Entre feitiços, muito cocô, e um Borela. escrita por Lucas Stumpf


Capítulo 10
O imitador




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Os cinco dias seguintes na casa dos Geschwind foram bastante tranquilos. Com exceção da dúvida implantada por aquele livro, não havia muito com o que se preocupar por ali. Mesmo com a notável falta de senso de perigo que Adelia tinha em relação às criaturas mágicas, os garotos tinham alguém que a repreendesse.

— A senhora não pode deixar os pelúcios soltos pela casa, mãe! - apregoou Ana, a irmã mais velha e mal-humorada de Ysadora, quando Adelia deixara três pelúcios fazerem a festa na sala de estar. - Eles fazem mais bagunça que a Ysadora com cinco anos.

A irmã mais velha era muito semelhante à Ysadora, com exceção de um corpo mais curvilíneo e cabelos tão lisos que Gabriel jurara ter conseguido ver seu próprio reflexo neles numa tarde em que ela fora repreender os garotos por estarem brincando de Snap Explosivo no quarto.

Ela conseguira recolher os Pelúcios com um feitiço convocatório comum, e prendeu-os em um compartimento de vidro que ficava no porão da casa, onde a família mantinha várias criaturas alojadas para estudos. No café da manhã do sexto dia, Gabriel só conseguiu prestar atenção em Alexia, que também parecia estar tendo dificuldade em se focar em outra coisa. Por diversas vezes ele não ouvira a conversa que permeava o café, e Adelia tivera de repetir.

— Então, quais matérias estão apresentando mais dificuldades? - Adelia perguntara.

Gabriel sacudiu a cabeça quase que imperceptivelmente e se voltou para o prato intocado de torradas com geleia.

— Nenhuma. - mentiu Lucas, agitando a varinha com displicência e soltando faíscas verdes sobre a mesa.

Adelia fez uma careta de descrença que Lucas fingiu não notar.

— Conheci seus pais. - disse ela. - Eram muito talentosos. - Ela fez uma pausa, como se esperasse que Lucas demonstrasse algum interesse. Ao ver que não aconteceria, continuou: - Mesmo que tenha herdado a habilidade deles - e tirou a varinha do garoto, arrancando-lhe uma expressão estupefata -, todo bruxo possui uma "trava".

A sra. Geschwind devolveu a varinha a Lucas, que pegou-a sem tirar os olhos da mulher, como se pensasse em uma maneira muito mal-criada de se vingar posteriormente.

— Poções. - balbuciou Pedro, com um leve toque de desdém.

— Como? - Adelia perguntou ao garoto.

Pedro ajeitou os óculos e explicou:

— Lucas não é muito bom em poções. - Gabriel viu os olhos do gordo deslizando até sua direção. - Nem o Gabriel. - acrescentou. - Já eu... - E forçou uma tosse rouca.

— Fez o Flitwick voar Hogwarts à fora. - lembrou Lucas, lustrando a varinha na camisa.

Pedro ruborizou e pareceu encolher alguns centímetros. Gabriel notou que Alexia abafava um riso; provavelmente com medo que sua mãe a repreendesse caso risse do gordo. Mas não contendo a vontade de fazê-la rir, ele completou:

— Sim. - sua voz saiu mais alto que o normal, de modo que roubasse a atenção de todos. - Na aula de feitiços, estávamos praticando o feitiço da levitação, e o Pedro começou a balançar a varinha com raiva e berrar - e Gabriel fez voz de falsete para imitar o tom histérico de Pedro: - Eu não consigo! - e imitava os gestos do amigo com uma varinha invisível.

Alexia deixou escapar um riso, e Gabriel sentiu-se como se tivesse vencido o campeonato das casas. A garota imediatamente olhou para a mãe, para ver sua reação, mas esta última estava rindo mais do que ela.

— Isso é verdade? - Adelia perguntou para Pedro com uma voz mais grave, e inclinando-se sobre a mesa.

