A Assassina e o Alquimista escrita por Lilás


Capítulo 35
Não se trata de anjos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Eu disse que só postaria amanhã, mas eu sou muito ansiosa e o capítulo estava pronto tem bastante tempo. Se eu ficar mais tempo olhando para ele, vou achar um milhão de defeitos. Inclusive, esses dias de folga serviram para adiantar alguns capítulos e, felizmente, estamos perto do fim. Aleluia!
Bom, o capítulo de hoje pode parecer um delírio da minha parte porém, quando eu estava assistindo AGK, parecia bem provável. Não sei. Digam vocês se é maluquice ou não.



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— Caramba, Edward!! – Fuery se inclinou para frente para olhar o ex-alquimista melhor – Você brigou feio mesmo com os rebeldes, heim?

— Bom – o nariz já estava sangrando bem menos, mas Edward tentava escondê-lo com a mão – foi aquela assassina selvagem que amassou meu nariz com um soco.

— Quem? A subtenente? Ela desfigurou seu rosto com um soco só? – Breda arregalou os olhos, espantado – Ficou mais feio do que já é.

— Com essa, já é a segunda vez que ela bate em você, não é, Edward? – Havoc se aproximou.

— Na verdade, é a terceira vez – Winry corrigiu – Lembra-se daquela vez que você perdeu a aposta dos pratos?

— Terceira vez?! – Fuery repetiu – Assim fica difícil te defender, Edward.

Eles ainda estavam no estádio parcialmente destruído de Xing. Não se passara nem meia hora que os soldados da generala Armstrong e os guardas reais haviam conseguido controlar a situação. Muitos feridos aguardavam atendimento médico nos mesmos lugares e não se tinha uma visão clara do estrago.

— Ela me pegou desprevenido, está bem?! – se Edward levantasse a voz uma oitava acima, a hemorragia voltaria com toda força – E vocês?! Não tem mais nada o que fazer, não?!

Antes de Fuery responder a fala desaforada de Edward, eles viram May se aproximando deles e amparando Asami que caminhava com dificuldade.

— Vocês estão bem? – Winry perguntou, preocupada.

— Vou sobreviver – Asami disse com uma voz rouca, um pouco encurvada e segurando a barriga, enquanto limpava uma pequena mancha de sangue que escorria no canto de sua boca.

— Fiz os primeiros socorros – May a ajudou a sentar em um bloco de pedra no meio dos destroços, com o auxílio de Winry e Havoc – Mas não pode fazer muito esforço. Ainda precisa de um médico de verdade.

Asami abanou a cabeça em agradecimento.

— Se você puder – Winry virou-se para May – pode curar o nariz do Ed, por favor?

— O que aconteceu, Edward-san? – May arregalou os olhos para ele – Seu nariz está parecendo uma batata!!

— Você não viu? – Edward se espantou, enrugando a testa em desagrado por causa da comparação – Um ato de selvageria contra mim... AAAAAAAAAIIIII!!!

May aproveitou que Edward estava distraído e, em um movimento muito rápido, segurou o nariz de Edward e o puxou para o lugar certo. Eles ouviram um barulho horrível de estalo mas, ao final, o nariz de Edward estava com uma forma mais parecida a sua aparência normal.

— Você quer me aleijar de vez?!! – Edward se contorceu de dor e levou imediatamente a mão ao nariz – Espera... Parou de sangrar. O... Obrigado, May.

— De nada – May assentiu – Eu usei a Rentanjutsu para estancar o sangramento. Mas não abuse.

Agora que podia mexer a cabeça normalmente, Edward começou a prestar atenção em outra coisa. Dali onde estavam, ele conseguia ouvir os gritos da generala Armstrong. Parecia que ela estava reclamando com alguém.

— Eu mandei alinhar aqui na minha frente – ela berrava, andando de um lado a outro, enquanto seus soldados davam pressa para os inimigos capturados e desarmados sentarem no chão, com as mãos na nuca, organizados da forma que sua generala mandou – Eu vou perguntar só uma vez. Além do Kalin, quem estava comandando essa merda?

Os prisioneiros continuaram sentados e calados.

— Você aí – Olivier apontou para um jovem e o tenente Schönberg pega o rapaz pelo colarinho, forçando-o a ficar em pé – Quem estava comandando a operação?

