A Assassina e o Alquimista escrita por Lilás


Capítulo 20
Um caminho de incertezas


Notas iniciais do capítulo

Oi mais uma vez. Não trago boas notícias. Essa semana foi um sufoco. A prova disso é que eu só consegui fazer a atualização de terça quase meia-noite. Provavelmente, na próxima semana, eu só vou poder fazer uma atualização, ao invés das duas habituais. Mas eu ainda vou confirmar isso. Vai depender de umas coisas que eu preciso resolver.



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Kalin Weng juntou as mãos para pegar a água de uma pequena bacia e jogou no próprio rosto. Ele esfregou os olhos e alisou a barba rala. O dia estava muito quente e não havia muitas formas de se refrescar. Aliás, o calor era o menor de seus problemas. Há dias estavam acampados naquele fim de mundo. Penou tanto para conseguir reunir uma quantidade considerável de aliados e marchou por meses pelo deserto e por áreas campestres para tomar seu lugar de direito no trono de Xing, até barrarem na resistência daqueles estrangeiros endiabrados. Apesar de estar em menor número, o inimigo era ardiloso, bem treinado e bem armado. Enquanto nem todos os seus soldados possuíam rifles e fuzis, e os que tinham estavam velhos e/ou defeituosos, os soldados do outro lado das trincheiras eram exímios em pontaria e usavam as melhores armas já fabricadas. Malditos amestrinos!

— Deseja alguma coisa, senhor? – Jin Li, o “ajudante de ordens” de Kalin, entrou em sua tenda quando ele enxugava o rosto em uma toalha.

— Sim – Kalin alisou novamente a barba – Chame Yin e Quon aqui imediatamente. Preciso conversar urgente com eles.

Li fez uma breve reverência e saiu apressado. Voltou poucos minutos depois na companhia de um homem alto com um grande nariz e um outro de estatura mediana e um pouco corpulento.

— Mandou chamar, senhor? – o rapaz alto fez uma mesura.

— Quero saber como está a situação atual, Yin – Kalin respondeu – Soube que chegaram reforços no Exército Amestrino.

— Sim, meu senhor – Yin confirmou com a cabeça – Nossos sentinelas disseram ter visto ao longe a chegada dos reforços. O mais preocupante é que eles disseram ter visto aquele Alquimista das Chamas entre eles.

— O Alquimista das Chamas?! – Kalin se assustou – Aquele sujeito sozinho praticamente devastou a população de Ishval!!

— Essa é a grande preocupação, senhor – Quon completou – Mas, todos nós sabemos bem quem é o Alquimista das Chamas porque acompanhamos a situação política do país. Já avisei aos soldados que aquele que conseguir matar Roy Mustang receberá uma gratificação generosa.

Yin Kuo e Quon Zhao eram os principais conselheiros de Kalin. Yin era o responsável pelos armamentos e o treinamento dos novos guerrilheiros. Quon era encarregado das estratégias e toda a parte operacional da guerra, além de ser um destacado líder religioso.

— Precisamos evitar a aproximação – Kalin coçou a barba, pensativo – O poder de fogo dele é poderoso, porém em uma curta distância.

— Mas isso não é tudo, senhor – Yin adiantou-se – Soube que ele não é o único Alquimista Federal aqui. Chamaram outros deles, inclusive aquele que já estava aposentado, o famoso Alquimista do Aço, Edward Elric.

— O que esses demônios louros estão planejando? – Kalin falou consigo mesmo – Eu ouvi falar desse tal de Edward Elric. Ele não chegou a participar da Guerra de Ishval, mas soube que ele realizou grandes prodígios. Ele é um alquimista talentoso.

— Não se preocupe, senhor – Quon juntou as mãos em frente ao corpo – Estamos fazendo grandes avanços com os manuscritos do profeta do leste. Estamos perto de desvendar os segredos da Alquimia de Amestris. Iremos usar o maior trunfo deles contra eles mesmos.

— Isso é bom – Kalin sorriu – Mas, precisamos nos apressar. E, quanto a isso, o carregamento do novo armamento já chegou?

— Está quase tudo pronto, senhor – Yin retribuiu o sorriso – Mas aconselho a usarmos uma distração para eles não perceberem nossos movimentos.