Mas o gordo estava tão vermelho que parecia uma bola Goles, e levantou-se enraivecido da mesa, bamboleando até o corredor, onde desapareceu. Lucas não conseguia parar de rir, até que Adelia deu-lhe um tapa na nuca que fez seus cabelos compridos e bagunçados ficarem ainda mais bagunçados.

— Doida. - Gabriel ouviu Lucas murmurar entre os dentes cerrados.

Sabia que Adelia havia ouvido também, pois estava entre os dois, mas a mulher não dera atenção, e com um gesto da varinha, tirou a mesa, lavou os pratos e os talheres, e fez cada coisa se guardar no lugar adequado.

Lucas e Gabriel foram até o quarto e abriram a porta. Viram Pedro deitado emburrado em sua cama, mas não lhe deram atenção. Tornaram a fechar a porta e se dirigiram para o quintal da frente.

— Tem pensado sobre o livro? - Gabriel perguntou a Lucas.

Lucas assentiu e enfiou as mãos nos bolsos.

— Mas não há muito o que podemos fazer daqui, não é? - disse ele, fitando o céu desanuviado. - Precisamos esperar até voltarmos para a escola. - e deu um longo suspiro. - Acho que é a primeira vez desde que estamos nessa pausa, que desejei que Gabi tivesse um ânus normal e não tivesse destruído o castelo.

— Ei. - os garotos se viraram ao ouvirem a voz de Ysadora às suas costas. - Minha mãe está chamando vocês e o Pedro lá no pátio dos fundos.

Gabriel franziu o cenho e Lucas perguntou rudemente:

— Mas para quê?

— Não sei. - respondeu Ysa.

— Ai, você nunca sabe! - disse Lucas em whistle. - Mas você que chame o Pedro. - disse à amiga antes de passarem pela porta.

Ao chegarem no pátio dos fundos, viram que o mesmo estava ladeado por alvos que flutuavam próximos ao chão, e as árvores que cresciam junto aos muros, estavam enfeitadas com balões luminosos que mudavam de cor.

Gabriel no primeiro momento tentou e lembrar se ali sempre fora assim. Os dois - e mais Pedro e Ysadora, que haviam acabado de chegar - se aproximaram de uma respeitosa Adelia, cujos braços estavam cruzados e a mão direita enluvada armada com a varinha.

— Acharam que só porque estão de folga, seus estudos seriam deixados de lado? - perguntou ela, fulminando-os com o olhar.

Os garotos olharam em volta novamente, e por algum motivo, Gabriel achou aqueles alvos intimidadores.

— Que tipo de "estudos"? - perguntou Pedro preocupado, logicamente porque se envolvesse feitiços, ele se sairia vergonhosamente.

Adelia fez um trejeito de curiosidade e agitou a varinha. Tecidos com o emblema de cada uma das casas de Hogwarts se materializaram sobre os alvos, tremulando com a brisa tênue.

— Todo o tipo de estudo. - respondeu a bruxa, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Ela se virou para um dos alvos e apontou com a mão sem varinha.

— Cada um de vocês vai atirar qualquer feitiço no alvo correspondente à sua casa da escola, e depois... Bem, verão o que vai acontecer.

Gabriel franziu a testa para o alvo da Corvinal. O que poderia ocorrer, afinal? Eram somente alvos... Ou será que Adelia teria preparado algum tipo de surpresa?

O garoto nem teve tempo de pensar no que poderia ocorrer, pois sentiu seriamente como se alguém o observasse de algum lugar. Ele então olhou de esguelha para o canto mais sombrio do pátio, e viu uma nervosa Alexia, que o observava com os cabelos mudando de azul para vermelho e de vermelho para azul. Talvez nem a tivesse visto se não fosse por isso.

De repente, um alto e agudo silvo ecoou pelo pátio. Gabriel a princípio pensou se tratar de Lucas, mas logo notou que o som irrompia da varinha de Adelia.

— Comecem! - bravejou ela.

Gabriel viu Lucas correr efetivamente em direção ao alvo da Sonserina e acertá-lo com faíscas verdes, quase que no centro. A mira vacilou alguns centímetros.