— Não sei, não, senhora – o jovem responde, apressadamente, sem levantar os olhos.

— Não sabe?!! – a generala Armstrong solta uma exagerada exclamação de espanto – Quer dizer que uma pessoa te recruta para uma missão suicida e você não sabe? – ela segura o rapaz pelo colarinho e com a outra mão quase encosta o dedo no nariz dele – Você sabe, sim!! Fala!!

Hesitando um pouco, o rapaz levanta o dedo e aponta para um homem alto e magro no meio do grupo. Yin Kuo tentou se encolher no meio da multidão, mas foi puxado para frente do grupo pelas mãos musculosas de dois soldados amestrinos. O rapaz indicou também outro homem mais baixo e gordo e Quon Zhao foi colocado ao lado de Yin.

— Muito bem – a generala falou com a voz aparentemente mais calma – Onde está o líder de vocês? Para onde o Kalin fugiu?

— Nós não sabemos – Quon respondeu, ligeiro.

— Vocês todos foram capturados – Olivier cruzou os braços – Podem pegar muitos anos na prisão mas, se resolverem nos ajudar, podemos fazer um acordo. De que adianta continuar defendendo um líder que abandonou vocês e fugiu tão covardemente pela segunda vez?

— É verdade, senhora – Yin falou um pouco mais alto que Quon – Nós não sabemos.

— Ora, essa – Olivier usou um tom sombrio – Vocês querem que a gente pegue pesado...

— Generala Armstrong – Edward andou até o grupo, seguido por Winry, Havoc, Breda e o major Armstrong, que acabara de aparecer com a farda do time de Brek toda esfarrapada e com alguns machucados leves pelos seus braços musculosos – Eles realmente não sabem, mas nós sabemos – Edward fica imediatamente sério e faz um esforço para falar – Ele e o Alphonse foram puxados para o domínio da Verdade.

— Então – Asami apareceu ao lado deles, sendo amparada por Fuery e May – foi isso que aconteceu com meu irmão?

— Infelizmente – Edward se vira para ela – Não podemos fazer nada por enquanto, a não ser esperar a hora deles voltarem...

Uma luz ofuscante interrompeu Edward e, logo em seguida, eles ouviram um grito medonho. Sem conseguir se aguentar de tanta ansiedade, Edward correu na direção da luz e encontrou Kalin caído no chão em uma pose grotesca. Aparentemente, não faltava nada no corpo de Kalin e Edward não estava nem um pouco preocupado com isso.

— Onde está o Alphonse? – Edward se apressou a dizer – Onde foi parar o meu irmão?

— O que vocês fizeram comigo? – Kalin berrou, ainda largado no chão – Que bruxaria é essa?

— Anda! Fala – Edward não deu importância às suas queixas – O que aconteceu lá na Verdade?

— Eu não consigo... – Kalin começou a choramingar – Eu não consigo me mexer. Eu não consigo sentir meu corpo!!

A revelação provocou algumas exclamações de surpresa dos presentes e todos ficaram sem reação. Kalin continuava a praguejar e a choramingar, mexendo apenas o pescoço e a cabeça.

— Malditos! – grossas lágrimas escorriam dos olhos de Kalin – Olhem o que fizeram comigo?!!

— Eles... eles não fizeram nada – Asami suspirou, com pesar – Você procurou por isso.

— Ele... ele não voltou – Edward encarava um ponto no infinito e falava para si mesmo. Suas pernas cederam e ele caiu de joelhos.

— Ed – Winry segurou-o pelos ombros – Ele vai conseguir voltar. Akame-chan vai trazê-lo de volta como ela prometeu. Você vai ver!

Nem mesmo as palavras consoladoras de Winry deixaram Edward mais tranquilo. Ele não conseguiria parar de pensar onde poderia estar Alphonse e se amaldiçoava por não ser capaz de fazer nada no momento.

***************************

A aparência era de uma selva tenebrosa no meio da noite e, mesmo com aquela gigantesca coluna de fogo, não era possível enxergar nada nitidamente. O fedor de enxofre misturado com carne queimada era intenso, porém uma pessoa caminhava calmamente em meio às chamas escaldantes. Aliás, Akame só teve sua marcha interrompida por causa do aparecimento de uma figura intimidadora no meio de seu caminho.