— Quon cuidará disso – Kalin deu as costas para os dois e se dirigiu novamente para a bacia de água no canto da tenda.

***************************

A hora do almoço era o momento favorito do Edward para implicar com Akame. Se queixar em voz alta por causa da quantidade de comida que a assassina pegava era a reclamação mais comum. Akame lançava um olhar indiferente para Edward e não parecia incomodada com suas queixas. Quem se chateava com isso eram as pessoas que estavam em volta. Isso poderia ser facilmente resolvido colocando os dois bem longe um do outro. Entretanto, só para contrariar, Edward era quem geralmente ficava no encalço como um cão perdigueiro.

A maior parte da ração diária do exército era enlatada e, para o desgosto de Akame, a carne era escassa. Apesar disso, Mustang pediu a general Armstrong para alimentar bem seus novos recrutas porque eles poderiam ser decisivos para a batalha. Olivier não deu muito crédito mas, afinal, ele era o Führer. Provisório, Olivier fazia questão de frisar, contudo ainda era o Führer.

— Tem pessoas que não tem consciência pelos outros – Edward alfinetou – A comida é pouca, no entanto alguns comem como se não houvesse o amanhã. Eu prefiro comer bem menos para dar para todos, aliás, eu sempre tive essa preocupação. Não estou na minha casa para ficar me entupindo de comida. Comer menos é também um indício de boa educação.

— Por isso, você não cresceu – Akame rebateu, sem parar de comer.

— CUMÉQUIÉ? – Edward esqueceu-se da educação.

Era impressão sua ou Edward sentiu um leve, quase imperceptível, tom de zombaria na fala da assassina?

Próximo a eles, Havoc começou a tossir. Na verdade, Edward sabia bem que o safado estava tentando disfarçar, e muito mal, uma risadinha.

— Ei, Edward – Breda chamou a atenção – Não é permitido tumultos aqui. Se você quiser fazer um showzinho, arranje outro lugar. E outra pessoa também. O general Mustang não vai gostar nem um pouco de saber que você está aborrecendo a subtenente.

Será que todo mundo ficou louco? Edward não conseguia entender porque todos estavam contra ele quando o assunto era Akame. Ele não confiava nela, isso era um fato. Edward não sabia dizer o que, mas havia algo muito errado. Akame escondia algo, até mesmo do Alphonse.

— Tudo bem – Edward suspirou, levantando de seu lugar – O ar aqui está ficando difícil de respirar mesmo.

Contudo, Edward não aguentou ficar muito tempo quieto. Volta e meia, ele passava, sem querer querendo, perto de onde Akame estava e soltava uma de suas pérolas. Akame o ignorava todas as vezes e era isso que o deixava mais irritado.

Um pouco mais tarde, Akame disse para Mustang que, se ele quisesse, ela poderia resolver o problema da falta de carne. Ele deveria dar ao menos uma hora para ela resolver a questão.

— Essa eu quero ver – Edward desafiou.

Akame não havia dito, mas Edward tinha certeza que o sonho da vida dela era ser dona de um açougue. Mas reabastecer o estoque de carne de um regimento militar inteirinho em uma hora? Isso já era um pouco demais.

Quarenta minutos depois, Edward viu Akame receber congratulações dos soldados ao voltar para o acampamento com uma quantidade de carne que era fisicamente impossível dela ter carregado tudo sozinha. E que diabos de animal era aquele que ela caçou?! Um dinossauro?!

— Mas será que ninguém vê que ela não é normal?! – Edward perdeu a paciência pela vigésima vez naquele dia e berrou com os soldados – Qual é o seu problema, heim? – ele andou na direção de Akame – Você pode enganar todo mundo aqui, mas eu não. Eu vou descobrir o que você está escondendo. E isso não vai demorar muito.

— Não sei do que você está falando... – Akame deteve-se por alguns segundos e olhou para os lados – Shhiiiiu!! Fique quieto.

— Não faz shiu para mim, não – Edward reclamou, raivoso – Não tenho medo de você. Quem é você para me mandar ficar...

Edward não terminou a frase porque uma explosão bem próxima de onde eles estavam levantou poeira e estilhaços para cima. Akame o empurrou para o chão e Edward se curvou para fugir da nuvem de poeira, tossindo muito.

— Um ataque!! – os soldados pularam, alarmados – Informem a general Armstrong!!