Mas pareceu ser o bastante.

O bastante para a surpresa de Adelia, pelo visto. Lucas fora sugado para dentro do alvo, como um spaghetti que girou rapidamente até desaparecer. Gabriel, Pedro e Ysadora pararam de chore, todos fitando o ponto em que o garoto desaparecera. O que acontecera com ele? Gabriel sabia que Adelia era maluca, mas não puniria com a morte quem errasse do centro do alvo.

— Se não se moverem - começou Adelia, ameaçadora -, vou fazer se moverem.

E da ponta de sua varinha rompeu uma espessa fumaça cinzenta que espiralou pelo ar sobre a bruxa até se dividir em sete lobos de fumaça. As feras tinham olhos vermelhos que dardejavam ao sol que se derramava sobre o pátio, e seus dentes pareciam bem sólidos.

— Não se enganem pelo corpo rarefeito. - alertou Adelia. - A mordida deles é tão potente quanto a de um lobo de verdade.

Gabriel deu outra olhada para Alexia, e notou que a menina agora segurava os cabelos coloridos com força. O menino também percebeu que sua mão suava, e a varinha escorregava suavemente, à medida que engolia em seco e sentia como se houvesse areia em sua garganta.

— VÃO! - bradou Adelia.

E os lobos dispararam como raios cinzentos. Ziguezagueando pelo pátio, latindo e uivando. Os três garotos se apressaram em seguir para seus alvos, tentando afastar as criaturas com jatos coloridos das varinhas.

— SUA MÃE É MAIS LOUCA QUE VOCÊ, YSADORA! - apregoou Pedro, ofegante e desesperado, as banhas balançando visivelmente sob a camisa branca com rodelas de suor abaixo dos braços.

Assim que Gabriel ficou frente à frente com o alvo corvino, ele, sem pensar, berrou:

— Finestra!

E no segundo seguinte, sentiu seu corpo se comprimir, espichar e encolher. Fechou os olhos e só os abriu quando a vontade estranha de se suicidar passara.

Se via agora em um corredor comprido demais para ver o fim. Haviam velas flutuando próximas às paredes, iluminando quadros de moldura enferrujada, que ostentavam a figura de vários homens de aspecto importante, expressão séria e que empunhavam varinhas longas com entalhes de aço.

Gabriel se perguntou se Lucas também havia ido parar num lugar como aquele, e se Pedro e Ysadora também haviam conseguido atingir seus alvos. Uma pontada de riso brotou em seu rosto ao mentalizar a imagem de Pedro sendo mordido nos fundilhos por um lobo, e urrando de dor histericamente. O garoto continuou sendo pelo corredor, imerso no silêncio inquietante daquele cenário mórbido.

O padrão não parecia mudar, tampouco, o fim chegar. As pernas do menino já estavam ficando cansadas, e uma dor estranha do lado direito o alfinetava. Talvez o nervosismo finalmente o alcançara. Será que ficaria preso naquele lugar para sempre? Pensara em como Alexia devia estar se sentido. Será que se não conseguisse achar um meio de sair dali, ela iria convencer sua mãe a tirá-lo?

— Com certeza. - E Gabriel virou-se imediatamente, não como um reflexo, mas como uma esperança. Era a voz de Alexia, e, fato, era Alexia quem o esperava.

Estava exatamente do mesmo jeito de quando Gabriel desaparecera no alvo. Ele sentia como se devesse correr para abraça-la, mas seus pés simplesmente não respondiam, tampouco seus braços.

A menina deu sorriso tímido e seus cabelos mudaram para rosa. Ela se aproximou dele e pegou em sua mão. O estômago de Gabriel deu uma cambalhota, e sentiu seu rosto ruborizar. Suas pernas só pareceram ser de fato dele, quando Alexia começou a conduzi-los em linha reta pelo corredor.

— Como entrou aqui? - foi tudo que Gabriel conseguiu perguntar depois de dois minutos de caminhada.

