Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 70
Inverno


Notas iniciais do capítulo

Olááá amoresssss o/ ♥ Como estão?
Olha eu aqui com mais um capítulo cheinho de amorrr para vocês ♥
Espero que gostemmmm *-* ♥
Quero agradecerr muitoooo por todos os comentários lindos e maravilhosos, pela atenção, pelo carinho, pelos favoritos ♥ ♥ ♥
Percebi que a Fic está enorme né, é a maior que já fiz até hoje... :X



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— Eu o amo... – Pensei por alguns segundos a mais nessa parte da frase deixando a ultima palavra ecoar no ar frio daquela noite.

— Pelo que eu me lembre sim, era o que você dizia na viagem – Ela cortou meus pensamentos.

— Amiga, se você não se importa eu queria dormir, posso te autorizar isso amanhã? Preciso descansar, estou um caco e nosso vôo sai cedinho – Pedi me jogando novamente na cama, tentando não voltar ao assunto.

— Pode... Descansa que você está realmente precisando – Ela concluiu, levantando do puf, apagando a luz e saindo do quarto.

Virei para o lado abraçando a almofada branca e rosa que ladeava a minha cama, pensei vagamente no impacto que teriam as noticias do meu relacionamento saindo em revistas, e a pressão que seria a partir daquele momento, para que tudo desse mais do que certo.

—-

Acordei sozinha, sem precisar da ajuda do despertador, com preguiça olhei as horas, faltavam cinco para as cinco da manhã. Esfreguei os olhos tentando encorajá-los a acordar e finalmente levantei.

Um friozinho percorria o quarto, marcando a recém chegada do inverno. Num pulo fechei a fresta aberta da janela e corri para o banho quente.

Assim que sai do banheiro pude ouvir a Magali entrando igualmente indisposta. Coloquei a roupa já separada anteriormente, arrumei meu cabelo em um coque bagunçado, terminei de fechar as malas e então estava pronta para tomar meu café. Seria o tempo certinho até o DC chegar para nos buscar, uma vez que o combinado era as 5h30.

Preparei a mesa, esperei a Magali e comemos em silencio, ambas entretidas no mundo virtual, foi somente quando ela quebrou a barreira muda, que tirei minha atenção da tela, para ouvir sua voz pela primeira vez naquele dia.

— Acho que estamos atrasadas – Comentou guardando rapidamente tudo que tínhamos na mesa.

— Nossa! Cadê o Mauricio? Perdi-me totalmente nas horas – Dei um pulo da cadeira a ajudando.

 - Liga pra ele Mo, nosso vôo sai as 7h00, tínhamos que chegar exatamente a 20 minutos atrás para o check-in. – Ela olhou em seu relógio de pulso, onde marcava 6h20.

— Vou ligar! Nossa, ele disse que chegaria cedo, por isso nem me preocupei com o horário. Que saco! – Reclamei discando de qualquer jeito o número que já conhecia de cor.

— E ai? – Ela perguntou após aproximadamente cinco minutos.

— Ele não atende, como pode isso? Só me falta ele estar dormindo. – Passei as mãos sobre a cabeça preocupada – Vamos de taxi.

— Vamos! Melhor irmos rápido, senão perderemos o vôo e a Aprel nos mata – Ela concordou correndo para o quarto.

Peguei minhas malas, enfurecida, discando sem parar o telefone dele, que já começava a dar direto caixa postal. Naquele momento parecia burrice minha ter acreditado que ele cumpriria com o compromisso de me ajudar em meio a semana, quis me bater por não ter planejado um plano B.

Sem mais delongas ouvi o porteiro avisando que o taxi no qual a Magali havia chamado já havia chegado, descemos correndo.

Um tanto sem jeito passei pela porta do saguão de entrada e com dificuldade chegamos até a portaria devido ao chão de paralelepípedos e as malas pesadas. Assim que coloquei um pé para fora do prédio, avistei a BMW prata do Mauricio estacionando com velocidade em frente ao taxi. Metade de mim quis correr para não o encontrar, porém não tive tempo, ele desceu já gritando o meu nome.

— Monica – Falou alto vindo em minha direção.

— Agora não Mauricio, estou correndo ou perco o meu avião – Respondi rispidamente.

— Amor, você vai comigo, não precisa ir de taxi – Ele comentou já pegando as malas da minha mão.

— O taxi já está aqui, não consegue enxergar? – Perguntei tirando-a novamente de seus braços.

