Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 57
Vestígios de Saudade


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, tudo bem???
Como foram as festas???? ♥
Eu desejo nesse ano novo renovação da fé, muita felicidade, alegrias, que seja um ano de Paz, de vitórias, com muito mais alegrias ♥ ♥ ♥
Agradeço grandemente a Deus por me presentear com pessoas incríveis como vocês, me emociono em cada comentário, em cada gesto de carinho, vocês são SENSACIONAIS ♥ ♥ ♥
Espero que gostem ♥
Amo vocês :)



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Tornei a caminhar pelo salão, a procura da Amanda, o local estava lotado, e a música alta invadia meus ouvidos, na maior potência. Só parei quando bati de frente com alguém, derrubando um pouco do que tinha acabado de pegar para beber. Segurei seu braço como defesa pós baque, e somente quando levantei a cabeça vi que era ela, olhando assustada para o liquido que tinha acabado de cair no chão.

Posso jurar que um filme passou rapidamente em minha cabeça, enquanto olhava para ela que levantou a cabeça e não tirou os olhos dos meus, eu vi o cenário mudando, e a festa da faculdade acontecendo há exatos cinco anos atrás, onde da mesma forma nos encontramos pela primeira vez.

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POV Monica

Nos atrasamos um pouco para chegarmos, tivemos que parar na Aprel, o DC precisava entregar uns documentos ao seu pai, o que demandou cerca de meia hora a mais da nossa programação inicial. Assim que nos aproximamos do local, percebi um amontoado de gente conversado ao lado de fora, todos animados.

Caminhamos sorridentes, ainda achando graça da minha história recém contada sobre uma confusão para a escolha da capa do meu próximo livro, e somente quando avistamos o Titi que paramos para o cumprimentar.

Mal tínhamos entregado o presente, quando uma garota serelepe, amiga da turma imaginei eu, nos interrompeu se apresentando como Mariana, jornalista e fã da editora Aprel, alugando o DC e o perguntando milhares de coisas que me deixaram impaciente, resolvi então sair dali o mais rápido possível e entrar para pegar algo pra beber.

Vi a Maga com o Cassio e tratei de me apressar para ir sondar o motivo – por mais que eu já imaginasse – daqueles sorrisos de orelha a orelha. Faltava pouco mais de cem metros para eu chegar ao meu destino, quando bati de frente com alguém, fazendo todo o liquido do seu copo cair no chão, olhei assustada para o estrago, mas senti a pessoa segurando em meu braço, tentando talvez se proteger do impacto, ergui a cabeça rapidamente e vi que era o Cebola.

O olhei mais um pouco sem jeito, e abri um sorriso tímido, foi inevitável tanto pra mim quanto para ele lembrar do nosso primeiro encontro, mas tratei de balançar a cabeça para distrair esse pensamento, com um susto ele me soltou e começou freneticamente a enxugar o pouco do liquido que havia caído em sua blusa.

— Desculpa... – Pedi rapidamente, segurando a risada.

— Vai ficar me devendo uma camiseta nova – Ele brincou arrumando os cabelos daquele jeito que só ele fazia, imediatamente desviei o olhar nesse momento.

— Prometo que te mando uma novinha, pela minha assessoria – Dei uma piscada de lado sumindo por entre o povo o deixando com um meio sorriso no rosto.

Procurei a Maga no lugar que antes eles estavam, mas agora encontrava se apenas a parede vazia, rodei mais um pouco o salão, vi que a Mariana ainda falava sem parar com o DC, e sem sucesso, reparando também que nenhum dos meus outros amigos haviam chegado, me sentei em uma das mesas próximas ao bar, para esperar alguma dessas realidades mudar.

Cerca de meia hora passou, o cenário não modificou, eu já estava começando a me incomodar por ficar sozinha, quando o vi sentando em minha frente, trazendo dois copos em mãos, estendendo um para mim.

— Uma dama não deveria ficar sozinha – Cebola comentou se ajeitando a mesa, dando um gole em sua bebida.

— Hahaha, mas eu não estou sozinha – Respondi analisando o conteúdo da bebida que havia me dado.

— Não estou vendo ninguém por aqui – Ele provocou olhando para os lados.

— Engraçadinho, meus amigos ainda não chegaram – Me defendi, ainda observando o liquido do copo.

