Asas de Vidro escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 1
Primeiro


Notas iniciais do capítulo

Hey estranho ou estranha que está lendo a minha fanfic!
Sei que o primeiro capítulo nunca é lá aquelas coisas, mas do fundo do meu coração, espero realmente que gostem e que deixem um review!

Aproveitem o capítulo, meus anjos!



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Quando eu era uma criança, sempre amei as borboletas. Gostava de ver figuras, desenhar e de caçá-las com o meu pai. Ele era um biólogo, e tinha que catalogá-las para os projetos da faculdade que ele dirigia, e eu sempre o ajudava com isso.

Depois que minha mãe morreu em um acidente, quando eu tinha apenas seis anos, meu pai resolveu que nos mudaríamos de Londres para o interior. Angel Falls foi a escolhida, apesar do nome estranho. Era uma cidadezinha bem pequena, com apenas uma escola e um hospital para todos os habitantes, além de várias fazendas. Na maior parte do tempo, parecia que eu estava no meio do nada.

Mas meu pai gostou dali, então eu também gostei. Era um lugar tranquilo e acolhedor. Um lugar para a gente recomeçar.

Nossa casa tinha um grande quintal dos fundos com brinquedos que era separado por uma cerca de uma grande fazenda. Durante as férias de verão, eu ficava por lá, sentada no balanço encarando a cerca de arame farpado que me separava de um grande campo florido, cheio de borboletas. Todas as tardes, depois que a minha babá ia embora, eu ficava por lá, encarando aquelas flores, esperando que meu pai chegasse com sua caminhonete vermelha velha para eu voltar para casa.

Mas uma dessas tardes foi diferente. Eu brincava de bonecas no meu quarto, quando senti o inconfundível cheiro de cookies de chocolate recém assados no ar. Corri pelas escadas com minha boneca preferida, Lucy, até a cozinha. Joanne colocou o prato cheio deles na bancada de granito e se despediu, dizendo que meu pai chegaria em meia hora, para eu não sair de casa e deixar a porta trancada, e não abri-la para ninguém. Deu um beijo no meu rosto e saiu pela porta da frente, pegando seu carro e saindo pela estrada de terra.

Mas eu precisava ver as flores.

Olhando pela janela, depois de me certificar que Joanne e seu carro tinha mesmo ido embora, saí pela porta dos fundos. O sol estava se pondo, deixando o céu e o campo com um tom alaranjado, como ferrugem. Segurava o braço de Lucy, para que ela não fugisse, e me sentei em frente à cerca, na grama, encarando as flores. E eu ficaria ali para sempre, mas uma borboleta azul pousou em meu vestido. Aquele era o meu tipo favorito de borboletas, e fazia muito tempo que eu não via uma daquelas. Ela ficou um tempo ali, como se me encarasse, e então voou para o campo florido do outro lado da cerca. E eu decidi que tinha que segui-la.

Com um pouco de dificuldade, me esgueirei por debaixo do arame, com medo de que ele me arranhasse ou rasgasse o meu vestido. Fiquei um pouco suja de terra e grama, mas sem nenhum arranhão. Suspirei aliviada, limpando a terra do rosto de Lucy. Quase pude ouvir um “obrigada” dela.

Comecei a seguir a borboleta, que pousou em meio às flores. E lá eu me sentei para observá-la novamente. Como minha babá tinha dito, eu tinha meia hora para ficar lá olhando para ela. E parecia que ela também olhava para mim. Eu e Lucy brincamos com a borboleta, até que ela decidiu voar novamente, mas para uma grande árvore. E eu não iria parar de segui-la.

Ela decidiu pousar no galho mais alto de um carvalho velho, e eu sentia que ela me chamava para me juntar a ela naquela brincadeira. Sentei minha boneca aos pés da árvore e pedi para que ela esperasse, que eu voltaria rapidinho para buscá-la, para que nós comêssemos os cookies com um copo de leite. Eu só precisava ficar mais um pouco com aquela borboleta.

