Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 47
Por do Sol


Notas iniciais do capítulo

Oláá meus amores, como estão?????
Olha eu aqui com mais um capítulo feito com muito mais muito amor e carinho ♥
Gente, queria abraçar cada um de vocês e agradecer muitoooooooooooo por esse carinho que depositam nos comentários ♥
...180...180 favoritos... Perai que vou ali gritar de emoção ♥ ♥ ♥... Nossa eu agradeço demais de verdade, demais mesmo ♥ ♥ ♥
Espero que coração que gostem ♥
Obrigada por serem tão sensacionais, por dividirem ideias e experiencias comigo, por mergulharem e se emocionarem juntinho comigo ♥♥ ♥ ♥
Amo vocês ♥



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Um pouco ousado da minha parte essa carta, afinal te escrevo isso sem ter a mínima idéia se ainda pensa em mim, não consegui nesses últimos tempos te olhar nos olhos, decifrar o que se passa nessa cabeça sua brilhante.
Peço desculpas pelos momentos que te magoei, ou que não acreditei em algo, sei que foi difícil mas por favor me entenda, também estava chateado.
Independente de tudo que aconteceu, quero que saiba que torço por você, torço pela sua carreira, e pela sua felicidade.

Espero um dia te ver nas vitrines das livrarias.

Me apaixonei pela Mel, pela Monica e pela minha aluna.

Com amor,
          Cebola. “

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POV Monica

Me perdi por mais alguns minutos entre as lagrimas e o impacto do que tinha acabado de ler, mas quando lembrei de checar o outro item incluso no embrulho meu foco mudou e rapidamente tive que recuperar a atenção.

Peguei meu diário sem acreditar no que estava vendo, o abri rapidamente e folheei checando pagina por pagina, como se a possibilidade de alguém ter arrancado alguma fosse viavel. Somente quando o fechei sem entender muito bem como aquilo havia acontecido, que reparei em um bilhetinho pendurado na parte de trás.

“O encontrei na cantina da escola, e o levei para casa. Confesso que tive muita vontade de ler tudo que estava ai dentro, mas chegou em uma parte que não mais consegui. Engraçado que ela era essencial para eu entender o por que de tudo que aconteceu entre nós, mas de repente nem era mais preciso, eu tinha certeza que era com você que eu queria estar pro resto da minha vida, e que fechar o diário era o mais correto a se fazer.
Ia te devolver em meio a festa, porém preferi dessa forma, não saberia qual seria sua reação, e jamais queria estragar esse dia tão especial. Perdão por ter começado a ler, me arrependi no momento seguinte, mas se me permite palpitar, sua escrita é melhor do que um dia eu pude imaginar.”

Terminei de ler respirando pausadamente, meus sentimentos se misturavam entre uma dor profunda e uma agonia que não passava nunca.

Em momento algum consegui ficar com raiva do que ele havia feito, por mais errado que fosse, pelo contrário, desejei que tivesse lido pelo menos a parte na qual não tive oportunidade de o falar ou os momentos que sofri e desejei arduamente que o dia de o contar a verdade chegasse. Talvez aquela fosse uma forma dele entender o quanto eu também havia sofrido com o que aconteceu, e que no fundo foi, era e sempre será amor.

Abracei meu diário aflita, o medo de ter o perdido para sempre veio mas agradeci mentalmente por te-lo novamente em minhas mãos.

Quando por fim me acalmei,  e achei que tinham acabado as surpresas daquela noite, percebi que estava enganada, ao amassar o papel de presente para jogar fora, senti que havia mais alguma coisa, o abri rapidamente e encontrei um embrulhinho feito de mesma estampa do maior. Sem mais esperar, tirei ansiosa o durex que o lacrava, e puxei de dentro um colar prateado, seus elos delicados brilhavam sobre a luz fraca que invadia e ultrapassava as cortinas do meu quarto, com as mãos um pouco tremulas admirei o pingente que nele se encontrava, era um delicado pergaminho com uma caneta esferográfica sobreposta, igualmente lindos.

Sem perceber, num ato de carinho, o envolvi em minhas mãos e levei ao meu coração emocionada. Era sem sombra de duvidas o colar mais lindo que eu já tinha ganhado na minha vida.

Ainda embalada pela emoção, resolvi colocá-la para fora, rapidamente tratei de atualizar todo o mês que fiquei sem escrever, já que não iria conseguir dormir mesmo, o jeito seria colocar meu dom em prática. Junto com a escrita, vi o dia amanhecer por completo, e os passarinhos começarem a cantar sem parar, no quintal de casa.

Eu jamais havia ficado em duvida sobre ir seguir meus sonhos, porém depois do dia anterior essa questão não parava mais de rodear a minha cabeça.

Mas também não tive muito tempo para me martirizar, logo que passou meu aniversário os dias voaram, e os preparativos de Natal e Ano Novo mudaram todo o meu foco. Tirando o fato de a mamãe ter passado em outro país, nossas festas foram incríveis, viajamos como todo ano para a casa da vovó, mãe do meu pai, e passamos as duas datas por lá o que me ajudou muito a relaxar.