Os combatentes rebeldes estavam estranhamente quietos há dias e a general Armstrong suspeitava que eles estivessem planejando alguma coisa. O ataque foi realizado em uma trincheira bem perto do acampamento militar. Era possível ver uma coluna de fumaça elevando-se ao longe há uns três quilômetros de distância.

— Reúnam os soldados!! – a general Armstrong ordenou ao seu batalhão, em um tom autoritário – Enviem um destacamento para lá imediatamente.

— É para enviar todos os soldados disponíveis, general? – um dos soldados perguntou.

— Não. Envie apenas um pequeno destacamento – Olivier alisou o queixo, pensativa – Tenho fortes motivos para achar que isso é uma tática para desviar a atenção.

— General Armstrong, poupe seus homens – Mustang entrou no escritório improvisado da general em um rompante – Eu cuidarei de tudo sozinho.

— Não se atreva a sair daqui, Mustang – Olivier o repreendeu – A última coisa que eu quero é que você saia daqui para morrer de forma tão estúpida. Infelizmente, você é o novo Führer e, se você sair e levar uma bala na testa, não vai nos ajudar em nada. Certamente, os rebeldes já devem ter posicionado atiradores para abater qualquer coisa que lembre essa sua cara feia. Você pode ser o novo Führer, mas quem manda aqui sou eu e você não vai sair daqui sem minha autorização. Estamos entendidos?

— Eu saí de Amestris prometendo acabar de uma vez por todas com essa guerra – Mustang se exaltou – E cumprirei minha promessa!

— Então, use a cabeça, idiota – Olivier retrucou – Esse ataque não passa de uma distração e podemos resolver facilmente. Mandarei alguns dos meus homens e, se você realmente quiser ajudar, mande suas crianças no seu lugar. Mas, eu não vou me responsabilizar pelas mortes deles. Foi você quem os trouxe para cá.

— Bem pensado, general – Mustang deu um meio sorriso – Enviarei os dois novos recrutas e você poderá observar os dois em ação.

— Faça isso, mas ande logo – Olivier abana uma mão em um sinal para Mustang sair de seu escritório. Ela esperou alguns minutos após a saída do general para chamar um dos soldados – Schönberg, venha aqui um minuto.

Nem todos os soldados que já estavam lá com a generala Armstrong eram de Briggs. A maioria deles era da Divisão Leste ou do Sul. O tenente Erich Schönberg era um dos soldados de Briggs e, por isso, era de confiança para a generala.

— Quero que você vá junto nesse destacamento, Schönberg – a general explicou após o subordinado bater continência – Observe esses dois recrutas. Quero saber o que esse preguiçoso tem na cabeça. Não confio nada nas escolhas de Mustang.

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Os soldados de Amestris se organizaram em questão de minutos. Foi uma correria para pegar as armas e juntar o pessoal, mas tudo foi feito sistematicamente e o primeiro grupo de soldados partiu rapidamente em cavalos na direção da confusão de explosões e tiros.

Akame e Wave preparavam seus cavalos porque o próximo grupo a sair seria o deles. Eles haviam recebido o rifle de assalto padrão das tropas amestrinas e duas pistolas calibre .45 cada um, apesar de nenhum dos dois gostar de usar armas de fogo. Os dois sempre preferiam usar suas Teigus antes de qualquer coisa.

Akame parou de mexer na sela do cavalo quando percebeu que havia alguém atrás dela. Ela olhou por cima do ombro e viu Alphonse parado a poucos passos de distância com uma expressão confusa no rosto.

— Soube que você está indo para as trincheiras da linha de frente – ele começou, um pouco receoso – Imaginei que ficaria com fome, então trouxe isso – e estendeu um pequeno embrulho. Alphonse sabia quais eram os doces favoritos de Akame e ela curvou o canto da boca em um sorriso discreto quando olhou para o interior do embrulho.

Dificilmente, Akame fazia um gesto não calculado, porém ela agiu em um impulso e jogou os braços ao redor do pescoço de Alphonse. Ele se assustou com a atitude e deu um passo para trás. Akame percebeu a reação esquiva de Alphonse e o fato de ele não ter retribuído o abraço, se afastou lentamente e o encarou como quem espera por uma explicação.

