Already Broken escrita por Eponine


Capítulo 1
I'll break your heart


Notas iniciais do capítulo

ALOOOOOOO ALOOOO
LEIA LEIA
LEIA LEIA

TEM POSSIVEIS SPOILERS DE CURSED CHILD, TEJEM AVISADOS

A
LEIA
LEIAAAAA
ALO ALO



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Ludovico Einaudi – Life

 

 

 

 

O homem grisalho sorriu para seu filho, acenando.

Finalmente respirou quando o trem entrou em movimento, fazendo com que Scorpius se afastasse da janela. A mão de Draco pareceu falhar, assim como seu corpo e sua máscara sorridente, que tornou-se gelo puro. Choraria se tivesse algumas lágrimas para desperdiçar. Olhou os casais ao seu redor, conversando após se despedirem de seus filhos e tocou seu sobretudo, com sua garganta fechada.

Poderia aparatar na mansão, mas não tinha pressa de perder-se na solidão. Andou calmamente para fora da Estação, ignorando o olhar gélido de Harry Potter para ele, também se direcionando para fora do local com sua esposa. Draco não conseguia parar de olhar para casais, ele nunca notou que o mundo estava tão cheio deles até...

Encolheu-se em seu sobretudo, enfrentando o frio de Londres, misturando-se entre os trouxas na estação. Não sabia o que fazer. Queria ir para o Ministério, preencher o silêncio de sua mente, mas sua chefe fora clara quando especificou que se ele continuasse a ultrapassar seu horário de trabalho, ela o demitiria. Não entende que Draco precisa ficar as doze horas de seu dia naquele lugar, com pessoas indo e voltando, ouvindo conversas e piadas alheias.

Gostaria de enturmar-se, gostaria de sentar-se na mesa com os outros, apenas para ver como seria a reação, mas com toda certeza os constrangeria e acabaria com o assunto. Então ele acabaria sozinho, como todas as vezes em que se aproximou mesmo que apenas com um “bom dia” de alguém.

Ninguém quer sentar com o homem que compactuou com o nascimento da Criança Amaldiçoada.

Entretanto, Draco gosta de fazer seu trabalho em silêncio, ele gosta de realmente se concentrar em todos os artigos que tem que ler e direcionar. Antes ele aceitava suas seis horas diárias, pois quando chegasse em casa, lá estaria sua companhia. Suas preocupações eram mínimas, seus problemas eram quase inexistentes e passar por Harry Potter nos corredores do Ministério era apenas mais um deboche na sua lista de ‘deboches do dia’.

Mas nem isso Draco consegue fazer mais.

“Bom dia”, disse ele, sentando-se no café perto da estação. Este era trouxa, ele preferia um lugar em que ninguém o conhecia do que um bruxo, onde todos o olhariam torto. “Um café expresso, por favor”.

Ele gosta de pensar que tudo aquilo, todos aqueles malditos boatos, toda aquela carga em cima de suas costas, são um pagamento de seu pecado. Ele conseguia aguentar, veja bem, desde que não envolvesse seu filho. Ele e Astoria conseguiam suportar.

Mas agora ela se foi, e ele tem que segurar todas as pontas sozinho.

Se Draco chorar, ele nunca vai parar. Então engole e implora para que todos os seres acima dele não deixem Scorpius precisar aguentar nada. Dê o peso para ele. Joguem tudo em cima dele, ele consegue carregar. Não sigam meu filho. Não apontem. Eu sou o culpado, por favor, não o culpem. Não o culpem.

“Obrigada”, sorriu, falho, pegando sua xícara fumegante. Olhou o conteúdo negro, em silêncio. Van Gogh pintaria sobre ele e a tristeza devastadora que compartilhavam. A única parte boa naquilo, é que, em Hogwarts, seu filho teria outras distrações. Aulas, Quadribol, e pelo menos um amigo. Draco gostava de Albus, Draco ama tudo que Scorpius ama.

E se seu filho gosta do filho de Harry Potter, ele sabe que também pode gostar dele.

Agora, que finalmente poderia voltar a sua solidão, naquela mansão escura e abandonada, teria tempo para construir o personagem para quando Scorpius voltasse da escola. Sorridente, onde eles tomariam sorvete todas as noites. Você quer uma nova casa, filho? Vamos nos mudar. Vamos visitar seus tios, vamos viajar para a Índia, vamos na casa de seus pais maternos, vamos fingir que nada aconteceu, vamos, por favor, fingir que mundo inteiro não consegue nos ver.

Draco pensou que já estava quebrado quando seus pais morreram, e fora infeliz em acreditar que todo o seu dinheiro podia salvar Astoria. Ele sentia-se segurando areia.

Agora dedicaria sua vida a Scorpius, porque se algo acontecesse com seu filho...

Terminou seu café em um único gole, olhando as pessoas que entraram no café. Respirou fundo ao notar que eram bruxos. Sussurraram entre si. No começo, Draco berrava com qualquer um que fizesse aquilo, mas estava tão exausto que só queria que eles falassem em voz alta em vez que encará-lo. Por que não gritam?

“O filho dele é maldito”

“A esposa dele deitou-se com o Lord das Trevas”

“Ele é amante de Magia Negra”

Draco tirou seu sobretudo, aquecido pelo café, mas quando a garçonete olhou seu braço, com a terrível tatuagem nele, o homem grisalho arrependeu-se e recolocou o sobretudo, constrangido. A mulher de meia idade pareceu envergonhada e lhe deu um sorriso como desculpas. Ela tinha os cabelos cor de chocolate e aquela cor estava começando a lhe matar, onde quer que estivesse.

“Eu conheço um tratamento de remoção...”, ela apontou timidamente para o braço de Draco. “Eu também tinha uma tatuagem que odiava. Eu fiz quando não tinha noção de nada... Coisas que fazemos tentando nos definir, hein?”.

O homem olhou a mulher, querendo sorrir, mas seu corpo era incapaz de o fazê-lo. Ela provavelmente vira as partes distorcidas da marca, em que Draco tentara, em momentos de surto, arrancar a fogo. Colocou o dinheiro sob o balcão e saiu da cafeteria, sentindo-se mais velho do que nunca.

Sua mansão era em outra cidade, mas Draco andaria até suas pernas fraquejarem e a noite cair. Não estava ansioso para entrar na solidão, mas ela o acompanharia. Agora era sua velha companheira, o seguindo a cada compassada de seu coração. Ignorou os olhos sob ele, cansado demais para ser atingido. Estava quebrado demais para ser alvejado.

Apertou o colar em seu pescoço, o abrindo.

Olhou a foto de Astoria, movendo-se em um sorriso.

Sentiu seu coração esquentá-lo.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu já estou fazendo fanfic de SPOILER, veja só até onde chega a doença das pessoas.


J.K LIBERA SUA FANFIC PRA NOIS FAZER FANFIC TAMBÉM!

Primeiro capítulo dessa história, no POV da Astoria:
https://fanfiction.com.br/historia/695841/Ill_Break_Your_Heart/


Espero que sofram comigo...


;)