Não mais vi, muito menos falei com o Cebola, ele também não me procurou, o que facilitou as coisas para então eu resolver respeitar a nova decisão de seguirmos em frente.

A Maga pelo que me disse também não falou mais com o Cascão, como não se viram novamente depois daquela noite e iríamos embora em breve, a chance de algo rolar foi por água abaixo.

—-

E assim as semanas se tornaram meses e as férias foram acabando, foi em meados de Janeiro que nos despedimos de São Paulo para embarcarmos na nova aventura de Ouro Preto. As malas estavam prontas, o apartamento reservado, e o dia de ir embora havia chegado.

Acordei um pouco angustiada, a coragem de ir de repente havia se esvaído, dando lugar a um medo do incerto. Eu sabia, desde quando entendi o que era faculdade, que aquele era o meu sonho, mas sempre fui péssima com despedidas, então, com certeza não seria um dia tão bom nesse sentido.

Tomei um banho rápido, me arrumei, juntei todas as coisas que eu precisaria na bolsa e desci dando uma última olhada para o meu quarto.

Afaguei o Monicão com o coração partido e tentei comer alguma coisa para não passar mal na viagem. Meu irmão também não parecia muito feliz, acho que no fundo havíamos nos apegado, continuávamos com nossas discussões sem fundamento, mas sempre prevalecia o amor. E depois que o tranqüilizei dizendo que não existiria mais eu e o Cebola, ele pareceu mais calmo.

— A Magali já saiu? – Perguntei para meu pai, que mexia no celular provavelmente falando com os pais dela.

— Estão saindo agora, vamos nos encontrar para almoçar no restaurante da estrada – Ele respondeu sorridente.

— Ah, legal – Conclui, lembrando para meu sofrimento do mais lindo restaurante de estrada, no qual o Cebola havia me apresentado.

— Está pronta filha, para uma nova etapa da sua vida? – Me perguntou segurando em uma de minhas mãos – Vou sentir saudades.

— Acho que sim pai, estou feliz e com um pouco de medo – Respondi coçando a cabeça – Eu também vou muita.

— Isso é normal Mo, tem que pensar que vai valer a pena, e é seu sonho – Titi concluiu sorridente.

— É... Isso mesmo – O agradeci respirando fundo tentando conter o choro, já falei que sou péssima com despedidas né?!

— E você vai com sua melhor amiga, quem não queria isso? – Ele tornou a falar.

— Melhor ainda não é rs – Abri um meio sorriso.

—-

A viagem em si foi tranqüila, tirando o fato de não agüentar mais ficar sentada no carro, não pegamos transito, e o almoço foi uma delicia.

Senti que a Maga estava com a mesma sensação que eu, euforia e medo transpareciam em nossos rostos, até o brilho nos olhos foi igualmente intenso assim que paramos depois de aproximadamente 9 horas de viagem em frente a faculdade. A noite já caia, o Sol havia sumido por inteiro dando lugar ao céu azul escuro, e meu relógio marcava exatamente 18h30.

Era isso, tínhamos chegado, 700 quilômetros de distancia do meu passado.

— Chegamos – Titi saiu admirado do carro – Nossa, muito bonito o campus.

— Caraca, é incrível, mais do que imaginei e idealizei nas mil fotos que vimos – Comentei abraçando a Magali ansiosa.

— Vamos, precisamos falar com o dono da pensão – Papai se adiantou caminhando em direção a uma casinha que mais parecia um escritório, logo ao lado da sala do zelador.

— Pai, é república – O corrigi rindo.

— Tudo a mesma coisa – Concluiu batendo levemente na porta entreaberta.

—-

Não foi difícil nosso cadastro uma vez que já estávamos devidamente matriculadas, então rapidamente o monitor local apareceu e nos guiou para nosso alojamento, apresentando assim que passávamos cada espaço e cada prédio dentro dos limites do campus.

Vimos o prédio de direito, de Administração, e por fim chegamos ao de Jornalismo, e conseqüentemente em frente nossa futura casa pelos próximos quatro anos.

Reparei por todo o percurso, que muitos estudantes se encontravam no campus do lado de fora, estudando, conversando, rindo, já conseguia facilmente me imaginar ali, fazendo o mesmo.

As despedidas foram doloridas, regadas de choros emocionados e então, um pouco mais de uma hora depois que chegamos, nos encontrávamos sozinhas com nossas malas, e uma nova vida pela frente.

Uma mulher, que imaginei ser aluna, atendeu a porta gentilmente para entrarmos na república, a sala era compartilhada então era lógico que qualquer um atenderia, nos apresentamos, e ela nos levou até nosso novo quarto, amei de cara.

Os dormitórios eram independentes, separados por largos corredores que davam para a cozinha e para a sala, o aposento era grande, espaçoso e caberia facilmente mais uma e até duas pessoas ali conosco, o que não era o caso, uma vez que fechamos somente para nós duas, imaginei que esse e o fato de ficar bem localizado, deviam ser os motivos para a dificuldade em disponibilidade de vagas.