— Não quero atrapalhar você – Alphonse forçou um sorriso – Vejo você mais tarde – e beijou rapidamente a bochecha de Akame.

Akame não se convenceu com a explicação de Alphonse, mas não havia muito a ser feito agora. Seu grupo já estava sendo chamado para partir e ela montou no cavalo, ainda olhando para Alphonse com aquela mesma expressão estranha.

Ao som dos gritos das ordens dos soldados, os cavalos saíram em disparada, levantando uma camada de poeira. Alphonse continuou observando eles sumirem ao longe, juntamente com Akame. E ela o observava de volta.

***************************

Alphonse voltou para o hospital um pouco mais tarde do que o previsto. Disse para Edward que não demoraria, contudo não foi bem isso que aconteceu. Resolveu voltar antes que Edward pensasse que ele voltara à Resembool a pé e saísse para buscá-lo.

O hospital ficava estrategicamente próximo a um vilarejo de Xing, chamado Xiao Zhen, e um rio. Isso facilitava o abastecimento e a vigilância do hospital. Toda aquela área era considerada como a mais segura do acampamento militar amestrino.

Alphonse caminhava com as mãos no bolso até avistar May vindo do rio carregando um imenso jarro de água. Prontamente, ele apertou o passo e a alcançou sem demora.

— Eu ajudo você com isso, May – ele disse antes dela perceber sua presença.

— Não. Tudo bem, senhor Alphonse – May fez um gesto de dispensa, mas Alphonse não se deu por vencido e tomou o jarro das mãos de May.

— Eu não me sentiria bem em ver você fazendo esse esforço sozinha – ele se justificou.

Os dois caminharam silenciosamente até o interior do hospital onde Alphonse despejou a água em um barril. Eles precisavam daquela água para tratar os doentes e manter o local sempre limpo. Alphonse pegou um balde e ele e May voltaram ao rio para pegar mais água. Não falaram nada durante todo o trajeto. Alphonse chegou à margem do rio e olhou para o reflexo das águas antes de mergulhar o balde no rio e distorcer a sua imagem na superfície translúcida.

— Opa – Alphonse estava distraído demais e acabou escorregando nas pedras lisas da beirada. Caiu sentado na parte mais rasa do rio.

— Cuidado, senhor Alphonse – May prontamente correu para ajudá-lo e segurou sua mão.

— Obrigada, May – Alphonse sorriu, simpaticamente, enquanto May o puxava para fora do rio – Você é uma boa garota...

Ele parou na frente de May, pingando água dos cabelos e sorrindo discretamente.

— Senhor Alphonse – May sussurrou – precisa trocar de roupa para não se resfriar.

— É mesmo, não é? – ele sorriu e torceu a ponta da camisa para tirar o excesso de água.

May o levou de volta para o hospital, o fez se sentar de frente para ela e jogou uma toalha sobre os ombros de Alphonse. Com outra toalha, ela o ajudou a enxugar os cabelos. Alphonse observou May com curiosidade enquanto ela estava concentrada na tarefa.

— Hum... May? – ele arriscou chamá-la – Estive pensando. Você gosta realmente de mim, não é?

May parou de enxugar os cabelos de Alphonse e o encarou, sem dizer coisa alguma.

— É que... eu lembrei do casamento do Ed e da Winry – Alphonse recomeçou, um pouco indeciso – Bom, eles estão muito bem e eu achei que... talvez, deve ser bom ter alguém para confiar, não é?

— Tenho certeza que encontrará a pessoa certa, senhor Alphonse – May o interrompeu, voltando a enxugar os cabelos do rapaz na toalha.

— Você não gostaria...? – levantou as sobrancelhas, sem terminar a frase.

Mais uma vez, May parou de secar os cabelos dele e olhou dentro de seus olhos.

— Eu sei que não gosta de mim dessa forma, senhor Alphonse – ela falou com firmeza – Não quero ser uma segunda opção – e voltou a sua antiga tarefa – Eu ficaria feliz se o senhor também estiver feliz com sua escolha.

Por essa, Alphonse não esperava. Ele levantou as sobrancelhas, admirado.

— Pode deixar que eu termino – ele sorriu amarelo para May e segurou a toalha de sua mão.

— Se precisar de alguma coisa, estarei na enfermaria – May assentiu com a cabeça e saiu.