— Não vou te envenenar não, pode beber sem medo, é limonada rosa – Ele concluiu dando de ombros.

— Hum... Você está falando de mim, mas e você? Cadê a sua namorada? Como é o nome dela mesmo? Aline? Amanda? – Questionei pegando o copo em minhas mãos.

— É Amanda, e ela está por ai, conversando com as amigas da época da faculdade, que não via faz tempo – Ele explicou tranquilamente.

— Entendi... – Conclui degustando da bebida, era minha preferida. – Continua acertando no pedido.

— Sempre! – Ele concluiu com um sorriso, que me fez sorrir junto.

— Mel...? Então era verdade que vocês se conheciam no passado? – Amanda chegou quebrando no meio a conversa que ocorria segundos atrás.

— Ah – Levantei imediatamente - Oi... Sim!!! – Forcei um meio sorriso, sem graça.

— Não acredito, tira uma foto comigo? – Ela pediu fazendo o Cebola se envergonhar.

— Amanda, ela está ocupada curtindo a festa do irmão – Ele tentou me ajudar, também estava um tanto deslocado, pelo jeito não foi somente eu que havia escondido o passado.

— Você é irmã do Titi???? Estudei com ele e nunca soube disso. – Comentou admirada.

— Ah, estudou é? – Fingi animação - Tudo bem Cebola, eu tiro, sem problemas – Respondi vendo que ele estava ficando incomodado.

— Tira o que amor? – Ouvi a voz do DC se aproximando.

— Amor? – Cebola questionou quase que como um sussurro.

 - Oi... Oi lindo! – O recebi com um sorriso, sentindo ele me abraçar.

— E ai princesa, desculpa a demora, a Mariana não parava de falar um segundo, consegui despistar ela somente agora. Quem são? – Ele perguntou olhando para os dois em minha frente.

— Ah... Esse é o Cebola e essa a Amanda, sua namorada – Apontei para eles que o cumprimentaram com um aceno de cabeça – Esse é o Mauricio... Meu noivo – Conclui a frase o mais rápido que consegui, sem olhar para o rosto do Cebola.

— Noivo? – Questionou talvez alto demais, fazendo as atenções se virarem para ele que imediatamente voltou o olhar para nossas alianças douradas, como se não acreditasse no que tinha acabado de escutar.

— Cebola... Acho que já ouvi ou vi seu nome em algum lugar, impossível confundir um nome desse – DC forçou a memória para lembrar.

— Ele foi meu professor no Ensino Médio, devo ter comentado algo a respeito – Tratei de cortar o assunto.

— É... Deve ter sido isso – Cebola concordou, puxando a Amanda para sair dali – Vamos Amanda o Titi está nos esperando lá fora.

— Mas ainda nem tirei minha foto Ce, espera um pouco – Amanda protestou o segurando no local.

— Ah, acho que lembrei, vi o nome anotado em alguns dos seus papeis amor – DC recordou, o que devia ser inteiramente verdade, uma vez que meu livro tratava da nossa história, e o nome Cebola estava em vários lugares do diário que usei como base.

— É, ele era meu professor eu vivia anotando o nome dele nos lugares – Reafirmei decidida a mudar de assunto.

— Opa, como andam sumidos?! – Maria se aproximou provavelmente percebendo a enrascada.

— Oi pessoal – Fabinho chegou com um sorriso, mas fechou imediatamente quando analisou toda a situação.

Eu quis rir, me senti com 17 anos novamente quando me enfiava nos embaraços do Ensino médio, Fabinho, Cebola e DC no mesmo metro quadrado, os três se mediam em silencio, todos tentando absorver mais informações do que aquela cena proporcionava.

Maria olhava com uma expressão indecifrável para o meu rosto, e o clima só foi cortado quando o Dudu chegou, interrompendo toda e qualquer tensão pré-instalada ali.

— E ae gente, vão ficar parados ai? Está tocando um... – Ele começou a falar, mas rapidamente parou – Deu ruim? – Sussurrou para a namorada.

— Não sei muito bem, não devia dar né, cinco anos passaram, coisas mudaram, mas ainda estou me sentindo no terceiro colegial – Ela respondeu querendo rir.