Um guarda roupa embutido cobria de uma parede a outra do quadro, e em sua frente duas camas era bem localizadas, uma em cada extremo, dando privacidade total para quem as ocupava. Entre as cabeceira tinha uma grande penteadeira com espelho, e um mancebo preenchia o resto do quarto  deixando todas suas partes estrategicamente decoradas.

—-

Demoramos cerca de duas horas para terminarmos de arrumar as coisas no armário, dividirmos espaços, tanto no quarto quanto no banheiro, para arrumarmos os materiais e enfim ficarmos acomodadas.

— To podre – Magali reclamou se jogando na cama.

— Eu também, to amando isso, mas meu psicológico ainda está um bagaço amiga – Contei massageando os pés.

— Imagino Mo, mas pensa que as aulas começam amanhã, temos muitas coisas novas pela frente, e muita matéria para aprender – Ela reclamou se sentando na cama.

— Pois é, as férias passaram tão rápido, que nem tive tempo de ver o pessoal direito. Masss... Vamos aproveitar amiga, dizem ser uma época inesquecível da vida – Sorri deitando na cama, mas tornando a levantar com um susto quando ouvi alguém batendo em nossa porta.

— Ué quem será? – Perguntei para a Magali que me olhava assustada.

— Atende ai – Pediu curiosa.

Abri a porta com cautela - recomendação de todos os nossos familiares - e vi uma menina com cabelos pretos encaracolados e um sorriso bonito, parada olhando para minha cara.

— Oi – Falei receosa.

— Oi, vocês devem ser as novas moradoras daqui, sou a Bruna, moro no quarto ao lado – Me estendeu a mão animada.

— Isso, prazer, que legal, nossa vizinha – Respondi a cumprimentando, Magali pulou da cama para a conhecer também.

— Bem vindas a Por do Sol, a melhor república da faculdade – Ela brincou dando risada – Temos algumas regrinhas básicas de convivência, que ficam coladas na parede da sala, tirando isso, aqui é uma maravilha, vocês vão amar.

— Imagino, estamos ansiosas – Magali falou eufórica.

— Está em que ano Bruna? – Perguntei.

— Entrei no sexto semestre de Jornalismo, tenho certeza que vão se apaixonar pelos professores, eles são incríveis, a propósito, vamos! – Ela comentou olhando as horas.

— Vamos...? Pra onde? – Perguntei vendo que se aproximava das 22H30.

— Pra festa de boas vindas, sempre rola um dia antes de começar as aulas, reúne o campus inteiro – Ela contou animada.

— Ah, claro... Então só espera a gente se trocar – Pedi analisando minha roupa.

Posso dizer que foi a vez na qual nos trocamos mais rápido em nossas vidas, em menos de 15 minutos estávamos prontas, e do lado de fora do alojamento juntamente a ela e as outras meninas da nossa republica, que conhecemos no caminho.

Senti com alívio que todas eram simpáticas, sorridentes e comunicativas, em menos de meia hora de conversa, já podíamos dizer que éramos todas amigas.

— Ih, olha os meninos da ADM lá – Clara, a mais alta de todas nós, comentou assim que nos aproximamos da festa.

— Que que tem? Eles são chatos? – Perguntei preocupada.

— Não, eles são gatos, os mais cobiçados pelas meninas de todos os campus – Bruna contou – E eu particularmente não suporto esse assedio.

Observei rindo em silencio.

— Claro, seu namorado está no meio – Manuela, que estava ao lado da Magali comentou rindo.

— Pois é, ai do Victor se ele olhar pra alguma dessas meninas – Ela concluiu indo em direção a eles. – Vem vou apresentar vocês novas para eles.

— Oi amor – Victor a beijou docemente.

— Oi Vi, oi meninos – Ela cumprimentou todos que estavam com ele.

Reparei em casa um deles, nem foi preciso muito mais de dez segundos para perceber que os boatos eram verdadeiros, eles eram gatos demais.

— Essas são as meninas novas da Por do Sol – Ela nos apresentou, éramos em cinco calouras.

Acenei sorridente para cada um deles, olhando depois para a Magali que exibia um sorriso idêntico ao meu.

— Gatos, gatos, gatos – Ela comentou baixo.

— Falei – Clara sussurrou sumindo no meio da multidão rindo.

Uma musica alta rolava, e comidas e bebidas eram distribuídas em um food truck apelidado de UOPzão.

Senti uma mão cutucar meu ombro e virei instantaneamente para checar.

— Opa, prazer linda, meu nome é Mauricio, mais conhecido como DC, e o seu? – Um garoto alto, forte, de cabelos e olhos pretos me cumprimentou sorrindo.

— Prazer... O meu é Monica – Respondi animada sob o olhar de aprovação da Magali.                   

 


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Obs. Não me batam :S
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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