Com a ajuda das fibras da árvore, consegui subir com muita dificuldade, me juntando à borboleta no galho.

Eu estava tão feliz! Estiquei meu braço para tocá-la, mas ela estava muito longe. Me mexi um pouco no galho, me aproximando um pouco mais dela. Tentei novamente, e quando meus dedos estavam quase tocando suas pequenas asas, me desequilibrei.

Então, meu corpo estava caindo, e fechei meus olhos com toda a força que eu consegui. Sentia que, em poucos segundos, meu corpo cairia no chão e se partiria em centenas de pedaços, como uma das peças de porcelana da minha mãe. Mas, de repente, algo brusco me parou no ar, me dando um susto. Senti dois braços me segurando, e então abri meus olhos. O céu estava no tom rosado, a hora que eu mais amava no fim da tarde.

Virei um pouco meu rosto e pude ver um rapaz. Seu rosto estava muito preocupado e um pouco sério, como meu pai ficava quando eu fazia algo errado que pudesse me machucar.

— Alexis, o que você pensa que está fazendo?

Ele e colocou no chão, então pude ver que ele era bem mais alto que eu. Seu cabelo era ruivo e bagunçado, e seus olhos eram verdes e brilhantes como as esmeraldas que minha mãe usava nas orelhas nos cultos de domingo na igreja. Seu rosto não parecia como o das pessoas que eu conhecia, e estava longe de parecer humano. E seus olhos, apesar de severos, faziam eu me sentir como se estivesse sendo desenhada e analisada por eles. Apesar de eu ser apenas uma menina, eu sabia que aquele era o rapaz mais bonito que eu já tinha visto em toda a minha vida. Mais bonito que aqueles atores dos filmes que eu assistia com meu pai de noite.

Seu corpo estava envolto por uma espécie de manto branco e, de suas costas largas, duas grandes e alvas asas surgiam.

— Quem é você? — Eu estava animada, nunca tinha visto algo tão bonito em toda a minha vida. — Por acaso é um tipo de anjo?

— Volte para casa, Alexis. — Seu rosto parecia menos bravo, mas eu ainda podia ver medo neles.

— Mas... — eu tentei argumentar, afinal, nunca mais teria a chance de ver algo como aquilo em toda a minha vida.

— Nada de “mas”, garotinha. Você desobedeceu Joanne, e se eu não tivesse chegado à tempo, você poderia ter se machucado muito sério. Além disso, seu pai já está chegando, então tire esse vestido sujo e tome um banho.

Eu senti que não poderia lutar contra ele, por isso decidi obedecê-lo. Estava brava, pois ele tinha espantado a borboleta e eu não consegui tocá-la. Me virei e comecei a voltar para casa, até que a voz dele surgiu do silêncio novamente.

— Alexis — Ele parou de falar, esperando que eu me virasse. —, não se esqueça da Lucy.

Ele se aproximou de mim e me entregou a boneca, dando um beijo suave na minha testa, bagunçando meu cabelo escuro logo depois. Me deu um “tchau” com o olhar e um sorriso e dei meia volta. Depois de atravessar a cerca, quando eu estava na porta de casa, me virei para o campo novamente, e ele tinha desaparecido.

Comi um cookie com um copo de leite, como tinha prometido para Lucy, e fui tomar banho, como aquele anjo carrancudo tinha mandado. Depois de um tempo, meu pai chegou, e jantamos espaguete juntos.

Mas, no final da noite, quando meu pai me deitou na cama com Lucy, como todas as noites, eu só conseguia pensar naquelas asas incríveis e naqueles olhos verdes maravilhosos.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Gostaram?
Eu sei, não dá para criar uma opinião concreta sobre a história, já que é o primeiro capítulo e tudo mais, mas espero mesmo que tenham gostado dele, já que foi feito com muito amor!

Reviews?
Favoritos?

Um beijo!



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