Após certificar-se pelos menos três vezes de que tudo que lhe era necessário estava em sua mala, Kurt finalmente saiu de seu apartamento. Chamou um táxi e foi em direção ao aeroporto. Seu coração parecia querer sair por sua boca, mas essa não era uma sensação que lhe incomodava, pelo contrário, era uma sensação boa. Esse tipo de nervosismo era até agradável.

O voo foi tranquilo e não tão demorado quanto o esperado. Ao chegar em New York Kurt sentia que até o ar era diferente. Observou todas as pessoas à procura do seu moreno de cabelos cacheados, sabendo que ele o esperaria ali, mas demorou um bom tempo procurando e não o encontrou.

— Você olhou em todas as direções, menos onde eu estava. – Kurt ouviu aquela voz que reconheceria a milhas de distância e se virou na direção de Blaine, sorrindo grandemente. – Você chegou até mais cedo do que eu imaginava, ou eu perdi a noção do tempo.

— Me esperou muito? – Perguntou Kurt.

— Só estou aqui faz uns quarenta minutos. Queria garantir que estaria aqui quando você chegasse. – Sorriu o moreno. – Você está bem?

— Estou sim. E você? – Os dois começaram a andar para fora do aeroporto enquanto conversavam.

— Melhor agora. – Blaine disse, mostrando o carro na frente deles e entrando em seguida no mesmo, junto com Kurt. – Agora que você entrou nesse carro vou te raptar, durante um mês inteiro você é meu.

— Engraçadinho. – Kurt começou a rir. – É bom estar aqui com você.

— Também fico feliz de estar com você, embora eu esteja me sentindo mais tímido que o normal depois do que eu te disse.

— Sobre você estar apaixonado por mim? – Provocou Kurt, vendo Blaine corar. – Estamos no mesmo barco. E eu falei primeiro.

— Sei disso. – Blaine também riu, parando no semáforo e encarando Kurt. – Já sabe onde quer ir?

— Todos os lugares possíveis.

— Ótimo. – Blaine tinha um sorriso sapeca nos lábios. – Hoje à noite podemos sair, mas, por enquanto, vamos direto almoçar.

— Tudo bem. Estou ansioso pelos nossos passeios. – Sorriu o castanho, observando o moreno ao seu lado.

— Vai escorrer a baba daqui a pouco. – Brincou Blaine, levando um fraco tapa de Kurt.

— Como você é idiota!

Os dois se dirigiram até o tal restaurante, onde almoçaram a continuaram a conversar. A primeira parada deles após isso, ainda antes de irem para o apartamento de Blaine, foi no Central Park. Os dois caminharam, tomaram sorvete e por fim sentaram-se no gramado para ver o pôr-do-sol, já que depois de tanto caminhar já era fim de tarde.

Kurt e Blaine se encararam. Era o clima perfeito, momento ótimo, seus lábios mais uma vez quase se tocaram, mas uma criança correndo e gritando perto deles os fez se separar bruscamente e se encarar tímidos.

Os dois voltaram a andar pelo parque, Blaine até mesmo se arriscou e segurou a mão de Kurt e, como o castanho não se incomodou com aquilo, andou de mãos dadas com o moreno pelo parque e permaneceu próximo a ele até o momento de voltarem para casa. Se sentia bem na companhia do moreno.

[...]

— Seu apartamento é muito bonito, B. – Kurt elogiou, os dois estavam sentados no sofá após Blaine ter acomodado Kurt no quarto de hóspedes. – Gostei.

— Fico feliz. – O moreno agradeceu. – Você ficou me devendo certas respostas...

— Você também. – Rebateu Kurt, encarando Blaine e rindo. – E eu não vou te responder antes de você também me dar minhas devidas respostas.

— Então nos manteremos em silêncio, porque agora eu estou com vergonha.