— Bom lindo, esses são meus amigos que estudavam comigo... – Comecei a apresenta-los tentando ignorar o clima pesado que havia ficado. Meu noivo não havia entendido muito bem, de todos ali ele era o que menos estava por dentro de tudo, agradeci mentalmente por isso, me poupava tempos e tempos de explicações, e possíveis discussões.

DC apenas cumprimentou com um sorriso muito bem-humorado a todos e tornou a me abraçar, dando um beijinho em minha testa.

— Então esses são seus famosos amigos, nos quais sempre me falou – Ele analisou sorridente.

— Sim amor – Respondi respirando tranquilamente – Éramos inseparáveis.

— Verdade - Dudu concordou, lembrando – Na época da escola ninguém nos segurava.

— Eu já não te conheço? – DC questionou mirando a Maria.

— Sim, nos conhecemos e esbarramos algumas vezes nas festas da sua empresa. – Ela explicou sorrindo.

— Ah verdade, você sempre participava de todas aqui de São Paulo, lembro que tinham um clube do livro dedicado a Aprel – Ele concluiu.

— Isso, exatamente, até hoje mantemos contato, só não continuamos porque ninguém tem mais tempo. Eu ia sempre com uma amiga, inclusive, ela também está aqui, é fã da editora de vocês – Maria contou olhando para os lados tentando encontra-la.

— Deixa eu adivinhar, o nome dela é Mariana? – Eu questionei sem dúvidas.

— Sim, ela mesma, conhece Mo? – Maria perguntou rindo – Ela é meio piradinha.

— Não conheço, mas alugou o Mauricio por um bom tempo quando chegamos – Conclui de braços cruzados.

— Ah, desculpa por ela, tem um parafuso a menos, mas é uma boa pessoa – Maria brincou calmamente.

—-

— O que eu perdi? – Magali chegou depois de um tempinho quando o Cebola já havia sumido com a namorada, o DC ido ao banheiro e o Fabinho saído o mais rápido que conseguiu dali.

— Nada demais – Cortei todo e qualquer assunto que pudesse surgir – E a senhorita por onde andava hein?

— Ah gente, estou sentindo meus lábios inchados, eles estão? O Cascão, ele é fofo demais, quero ficar com ele para sempre, isso é normal não é? Quer dizer, é a segunda vez que nos encontramos, sentir isso é estranho... – Ela disparou a falar sem parar se quer para respirar.

— Hey, hey – Eu ri – Calma ai, respira - É normal sentir essa emoção toda, eu já passei por isso, aproveite – Comentei lembrando da primeira vez que me apaixonei instantaneamente

— Ok! Então fico mais calma por saber que é normal- Ela concluiu sorridente - Cade o Mauricio?

— Ele foi ao banheiro, faz um tempinho já – Respondi reparando na demora.

— Hum, e está tudo bem? – Maria questionou mirando em meu rosto.

— Sim... Só preciso tomar alguma coisa gelada, estou com calor – Respondi saindo do local indo em direção ao bar.

Esperei cerca de cinco minutos enquanto o barman pegava uma agua para eu beber, analisei por cima, a massa de gente que dançava sem parar, entre eles, o Titi, a Aninha, a Denise, e percebi que a festa estava exatamente como meu irmão gostava, agitada.

— Noiva? – Cebola perguntou se apoiando no bar me dando um susto.

— Sim, faz um tempo já – Respondi sem olhar em seu rosto.

— Hum, e ele é uma boa pessoa? – Questionou me surpreendendo.

— Sério isso? – Perguntei admirada pegando minha garrafa.

— Sim, quero saber se ele te merece – Ele respondeu me acompanhando no caminho de volta a mesa dos amigos.

— Sim, ele é uma ótima pessoa Cebola, está feliz agora? – Perguntei cruzando os braços olhando em seus olhos.

— Nesse exato momento, falando com você sim, e você, está feliz? – Ele questionou sustentando meu olhar.

Emudeci imediatamente, permaneci na mesma posição o olhando,  minha memória pregou peças em mim, e vestígios de saudades diversas passaram em minha cabeça. Teria permanecido daquele jeito por tempo indeterminado se o ar não fosse cortado por uma voz que eu conhecia muito bem.

— Vamos Mo? Vão cantar parabéns para o seu irmão – DC chegou, me tirando do transe.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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