Alphonse suspirou alto e largou os ombros. Era melhor trocar essa roupa molhada. Foi para o seu quarto e procurou uma camisa limpa no monte de roupas jogadas dentro de um armário.

— O que aconteceu com você? – Edward perguntou ao entrar no quarto no exato momento em que o irmão vestiu uma camisa nova.

— Caí no rio – ele deu de ombros enquanto abotoava a camisa.

— Você anda com a cabeça no mundo da lua, ultimamente – Edward atravessou o cômodo e abriu a gaveta de uma escrivaninha ao lado – Espero que isso não tenha nada a ver com a assassina – ele comentou de costas para o irmão.

— Dessa vez, não – Alphonse olhou para o nada por alguns segundos – Ed, eu estive pensando. Talvez, você tenha razão com relação à Akame.

Edward levantou a cabeça tão rápido que bateu o topo do cocuruto no armário de cima. Não acreditava que finalmente alguém havia percebido que ele estava certo!

— O que foi que você disse? – Edward massageava a cabeça dolorida com uma careta.

— Sobre a Akame não poder mudar o jeito dela – Alphonse explicou – Sabe, estive falando com o Wave e perguntei para ele sobre a invasão ao Quartel-General Central. Akame tinha ido para lá para se vingar do coronel Panzer porque ele havia me esfaqueado quando estávamos em Briggs. Mesmo ela tendo me prometido que iria matar apenas em último caso.

— Sério?! – Edward arregalou os olhos – Bom, mas isso não é nenhuma novidade, Al. Eu sabia que uma pessoa como ela só poderia fazer esse tipo de coisa.

— Não acredito nisso – Alphonse encolheu os ombros – As pessoas podem mudar.

— Se realmente quiserem – Edward completou – E ela não quer. Só você não percebe isso. Esqueça ela. Existem garotas que tem mais a ver com você. Eu não acredito que vou dizer isso, mas a May seria uma opção melhor.

— A May acabou de me dar um fora – Alphonse sorriu triste – Disse que não queria ser segunda opção. E, na verdade, ela tem toda a razão.

— Tá falando sério?! – Edward olhou espantado para ele – Bom, eu achei que essa era uma das coisas no mundo inteiro que nunca iriam acontecer. Mas, com May ou não, você deveria esquecer a assassina. Essa atitude dela é a prova do quanto vocês são diferentes. O que você queria? Ela sempre foi uma assassina. Ela foi criada para ser uma. É de se esperar que ela queira resolver todos os problemas na ponta da espada.

— Entendo o que você quer dizer – Alphonse estalou os suspensórios por cima da camisa – Talvez... talvez, a culpa seja minha, não é? Eu não deveria tentar mudá-la. Eu deveria aceitá-la como ela é.

— Ei, espera um pouco – Edward sacudiu as mãos – Não foi nada disso que eu falei.

— Isso faz todo o sentido – Alphonse parecia não estar ouvindo – Eu estou sendo insensível, me julgando melhor que ela e querendo mudá-la. Ela deve fazer isso de livre vontade.

— Eu não falei isso – Edward protestou – Al, você não está me escutando...

— Eu deveria apoiá-la e não ficar julgando – Alphonse continuou com o monólogo – Afinal, ela não tem ninguém no mundo.

— Para de dizer besteiras, Alphonse – Edward reclamou – Você e ela não tem nada em comum!! Você é um cientista e ela é uma assassina. Você salva pessoas e ela mata. Você é a presa e ela, a caçadora. Você é o sorvete e ela, o sol. Vocês não combinam!!

— É isso mesmo. Eu deveria ser mais compreensivo – Alphonse segura Edward pelos ombros – Obrigado, Ed. Você esclareceu as coisas para mim – e saiu correndo do quarto.

— Eu esclareci o quê, Alphonse?!! – Edward estava confuso – Eu não disse nada disso que você falou!! O que você vai fazer...?! VOLTA AQUI, ALPHONSE!!


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Notas finais do capítulo

Eu não sei mandarim, mas eu acho que Xiao Zhen quer dizer "cidade pequena". Vi isso em algum lugar.
E eu acho que Schönberg era o nome de um compositor de música clássica austríaco. Ou será que era alemão?
Até a próxima.



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