— Eu me atrasei porque tive que passar na Aprel primeiro para deixar algumas coisas lá, do contrário teria vindo no horário – Choramingou  um tanto desesperado.

— Você tinha todos os dias do ano para ter deixado o que quer que fosse lá Mauricio, por que escolheu hoje? Eu não tenho tempo de ficar discutindo, pode voltar pra sua empresa – Fechei a cara o encarando. – Ao menos atendesse essa droga de celular.

— Eu... Nem ouvi tocar – Se defendeu nervoso – Vamos comigo?! Vamos Magali...

— Não vou me meter não, mas nosso tempo já está no negativo, quanto mais demorarmos aqui, mais nos atrasaremos – Ela respondeu sinceramente.

— Ok! Vamos logo – Concordei pela insistência, vendo o DC pagar para o taxista a corrida até minha casa.

Trocamos as malas de carro, coloquei o cinto ao seu lado e ele deu partida acelerando mais do que de costume, para minha agonia. Permaneci muda, o que quer que fosse sendo perguntado, quem respondia era a Magali, por pura solidariedade.

Chegamos em cima da hora, com um beijo magoado me despedi dele e segui para a fila, onde finalmente embarcaríamos.

— Você vai ficar com essa cara? – A Magali perguntou assim que sentamos em nossos lugares, no vôo que já estava para decolar.

Fomos de primeira classe, cortesia da Aprel, eu não tinha do que reclamar, as poltronas eram enormes e confortáveis, a TV individual, o atendimento excepcional, mas nada disso apagava a angustia que eu estava sentindo naquele dia.

— Vou – Respondi limpando uma lágrima que escorria por baixo do óculos de Sol que me protegia dos olhares questionadores sobre meu estado.

— Amiga, foi só um atraso, todo mundo se atrasa algum dia da vida – Ela comentou assustada.

— Não, não é só isso Maga, se fosse eu estaria tranqüila, você me conhece, sou paciente... Mas é uma soma de coisas, estou engasgada, fica aqui, entalado sabe?! Sinto que alguma coisa não está bem... – Contei rapidamente, olhando para a janela que mostrava naquela hora um desenho de uma cidade pequenina vista de cima.

— Mo, você não pode ficar assim, conversa com ele quando voltarmos, vocês vão casar, precisam se entender, sempre se deram tão bem, um amor que não acabava mais!!! Lembra na faculdade o quanto ficou feliz quando ele te pediu em namoro?! – Ela tentou amenizar a situação carinhosamente.

— É, eu lembro... Tento pensar nisso quase todos os dias, sinto falta do quanto nos dávamos bem naquela época...  – Lembrei com ternura.

— Fala com ele, tenho certeza que ele também sente sua falta.

— Vou faz isso, assim que chegar do Rio, vou tentar acertar as coisas  – Concordei abrindo um meio sorriso.

— Isso e não esquece que suas provas de vestido começam semana que vem, você tem que estar feliz é uma data muito importante – Lembrou sorridente.

— Verdade! A Mamãe está super ansiosa para isso – Comentei pensativa.

— Você também tem que estar, é um momento super emocionante, encontrar o vestido dos sonhos, iguais naqueles programas de TV sabe? – Ela perguntou se animando.

— Sei – Eu ri da empolgação dela.

— Eu estava pensando, você ficaria linda em um tomara que caia de decote coração... – Ela tornou a falar, mas eu já não a escutava, o amanhecer alaranjado despontava abaixo de nós e eu me perdi por entre as cores com meus pensamentos angustiados.

—-

POV Cebola

Andava um tanto desanimado, o caminho do trabalho para casa, sozinho no carro de repente havia se tornado mais longo e frio.  Não estava triste, era apenas uma sensação de saudade que não passava, era constante, cortante.

Eu sabia que meu término com a Amanda havia sido o melhor para nós dois, mas me sentia sozinho, talvez por costume de presença. Eu não gostava mais dela, mas o comodismo é um inimigo quando se trata de superação.

Mesmo querendo me enganar, tentando de todas as formas não pensar, meu subconsciente me traia escancarando o fato de que meu desanimo ia muito alem do termino de namoro, eu simplesmente não suportava toda vez que e o noivado da Monica era esfregado na minha cara. E eu sabia, talvez era o único dali, que lia nos olhos dela como seu relacionamento não estava nada feliz.

Aprendi essa habilidade anos atrás, quando estávamos juntos, sempre fui apaixonado pelo olhar que ela me lançava quando riamos até a barriga doer, ou quando com apenas o brilho dos seus olhos eu entendia que sentíamos a mesma coisa um pelo outro e aquilo bastava para estarmos juntos.

