria aula com o Hyde.   

— Não é como se eu quisesse que ele fosse com a minha cara ou então que ele caísse de amores por mim.

— Ele vai cair de susto quando te ver assim, de qualquer jeito.

— Aceite o fato de que até parecendo uma ogra eu sou mais bonita que você – revidei, levando um tapa na panturrilha enquanto levantava.

— Você é iludida assim mesmo ou fez curso profissionalizante?

— Eu trabalho com fatos, e se até seu irmão mais velho disse isso, quem sou pra discordar?

— Odeio você, Diem – o biquinho estava lá outra vez.

Por mais que negasse até a morte, Molly morria de ciúmes do irmão mais velho.

— Você me ama, cenourinha – estalei um beijo em sua bochecha, enquanto caminhava até o guarda-roupas e pegava uma muda de roupa qualquer.

***

Meia hora depois, poucos minutos após fazer Molly jurar que permaneceria de bico calado até o fim da aula e que ela não fosse tão exagerada nos detalhes que ela disse que talvez comentasse no grupo de mensagens que “nossos amigos” tinham e que Norman estava, o som da campainha tocou.

Molly havia se animado muito com a cena de ciúmes de Wilson ontem, aliás.

Desci as escadas correndo, gritando para que Lizzy continuasse com o seu momento de pausa que eu atenderia a porta.

Aparentemente, meus pais estavam extremamente aliviados em saber que o garoto que viria em casa não seria Norman e não mandaram a senhora ficar de guarda na sala.

Assim que abri a porta, me deparei com Adam Hyde olhando fixamente para o botão como se pudesse entender o que estava acontecendo.

— Song of Storms, Ocarina of Time.

Seus olhos esverdeados (com o sol, ainda mais verdes que o normal), se fixaram nos meus e ele pareceu ter levado um pequeno susto pela forma que o abordei.

— Seus pais gostam?

— Meu pai é mais fã de Zelda do que você possa imaginar – sorri ironicamente.

Hoje ele estava com um moletom comum, em um tom esverdeado, com o que me pareceu ser o mesmo Converse de ontem.

— Posso entrar?

Afastei-me para que ele pudesse passar, carregando a mochila em somente um ombro. Ele parecia estar com a mesma roupa que usava na escola, mas eu tinha quase certeza que seu cabelo estava meio úmido.

Parei por alguns segundos antes de começar a subir as escadas ao lembrar que um projeto de cria de Lúcifer estava no meu quarto, muito provavelmente lendo alguma história onde dois membros de alguma banda famosa se pegavam loucamente.  

Dei meia volta e comecei a ir em direção ao escritório de Robert, que tinha uma mesa grande e cadeiras com rodinhas que eram divinas de se sentar, mas quando lembrei que meu pai gostava de deixar exposto para todos os visitantes sua coleção de jogos antigos (alguns mais caros que alguns pares de brincos da minha mãe) extremamente bem organizados em uma prateleira cor de mogno, percebi que beiraria a estupidez permitir que um geek entrasse no recinto e provavelmente passasse todo o tempo que ficaria comigo babando em coisas que meu pai mataria se estivessem dois centímetros fora do lugar.

O levei até o quintal e me sentei na área coberta onde tinha um sofá e uma mesa de vidro e alguns engradados de cerveja vazios que vinham de um almoço que teve semana passada acompanhado de uma partida de futebol (aliás, aquele papo de que médicos seguem um estilo de vida saudável é pura mentira, meu pai e os amigos parecem universitários bebendo).

 - Tudo bem, por onde você quer começar? – Adam perguntou, ajeitando os óculos pela terceira vez.

— Do começo – respondi simplesmente, recebendo algo como um som de impaciência.

Eu tenho a mania horrível de responder as coisas como se estivesse fazendo pouco caso, com um olhar sínico. A maioria das pessoas achava que eu era rude o tempo todo pelo simples fato de gostar de ver as expressões desgostosas em faces alheias.

