Aníbal escrita por Sullie K


Capítulo 1
Coxinha


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e, novamente, não levem isso muito a sério.



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Guilherme Grãos levanta da cama e senta-se tranquilamente em sua cadeira favorita, tentando relaxar e ignorar o calor de quase trinta e oito graus que faz lá fora. Avista o relógio de parede, preso em sua cozinha, que marca seis horas da manhã; ele teria que correr se não quisesse se atrasar para seu trabalho, que começava às sete e quinze. Vestiu uma calça preta e a primeira blusa que encontrou em seu armário. Colocou comida para seus seis cachorros: Bebê, Rex, Pituca, Cássia Eller, Paola e Dudu.

Felizmente quase não havia trânsito, portanto, ao sair de Itaguaí, Gui conseguiu chegar na hora ao Rio de Janeiro, mas mesmo assim, andava meio apressado. Entrou no quartel da polícia, evitando qualquer contato com rostos familiares, e depois foi direto para a sala de aula.

“Bom dia a todos.” Ele disse a seus alunos, que estavam claramente entediados e com sono. “Espero que tenham tido um bom final de semana, pois hoje iremos tratar de algo mais sério.”

“Nessa academia, não queremos que vocês apenas saibam o que é ser um policial. Nós temos que ensinar como ser um policial; apresentar vocês para o mundo verdadeiro.” Gui continuou, ajeitando seus óculos. “Na noite desse sábado um garoto de dezesseis anos chamado Paulinho de Jesus morreu, com um tiro no pescoço. Ele foi assassinado as nove e cinquenta e oito exatamente. O rapaz estava voltando para sua casa na Barra, depois de ir num restaurante nas proximidades. Ele carregava apenas um celular e três reais; o assassino aparentemente não roubou nada. Então me digam, qual foi o motivo do crime?”

Um ou dois alunos arriscaram levantar a mão, porém Grãos interceptou-os. “Foi uma pergunta retórica. Depois de horas de investigação, a polícia chegou à conclusão de que o assassino não possuía motivos, logo, era o que chamamos de ‘insano’. Um termo um tanto quanto errôneo para descrever a real natureza dessas pessoas. Vamos imaginar... Eu viro uma esquina, e lá longe, vejo Paulinho de Jesus andando tranquilamente. Eu tenho um revólver na mão, e sinto uma tentação de fazer isso. Eu preciso fazer isso. É como... um favor. Eu atiro em Paulinho sem culpa e vou embora, como se nada houvesse acontecido. Paulinho de Jesus era um peso a mais em nosso mundo, e eu consegui remove-lo. Esse é o meu estilo. Foi assim que o assassino matou.”

A aula seguiu sem mais interrupções, para a felicidade de Guilherme. Às oito e meia um sinal bateu, avisando que a os alunos estavam dispensados. O jovem professor já ia arrumando sua mochila para ir tomar um café na cantina do departamento, quando ouviu alguém o chamar.

“Sim?” ele perguntou, sem fazer contato visual com o homem desconhecido em sua frente.

“Você é Gui Grãos, professor de policiais aqui da polícia do Rio de Janeiro, certo?” Gui não respondeu, apenas sorriu forçadamente. “Me chamo João Craufo, sou delegado da polícia civil. Já te conheço por fotos; você é bem falado lá na capital, não sei porque se prendeu no cargo de professor.”

“Por incrível que pareça, senhor Craufo, eu não sou fã de assassinatos, eu apenas empatizo com os assassinos.” Indagou secamente.

“Vejo que também não é fã de diálogos.” Grãos ignorou o comentário. “Mas receio que eu precise conversar com você. É um assunto importante; minha equipe veio para o Rio só para esse caso específico. Será que você pode me ajudar?”

“Assim que eu comprar meu café.”

° ° °

Os dois homens andavam, um ao lado do outro. Gui bebericava seu café enquanto João preferira comer um pão com mortadela. Eles procuravam algum lugar com sombra para se sentarem, até que acharam um banco próximo a uma árvore.

“Pois bem.” Craufo começou. “Oito garotas desapareceram nos últimos dois meses, uma de cada comunidade do Rio de Janeiro. Quatro em cada mês. Nenhuma pista foi deixada; nenhum corpo, nem nenhuma parte de corpo. O caso está um mistério, a polícia já estava até recomendando que meninas jovens não deixassem suas casas a partir das nove, o que aparentemente não deu em nada, pois os pais da última a desaparecer juram que ela esteve em casa todas as noites.”

“Então, para esse assassino, o problema não é o horário. E se ele já sequestrou oito, provavelmente não vai parar por aí.” O professor acabou com sua bebida e jogou o copo fora em uma lixeira próxima. “Qual é o nome da última sequestrada?”

