Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 61
Ingressos de cinema


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão????
Como anda o ano de 2017 pessoal? Espero que bem ♥
Quero agradecer muito pelo carinho de vocês, os amo muito ♥
Aqui vai um capítulo novo cheinho de amor ♥



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POV Cebola

                Não sabia como, mas nossos caminhos viviam se cruzando, e isso foi suficiente para eu começar a tirar todo o curativo de cima daquele sentimento guardado. E eu sabia que isso era errado, muito mais do que eu gostaria que fosse, ela estava noiva, eu namorava, mas parecia que quando estávamos juntos, nada daquilo importava.
         

Nem para mim, nem para ela.

—-

POV Monica

            No geral até que minha semana havia sido produtiva, mais trabalhos, coisas do casamento e palestras aconteceram a todo vapor, o que fez os dias passarem mais depressa.

            Depois do episódio da carona e da blusa do Cebola, a Magali e o Cascão resolveram me perturbar e realmente não pararam de me bombardear com perguntar das mais diversas formas, o que me levou a evitar o máximo que conseguia de ficar em casa, já que o casal feliz vira e mexe se encontrava por lá.

Não tinha dúvidas que o Cascão também estava lotando o Cebola com os mesmos questionamentos, e me permiti parar para imaginar como ele estaria respondendo.

—-

Para me ajudar juntamente a isso, uma das fases mais complicadas da programação da festa do casamento havia chegado, e eu sinceramente me sentia um tanto perdida, se não fosse pela minha mãe via skype, ainda estaria parada em frente aos tons de verde tentando escolher algum, sem a mínima idéia de qual seria mais bonito.

            Na semana anterior aquela, fechamos a cor da decoração - que escolhemos branco com verde água - bem como dos enfeites de mesa e arranjos de flores, só restava irmos ver tudo montado para aprovarmos de vez.

            A data da aprovação chegou rápido, o DC como sempre era bem pontual, o relógio mal tinha marcado 18h00 da sexta feira quando ele me mandou mensagem avisando que havia chegado.

Dei uma última checada no visual, acenei para a Maga e o Cas, que haviam acabado de pedir pizza para comer, e sai para chamar o elevador. Não estávamos atrasados, mas levando em consideração o transito de São Paulo tratei de me apressar para não corrermos riscos.

            Entrei no carro, o cumprimentei com um beijo, coloquei o cinto e ele deu partida imediatamente, acelerando o veículo do jeito que gostava de dirigir. Não quis fazer comparações, até porque naqueles últimos dias vinha com a cabeça cheia de coisas para resolver, mas era totalmente notável a diferença entre os dois, o DC dirigia com mais velocidade, gostava de usar a potencia do carro, não escutava musicas, somente quando eu queria, não tamborilava, ao invés disso sempre levava a mão até a minha as unindo entre os dois bancos. Não mexia no cabelo, mas sempre o mantinha penteado e arrumado.

Cachoalhei a cabeça para esvair esses pensamentos, e voltei a atenção para o meu noivo que começou a contar algumas coisas interessantes e acontecimentos engraçados ocorridos nos eventos do trabalho dele.

Por vezes - quando o farol fechava – parávamos para nos beijar, trocar carinhos ou imaginar como seria o dia do casamento, com um “frio na barriga”, o apelido carinhoso que eu tinha resolvido dar para o medo.

—-

            Não saberia dizer por quanto tempo estava ali, parada, analisando o resultado final da mesa do bolo, detalhes em verde água surgiam delicadamente por entre o perolado e o branco dando um toque lindíssimo no visual.

            Lírios brancos e rosas alimentavam o efeito delicado, pendendo de altos vasos das mais diversas formas.

            As mesas de doces seguiam da mesmíssima beleza, com arranjos um pouco menores. As forminhas onde todos os tipos de doces se encontravam, eram peroladas forradas de papel manteiga verde água, deixando-a ainda mais bonita.

            As luzes combinavam, as toalhas, as cadeiras, estava tudo realmente lindo, e eu sinceramente não sabia o porque estava parada tanto tempo ali, muda, enquanto todos ao meu redor esperavam aflitos por uma resposta afirmativa.

             - E então Mo? – DC perguntou pela terceira vez, quando a equipe contratada para fazer nosso casamento, já olhava assustada. – Gostou ou não? Quer mudar algo?

            - Eu... – Minha voz saiu rasgada, típico de quem estava há muito tempo sem falar.

            - Por mim está aprovado, ficou realmente incrível – Ele tentou confortar os olhares aflitos.

            - Sim, também aprovo, está lindo, fiquei sem reação até... – Respondi abrindo um meio sorriso, fazendo todo mundo sorrir junto. – Isso merece uma comemoração.

—-

— E então amor, como quer comemorar? – Ele me perguntou assim que saímos da loja de decoração.

            - Ainda são 20h00, que tal jantarmos e irmos ver aquele filme que estávamos querendo faz tempo? – Questionei animada, fazia tempo que não conseguíamos fazer um programa daquele tipo.

            - Acho ótimo, vamos a qual restaurante? – Ele perguntou abrindo a porta do carro para mim.

            - Da ultima vez eu que escolhi o japonês, então que tal irmos ao Italiano perto do shopping? Lembro que você gostou quando fomos, e fica próximo ao cinema, a gente compra os ingressos do filme e janta enquanto espera – Respondi entrando no carro com um sorriso.

            - Ok senhorita – Ele beijou a minha mão, e deu partida em seguida.