Eu não fazia muita coisa pra provar o contrário, então...

Qual começo? – lá estava outra vez o sotaque meio esquisito, que definitivamente não era americano.

— Do ano letivo – recebi um uma sobrancelha erguida, como se desacreditasse. – Sinto muito se meu intelecto não chega ao seu nível.

— Do começo do ano letivo? Você não sabe absolutamente nada? – quando ele falou o “absolutamente” senti as covinhas se afundarem nas minhas bochechas.

— Qual é a do sotaque britânico genérico?

— Não é genérico – respondeu, coçando a nuca. – E não foi essa a minha pergunta.

— Você está tentando imitar sotaque americano, então? Cara, você sabe que a maioria da população mundial tem queda por sotaque britânico?

— Eu sou americano – encolheu os ombros, começando a tirar o material da mochila. – Meu pai que é inglês, então eu tenho um pouco de sotaque por causa da convivência.

Analisei por alguns segundos o caderno antes de murmurar de forma meio inconsciente:

— Meu pai é meio inglês também... 

Mas não, eu não tinha sotaque já que o de Robert era extremamente “suave”, mas um pouco mais forte que o de Hyde e mais identificável.

— Voltando ao assunto que não envolva o meu sotaque genérico, você quer mesmo começar desde o começo do ano letivo?

— Aparentemente a nossa professora adora deixar claro que a Matemática em geral é algo que vai se complementando e que nós não podemos aprender um conteúdo sem saber o que veio antes – suspirei, puxando o caderno sem pedir permissão e abrindo, me deparando com uma quantidade monstruosa de contas e anotações em todos os lugares. Meu cérebro havia começando a entrar em pane só de olhar. – E como eu não aprendi mais nada depois que começaram a misturar letras e números... Yeah, começar desde primeiro dia de aula.

— Você sabe que o último ano é meio que uma revisão de tudo, não é?

Levantei o olhar e me deparei com Adam com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado e com as sobrancelhas franzidas. Os óculos haviam escorregado um pouco pelo seu nariz, e eu percebi que ele tinha cílios extremamente longos.

Imitei seu gesto e pisquei repetidas vezes, com um sorriso beirando um ar amigável.

— Você sabe que no lugar de decorar tudo o que eu já aprendi eu aproveitei minha vida social, não é?

Seu maxilar tencionou e ele bufou, e eu não duvidava que ele estivesse me xingando mentalmente, mas parecia querer ainda ficar com o título de Pessoa Agradável, então apenas puxou um lápis e respondeu, com o sotaque fajuto mais acentuado:

— Do começo, então.

***

Eu havia descoberto que Adam era um ótimo professor, mas que eu era uma péssima aluna se tratando de qualquer coisa que envolvesse números e uma grande quantidade de raciocínio.

Em algumas coisas, eu era razoavelmente boa, e só não tirava notas melhores por pura falta de interesse. Minha mãe dava aulas de Inglês e Literatura em um dos melhores colégios particulares de São Francisco, então eu tinha uma inclinação por leitura e gramática desde sempre, mas tive o azar de pegar professores que sempre fizeram questão me odiar e eu não fazer absolutamente nada pra mudar essa opinião.

Robert havia me ensinado uma coisa ou outra sobre Biologia, e sempre tagarelava sobre isso quando eu comentava sobre a aula péssima que tive com o professor que provavelmente estava com a esposa em greve de sexo pra estar com tanto mau-humor. Ele já havia se oferecido pra me dar uma ajuda nas épocas das provas, mas sempre acabava com nós dois tendo alguma discussão de como eu era lenta e ele um tirano na hora de tentar me fazer aprender alguma coisa, mas ele sempre pedia desculpas e fazia algum lanche pra mim.

Agora, com a área de exatas em geral, eu tinha aversão. Não entendia com ou sem esforço e não havia um ser vivo que me fizesse entender, mesmo que esse ser tivesse um rosto bonito, uma voz extremamente agradável e tivesse o cabelo que parecia gritar “toque em mim!”.

