Cumulus escrita por Batsu


Capítulo 1
Nuvens têm nomes e ela conhece todas.


Notas iniciais do capítulo

Dizem que quem é vivo sempre aparece, e eu estou aqui somente para comprovar o ditado.
LUNAMI REINA!!!1 Voltei com essa one só pra poder dizer isso. Quem tem acompanhado o mangá tá ligado que a cada capítulo é um passo em direção ao canon. Amém. Louvado seja Eiichiro Oda. Depois de dois abraços, um inclusive com direito a Luffy no meio dos peitos da Nami, coisas como ele elogiando sua navegadora favorita, e o de sempre, ela batendo nele ♥, NÃO TINHA COMO EU NÃO ME ANIMAR! Foram quase eternos 3 anos sem a Nami dar as caras no mangá, eu estava na seca, desidratada do meu otp supremo, desculpem mas o desânimo foi inevitável.
Mas eis que como uma fênix eu ressurgi da cinzas e estou brilhando no meio do fogo da criatividade!!!! Mentira. Eu só fiquei sem internet mesmo e decidi terminar essa one quE DESDE O ANO PASSADO eu tô devendo pra umas amigas :)
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695594/chapter/1

O sol nascente se pôs nos céus logo cedo iluminando cada pedaço do Novo Mundo. Os muitos raios solares refletiam na água salgada do mar, eram tantos que ao sair convés a fora, a tripulação franzia os olhos com tamanha claridade que o dia despertara. Estavam ancorados numa ilha de mata densa, as árvores sobressalentes impediam que alguém visse mais adentro da floresta, embora ambos o tamanho e a quantidade da vegetação nativa contribuíram numa paisagem digna de um retrato; poucos feixes de luz atravessavam as folhagens, formando um caminho único de luminescência até o chão terroso. A ilha pequena era composta de diversas plantas rasteiras formosas, tal beleza escondia o perigo iminente delas. Usopp descobriu isso da pior maneira quando quase teve um pé arrancado fora por uma daquelas belezinhas. Zoro proibiu que qualquer tripulante deixasse o navio e fosse muito mais longe do que a praia da ilha, isso incluindo principalmente seu capitão. Concluíram que o local não havia qualquer tipo de civilização justamente pela ameaça que representava, logo, não teria muito o que buscar ali, mesmo depois de ancorados, deviam esperar o tempo devido para que o Log Pose se magnetizasse.

Despreguiçando-se e ainda sonolentos, os chapéus de palha se espalhavam pelo deque principal a fim de procurar algo para ocupar o tempo. Sanji havia sido o primeiro a despertar, enfurnando-se de imediato na cozinha do Sunny com a finalidade de preparar o café da manhã.

― Hoje vai chover — Nami comentou inspirando profundo o ar fresco vindo da mata.

― Como assim? — o companheiro narigudo discordou. ― O dia está lindo!

― Sou a navegadora, certo? Eu sei do que falo.

Com o término do preparo de tudo, todos assentaram-se diante da mesa e saborearam do melhor que o cozinheiro do navio era capaz de fazer. Pouco depois os tripulantes dispersaram-se entre os deques e suas atividades corriqueiras. Robin havia dito algo sobre banhar-se ao sol mais tarde, mas Nami lhe dissera que não seria um bom horário. Então ambas decidiram fazer algo distinto, a arqueóloga se dirigiu à biblioteca a fim de procurar algo que ainda não houvesse lido, enquanto a navegadora aproveitou a claridade do dia para rascunhar alguns mapas no próprio convés principal.

Zoro discutia com Franky a possibilidade de construir alguma coleira para prender temporariamente Luffy. Segundo o espadachim, o capitão não conseguia entender que aquele lugar não era para aventuras e se desviassem o olhar por sequer um segundo dele, encontrariam-no já entre as plantas carnívoras.

— Não posso e nem quero ficar cuidando dele! — resmungou o espadachim cruzando os braços, claramente irritado com a sugestão de Franky.

— Mesmo que não seja você, alguém terá de ficar olhando o Luffy. Não posso simplesmente prendê-lo numa coleira ao parapeito do navio! Isso seria errado.

— Errado é perdemos um dia de sossego porque nosso capitão não entende o significado da palavra perigoso.

Sanji atravessou a conversa carregando um mousse de limão numa bandeja. Roronoa Zoro o seguiu com o olhar, vendo o loiro entregar a taça com doce para a navegadora que também encontrava-se no convés. Ela agradeceu, em seguida levando uma colher do mousse a boca, provando e elogiando o cozinheiro prontamente. Luffy surgiu no meio dos dois sem demora, implorando que a ruiva lhe desse um pouco do doce. Zoro observou os instantes seguintes com atenção, Nami negou pelo menos cinco vezes antes que o moreno se arriscasse em tomar a colher da mão dela, o que o imobilizou de dor com o murro que levou posteriormente da companheira aos berros.

