Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 29
Mural de avisos


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, tudo bem???????
Aqui vai mais um capítulo feito com muito amor para vocês ♥
Obrigada pelos comentários e pelo carinho que sempre depositam neles viu ♥
Amo vocês ♥
Espero que gostem :)



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Abri novamente a gaveta, puxei a caixinha que ele me deu e deitei na cama a olhando, queria ter conseguido não chorar, mas era realmente dificil naquele momento. As dores difundiam-se dentro de mim e por alguns segundos me permiti imaginar como teria sido se o pedido de namoro tivesse acontecido, se eu tivesse contado a verdade, se eu morasse em Ribeirão ainda. Mas agora, isso talvez já não fizesse sentido algum, eu nem ao menos sabia se ele ainda queria alguma coisa.

Briguei com o Titi, tentei convencer meu pai, mas na realidade a parte mais difícil seria reconquistar a confiança dele.  

Em meio a tudo isso, a razão se esforçava para me lembrar que a situação ia muito alem do sentimento de uma adolescente apaixonada. Era egoísmo meu colocar a carreira e a vida dele em perigo. As vezes o certo seria eu abrir mão dele, exatamente porque eu o amava.

—-

Estava em meio a uma floresta escura, fazia frio, mas eu curiosamente me encontrava de pijama curto, todos meus pelos do corpo estavam arrepiados, a única coisa que eu queria era encontrar algum lugar conhecido, corria desesperada quando pela terceira vez ouvi um apito alto vindo de longe, continuei a correr na direção do barulho esperando encontrar alguém e só quando o escutei novamente que acordei assustada respirando profundamente. Demorei até adaptar a vista a claridade que vinha pela janela, com um tapa desliguei o despertador que tocava pela quinta vez e chequei a hora com um tédio fora do normal, eram 6h00 da manhã, segunda feira, dia de ir pra aula e encarar a sociedade, depois de dois dias trancada no quarto.

O final de semana tinha sido melancólico, sem noticias do Cebola, sem animo, e convencendo minha mãe de que ela não precisava desistir de tudo lá para me acudir aqui, já que meu pai a ligou e contou tudo. Além disso, tive que encarar minhas tias que vieram em casa nos visitar e a presença ilustre do Titi que, não sei por qual motivo, não saiu nem para ver a namorada.

Me mantive o mais longe dele que consegui e não o dirigi a palavra nem para agradecer por ter tentado me ajudar, afinal, o problema era realmente meu e ele não tinha nada a ver com isso, sem contar que me magoei muito com tudo que ele me disse. Mostrei-me sem saco durante o almoço inteiro do sábado e afirmei pelo menos trinta vezes que não queria os acompanhar ao teatro a noite para conseguir me trancar e chorar minhas magoas no quarto.

Resumindo bem, minha dor continuava ali, intacta, e naquela segunda não mudaria. Alias, piorou quando cheguei à escola e vi um amontoado de gente do terceiro em cima do quadro de avisos. Era claro, com tudo que aconteceu eu tinha me esquecido totalmente que nossos times de vôlei e futebol já estariam lá estampados no quadro conforme o combinado com a classe. Isso me faria passar mais tempo ainda ao lado do Cebola o que não parecia muito bom naquele momento, pelo menos valeria a pena pelo fato do vôlei me distrair bastante e eu realmente gostar de jogar. Esse era um dos meus propósitos quando entrei no colégio, participar do time.

Sabia que meu nome estaria ali, não por me achar melhor do que os outros, mas era realmente boa no esporte, havia me destacado na avaliação e a sala inteira tinha visto isso junto com ele.

Caminhei cabisbaixa até o local e esperei um pouco para conseguir checar os nomes, Denise que veio o caminho inteiro em silêncio, como se compreendesse que eu não queria conversar, já abria espaço entre as pessoas para chegar ao quadro e postar em primeira mão os dois times do colégio estreando o espaço exclusivo para as olimpíadas no jornal.

Aproveitei a fila de alunos que foi saindo da frente e fui me enfiando por entre a multidão, quando finalmente consegui visualizar o quadro, vi o nome do coordenador dos times estampado logo no início, senti um nó nas minhas entranhas. “Olimpíada intercolegial coordenada pelo professor Cebolácio Menezes”.

Li nome por nome, de cima a baixo e não encontrei o meu, reli para ter certeza e confirmei assim que cheguei ao último pela terceira vez, eu definitivamente não estava classificada.

Parei por alguns segundos, inconsciente analisando a lista e vi que a Maria, o Fabio e uma menina que também jogava muito bem, estavam no time que era misto.

— Ueh, cadê seu nome ai? – Maria perguntou me empurrando um pouco.

— É... Acho que não fui classificada – Comentei sem graça tentando sair de lá.