No lugar de tentar entender pra que diabos se usava a fórmula do Bháskara, eu estava pensando em como nunca havia notado a existência de Hyde.

Por pior que fosse admitir, Molly estava certa quando começou a falar como Adam tinha uma beleza notável e que poderia estar dentro dos meus padrões. Mas eu estava usando toda minha força de vontade para não pensar naquele assunto e tentar me focar na letra quase ilegível do garoto ao meu lado, que parecia estar concentrado em me fazer entender.      

— Então você usa os dois sinais em lugares diferentes e acha dois resultados, então a conta termina – olhou para os números e pareceu satisfeito, enquanto eu tentava preencher as lacunas que estavam na minha cabeça e transformar a cara de “que porra você está falando” para uma de “entendi!”, mas quando fixou o olhar em mim, seu olhar de satisfação foi sumindo. – Você entendeu, Diem?

Eu costumava começar com a história de “pra você é Austen”, mas naquele momento parecia ser errado ser tão rude com alguém que estava se dando ao trabalho de tentar me ensinar alguma coisa.

Se eu dissesse que sim, provavelmente ele me faria uma pergunta, e se dissesse que não, ele provavelmente se irritaria e a última coisa que eu precisava era daquilo.

Digo, se a nossa professora acreditava que eu precisava de aulas extras com os alunos mais inteligentes do colégio pra poder não reprovar, e do nada o único que havia se voluntariado desistisse, eu entraria em encrenca. Não precisava que ela me odiasse ainda mais.

— Não tudo – respondi, mordendo o lábio inferior. Ele franziu as sobrancelhas. – Quer dizer, eu realmente entendi a parte que o “a” não pode ser negativo e que se a raiz do delta? – arrisquei, recebendo um aceno de cabeça dizendo que estava correto. – Não existir a conta termina ai com aquele sinal estranho.

— Só isso?

Cruzei os braços, lhe lançando um olhar mortal, enquanto enrugava o nariz e sentia a sensação estranha da falta dos aros de metal que ficavam ali.  

— Eu já disse que eu não sou inteligente, que não tenho a capacidade mental de vocês. Jura que se eu tivesse aprendido eu estaria perdendo meu tempo com você e essa aula? – passei as mãos pelo rosto, enquanto levantava e caminhava até a porta de vidro que dava para a cozinha. – Eu vou beber alguma coisa, você quer?

Adam estava com as sobrancelhas erguidas em puro choque, a boca ligeiramente entreaberta e havia levado cinco segundos contados até responder, de forma rápida:

— Eu não quis soar rude, desculpa – se levantou, quase derrubando o caderno da mesa. Me seguiu, enquanto eu atravessava a cozinha e pedia mentalmente para que ele ficasse quieto. – É sério, não queria soar daquele jeito, eu sei que você não é burra! Não, espera, não quis dizer bur-

— Não termine – eu chiei, puxando a caixinha de suco de laranja, tirando a tampa e deixando sobre o balcão, puxando dois copos do armário. – Por favor, estudar me deixa irritada, saber que eu provavelmente nunca vou ter um terço da inteligência de um de vocês me deixa irritada e você dizer isso de maneira indireta me deixa irritada, então me dê dois segundos pra me acalmar que a gente finge que eu não explodi do nada e você fala amanhã com a Professora Edgars que eu fui uma ótima aluna.

Hyde levou o copo, agora cheio de suco, até os lábios e me viu acabar o que estava comigo em três goles rápidos.

Quando eu comecei a encher o meu novamente e percebi que ele só estava bebericando o dele, ele sentou em uma das cadeiras e fixou o olhar em mim.

— Eu acho engraçado como você diz o “vocês” — disse baixo, analisando minhas expressões. – Como se fossemos de espécies diferentes.

Apoiei os cotovelos na bancada, com a sobrancelha direta erguida.