“Daiana Marcos. Sumiu na sexta, após ir para a casa da avó pelo fim da tarde. Assim como as outras, morava em uma comunidade, possuía cabelos pretos, tinha menos de vinte e dois anos e era considerada ‘baladeira’ pelos amigos.”

“Seu foco deveria ser nela. Se todas seguem um padrão, não tem por que olhar de uma em uma. O sequestrador está procurando pela menina certa, mas quando ele encontra-la, ele não vai parar.” Gui chacoalhou a cabeça. “Sabe o quê? Eu não me importo. Por que você não pergunta pro Marcos ou para a doutora Alana? Eles são melhores do que eu nisso.”

“O governo forneceu passagens de avião do Distrito Federal para cá. Viemos só para ver você, camarada. Eu acho bom que você nos ajude, porque ninguém tá afim de ficar tomando bronca, playboy.” O delegado mudou completamente a postura, lançando um olhar assustador a Guilherme. “Você é o único por essas bandas da polícia que sabe fazer isso. Você entende os assassinos. Então que tal você ajudar a gente? Você ajuda de boquinha calada e pode ter certeza de que no final do mês vai ter algo a mais no seu bolso.”

Gui Grãos estava assustado. Apenas isso. Ele conseguia ver o maluco na sua frente puxando a arma em seu cinto e apontando para sua cabeça. Concordou com a oferta, apavorado.

“Ótimo. Por onde quer começar?” João sorriu.

“A-a casa da avó me parece uma boa alternativa.”

° ° °

“O que vocês querem? Ninguém aqui tá envolvido com droga, amigo. Eu sou uma senhora de idade, Deus me livre.” A vovó levantou-se de sua poltrona, indignada.

“Senhora Ivete Marcos, estamos aqui para uma investigação. Iremos apenas fazer algumas perguntas e ir embora.” João Craufo tentou acalma-la. “Você deve estar ciente de que sua neta desapareceu há uns dias.”

“Esses jovens! Só faltava essa, fugindo com namorado. É a decadência da sociedade, vão tomar no cu, esses marginais!”

“Senhora, se acalme, senhora. Só responda as perguntas, está bem?” Ela se sentou novamente, franzindo o cenho. “Você sabe como sua neta costumava vir pra cá?”

“Ela pegava o 481.” Gui anotava o que ela falava em um guardanapo.

“E ela chegou a vir para cá na sexta feira?”

“Sim, ela entrou aqui e foi direto pro quarto. Depois disso não vi mais ela. Até fui lá dentro procurar, mas a menina não tava mais lá.”

O delegado continuou com as perguntas que Ivete não estava tão disposta a responder. Mesmo assim, sua ajuda foi útil. Gui então, pediu a atenção dos dois por um minuto:

“Será que eu posso ver o quarto que ela dormia? Para procurar qualquer pista.”

“É a segunda porta a esquerda, jovem. Só não mexe em nada porque eu não quero arrumar aquela espelunca de novo.” Grãos concordou com a cabeça.

Ele entrou no quarto e sentiu uma atmosfera fúnebre. Olhou em volta. O cômodo estava escuro demais, então acendeu a luz. Ao ver um corpo sem vida na cama, soltou um grito alto e agudo, chamando a atenção de João, que foi correndo ver o que havia acontecido. O cadáver de Daiana Marcos jazia sobre os colchonetes.

Em questão de minutos a polícia chegava ao local. Gui estava em choque. Informou a Craufo que por hoje, ele não seria mais eficiente, e que iria para casa descansar, apesar de ainda ser meio dia.

Pegou um ônibus, mas devido ao trânsito intenso, parou antes de sua casa para ir a pé. Mas é claro, depois de trinta minutos de caminhada, se arrependeu da troca. O sol queimava sem piedade e o suor escorria por todo o seu corpo. Tirou um cacho de cabelo do rosto para tentar ver se avistava algum ponto de ônibus próximo, só que ao invés disso, viu uma pequena criatura se esgueirando pela estrada. Era um cachorro vira-lata de pelos compridos e dourados. Indo contra o bom-senso, pegou-o no colo e decidiu leva-lo até em casa.

Ao chegar à pequena moradia cercada por mato, soltou seu novo cachorro. Todos os outros vieram dar “oi” ao novo amigo, se é que cachorros pudessem dar “oi”.

“Vou te chamar de Edoardo.” Guilherme sorriu, dando ênfase ao “o” no meio do nome e acariciando o cão.

Grãos entrou depressa em casa e foi direto tomar um banho. Depois de ver um cadáver e ter enfrentado cinco quilômetros de caminhada carregando uma bola de pelos sobre o sol fervente, tudo o que ele precisava era de um pouco de água fria no corpo.