Kurt apenas riu, também se sentindo tímido e extremamente cansado. O dia tinha sido cheio com Blaine. Pediu permissão ao moreno e tomou um banho quente e relaxante, vestindo em seguida um pijama comprido de inverno.

Após isso, os dois ainda jantaram e Blaine foi o próximo a ir para o banho. Kurt pegou seu notebook, que tinha levado junto com ele, e conferiu se tinha alguma mensagem de alguém, mas não havia nada.

Quando os dois foram dormir, Kurt sentiu vontade de beijar Blaine, mas naquele momento lhe faltou coragem e ele decidiu ir para a cama dormir e refletir. Agora, na presença do moreno, sentia seu coração saltitando e as borboletas em seu estômago flutuando e o transformando em um verdadeiro bobo apaixonado.

O Anderson sentia o mesmo, queria estar perto de Kurt o tempo inteiro, principalmente agora que estavam juntos e ficariam assim por um mês inteiro aproveitando todas as belezas de New York.

Kurt viu a porta do quarto ser aberta e acendeu o abajur ao lado da cama, encarando Blaine em seguida.

— Será que eu posso dormir aqui com você? – Perguntou Blaine, fechando a porta quando viu Kurt assentir, já andando até ele e se deitando ao seu lado. – Estou totalmente sem sono.

— Eu também. – Concordou Kurt, vendo Blaine pegar o celular e começar a mexer. – O que vai fazer?

— Uma das coisas que mais falamos é música, então vamos ouvir música. – O moreno voltou a mexer no celular, logo colocando uma música aleatória para tocar.

Kurt apenas assentiu e lentamente se aproximou mais de Blaine, o abraçando e ficando com o rosto no peito dele, sendo abraçado de volta. Uma das músicas sobre a qual eles falaram em uma de suas conversas, I Wanna Be Yours do Arctic Monkeys, começou a tocar e Kurt abriu um sorriso sapeca.

“Secrets I have held in my heart (Segredos que eu tenho mantido em meu coração)

Are harder to hide than I thought (São mais difíceis de esconder do que eu pensei)

Maybe I just wanna be yours… (Talvez eu só queira ser seu)”

— I wanna be yours, I wanna be yours (eu quero ser seu, eu quero ser seu)… — Kurt  cantou o trecho e separou seu rosto do de Blaine, vendo que o moreno também sorria, porém estava de olhos fechados.

Aproveitando aquele momento, Kurt perdeu o pouco de juízo que tinha em si, se esticou e beijou Blaine, resolvendo que não perderia mais tempo esperando, já que ambos haviam dito que estavam apaixonados e nada nem ninguém poderia impedir eles, não é?

Blaine levou sua mão até o pescoço de Kurt e o puxou para mais perto, aprofundando o beijo e o contato entre eles. A alegria que estava dentro deles irradiava deles, o carinho que partilhavam

Quando se soltaram, encararam-se e sorriram tímidos, não perdendo tempo para juntarem seus lábios novamente, em um beijo ainda mais caloroso que o primeiro. Não queria se soltar mais, queriam apenas permanecer com seus corpos juntos, demonstrando um ao outro o carinho e amor que sentiam.

Blaine ficou com medo de responder a pergunta de Kurt sobre a qual falaram por internet e Blaine disse que responderia quando se encontrassem, que seria justamente falar sobre o Anderson amar Kurt. A verdade é que ele sabia que amava o castanho, mas não tinha coragem de admitir em voz alta, não ainda.

Eles tinham um mês inteiro para descobrir todos os sentimentos que eram capazes de sentir um pelo outro, inclusive criariam nesse um mês coragem para admitir o que verdadeiramente sentiam. E era bom estar apaixonado como ambos estavam.

Os dois demoraram para dormir, ainda permaneceram se beijando e abraçando e, quando enfim dormiram, caíram no sono ainda abraçados, sentindo o perfume um do outro e sorrindo de maneira boba.

Estavam felizes e se sentindo completos, parecia um sonho do qual eles definitivamente não queriam acordar.