— Se você analisar bem, é como se fosse – puxei os copos, os colocando na pia. – Você não vê um dos meus socializar com um dos seus. É meio que uma regra muda; se você tem chances de ser um fracassado na vida, não pode andar com um fracassado na escola.

Eu ouvi algo como um tapa vindo do corredor e quando ergui os olhos, vi Molly fazendo gestos de negação enquanto ajustava a asa do Gregório para que ficasse no meio de suas costas.

Ela colocou o dedo em riste, apontando para ele, sibilando algo como “você chamou o garoto de fracassado, sua tartaruga paralítica, peça desculpas” via leitura labial.

Aliás, anos pegando cola fazem você entender a movimentação dos lábios alheios.

Inclinei minha cabeça para o lado como se a mandasse sair daquele lugar, porque Molly por perto não é sinônimo de coisa boa, mas quem disse que ela me ouviu?

— Não foi o que eu quis dizer – disse rapidamente, antes que Hyde concluísse que eu não tinha um tique e que havia algo atrás dele, e que esse algo era uma garota baixa, com cabelo laranja e que usava uma roupa de unicórnio. – Não quis dizer a parte do fracassados?

Saiu como uma pergunta enquanto eu ainda observava Molly fazer gestos que pareciam fazer parte de uma dança de acasalamento de algum inseto com nome estranho.

Por sorte, Adam parecia ter ficado envergonhado e abaixou o olhar para a mesa.

— A forma que você falou fez parecer um elogio – riu, me fazendo concluir que passar a mão pela nuca era uma mania. – Não é como se já tivessem dito coisas piores.

Molly continuava com o ritual sexual bizarro, fazendo gestos que alternavam entre ele e eu. Ela obviamente estava tentando dizer algo, mas as mãos em frente ao rosto não me deixavam entender.

— Eu sinto muito – disse alheia, porque não era boa no assunto de consolar os outros.

— Pelo quê, exatamente? – ergueu os olhos e eu desviei o olhar da loucura do ser humano que Gregório estava sendo obrigado a abrigar. – Pela parte de ter me chamado de fracassado ou por já terem dito coisa pior?

— Pelos dois, eu acho – cocei o nariz, sentindo falta do piercing na narina esquerda.

Adam negou com a cabeça, sorrindo desacreditado.

— Não precisa bancar a gentil aqui, sei o que a sua rodinha de amigos fala sobre o meu grupo.

— Também devo imaginar o que falam de mim, pela sua cara – encostei o queixo na mesa, entrando em seu campo de visão. – E eu não tenho uma “rodinha de amigos”, eu tenho um círculo social, só tenho uma amiga naquele meio.

Wollowitz parou por um segundo e sorriu.

— Então é verdade, no meio da popularidade é um por si e Deus por todos – ergueu a cabeça.

— Você me acha popular? – eu ri. – Sou uma ninguém no meio daquela mesa de almoço.

— A partir do momento que todos na escola sabem o seu nome, então você é popular.

— Pelos motivos errados – retruquei.

Eu não gostava de dizer que havia me tornado conhecida pelo fato de ter virado namorada de Norman Wilson.

E agora, por ser ex-namorada.

— Por quais, exatamente? A fama de ser rude com todos parece não ser incômoda – respondeu baixo, avaliando minhas feições enquanto eu via Molly tentar me dizer algo, mas continuando com os braços em frente ao rosto.

— Não. Pelo meu namorado, e agora, pelo fato de eu supostamente não ter aceitado o fato dele estar com a sua ex, agora – Molly havia pulado em comemoração.

Eu tinha uma melhor amiga com problemas.

— Aparentemente isso virou um fato de extremo interesse de todos da escola, saiu até naquela conta do Instagram – fez uma feição desgostosa. – Meu namoro com April era irrelevante e do nada, BUM! Todos sabem até o dia em que nos conhecemos.

— Bem-vindo ao mundo dos desocupados procurando saber sobre a vida alheia – dei a volta e sentei ao seu lado, o encarando de frente.