Após a ducha, vestiu apenas suas roupas íntimas e se deitou no chão gelado. Permaneceu ali, imóvel. Já estava quase dormindo quando o som de um dos maiores sucessos do Mc Bola de Fogo, “Piririm”, ou seja, o seu celular tocando, chamou sua atenção. Levantou-se para pegar o aparelho; um número desconhecido o chamava.

“Alô?” perguntou, ajeitando o cabelo molhado.

“Oi...? Oi? Alô?” Ele permaneceu calado, esperando que a mulher — ele notara pela voz — falasse algo. “Gui Grãos? Aqui é Bernarda, ainda não nos conhecemos.”

“Sim, pois não?”

“Trabalho na polícia também; sou forense. Bom te conhecer.”

Sim, pois não?” Ele repetiu, um tanto grosseiramente, sua pergunta.

“Você deve se lembrar do corpo encontrado hoje, o de Daiana Marcos. Acontece que encontramos mais um.”

“Oi?”

“João disse que precisa de você o mais cedo o possível amanhã. Hoje nós, os forenses, e a doutora Alana vamos dar conta.”

“Claro, estarei aí amanhã as seis em ponto.” Desligou o telefone e levantou-se, esfregando os olhos.

° ° °

Alana Bulhões, João Craufo e toda a equipe permaneciam em volta da nova cena do crime como pombos perto de uma batata-frita caída. Jaime Primo e Bruno Zonta fotografavam atentamente cada detalhe do corpo, que substituía a sereia numa composição de areia na praia do Joá. À sua esquerda havia um castelo, e à direita, um tridente. Suas partes íntimas eram cobertas por algas. Gui chegou, atravessando a faixa de “interditado” na entrada da praia. Alguns banhistas curiosos tentavam enxergar o que acontecia.

“Gui, finalmente.” A psicóloga olhou-o e não sorriu, pois sabia que não era apropriado para a situação. Em seu íntimo ela quis.

“Doutora Bulhões.” Já ele, sorriu. Apertou sua mão com uma energia revigorante. João fitou-o, um pouco desconfortável.

“Bem, quer saber o que já descobrimos? Não muita coisa. As algas são aqui da praia mesmo, então não são muito relevantes. Contatamos já dois escultores de areia, mas nenhum deles já trabalhou ou conhece alguém que trabalha na praia do Joá. Provavelmente o assassino é um artista também, mesmo que não necessariamente trabalhe com isso.”

“Alguma digital?”

“Ainda não encontramos. Esse é o corpo de Sayane Ferreira. Ela estava desaparecida já faz quatro dias e o perfil encaixa o das vítimas do Sequestrador das Baladas.”

“Sequestrador das Baladas?”

“Estão chamando o assassino assim, o mesmo que matou Daiana.”

Grãos chegou mais perto do corpo. De fato, o perfil coincidia, mas algo cutucava sua cabeça. Colocou os óculos e viu uma minúscula mancha vermelha na areia.

“Vocês já examinaram o corpo?” Perguntou.

“Ainda não encostamos nele. A maior parte da equipe chegou faz pouco tempo.” Bruno comentou, tirando mais uma foto.

“Virem-no agora.”

Alguns agentes, depois de receberem a autorização de João, viraram o corpo com as costas para cima. Todos ao redor olharam, chocados, à horripilante imagem com a qual se deparavam: um corte profundo na altura dos rins fendia as costas de Sayane.

“Tirem fotos e chamem os paramédicos. Agora!” João Craufo falou, com autoridade.

° ° °

Já dentro do laboratório da delegacia, Gui, Bernarda Cruz e Craufo examinavam o corte. A mulher dominava a conversa, falando tudo o que podia sobre o estado atual do corpo.

“O Sequestrador das Baladas certamente tirou o rim direito dela, mas é muito estranho que ele tenha feito isso por trás. E que ele o tenha recolocado lá.” Ela comentou. “Não tivemos sorte com digitais, mas sabemos que, além de artista, o Sequestrador é cirurgião; um leigo na medicina jamais seria capaz de fazer um corte tão preciso.”

“Por que você acha que ele tirou o rim?” João indagou.

“A doutora Bulhões sugeriu que ele estivesse levando isso como um troféu; um prêmio.”

“Mas ele não tirou nada da Daiana, certo?”

Bernarda concordou. Gui Grãos desviava o olhar do corpo o máximo que conseguia. Decidiu então falar.

“Havia algum machucado em Daiana? Não consegui saber ontem.”

“Ah, claro!” Cruz estalou os dedos. “Achamos alguns cortes, irei te mostrar as fotos.”

A forense alcançou algumas fotografias impressas que estavam em cima de uma mesa. Ergueu as a Grãos, que pôs os óculos para vê-las melhor. Depois de uma revistada atenta, ele franziu o cenho.

