Não Olhe Para Sombra escrita por Luccapaiva


Capítulo 2
Mistério a Solto




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Taylor e Thomas correram para a delegacia onde Richard estava. Taylor estava com fogo nos olhos e Thomas permanecia preocupado antes mesmo de chegar ao local. Taylor chegou na delegacia já gritando alto:

— Como diabos vocês conseguiram deixar o corpo simplesmente desaparecer?

— Não tivemos culpa, não houve nenhum barulho e todas as portas e Janelas estavam trancadas – Richard se defende.

— Investiguem toda a região em busca de vestígios – Taylor ordena todos os policiais ali – Richard para você tenho uma surpresa maior.

Taylor apresenta uma filmagem das câmeras de segurança da sua casa para Richard. A filmagem mostrava claramente as luzes sendo apagados, a janela sendo quebrada e os tiros das armas de Taylor e Thomas, porém, não havia nenhuma sombra ali.

— Tinha uma criatura aí, porém ela não aparece em nenhuma filmagem, e nem fotos, e nem câmeras – Thomas confirma - É como se fosse uma sombra, só os olhos podem ver.

No exato momento o telefone toca. Era incomum o telefone da delegacia tocar tarde da noite. Taylor foi em direção ao telefone e lentamente tirou o aparelho do encaixe. Taylor não disse nada ao colocar o telefone no rosto, alguém do outro lado se pronunciou:

— Posso ver alguém encapuzado saindo pelas janelas da delegacia.

Taylor se lembra da mesma voz que o ligou da última vez e se deu o toque de que era mesma pessoa falando. Taylor desconfia de que este suposto anônimo está por trás de alguma coisa.

— Quem é você? – Taylor pergunta sério no telefone.

— Ouvi dizer que posso realizar denuncias anônima, e é dever de quem me atende aceitar isso – O informante anônimo desliga o telefone imediatamente.

— Richard, rastreie o número que me ligou – Taylor ordena – Thomas vamos atrás de quem pegou o corpo de Paul.

Taylor e Thomas saem da delegacia e olham ao redor do estabelecimento. O mesmo encapuzado estava correndo em direção à floresta, na mesma direção onde ocorreu o suposto assassinato.

Thomas aponta o dedo para o encapuzado e junto a Taylor correm atrás seguindo os mesmos passos. Por mais treinados fisicamente que a dupla de policiais era, o encapuzado era equivalente, corria tão rápido quanto.

Entraram na floresta da pior maneira, o local não havia nenhuma trilha, e nenhuma entrada de luz da noite. A única tática que Taylor e Thomas possuíam era seguir os barulhos dos passos. Porém isso não foi possível.

Assim que ambos deram alguns passos adentro na floresta, ligaram suas lanternas para facilitar a visão. Os barulhos dos passos da criatura encapuzada desapareceram no silencio da floresta. Taylor iluminava o caminho e Thomas as sombrias arvores e arbustos que mal se movimentavam devida a falta de vida naquele local.

Taylor e Thomas rodearam devagar toda a região iluminando tudo ao redor, mas nenhum sinal de vida foi encontrado. A criatura novamente desapareceu nas sombras da noite.

— Filho da pu...

Um barulho vindo do sul interrompe o palavrão de Taylor. Ele ilumina o local de onde veio o barulho e mesmo assim não vê nenhum sinal. Então resolve se aproximar devagar.

Ambos se aproximam e o espanto é grande ao verem o corpo de Paul caído no mesmo local onde ocorreu o assassinato. A dupla novamente estranha, o corpo não havia sinais de agressão ou qualquer contato físico com outro ser humano ou animal, e estava na exata posição de quando foi encontrado.

Taylor pega o telefone e liga para Richard solicitando um transporte para carregar o corpo de Paul de volta até o laboratório. Em poucos minutos o transporte chega e leva o corpo até a delegacia.

Taylor e Thomas foram juntos sem perceber que logo em um arbusto atrás dos dois, alguém com olhos profundos os observavam escondido nas sombras da noite. Assim que a dupla foi embora, os olhos simplesmente desaparecem dentre as sombras da floresta.

Richard já havia chamado um representante da perícia para investigação do sumiço do corpo, e o mesmo já estava lá, antes mesmo da chegada do corpo. Paul foi colocado em uma maca novamente e teve o corpo exposto para investigações profundas.