— Como você aguentava isso?

— Andou vendo o GIA, não é? – revirei os olhos, lembrando de todas as postagens referentes a mim e Norman. – Não faço a menor ideia, mas veja onde chegamos.

Era ridículo culpar uma conta que falava da vida dos outros na escola pelo fracasso do meu antigo relacionamento, mas não queria de forma alguma dizer que meu namoro com Norman era tão ruim quanto minhas notas em Matemática, e que estava fadado ao fim desastroso desde o começo.

— Eu só queria que me deixassem em paz – suspirou frustrado. – Nunca recebi tantas mensagens no Direct do Instagram desde que terminamos.

— Foi por isso que exclui os aplicativos de quase todas as redes sociais do meu celular, só trouxeram dor de cabeça. É a melhor coisa que você pode fazer, Hyde.

— Eu só não entendo a razão de tudo isso, é tipo...

— Uma perseguição – falamos juntos, em tons de irritação diferentes, mas foi inevitável deixar meus lábios se repuxarem para a direita, revelando uma covinha.

Adam sorriu minimamente também, pouco antes de começar a reclamar mais sobre tudo o que estava acontecendo.

Molly dava pulos, parecendo feliz. Ela digitou algo no celular, que percebi estar em uma de suas mãos a seguinte mensagem:

“Vocês dois estão extremamente putos com essa situação, aproveitem as semelhanças e façam algo a respeito”. — M.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nessa madrugada do dia 23, depois de ter ficado duas horas numa tag sofrendo por uma banda que eu nem sei se ainda existe já que os membros resolveram sumir (≖︿≖✿) e quando aparecem é pra dar bomba, eu tô aqui!!!!!!
Então, um pouco pro final eu fui ficando sem ideias e pode ter ficado meio chatinho, mas vocês digam se gostaram ou não (◠‿◕✿)
Então vamos pro interrogatório! YAYYYYY:
1.1 - Vocês odeiam e amam qual/quais matéria/matérias na escola?
1.2 - Vocês não gostam de algum professor?
[N/A A maioria dos que eu não suporto me amam, vai entender]
1.3 - A(s) melhor(es) amiga(as) - ou melhores/melhor amigos/amigo - de vocês tem alguma tendência a ser louco(a)?
[N/A Eu sou a amiga retarda da minha melhor amiga, então...]
AGORA, ESPEREM, EU QUERIA MUITO SABER SE VOCÊS GOSTARIAM QUE EU FIZESSE UMA PLAYLIST PRA TEMPORARY FIX!
—> Eu ia fazer e colocar lá algumas músicas que seriam a track da história, e que já tem lá algumas que podem servir em momentos futuros, então deixem a opinião de vocês!
TAMBÉM QUERIA SABER SE VOCÊS TERIAM INTERESSE SE EU FIZESSE UM TUMBLR PRA IR COLOCANDO UMAS COISAS LÁ SOBRE OS UNIVERSOS DAS MINHAS HISTÓRIAS
—> Ia colocar mais pra frente algumas coisas curiosas, umas coisas que tão jogadas na memória do meu computador sobre coisas aleatórias (umas one shots dos meus OTPS e um material meio nada a ver de AB e Ignorance) e alguns extras de TP, mas só quando a história tivesse mais uns capítulos.
É isso amorecos, all the love pra vocês (roubei a assinatura do Harry mesmo) e espero que respondam as perguntas importantes junto com o que acharam do capítulo (◕‿◕✿)
Beijos com gosto de Nutella,
Teet ♥
*MOMENTO FANGIRL ON*
—X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-
P.S: EU PROVAVELMENTE VOU FICAR MUDANDO A PACK DO MEU PERFIL A CADA SEMANA PORQUE EU SOU A PESSOA MAIS INDECISA DO MUNDO, MAS EU TÔ COM UMA TARA ENORME POR ESSA FOTO DO LOUIS *-*
—X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-
*MOMENTO FANGIRL OFF*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Temporary Fix" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.