Em minha melhor oportunidade, eu vejo Daiana Marcos sozinha, indefesa. Me aproximo de seja lá onde ela estiver e dou uma pancada em sua cabeça. Ela desmaia.” Gui pensou. Isso explicaria a pancada achada na nuca de Marcos. “Eu a levo para um local isolado, minha casa, talvez? Mas algo... algo me impede de fazer com ela o que eu fiz com as outras. Entretanto, eu tento. Isso explica os cortes desordenados. Eu a mato por estrangulamento e a levo de volta para casa, como se nada tivesse acontecido. Esse é o meu estilo.

            Ele tentou, então, pensar no crime de Sayane Ferreira.

            “Eu também sequestro Sayane e a levo para um local isolado. Nada me impede de mata-la, mas por alguma razão, eu decido levar um troféu. Com meus conhecimentos cirúrgicos, tiro seu rim, mas há algo errado. Coloco o rim de volta e levo o corpo para a praia da Joatinga, preparando a cena em que a coloquei. Esse é o meu estilo.

            “Doutora Cruz, havia algo de errado com o rim retirado?” Ele perguntou.

            “Perguntamos a seus responsáveis e eles informaram que ela tinha câncer renal. Por quê?”

Grãos ficou boquiaberto, contemplando, com horror, a descoberta que ele mesmo acabara de fazer.

“Não foi o Sequestrador que matou Sayane. Foi outro assassino.” Ele andava em círculos, tentando organizar o pensamento. “E o tal ‘rim troféu’? Não ia ser um câncer que iria impedir que ele coletasse seu prêmio. Mas um câncer certamente o impediria de comer o rim.”

João virou a cabeça ligeiramente, apreensivo e confuso. Já a doutora Bernarda, tentava ligar os pontos.

“Algo certamente impediu o Sequestrador de matar Daiana, disso eu sei, mas não é esse o ponto principal aqui. Seja lá quem matou Sayane é um canibal. Ele iria comê-la.”

° ° °

Após o monólogo explicativo de Gui Grãos, Craufo liberou-o para almoçar, mas ele estava inapetente; ficou zanzando pelo pátio da delegacia. João não desconfiava da fala de Gui, mas quis contatar Alana para comprovar a linha do pensamento. Encontrou-a no segundo andar. Explicou a ela tudo o que Gui falara; a mulher concordava com a cabeça.

“E então?” Ele questionou. “Espero ouvir que o lance do canibal não faz sentido.”

“João...” Ela tentou eufemizar seu tom de voz. “Eu também espero ouvir isso no final, mas, por agora, me parece mais do que cabível que existam por aí dois assassinos. Os métodos do assassino do Joá não se assemelham nem no menor detalhe com os do Sequestrador. A única coisa que coincide são os perfis das vítimas.”

João Craufo apoiou a testa na mão, horrorizado com a descoberta.

“Agora nos resta torcer para que os dois cadáveres nos deem mais alguma pista, melhor do que esperar pelo terceiro.” A mulher falou, preocupada. João já se virava para ir embora, quando ela o impediu. “Craufo?”

“Sim?”

“Você não acha que Gui está chegando perto demais disso tudo? Ele anda meio... como podemos dizer... instável.” Lembrou-se do sorriso macabro que ele dera a ela, na frente de um cadáver.

“Instável? Vou ver o que posso fazer, mas não se preocupe, tenho tudo sobre controle.”

“Espera.” Bulhões alcançou um post-it e escreveu algo nele. “Pegue esse papel. É o número de um amigo meu, ele é psiquiatra e psicólogo; o melhor que já conheci. Talvez você possa chama-lo pra conversar um pouquinho com o Grãos?”

O delegado concordou com a cabeça, levando consigo o pequeno papel.

° ° °

Sentado confortavelmente em sua sala de jantar, o psicólogo Aníbal Leitão comia pacientemente um recém-preparado Picadinho de Bobó, feito com pulmão de precedência duvidosa, azeitonas e um delicioso molho de tomate. Bebia uma Coca-Cola pra acompanhar, porque ninguém é de ferro.

Já sabia que a polícia civil achara o corpo de Sayane Ferreira na Joatinga naquele mesmo dia, pela manhã. Honestamente, ele nem ligava; era esse o plano dele, mostrar seu trabalho. Cabia aos policiais desvendarem sua assinatura, mas eles não iriam. “Com complicadas obras vêm complicadas assinaturas.” Já dizia sua tia paulista, Murasaki.

Terminou sua refeição e sorriu, orgulhoso de seus dotes culinários. O que prepararia no dia seguinte? Fígado? Rins? Não, rins não, já ficara muito frustrado em ter selecionado um rim doente previamente. Seria fígado mesmo. Bons bifes de fígado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e, mesmo se não tiverem, não deixem de dar suas opiniões nos comentários (se quiserem, claro) ;D