Chacoalhei a cabeça, embasado pelo susto que uma buzina vinda do carro de trás provocou, assim que me esqueci de andar, quando o farol passou do vermelho para o verde, e enfim segui para a tão esperada festa surpresa do Titi.
Depois de duas semanas e meia internado ele sairia, em plena sexta feira, tornando a festa mais propicia ainda, pelo entardecer, exatos dois dias depois da viagem da sua irmã.

Vontade de ligar para saber como ela estava é que não faltava, fiquei mal acostumado por vê-la todas as noites no hospital, mesmo que com o noivo.
Eu tinha plena consciência de que o que havíamos vivido tinha sido somente uma história de livro, literalmente, não havia mais chances de ficarmos juntos. Foi só mais uma daquelas histórias de amores de verão, que terminam, num vislumbre passageiro, ficando no passado, nos permitindo apenas lembrar do que não foi, carregar a saudade dos momentos que com o tempo já se esvaiam da mente.

O importante é que ela estava feliz, feliz e realizada, conquistando sonhos atrás de sonhos, acompanhava isso de longe, e me sentia melhor. Ver o quanto ela havia amadurecido e o quanto havia se tornado uma grande mulher fazia toda a saudade que senti naqueles cinco anos, valer a pena. Só não me conformava com o fato de ter um cara como aquele ao seu lado. Era nítida a frieza que a tratava, o descaso que trazia em cada palavra dirigida a ela, o quanto não a valorizava.

Mas isso não vinha mais ao caso, meu foco era a recuperação do meu amigo, e a nova fase na qual eu estava vivendo. Bati na porta três vezes antes de uma Aninha totalmente sorridente atender e dar passagem para eu entrar, familiares e amigos animados caminhavam para todos os lados da casa, não demorei para encontrar o Cascão, ajudando a Dona Luisa a pendurar algumas bexigas no Teto.

— Você é o Cebola, não é? – Ela me surpreendeu dando outra bexiga para o Cascão pendurar.

— ... Sou – Respondi educadamente a cumprimentando. – Prazer, Dona Luisa!

— Lembro que a Monica me falava bastante de você, uma pena que não tenha dado certo, não sei porque, mas mesmo de longe sempre fui com a sua cara, ela me mataria se soubesse que te falei isso – Ela concluiu risonha, saindo do local me deixando sem jeito.

Olhei para o Cascão que ria da minha cara e abri um meio sorriso sem graça.

— É quem diria que quase 6 anos depois, você conquistaria a ex sogrinha – Ele zoou me dando tapinhas nas costas.

— Cala a boca!!! – O empurrei dando risada.

— Opa, mensagem da Maga - Ele tirou o celular do bolso lendo atentamente – Elas estão voltando para o Hotel para descansar exatamente agora, saíram de uma sessão de autógrafos.

— E como foi a inauguração da nova empresa? – Perguntei olhando a decoração impecável que a Aninha e a Dona Luisa espalhavam aflitas pela sala.

— Foi um sucesso, palavras da Magali, disse que o livro da Monica foi o destaque, e que a elas não deram conta do tanto de pessoas interessadas nele e no impacto dele sobre seus próprios negócios  – Ele me contou pausadamente enquanto digitava provavelmente uma resposta para a namorada.

 - É isso ai... Sempre soube que ela chegaria onde está. – Respondi feliz.

— Pois é...

— Que foi que está com essa cara? – Perguntei vendo que ele franziu o cenho de repente.

— Ah... Eu tinha planejado uma surpresa pra Maga sábado que vem, meus pais querem que ela conheça o sitio, e ela ama interior, então a levaria lá, mas acabei de saber que é a prova do vestido da Monica, ainda existe essas coisas? – Contou sem tirar os olhos do celular.

— Prova de vestido? – Repeti mais para mim do que para ele.

— É, prova de vestido de noiva, sabe?! É a primeira e as madrinhas têm que ir para ajudar. Alias, se a Maga é madrinha, eu sou o padrinho não é? Ou não? – Ele continuou a falar sem perceber o quanto aquelas palavras me atingiam.

— Pode ser – Respondi sem vontade, de repente senti que meu estomago havia ido parar no chão. Mesmo sabendo que nossa chance de reatar algo era zero, não podia deixar de imaginar o quanto eu estaria feliz, se essa prova de vestido fosse para dizer sim para mim.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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