—-

            A noite estava agradável e aquele restaurante era maravilhoso. A luz ambiente dava um clima calmo para o local, deixando as mesas a vontade. Um vitral enorme permitia a vista do jardim bem cuidado e as flores coloridas davam um clima todo especial.

            - Estou amando essa comida – Me empolguei com o risoto à piamontese.

            - Falei que era ótima, particularmente é o prato que mais gosto daqui – Ele respondeu dando um gole em sua bebida.

            - Estava com saudade disso sabe, de termos um momento nosso – Comentei vendo que ele me olhava sorridente.

            - Eu também minha linda – Concordou segurando em uma das minhas mãos por cima da mesa.

            - Parece que o ano está correndo não é? Jajá minha mãe está no Brasil, e o dia de escolher o vestido chega – Balbuciei ansiosa.

            - Verdade, e já tem idéia de qual modelo vai querer? – Ele perguntou interessado.

            - Amor, você não pode querer saber disso, é surpresa! – Respondi rindo.

            - Ah da uma dica vai, estou... – Ele começou a falar, mas foi interrompido pelo toque do seu celular – Um minuto, é meu pai, tenho que atender.

            Não consegui entender muito da conversa, o DC mais escutou do que falou, mas pude perceber que algo na empresa havia acontecido e pelas expressões que ele fez, com certeza não era coisa boa.

            - DC está tudo bem? – Perguntei assim que ele desligou o celular.

            - Linda, vou ter que ir à empresa – Ele respondeu vestindo novamente o seu casaco.

            - Mas nem terminamos de jantar ainda, estou no meio do prato – Reclamei vendo que ele também não estava satisfeito.

            - Meu pai disse que deu um problema na produção de um livro que estamos lançando, é um dos mais caros Mo, uma super aposta da Aprel para esse ano e não tem ninguém da família aqui em São Paulo para resolver – Ele explicou chamando o garçom.

            - E o nosso cinema? É daqui a pouco – Questionei olhando as horas, tentando não demonstrar minha chateação.

            - Eu sei que era importante pra você amor, mas podemos vir amanhã, que tal? – Ele propôs pedindo a conta.

            - Não, não traz a conta, eu vou terminar de comer – Reclamei para ele que igualmente ao garçom tomou um susto ao ouvir.

            - Mas amor, você vai ficar sozinha? Eu te levo em casa, vamos – Pediu me olhando confuso.

            - Vou, a comida está uma delicia, tenho ingresso de cinema comprado e não quero ir para casa agora, pode ir DC – Respondi decidida.

            - Mas... Não quero te deixar aqui – Ele relutou.

            - Amor, eu vou ficar ok? Pode ir, sei que é importante – Decidi manter a calma, senão não sairíamos daquele dilema.

            - Ok, amo você – Despediu-se me pousando um beijo na testa.

            Observei ele sumir por entre as mesas do local cabisbaixa, lá estava eu, bebendo e comendo num dos restaurantes mais românticos da cidade, comemorando o sucesso do meu casamento, sozinha.

            Minha fome foi embora e levou com ela a vontade do cinema também, aquele era um filme que escolhemos porque queríamos ver juntos, o que naquela hora já nem fazia mais sentido.

            Tomei mais um pouco da minha bebida, chequei minhas mensagens e e-mails no celular e então decidi ir embora. Levantei a mão para pedir a conta, mas fui avisada de que meu noivo já havia feito isso por mim antes de sair, portanto só me restava chamar um taxi para ir para casa.

Rasguei os ingressos do cinema, joguei no primeiro lixo fora do local que encontrei e caminhei chateada na larga calçada da avenida até chegar ao ponto de taxi que eu sabia que tinha pelos arredores, admirei algumas roupas e por alguns segundos desejei que as lojas estivessem abertas para que eu pudesse comprá-las. 

            Quando estava quase chegando, passei em uma vitrine que me fez parar, um casaco de frio, idêntico aquele que me esquentou na semana anterior, estava ali exposto, lembrei com um meio sorriso de como ele me deixou quente em meio aquela solidão.

            Foi envolta a esses devaneios que tive uma ideia, por mais insana que fosse, me pareceu o certo a se fazer naquela hora.

            Uma chuvinha fina começou a cair, me obrigando a parar embaixo de algum lugar coberto, tirei o celular do bolso e procurei o número dela na minha agenda.

            Disquei e esperei impaciente, mexendo minha perna inconscientemente, sinal de ansiedade. 

—-

            Não demorei muito para conseguir o que queria e cerca de vinte minutos depois me encontrava parada em frente a uma porta de cor marrom escura, com uma maçaneta dourada.

A noite já tinha caído totalmente, e o frio se instalado junto ao vento, não era cedo, mas também não era tarde para ir dormir em pleno inicio de final de semana, olhei no relógio de pulso beirava as 22h00.

            Bati duas vezes e esperei, talvez um pouco mais do que desejaria, tive medo de não ter ninguém em casa, mas menos de um minuto depois esse palpite caiu por terra.

            - Monica? – Ele perguntou assustado, estava sem camisa, uma bermuda preta e o controle nas mãos indicavam uma típica noite de preguiça numa sexta feira, não sabia se estava sozinho, por segundos esqueci que ele namorava.

            - Oi Cebola – O cumprimentei forçando um sorriso, pude sentir minha bochecha corar.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem suas opiniões são sempre super mega bem vindas ♥
Beijinhos e espero vocês no próximo capítulo ♥ ♥ ♥



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