— Do mesmo jeito que você. - a resposta veio rápido.

— Mas você não tem varinha. - observou Gabriel. - Como atingiu o alvo?

Dessa vez Alexia demorou um pouco mais para responder, mas, estranhamente, sua expressão não mudou nada.

— Uso a antiga da Ana. - explicou Alexia, tirando uma varinha lascada do bolso da saia e em seguida colocando-a de volta.

— Entendi... - Gabriel falou numa voz arrastada.

Os caminharam por uns vinte minutos, e o cenário não mudara absolutamente nada. Parecia que nem a presença de Alexia atenuava a angústia de estar ali. E logo uma pergunta veio à sua mente.

— Mas afinal, por que veio aqui?

— Vem te levar para fora. - respondeu Alexia, seca.

— Mas estamos caminhando há um tempão. - disse Gabriel. - Se fosse para ficar só andando em linha reta, eu fazia isso sozinho, eu acho.

O garoto olhou de canto de olho para Alexia, esperando ver algum traço de desconforto pelo que disse, mas a menina continuou imutável e fria, como um manequim.

— Desculpe. - murmurou ele, sentindo o rosto ruborizar. - Sei que está só tentando ajudar.

Sem resposta. Gabriel não sabia se sentia-se aliviado por ela não dizer nada, ou desconfortável pela mesma razão, entretanto, algo de fato não fazia sentido: Alexia não era assim. Será que era porque estava sozinha com ele? Pelo que conhecia dela, faria mais sentido ela tentar socializar do que ficar com aquela cara fria.

O garoto não soube dizer por quanto tempo mais continuaram caminhando, mas começou a sentir suas pernas doerem, e até respirar era desconfortável naquele ponto. Não suava, mas isso nem lhe soava mais estranho. Quando olhou novamente para Alexia, percebeu que ela estava com exatamente a mesma expressão. Aquilo não podia estar certo. Havia com certeza algo errado. 

Ele soltou a mão da garota e deu passos vagarosos de costa em direção à parede, deixando Alexia no centro do corredor.

— Afinal, o que está está havendo? - sua garganta estava tão seca que sua voz saiu áspera e quebrando. - Nós não vamos chegar a lugar nenhum, não é? Sua mãe mandou você vir para cá, pra me atrasar?

Mas não houve resposta novamente. A menina simplesmente estendeu a mão para Gabriel, e sorriu daquela forma calorosa que costumava fazer, com os cabelos mudando para um rosa tênue e inocente. 

— Vamos continuar, Gabriel. - pediu ela.

Gabriel quase cedeu. Por um instante, foi como se estivesse entrado em um transe profundo; mas logo lembrou-se do motivo pelo qual estava enraivado, e a consciência voltou à sua mente. 

— Não! - vociferou ele, chegando ainda mais perto da parede. - Vou seguir sozinho a partir de agora. 

— E para onde vai? - desafiou Alexia, com uma voz ativa e rascante que Gabriel jamais ouvira antes. - Se voltar, não chegará em lugar algum, como bem pode imaginar. E se seguir em frente, eu estarei logo atrás, vigiando sua caminhada perpétua. Você está preso nesse corredor comigo. 

Gabriel entreabriu a pouca e olhou para os dois lados. O que ela dizia era mesmo verdade? Não, não poderia. Adélia não ousaria prender ninguém ali. Mas de qualquer forma, a pior coisa que poderia acontecer era ser reprovado nessa tarefa, e não ia aceitar isso. Imagina se o Pedro e a Ysadora passassem? Nunca iriam deixar ele esquecer isso. 

Ele puxou a varinha do jeans e empunhou-a contra Alexia, com a postura exemplar de um bom aluno da Corvinal. Não sabia ao certo porque estava fazendo aquilo, mas foi tudo o que lhe ocorreu. Jamais imaginara aquela cena. Sempre pensara que em seu primeiro momento a sós com Alexia, ele usaria outro tipo de varinha.