— Peça para a bruxa tomar conta do capitão. — Zoro pareceu satisfeito em achar alguém adequado ao trabalho. — Afinal, somente ela consegue controlar ele.

— Talvez ela não goste da ideia — Franky rebateu.

— Ninguém iria gostar dessa ideia. — Acenou já de costas para o ciborgue, dirigindo-se ao ninho da gávea porque seu trabalho ali estava terminado.

Nami recusou o adorável convite de cuidar do capitão aquela tarde, de início, uma vez que se viu sem escapatórias quando Franky mencionou que ninguém da tripulação estava tão apto para aquele serviço quanto ela. E ela sabia que o companheiro estava terrivelmente certo. Luffy não ouvia as broncas de Sanji ou Zoro, e ainda que apanhasse, ele sempre tornava a contrariá-los. Não que ela exercesse algum tipo de autoridade sobre seu capitão, não mesmo, a questão era que quando ela falava, ele parecia escutar.

A ruiva esclareceu que ele não deveria sair de seu lado por hipótese alguma, mas ao mesmo tempo não o queria mais que um metro próximo. Conhecia-o bem o suficiente para saber o quão desastroso Luffy poderia ser e ela claramente não gostaria que ele a atrapalhasse em seus desenhos. Vez ou outra, o moreno vinha lhe questionar coisas sem sentido, importunando-lhe a todo minuto. Franky via graça naquilo, porque talvez o capitão tivesse se esquecido da ilha não explorada no momento em que a ruiva pediu para que ele ficasse ao seu lado.

— Namiiii — chamou manhoso. —, não consigo ver daqui o que você está desenhando!

— Estou anotando no nosso itinerário a passagem por essa ilha — falou sem tirar os olhos do papel. — e também fazendo alguns rascunhos da paisagem daqui. — Ela viu pela visão periférica o menino pender a cabeça confuso. Suspirou dando-se por vencida. — Venha aqui. — Mexeu os dedos o convidando a se aproximar.

Nami apontava para o papel, enquanto Luffy ria ouvindo sua navegadora explicar coisas das quais não entendia. Estavam rentes um ao outro, seus ombros encostando-se e o que somente passava-se pela menta do  capitão era o como a ruiva era talentosa. Cada traço no papel por mais simples e rabiscado que fosse, captava a essência da vegetação exuberante que tinham acesso na praia. Ele não fazia ideia de que Nami também soubesse desenhar mais além de mapas geográficos, seu peito encheu-se de orgulho de sua navegadora.

— Quando você aprendeu a desenhar assim? — perguntou com um tom mais sério que o habitual.

— Não sei. — Ela deu de ombros. — Provavelmente quando entrei para a tripulação. — Apoiou o rosto na mão destra, pensando sobre o assunto. — Estive desenhando desde muito cedo, mas foi quando conheci outras ilhas e outros tipos de climas e vegetações que me interessei por desenhos assim. — Apontou para a folha que Luffy tinha em mãos, sem fazer caso. — Por quê?

— Você é ótima! — Surpreendeu-a batendo a folha na mesa onde estava assentada. — Eu nunca esperei menos de você, mas você se superou! Quer dizer — retornou a folha no ar, balançando-a exasperado. —, olha esses detalhes!

— Obrigada, acho... — disse embaraçada e ajeitou o óculos de descanso na curva narina. Nami nunca recebia elogios por seus mapas, nunca os esperou também. Robin poucas vezes comentou algo sobre serem bons, mas ouvir diretamente de seu capitão que aquilo em que ela menos se dedicava, um hobby, era tão bom quanto sua função principal na tripulação, deixou-a absurdamente sem graça. Ela o viu correr pelo convés exibindo seu desenho a quem quer que encontrasse ali e todos regiram da melhor forma possível, elogiavam-na e lhe parabenizavam, em sua visão, por somente alguns riscos precisos num papel.

Ao retornar, Nami tomou o papel da mão do menino outra vez, alegando ele já ter a exibido o bastante. E no silêncio preenchido pelas ondas quebrando-se na areia da praia, a ruiva tornou a riscar o lápis no papel amarelado, traçando as linhas que em breve formariam uma figura com sentido. Luffy arqueou-se sobre o ombro da companheira, a fim de assistir o processo. A princípio, ele tinha apenas as mãos apoiadas, mas quando Nami começou a se irritar, o percebeu com o rosto entre seu pescoço, reclamando sobre seu cabelo estar muito grande.

— Luffy.

— Sim? — respondeu tirando alguns fios de cabelo dela da boca. Cuspindo-os.

— Você está atrapalhando. — Nami inspirou profundo, esforçando-se em não se estressar outra vez com o capitão.

— O seu cabelo também! — Ele pressionou o peito contra a costa dela, aproximando-se do papel. — Mal consigo ver o que você está desenhando!