O estranho usava uma imponente armadura samurai, com detalhes em preto e vermelho, e media, no mínimo, três metros de altura. O capacete cobria totalmente seu rosto, deixando-o com um aspecto mais assustador. Ele parou na frente de Akame com os braços cruzados, interrompendo seu avanço.

— Há quanto tempo, Akame – a voz metálica do samurai ecoou como um trovão.

— Preferia que continuasse assim – Akame deu as costas para ele.

— Assim você me magoa, Kame-Kame-chan – ele faz uma falsa voz entristecida – Ei! Ei! Não vai nem querer saber por que eu trouxe Alphonse Elric para cá?

Akame já estava quase saindo, mas deu meia-volta com essas palavras.

— Então, foi você mesmo – ela concluiu.

— O que eu poderia fazer? – o samurai encolhe os ombros – Você se recusava a vir aqui me visitar. Pensei até em mudar a decoração para te agradar. Vou comprar umas “coisinhas de menina” – ele fez o sinal de aspas com os dedos – O que Vossa Excelência acha?

— Não estou com tempo para brincadeiras – Akame devolveu, irritada.

— Calminha aí, Kame-chan – o samurai diminuiu de tamanho, ficando quase da mesma altura de Akame, e segurou suavemente no braço da garota – Eu posso te chamar assim, não é, chefia? Você nem vai perguntar o que eu quero?

— Está bem – Akame deu um longo suspiro – O que você quer, Murasame?

— Apenas o melhor para você – ele diz em um tom fingido – Sabe, eu sei que você não aceitou bem o meu presente. O que é estranho porque você virou a maior badass do pedaço. Não que você já não fosse, é claro, mas ficou mais ainda. Eu sei, eu sei. Você vai dizer que o preço a pagar é muito alto, mas você não leu as letras miúdas?

— O que você – Akame falava cada palavra com grandes pausas – quer com o Alphonse-sama?

— Só coisas boas – Murasame se inclinou para Akame e ela tinha certeza que ele estava sorrindo sob o elmo – Você sabia que ele já conviveu com a Verdade Suprema do Universo? Passou uma longa temporada lá. Acredito que nem Alphonse Elric tem noção do quanto a mente dele deve ter absorvido nesse período. Tenho até planos para colocar todo esse conhecimento para fora – ele olhava para o alto como se estivesse pensando, porém vira-se de súbito para Akame – E é aí que você entra.

— Como é que é? – Akame enruga a testa.

— Bom, Aphonse Elric pertence ao mundo dos humanos – Murasame meneou a cabeça – Eu não posso tocar em nem um único fio daquela cabeleira loira, mas você pode mudar essa situação. Eu estou sendo até razoável. Se fosse outro, teria exigido que você fosse em um cemitério, à noite, todo mundo vestido de preto, com aquelas velas fedorentas, feito alguma dançinha ridícula, mas não – ele gesticulava muito enquanto falava – Tudo que eu peço é que você faça um corte, um cortezinho de nada com a nossa espada, na ponta do dedinho de Alphonse Elric. Ele nem vai sentir...

— Por que você acha que eu faria uma loucura dessas? – ela perguntou, sem alterar a voz.

— Você já quase fez isso, heim? – Murasame falou, insinuante – Quase o matou por nada, não é? Espero que você não tenha mudado de atitude só porque fez “amizade” – e ele fez o sinal de aspas com os dedos – com o alvo. Você já foi mais profissional, sabia? Mesmo assim, você é o meu orgulho, garota. Nós somos muito parecidos. Somos feitos do mesmo material...

— Não – Akame o interrompeu – Não somos parecidos. Eu sou humana.

— Não por muito tempo, eu presumo – Murasame completou – Pelo andar da carruagem, não deve demorar muito para seu lado fraco ser consumido e você vire...

— Eu vire um demônio – Akame suspirou, mais para si mesma do que para Murasame.

— Eu prefiro o termo “mediador entre deuses e homens”. Você não?

— Esqueça – Akame virou o rosto – Eu não vou fazer isso.

— Ora essa, Kame-chan – Murasame a chamou – Escute minha proposta. Eu, de bom grado, cederei você em troca de Alphonse Elric. Não é isso que você mais quer? Voltar a ser humana?

— Está falando sério? – Akame voltou-se para Murasame com os olhos arregalados – E você pode fazer isso?