A garota sorriu. Mas dessa vez não fora um sorriso inocente, tampouco alegre. Era cruel e cortante, como ouvir o evacuar de tia Ione. 

Alexia deixou a varinha cair no chão, e o estrépido ecoou pelo corredor como um som aterrorizante. Seu corpo pequeno começou a derreter, moldar-se em uma gosma negra como tinta de onde brotaram duas asas de inseto gigantescas, patas de aranha, e da cabeça redonda e cheia de furos agoniantes que surgira por último, saíram duas presas que lembravam mundo as de formiga, mas vistas daquele tamanho, fariam até o homem mais corajoso pensar em recuar em algumas vezes.

A criatura colocou-se em pé naquela poça de gosma preta, e sua cabeçorra roçou no teto. Emitia um som agudo e vibrante, como um verme agonizando antes da morte. 

— Mas o que...

— O que foi, garoto? - o monstro falou dentro da cabeça de Gabriel. - Não sou mais tão atraente quando antes? - o sarcasmo leitoso em sua voz era abissalmente irritante. 

— Ainda é mais atraente que uma professora de DCAT que temos... - falou Gabriel. - O que você... é?

— Um Songengar. - respondeu a criatura. - Adelia me criou para ser o oposto do Bicho-papão. Eu me transformo naquilo que mais almeja...

Gabriel recuou alguns passos, segurando a varinha com muita força e olhando o monstro nos olhos.

— Já tem algo que faz isso. - disse ele. 

O monstro ficou em silêncio por alguns segundos, e depois indagou:

— Já há?

— É, se chama "espelho de Ojesed".

— M... mas, eu pensei que...

— É, Adelia não é muito criativa, desculpe.

Agora foi o monstro quem recuou. Gabriel deixou escapar um sorriso pelo canto do lábio.

— Bem - começou o monstro. -, mas não é só isso que faço. Também posso me transformar naquilo que mais detesta. 

E seu corpanzil novamente se desfez em gosma preta, e moldou-se na forma de um adolescente magro, esguio, espinhento e de cabelos compridos sebosos...

— Ai, que sujeira, não é mesmo? - lamentou-se Gabriel, eu ver um Gabi presunçoso bem na sua frente. 

— Então ele se caga. - a voz de Gabi continuava tão incômoda como outrora. 

O que aconteceu a seguir não poderia ser descrito. O monstro-Gabi abaixou as calças, e de sua bunda brancona cujos pelos dourados luziam à luz das velas, irromperam algumas criaturas de cocô apinhadas de cabelos e pedaços de milho. O odor queimava as narinas de Gabriel, que o garoto quase sentia o vômito na garganta. 

Encolerizado e enojado como nunca antes na vida, ele fez um movimento no ar com a varinha que arrancara a cabeça das criaturas de cocô de uma única vez. Inspirado pelo seu feito, Gabriel fez outro movimento, e fagulhas azuis jorraram de sua varinha, acertando em cheio o peito do monstro-Gabi, que estourou em uma bolha de gosma negra. 

Gabriel ajoelhou-se no chão, suando e com as mãos tremendo. Mas quando se deu conta, o cenário à sua volta estava se desfazendo, dando espaço novamente ao pátio de onde começara, com Adelia, Alexia, Ysadora, Lucas e Pedro à sua volta. 

— Ah, muito bem! - congratulou Adelia. - Achamos que não ia conseguir. - e apontou para um relógio de planetas que flutuava sobre a copa de uma árvore. - Mais seis minutos e teríamos de desclassificá-lo. 

Gabriel levantou-se, ruborizado e ainda tremendo. Ele apontou a varinha para Adelia, com os olhos sombreados e o coração pulsando como uma bolinha de ping-pong, e berrou com toda a força que ainda tinha:

— Cara de Lesma!

O jorro de luz amarelado derrubou a matriarca dos Geschwind no chão, com um banque, e enquanto a mulher se acabava de vomitar lesmas, Gabriel entrou em casa, ignorando o fato de que todos o olhavam. 


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