Sorriram escrita por Lady Bendinelli


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic/one/seja lá o que isso for Jily!!!! Melhor casal ♥ espero que gostem, boa leitura amores



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Era o último ano dos dois. Depois de tantas brigas e discussões, tantas vezes que eles se entendiam para discordar de novo; o último ano. E mesmo assim, ali estavam, sentados no gramado verde, rindo e conversando, num momento de trégua. E estariam ferrados se alguém os pegasse no ato, fora dos dormitórios tão tarde da noite.

A lua cheia brilhava no alto do céu, quase de forma prepotente, dizendo com clareza: "olhe para minha beleza exuberante". Aquilo definitivamente lembrava, para a ruiva, o garoto ao seu lado. Sua prepotência, a arrogância, Potter era uma caixinha cheia de defeitos. E era engraçado pensar que Lily demorara tanto tempo para perceber que James tinha qualidades em demasia também.

Ele havia mudado bastante naquele último ano. Os alunos da Sonserina não eram mais azarados; o garoto não se vangloriava para quem quer que ouvisse que era o melhor apanhador da Grifinória (ousando dizer, muitas vezes, até de Hogwarts), não paquerava todas as garotas e muito menos ficava se agarrando com elas em cada sala (ou até mesmo armários) vazia do castelo. Ele nem mais se esforçava para irritar Lily com suas investidas, flertes e piscadelas, mesmo que ainda achasse adorável o vermelho no rosto da garota, a similaridade com seus cabelos flamejantes; ao que ela franzia o nariz numa carranca.

— Você acredita nisso? - Perguntou ela, pensativa. Por um momento James achou que ela havia se esquecido de sua presença e só estivesse pensando alto; percebendo, por fim, que se enganara quando os lindos olhos verdes de Lily Evans se voltaram para os seus castanhos.

— Nisso o que?

— Nosso último ano. Último primeiro de setembro como estudantes. Que, a maioria de nós, pode nunca mais retornar a Hogwarts? Ou até mesmo nunca mais retornar... - Respondeu-lhe, evitando tocar tanto na expectativa da guerra, que se aproximava cada vez mais. Não adiantou muito, só tornara o assunto mais relevante e urgente.

Um suspiro saiu de sua boca sem que ele pudesse evitar. Era quase palpável o desconforto do moreno com o caminho da conversa.

— Não. - Cortou com negligência, não querendo prosseguir. Ela insistiu. Queria falar sobre aquilo, e ele precisava aceitar que, a situação em que estavam, era imudável. Eles se formariam. A guerra chegaria aos auges. Pessoas da qual eles conviveram por tanto tempo os encarariam no campo de batalha, sendo aliados ou inimigos, alguns viveriam e outros morreriam. O futuro era incerto para todos aqueles que decidiram fazer algo. James queria evitar pensar sobre o que poderia acontecer por ter escolhido agir. Lily sabia que, sendo uma nascida trouxa, nunca poderia se dar ao direito de evitar quaisquer consequência que sofresse, sentindo-se quase obrigada a agir.

— Não o que?

Ele fitou-a sem paciência, sabendo em exatidão suas intenções; ela concentrou-se em não desviar o olhar. O garoto suspirou de novo, desviando a atenção para o lago; antigamente, seria provável que Lily contasse vitória ou que James não tivesse se rendido tão fácil; mas a ruiva continuou quieta, seu olhar sobre ele, contemplando todos os seus movimentos, esperando paciente por uma resposta que veio depois de minutos de vácuo sonoro.

— Uma parte de mim só não quer sair daqui. Eu sou o capitão do time de Quadribol; eu tenho muitos amigos, os melhores; e sou um dos melhores alunos, principalmente em Transfiguração; sou invejado por muitos, e você sabe disso, não negue, tem o Mulciber, o Avery...

Sua lista foi interrompida ao vê-la revirando os olhos com seu jeito tão cheio de si, o que já era considerado uma característica tão marcante de James; e a risada do rapaz preenche o ar vazio e frio da noite, mesmo que breve, pois o riso foi morrendo aos poucos com a seriedade do assunto, restando, por fim, um resquício de um sorriso.

Ele não citou nenhuma vez Severo, e Lily sentiu-se grata por isso. Não sabia se ele não havia citado por generosidade a ela ou por ter sido interrompido antes de fazê-lo, mas não importava, não queria falar sobre Snape de qualquer maneira, pelo menos não com Potter.

— Okay, okay, acho que você já entendeu. Eu só não quero que isso acabe assim. Aqui eu sou alguém; e não sei o que vai ser lá fora. Tudo vai mudar. - Finalizou com um dar de ombros. Eles haviam voltado ao assunto da guerra novamente, mesmo que, mais uma vez, disfarçado com várias aspas; referências que qualquer um, vivendo naquele caos que Você-Sabe-Quem havia criado, poderia entender sem esforços. Ele falava sobre lutar, e Lily sabia que ele o faria. Ela se surpreenderia se James não estivesse na linha de frente das batalhas por conta própria.

Ser corajoso não significa não ter medo, significa enfrentar o medo, seja ele qual for, pois há algo ou alguém por quem lutar. E Lily Evans nunca teve dúvidas sobre o quão valente James Potter era apesar de tudo. Era evidente que ele era um verdadeiro grifinório.

— É, você realmente fez seu nome nesses sete anos. - Comentou com graça para quebrar o clima tenso, ele sorriu de leve em agradecimento.

Passaram alguns minutos em silêncio. Não era constrangedor, mas não chegava a ser confortável, era apenas os dois que se prendiam em seus próprios pensamentos, embolando-se com palavras não ditas, mas entendidas por ambos. Lily viu o exato momento em que James abaixou a cabeça, impossibilitando de ela ver seu rosto.

Ela riria se, em seu quarto ano em Hogwarts, por exemplo, alguém dissesse (mesmo que fosse sua professora de Adivinhação) que ela um dia chegaria a considerar James Potter quase como um amigo. Mas não mentiria agora, não ali e não para ele.

— James, eu estou aqui. - E novamente, se fosse há anos atrás, seria provável que ele fizesse piada, fingindo levar aquilo para o lado literal ("É claro que está, Lírio, eu estou vendo você, e a menos que use um vira-tempo, não acho que possa estar em dois lugares ao mesmo tempo." uma piscadela e um sorriso maroto, oh, aquilo era tão irritantemente comum vindo de Potter), e mais provável ainda, que ela se irritaria e começasse mais uma discussão que não daria em nada, mas eles a fariam com fervor (e, de novo, irritantemente comum vindo de Potter... Bem, e Lily). Na verdade, pensando melhor, se fosse há anos atrás, eles nunca estariam ali, sozinhos, numa conversa civilizada; pelo menos não por mais de dois minutos. Mas, de qualquer maneira, ele compreendeu o real significado e ela se deixou sorrir por isso.

O olhar antes visto por ela como arrogante, se transformara em bravura; Lily se perguntou se sempre fora assim e ela própria queria esconder a verdade de si mesma, num modo de tentar motivos contrários a ele só por ser quem era.

James colocou sua mão sob a dela. Pela primeira vez, ela não o repudiou. Pela primeira vez, ela não queria repeli-lo.

Sorriram.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. É curta, mas é de coração, tenham certeza disso. Espero movimentação, só mordo se pedirem :3 haha



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