— Nunca ouviu a expressão “bode-expiatório”? – Murasame respondeu – Uma alma pura e inocente em troca de outra degenerada – e acrescentou, rapidamente – Não que eu esteja chamando a senhorita de degenerada.

— Está sugerindo que eu use Alphonse-sama como moeda de troca?

— E que Alphonse Elric tão brilhantemente chamou de Troca Equivalente – ele assentiu.

— Você me fez segui-lo pelo deserto e vir até o país de origem do Alphonse-sama já pensando em tudo isso? – Akame perguntou, incrédula.

— Se você tivesse falado comigo antes, eu teria esclarecido tudo – Murasame meneou a cabeça – Tá bem. Isso é uma mentira. Eu, provavelmente, só teria incitado você a matá-lo mesmo. Mas aquele garoto não me ajuda. Ele é sempre tão bonzinho. Como você aguenta? Eu não tenho muita paciência para esse papo chato dele de que todas as pessoas têm direito à vida, até mesmo aqueles que só existem para fazer peso no mundo e gastar o oxigênio...

— E você provocou os amestrinos para invadirem Xing e começarem uma guerra? – Akame cortou sua fala.

— Sabe como é, não é? O peso da maldição acaba atraindo essas coisas. É só para não perder o hábito. Se bem que nem precisei me esforçar muito para os amestrinos entrarem em uma guerra. Ô povinho que gosta de uma briga! Gostei deles – Murasame encolheu os ombros – Mas guerra é guerra, não é? Algumas pessoas morrem para animar as coisas, mas isso não te interessa. Afinal, o que você tem a ver com elas? – ele passa um braço por cima dos ombros de Akame – Mas nossa conversa aqui é outra. Estávamos falando de fazer a tal Troca Equivalente...

— Não confio em você – Akame tirou o braço de Murasame de cima de seus ombros e cruzou os braços – Quem garante que tudo não é mais um dos seus truques?

— Como ousa duvidar dos mais velhos, Akame-sama? Não foi esse tipo de educação que Gozuki te deu – pela primeira vez, Murasame assumiu uma postura séria – Está bem. Façamos um Pacto de Sangue, então – ele estendeu a mão na direção da garota, no entanto ela não a apertou – O que foi, ojou-sama? Você sabe que nem eu posso quebrar um Pacto de Sangue.

— Não disse que aceitaria – ela falou, firme – Você está pedindo algo grave. Quer que eu troque uma vida por outra?

— Nada muito diferente do que você já faz – Murasame meneia novamente a cabeça – Aliás, o Alphonse Elric é tão bonzinho que, se você pedisse com jeitinho, eu tenho certeza que ele aceitaria se sacrificar para que você voltasse à humanidade. Ele tem um talento natural para servir de sacrifício, entende? Mas, me diga, Akame, desde quando você se importa com essa bobagem de “nenhuma vida humana é insubstituível”? – ele fala com desdém – Não concorda que, às vezes, é preciso um pouco de derramamento de sangue para as rodas do mundo girarem? Não foi com esse pensamento que você participou da revolução no Império?

— Estou repensando algumas coisas – Akame coçou o queixo – Conheci uma pessoa com uma força de vontade incrível. Não nos damos muito bem, mas tenho que admitir que admiro sua força de vontade em nunca desistir quando acha que está fazendo a coisa certa para o bem de outra pessoa. Até mesmo se for alguém que ele nem conhece.

— Olhem só – Murasame abriu os braços como se estivesse falando para uma plateia, usando o mesmo tom debochado de antes – Akame da Espada Demoníaca fingindo que tem um coração nobre! Pare com isso – ele apontou para ela com uma expressão acusadora – Nem você acredita nesse seu teatrinho. Por que você acha que você não morreu com o veneno da espada? Quantas pessoas você já matou, heim? O que faz de você diferente de mim?

— Eu tenho chance de melhorar e evoluir – Akame respondeu – Ao contrário de você.

— É por causa dessa vantagem ridícula que você prefere continuar mortal? – Murasame ria debochadamente – Não entendo mesmo você. Podendo viver para sempre e abandonar toda essa pieguice e hipocrisia dos humanos...

— E perco também a capacidade de ter qualquer sentimento positivo – Akame continuou – Compaixão, gratidão, esperança, afeto...