Passado alguns minutos foi encontradas digitais na cabeça do corpo. As amostras foram coletadas e levadas para a identificação de digitais. Enquanto o resultado não era entregue, a investigação era continua.

O resultado não demorou, em poucos minutos uma notificação chega aos ouvidos de Taylor. O resultado estava pronto. Todos correram até o computador e se espantaram com o que foi mostrado.

— Só pode ser brincadeira – Richard coloca as mãos na boca assustado.

— Brincadeira o quê? De quem são as digitais? – O perito pergunta curioso.

— Larry Leroy – Taylor responde – Morto há anos atrás, mas suas digitais permanecem em todo lugar.

— Bem óbvio, então ele não está morto – Thomas conclui – Talvez tenha forjado a própria morte para se livrar de algum problema ou algo semelhante.

— Difícil, seu corpo foi encontrado morto e enterrado aos olhos de muitos amigos e familiares – Richard afirma – Inclusive de alguns policiais que oficializaram a sua morte.

— Richard, você conseguiu rastrear o número que eu te pedi? – Taylor interrompe o assunto supostamente desnecessário.

— Bem lembrado – Richard pega um relatório de chamadas feito pela mesma região e pelo mesmo número – Este número não é da cidade de Fagenold, e sim de uma cidade um pouco distante daqui.

— E que cidade é essa? – Taylor pergunta.

— Não é bem uma cidade, e nem um lugar muito agradável. Chama-se Coatboard, é uma vila que foi abandonada por todos os cidadãos. Os motivos são similares ao que vem ocorrendo agora em Fagenold.

— Onde fica? – Thomas interrompe curioso.

— Alguns quilômetros do leste – Richard olha para Thomas e volta a falar com Taylor – Não tem nada lá se você estiver pensando em ir, é perca de tempo.

Taylor pega seu suporte de armas, sua lanterna e entra no carro. Thomas tenta ir atrás, mas assim que chega próximo ao veículo, Taylor arranca e vai em direção à vila indicada por Richard.

Ainda era noite, e devido à longa distancia, Taylor decide parar em uma pousada no inicio da estrada ainda em Fagenold. O único funcionário do local era bem velho e mal humorado. Taylor não se deixou abalar pelo mau comportamento do idoso, apenas pegou a reserva e entrou no quarto para dormir.

Para evitar o rastreamento dos amigos policiais, Taylor desliga o seu telefone e esconde-o em baixo do travesseiro junto com as suas armas. Na porta, coloca um pequeno sino em baixo, para chamar a atenção de qualquer movimento que a porta fizer. Fechou também todas as janelas e cortinas, sem demoras deitou-se e entrou em profundo sono, pois já fazia dois dias que não dormia.

O idoso que cuidava no local passava pelas janelas de Taylor o tempo todo e ficava parado observando, mesmo com a cortina tampando. Taylor nem se tocava da presença dele. O idoso então começou a arranhar as janelas do quarto onde Taylor estava, mas ainda sim, Taylor não se demonstrou despertar. Então o idoso funcionário da pousada desiste e vai até a beira da estrada andando em direção aleatória, como se fosse um sonâmbulo sem direção.

O dia amanhece e Taylor acorda com a luz branca invadindo o espaço do quarto. Taylor olha para a janela e vê uma sombra esquisita tampando o brilho que o dia nublado o proporcionava. Antes de verificar o que era, a primeira coisa que fez, foi colocar a mão sob o travesseiro e verificar se suas armas e celular estavam ali, e por sorte estavam.

Taylor se equipa com suas armas e abre a cortina da janela da frente para ver o que estava acontecendo do lado de fora. Leva um susto quando vê o corpo do único funcionário da pousada escorado na janela e seu sangue correndo pelos vidros e paredes.

Taylor liga novamente o telefone e vê as trinta e quatro ligações perdidas de Richard. Mas todas estavam em horários diferentes, então deu a entender de que não era algo tão urgente. Taylor abre a porta da frente com a arma na mão e se aproxima do corpo do idoso.

Havia um bilhete pregado em suas costas escrito de forma rasurada: “Olhe para o lado e siga as instruções”. Taylor olha para o lado e vê na parede do quarto ao lado uma frase escrita com o próprio sangue do idoso:

Não nos persigam. Coatboard não é para você”.


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