— Desisto. — Ela bufou jogando o lápis na mesa, levantando-se e derrubando o capitão que não esperava aquilo.

Nami dirigiu-se ao parapeito do convés, deixando que o vento lhe refrescasse um pouco a cabeça. Não tardou em sentir Luffy se aproximando, mas de costas para a borda. Em segundos, a brisa marítima variou a direção, indo contra a ruiva, fez com que o chapéu de palha do capitão caísse sobre suas costas prendendo-se apenas pela amarra. Nami virou-se para encará-lo tendo de segurar o cabelo para não cobrir sua visão. Ele manteve os olhos fechados e um quase sorriso nos lábios empolgada com a ventania.

— Por que você está atrás de mim? — Ela questionou agora com as duas mãos nos cabelos.

— Você me pediu para não sair do seu lado hoje — replicou de imediato. Ela revirou os olhos, não era bem aquilo que quis dizer.

Gradativamente o vento cessou e o sol vívido pareceu sumir por alguns instantes. Sem os raios solares intensos, olhar para o céu tornou-se mais fácil.

— Parece com sua tatuagem. — Apontou para uma nuvem.

— Qual?

— Aquela lá, embaixo do pedaço de carne sem osso. — Nami riu, realmente lembrava o formato. — Achou?

— Sim, mas aquela é apenas uma cumulus se desfazendo — explicou ela. — Todas essas daqui são cumulus.

— Cumulus? — indagou surpreso. — Nuvens têm nomes?!

— Claro! Existem cumulus, stratocumulus, nimbostratus, cirrus, e muito mais. — Apoiou o rosto nas mãos. — Como você acha que sei quando vai chover?

— Pelo cheiro, não sei.

— Chuva não tem cheiro, Luffy. — Era incrível como ainda não tinha feito um buraco no lugar dos olhos de tanto revirá-los.

— Lógico que tem! — insistiu. — É o mesmo cheiro de terra molhada.

— Não vou discutir.

Um momento de silêncio se colocou entre eles e o vento parou por completo. A ruiva podia ouvir apenas a maré contra a praia e a respiração do mais novo com o braço próximo a ela. Aquilo não era ruim. Permitiu-se recostar a cabeça ao ombro de seu capitão, num gesto sutil, a pouca diferença de altura a deixou confortável, sem ter de torcer o pescoço para encontrá-lo. Ele pareceu não se importar.

— Aquela parece um usuário de Zoan. Um largarto.

— Lagarto — corrigiu ríspida. — E cala a boca. Por favor.

Ele achou graça na bronca e baixou sua cabeça até ela rindo. Mesmo invertidos, era incrivelmente bom ter um ao outro daquela maneira. Eram companheiros há mais tempo do que podiam se lembrar com exatidão, mas não era a primeira vez que compartilhavam um momento íntimo como aquele. Muito mais do que serem amigos próximos, aprenderam a conviver um com o outro diariamente. Foi um processo engraçado, que reviveram toda vez que um companheiro entrava para a tripulação. Entretanto, a ruiva esteve desde o começo. E viver com as manias e defeitos de Luffy, muitos por sinal, não fez com que ela enjoasse de sua companhia, pelo contrário, fez com que se encantasse mais. Vê-lo todos os dias ao levantar não lhe cansava, enchia-a de motivos para continuar; porque esse era o tipo de personalidade que seu capitão exalava. Talvez eles tivessem feito exatamente a mesma coisa na última vez atracados, ontem, não importava, cada novo dia era um novo dia por completo. A ruiva não era capaz de cansar-se de uma rotina em que o homem que dera-lhe novamente razões para sorrir estivesse presente.

— Nami? — chamou preocupado quando a viu de olhos fechados. Ela resmungou como resposta. — Você tá dormindo?

— Não.

— Então abre os olhos.

Antes de realmente abrir os olhos como pedido, a ruiva buscou um motivo para aquilo. Desistiu rapidamente quando chegou à conclusão de que seu capitão não podia ser previsto.

— Aquela nuvem parece você — falou ao vê-la encarando-o.

— Não, Luffy, aquela ainda é uma cumulus. — Saiu rindo da amurada onde antes encontrava-se apoiada, deixando-o confuso e tendo certeza de que ele a seguiria outra vez.

Nami desejou que mais manhãs como aquela existissem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu fiquei pessoalmente orgulhosa de mim mesma com essa fanfic, acho que foi uma das melhores que já escrevi, e entrou pros meus favoritos das minhas próprias fanfics (?).
Caso tenham encontrados erros, sejam eles gramaticais ou de formatação, peço gentilmente que me informem para que sejam consertados o quanto antes.
Todo feedback, sendo ele reviews ou favoritos e quem sabe recomendações, será muito agradecido!!! Essa é uma história minha para vocês, me contem o que acharam!
Até mais, beijos da Bats ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cumulus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.