— Todas essas inutilidades – Murasame abanou as mãos – Você vai esquecer completamente o que é culpa, por exemplo. Não é uma maravilha? Nunca mais sentir culpa pela morte da irmãzinha e de todos aqueles favelados que você chamava de amigos. É um preço razoável, convenhamos, por uma alma imortal.

— São menos desgraçados os homens em um corpo mortal – Akame falou com a cabeça baixa – Ao menos, os humanos podem descansar das misérias desse mundo no leito de morte.

— Hum, andou lendo os clássicos, Akame? – a voz de Murasame saiu cheia de sarcasmo, entretanto ele mudou de atitude ao ver Akame se afastar – Ei! Aonde você vai?

— Presumo que você não vai me dizer onde está Alphonse-sama – ela diz, sem parar de andar.

— Você tem que me ajudar a te ajudar, não é? – Murasame gritou de onde estava – E, sobre o nosso acordo com Alphonse Elric, não precisa responder agora, ouviu? Aguardarei ansiosamente pela sua resposta, ojou-chan.

— Depois eu penso na punição que você merece, Murasame – Akame acenou, ainda andando, de costas para ele.

***************************

Alphonse caminhava por um campo de flores no finalzinho da tarde. As plantas se balançavam ao sabor do vento e tocavam suavemente em seu quadril enquanto ele avançava pelo campo. Aquele lugar lhe parecia estranhamente familiar e lhe trazia uma paz indescritível. O canto dos passarinhos e o vento passando veloz por ele eram suas únicas companhias. Alphonse jogou a cabeça para trás e contemplou o preguiçoso sol de fim de tarde.

— Alphonse?

Alphonse ofegou ao ouvir essa voz e suspendeu os olhos. Uma mulher sorridente acenava para ele um pouco mais a frente. Ele mal podia acreditar no que estava vendo.

Ele ficou sem reação no começo até que, com lágrimas escorrendo pelo rosto, Alphonse forçou suas pernas a andarem novamente. Inicialmente, andando bem devagar e ganhando velocidade a cada passo. Ao final, ele corria para abraçar sua mãe, Trisha Elric.

— Alphonse – Trisha se assustou com o abraço exagerado do seu caçula e os dois acabaram caindo ao chão – Cuidado, querido. Eu não aguento mais te carregar – ela sorria abertamente. Obviamente, Trisha não conseguiria suportar o peso de Alphonse porque ele havia crescido e estava bem maior que a mãe.

Alphonse nem conseguia falar. Apenas chorava e ria, abraçando bem forte sua mãe.

— Heim, Alphonse? – Trisha olhou preocupada para ele – Está tudo bem, filho?

— Que barulheira é essa? – Alphonse olhou para onde vinha a voz e o corpo robusto de Von Hohenheim surgiu na porta da casa da família e andou até o filho e a esposa caídos no chão – Alphonse, eu sei que você adora sua mãe, mas ela também precisa respirar.

— Deixa ele – Trisha sorriu – Alphonse sempre foi mais carinhoso que o Edward. É normal que ele fique assim.

— Mas ele deveria... – ninguém soube o que Alphonse deveria fazer porque a fala de Hohenheim foi interrompida quando Alphonse o puxou para abraçá-lo e o pai caiu ao lado dos dois. Os três Elric riram com o tombo e se abraçaram, apreciando aquele momento tão familiar entre eles. As risadas dos três podiam ser ouvidas à distância.


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Notas finais do capítulo

Soube por esses dias que o mangá de AGK deve acabar mês que vem ou em janeiro. Estou pensando em fazer uma pequena homenagem.
Tem uma parte aí em cima em que Murasame pergunta se Akame leu os clássicos. É porque, na fala anterior, ela está parafraseando o filósofo neoplatônico Plotino, citado por Santo Agostinho em "A Cidade de Deus" (não é o filme, e sim, um livro grosso pra caramba), mostrando que Akame é uma profunda conhecedora do pensamento filosófico ocidental (cof cof cof). Inclusive, o termo "mediador entre deuses e homens" vem desse livro.
Aviso final: Murasame é samurai, ou seja, ele é mestre em artes voadoras ninjas e consegue fazer coisas bem apelonas como pegar uma mosca em pleno voo usando hashi (aqueles palitinhos que usam para comer). Ofenda a honra dele nos comentários e ele te retalhará. É sério.



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