— Como não? Você é a melhor jogadora da sala, acho que isso ficou claro pra todo mundo – Ela comentou indignada caminhando ao meu lado.

— Não exagera, nem é pra tanto, o time está ótimo, você é muito boa, o Fabio também, a clarinha e o Paulo são ótimos – Respondi tentando não mostrar decepção, amava jogar o esporte.

— Acho que tem gente confundindo o pessoal com o profissional isso sim, vou ter uma conversinha com ele – Ela comentou sentando em sua carteira.

— Deixa isso pra lá Maria, é só um campeonato – Conclui abrindo meu caderno de matemática.

— Se você diz...

—-

POV Cebola

Cheguei exausto na faculdade naquela segunda feira, depois de preencher todos os formulários do colégio tive que preencher mais um monte das olimpíadas. Alias fui mais cedo para lá justamente para colocar a lista de classificação no painel. Já tinha decidido o time, mas mudei de última hora, tentei pensar no bem de todos.

Meu final de semana foi normal, nada demais. Resolvi passar a maior parte do tempo treinando, alternei entre academia e corridas no parque, a noite montei esquemas de aulas, revisei matérias da faculdade e ocupei minha mente em grande parte do tempo. Também aproveitei para fazer a aula de Box do sábado e quase abri meu pulso de tanto forçar os golpes, acho que estava com isso engasgado. Não atendi duas ligações do Titi, acredito que ele tenha entendido que não queria contato, não naquele momento, porque também não mais insistiu.

Por mim teria faltado a aula naquele dia, mas em ano de TCC não podemos de forma alguma vacilar. Entrei de cara fechada na sala, algumas pessoas que presenciaram a briga do lado de fora na sexta me olharam, mas rapidamente tornaram a desviar, eu definitivamente não estava no meu melhor dia e a expressão de mau humor estava estampada na minha cara.

Vi o Titi sentando do outro lado da sala, e com um susto o Cascão ocupando a carteira ao meu lado.

— E ae careca, como está? Sumiu no final de semana cara, nem foi no fut domingo – Ele comentou me cumprimentando com um aperto de mãos.

— Estava ocupado Cas, pode-se dizer que já estive melhor, mas tranqüilo – Respondi forçando um sorriso.

— Sinto muito pelo que aconteceu, ninguém adivinharia uma coisa dessas – Ele tentou me aconselhar.

— Não mesmo, mas já passou, não quero mais lembrar disso – Cortei o assunto, tinha decidido apagar isso da minha cabeça o quanto antes.

— E como vai fazer com o colégio? – Ele me perguntou provavelmente acreditando que eu levaria a diante meu envolvimento com a Monica.

— Vou continuar minhas aulas normalmente, inclusive para facilitar a tirei do time do campeonato, acho que será melhor assim para nós dois. Não vou levar isso a diante, além de atrapalhar a vida acadêmica dela, que ainda tem a faculdade e muitas coisas pela frente, eu prejudicaria a minha também – Contei forçando ao máximo para parecer tranqüilo com a decisão.

— Você tirou ela do time? – Ele me perguntou em protesto, como se processasse lentamente a informação – Não acredito cara, que vacilo.

— Ué, vacilo por quê? Bem melhor assim, pelo menos não vamos passar mais tempo ainda juntos – Me defendi.

— Ela não era ótima no vôlei? Isso é injustiça Cebola, e se eu bem te conheço, você não é assim – Ele concluiu se ajeitando na cadeira assim que o professor entrou em classe.

Tornei a pensar imediatamente na decisão que já tinha tomado, no momento de raiva me pareceu a melhor coisa a se fazer, mas ouvindo o Cascão jogar na cara dessa forma, realmente não era justo não a convocar.

Olhei rapidamente para o Titi e reparei em como ele parecia preocupado, se não o conhecesse bem acharia até que estava chateado, coisa que era muito difícil acontecer.

—-

POV Monica

Cheguei em casa esperando impacientemente meu pai, queria conversar com ele e não sossegaria até que conseguisse.

Mesmo após tomar banho, comer, lavar a louça, assistir alguns programas e estudar, ainda demorou cerca de uma hora para ele abrir a porta com sua maleta. Dei um pulo do sofá.

— Oi Monica, tudo bem? – Me perguntou surpreso, eu sempre estava no quarto quando ele chegava.

— Tudo papi e você? Preciso te pedir uma coisa – Falei rapidamente o estendendo um papel.

— O que é isso? – Ele perguntou distanciando um pouco a folha para uma melhor visualização. – Desistência de matéria?

— É pai, um termo de desistência da matéria do Cebola, peguei com a diretora da escola, se é para eu o esquecer, que seja de vez – Conclui decidida.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
O que será que o Cebola fará quando souber dessa decisão da Monica????
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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