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Aparentemente Alicante havia deixado de ser o lugar mais seguro do mundo, desde invasões demoníacas a caçadores de sombras sendo espiões de Valentine, tudo deixava a Clave em alerta para possíveis ataques, mas nenhum método real de impacto havia sido planejado.

O instituto de Nova York havia mudado de hospedagem, eles agora ocupavam uma casa bem menor próxima ao centro, isso graças ao buraco na parede que Sebastian abriu quando Isabelle o arremessou, ele havia sumido como em um passe de mágica, assim como os demônios, que simplesmente pararam deram fim a invasão de uma hora para outra, e as barreiras haviam voltado a funcionar, mas todos sabiam que nada daquilo era permanente.

Simon estava andando pelo corredor dos quartos, dando repetidas voltas e esperando que Robert e Maryse saíssem do quarto de Max para que ele pudesse conversar com o pequeno, todos os filhos estavam com ele, Simon concluiu que os Lightwoods eram pessoas quase inabaláveis, quase porque seu ponto fraco sempre seria a própria família.

Ele não quis invadir o momento deles, mas quando Jace chegou acompanhado de Clary e entrou ele se perguntou se de fato estava no lugar certo, ele queria estar do lado de Isabelle, queria mostrar seu apoio, e ela pareceu ler sua mente quando apareceu na porta e fez um gesto para que se aproximasse.

— Por que está aí? - Isabelle parecia bem, mas Simon a conhecia o suficiente para saber que pelo seu olhar ela escondia algo.

— Porque esse é um momento familiar. - explicou, e de repente percebeu o quão deprimente aquilo havia parecido.

— Você faz parte da família. - ela o puxou pelo braço, antes mesmo que ele conseguisse pensar no que aquilo significava, eles pararam próximos a cama onde Max falava contente sobre ser um sobrevivente.

— Se Isabelle e Simon não aparecessem, eu nem sei o que teria acontecido. - Alec parecia preocupado e agradecido.

— Nós o deixamos sozinho, prometo que não faremos mais isso. - Jace brincava com um boneco ao lado de Max.

— Ele ainda está a solta. - Alec lembrou.

— Valentine também, e nós nos livraremos dele numa tacada só. - Jace anunciou.

— Jace! - Clary o repreendeu, e ele só parecia obedecer ela dentre os presentes.

— Acho que Max está cansado, não é? Poderíamos deixá-lo descansar. - Izzy sugeriu.

— Promete que vai ler Naruto pra mim antes que eu durma? - ele se dirigia a Simon.

— Claro. - de repente o cômodo pareceu estar ciente da proximidade entre ele e Isabelle, eles eram observados de perto, e Simon poderia jurar que viu Robert sorrir de canto.

— Vamos estar na biblioteca. - Maryse avisou, saindo acompanhada de Robert, os outros felizmente foram junto e Simon finalmente sentia que poderia voltar a respirar normalmente.

— Por que você não disse aos nossos pais que namora o Simon? - Simon se preparou psicologicamente para ouvir uma negação.

— Não sei, Max. - Isabelle parecia muito relaxada.

— Eu gosto do Simon, papai também. - eles realmente iam conversar sobre ele como se ele não estivesse presente.

— Sim, eu tenho bom gosto. - ela brincava com uma pelúcia de Max.

— Pode sentar aqui. - Max batia no lado esquerdo da cama com a mão. - Vocês ficam ao meu lado e contam a história juntos. - ele ordenou, arrumando os próprios travesseiros.

— Sim, capitão. - eles tinham sincronia, até no momento em que se olhavam, e ele amou aquilo.

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— Eu acho que eu deveria te agradecer. - Isabelle e Simon estavam encostados na parede próxima ao quarto dela.

— Você não deveria. - ele a repreendeu.

— Desculpe. - ela riu.

— Não deveria se desculpar também. - ele acompanhou sua risada.

— Desculpe, eu acho. - ela continuava rindo, agora de um modo mais bonito, mais vivo.

— Eu posso te desculpar, mas tudo têm um preço... - o olhar de Isabelle era de puro desafio - Eu poderia voltar pra o meu quarto com o George e ficar o ouvindo reclamar da sua vida amorosa, ou eu poderia ser abrigado no quarto de uma deusa guerreira sexy. - Simon sorria, ele decididamente não sabia como havia conseguido falar aquilo.

— Eu acho que ser abrigado pela deusa guerreira é a melhor opção no momento. - ela lhe devolveu o sorriso, o puxando para um beijo.

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Simon não esperava dormir no quarto de Isabelle, pelo menos não tão cedo, estar ao lado dela era o mais importante pra ele, não o que fariam, mas quando ela retirou o uniforme de combate ficando apenas com uma camiseta e um short curto, Simon se perguntou se aquilo aconteceria naquela noite, ele estava com uma calça de moletom e uma camiseta estampada com um retrato do naruto, que só havia usado para animar Max, tinha que admitir.

Isabelle não parecia querer nada além de horas de sono, eles deitaram abraçados e adormeceram, Simon vez ou outra beijava sua testa. E ele sentia novamente que podia se acostumar com aquilo.

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— Você não dormiu aqui. - George o acusou quando entrou no quarto.

— Como foi a noite, garotão? - perguntou se jogando sobre a cama.

— Acho que não tão boa quanto a sua - zombou - mas foi ótima, obrigado.

— Não precisa me agradecer, você precisa do seu espaço também.

— Sim, preciso. - George sorria de um modo que Simon nunca havia visto.

— Você poderia me dizer quem é. - pediu.

— Algum dia, até lá tenha paciência. - riu e o deixou sozinho.

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Sebastian observava Valentine, que por sua vez encarava Jocelyn de perto.

— Por que você não me disse? - ele gritou.

— Acho que a sua experiência como pai não foi lá muito boa. - ela apontou para Sebastian.

— Eu sou seu filho, senti sua falta, mamãe. - não era possível distinguir se ele falava sério ou ironizava.

— Você é um monstro. - ela parecia enojada. - E você também. - ela cuspiu na cara de Valentine, o fazendo puxar a lâmina serafim, sendo impedido por Sebastian que a retirou de sua mão.

— Foque no plano, papai. - pediu.

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