E se essa filha não for minha? E se essas pessoas não forem quem elas dizem que são? Pelo o que eu sei até agora é uma história maluca que Quatro me contou,que me envolve,apesar que tive lembranças do meu passado e o Quatro estava falando a verdade.Mesmo assim não posso confiar em ninguém,nem em Christina,nem sei se ela é mesmo minha amiga como ela diz.Como eu tive uma filha se eu estava em coma? Eu preciso de um exame de DNA.Ou eu lembro de tudo ou começo uma nova vida.Não dá para viver rodiada de pessoas que você nem conhece,e ter uma filha que você nem sabe que é sua.
–Oi - Christina mexe os braços em minha frente - vai conversar com o Quatro sim ou não?
Queria me afastar de todos,viver em paz,construir uma nova vida sem ter que sair por aí sendo guiada por pessoas que eu nem conheço,lembrando de pedaços do meu passado que eu nem sei se aconteceu realmente.
–Sim.
–Ah que bom,vou sair para deixar vocês sozinhos.
–Espere! Leve a Beatrice por favor.
Ela não fala nada,pega Beatrice e sai.
Preciso resolver alguns assuntos com Quatro.Depois que ela sai ele entra,e me olha,desvio o olhar.Ele se senta em minha frente.
–Tris,me desculpe por favor,mas eu iria te contar,mas você queria ficar sozinha e eu deixei você ir.
–Mas você poderia ter me contado antes.
–Então você queria que eu contasse,você acaba de sair de um coma,perdeu a memória eu logo digo: ' Tris,você e eu estávamos fugindo das facções e e cada uma é assim e assim,e você tem uma filha'.É assim que você queria que eu contasse?
–Sim.
Ele cruza os braços e me olha.
–Você não iria ficar muito chocada com a notícia?
–Mais que agora?Não,não estaria.
Ele me olha pensativo.Me levanto e tomo uma certa distância dele.
–Eu quero um exame de DNA para provar se Beatrice é mesmo minha filha.
–Você acha que Beatrice não é nossa filha?
–Como eu tenho uma filha se eu estava em coma? E eu nem te conheço,talvez ela nem seja minha.
Apesar que ela tem os olhos iguais o dele e o meu cabelo,desconfio.
–Ok,vamos fazer um exame de DNA.
–Como eu tive uma filha se eu estava em coma?
–Depois que você entrou em coma eu pedi para que não desligassem os aparelhos,passou uma sema,duas,um mês e os médicos notaram que sua barriga estava crescendo,muito pouco,mas estava,eles fizeram ultrassons e constataram que você estava grávida,eles colocaram no soro mais nutrientes para que você e Beatrice sobrevivessem,você perdeu muito sangue,quase morreu - ele para de falar e olha para o nada,pensando -,Beatrice ficou em uma incubadora por um mês,já estava perdendo as esperanças,iriamos desligar os aparelhos hoje,mas aí você acordou.
Não sei como não desligaram os aparelhos,eu sou tão especial assim pra eles?
–Não tem mais nada para me contar? Essa é sua última chance.
–Cuidado com Peter,com seu irmão e com a Evelyn,minha mãe.
–Meu irmão?
–Sim,ele foi um traidor,ele se uniu a Jeanine.
Meu irmão,um traidor? Cada vez que eu escuto mais sobre o meu passado,mais surpresas e histórias loucas aparecem.
–Mais alguma coisa? - pergunto-o.
Ele levanta da cadeira e me olha.
–Há muito mais Tris,mas isso é o principal.
Há muito mais,mais quantas histórias loucas vou ter que ouvir?
–Preciso ir até o meu irmão,pode me levar? - indago.
–Sim.
Sigo-o ele pelos corredores brancos,isso parece mais um hospital enorme.Viramos outro corredor e Quatro abre uma porta e entra.Caleb está dormindo com um livro em seu rosto.
–Vamos ir em bora,ele está dormindo - digo susurrando.
Parece que ele não me ouve e tira o livro do rosto de Caleb e balança-o pelos ombros.
–Acorda Caleb,a Tris quer falar com você.
Ele acorda assustado e me olha,se senta na cama e passa a mão no rosto.Eu olho para o Quatro repreendendo-o,ele me olha e levanta as sobrancelhas,passa por mim e sai do Quarto.
–Preciso falar com você - ele olha pra mim - Quatro me disse que você é um traidor,o que você tem a falar?
–Que é verdade,Jeanine me obrigou,se não ela iria te matar.
Será que o Quatro sabe disso? Ou Caleb está inventando.
–Mas Jeanine já não queria me matar?
–Sim,mas se eu não tivesse me aliado a ela,ela teria matado nós antes.
Nós?Então ele queria só queria ficar vivo? Parece que sim,preciso tomar cuidado com ele.Então o que o Quatro disse é verdade.
Quatro bate na porta.
–Já é sete horas! - ele grita.
–Preciso ir - digo a caleb.
Ele não fala nada,só me olha sair do quarto.Quatro está encostado na parede com os braços cruzados.
–Vamos? - ele indaga.
Não respondo-o e o sigo.
–Você achou que eu estava mentindo? Aí você foi lá no Caleb confirmar?
–Sim,eu não conheço vocês.
–hum,foi esperta.
Viramos mais um corredor e chegamos em um laboratório.David nos vê e olha o relógio.
–Ah sim,às sete - ele susurra pra si mesmo.
–Sim às sete,então,o que eu vim fazer aqui?
–Vocês vieram para fazer alguns testes,talvez você se lembre de algo mais.
O que eu mais quero agora é esquecer isso tudo e viver uma nova vida.
–Então,eu tenho que fazer o quê?
Ele vai até duas cadeiras e as colocam uma de frente para outra.
–Tris,sente-se aqui,Quatro,aqui - ele diz apontado para as cadeiras.
Vou até a cadeira e me sento,ficando de frente para o Quatro.
Quatro me olha e desvio o olhar.
–Então? - digo já sem paciência.
–Vocês irão olhar um para o outro e Quatro vai lhe dizer algo sobre o seu passado,e aí vamos ver se você lembra de algo.
Nossa,que teste.
–Vocês têm toda essa tecnologia e o teste é assim - falo baixo.
–Se concentre-se,olhe para ele,pode começar.
–Arremesso de facas - ele diz olhando nos meus olhos.
Arremesso de facas? O que isso tem haver com o meu passado?
Arremesso,arremesso....Arremesso.Estou encostada em um alvo,e Quatro está um pouco mais à frente com uma faca em sua mão direita e duas na esquerda.
–Se você se esquivar - diz Quatro -,o Al toma seu lugar novamente.Entendeu?
Faço sim com a cabeça.
Os olhos de Quatro ainda estão fixos nos meus quando ele levanta a mão,levanta o ombro para trás e atira a faca.
Então isso é o arremesso de facas.Eu encostada em um alvo e Quatro atirando facas em minha direção.
–Você acertou alguma faca em mim?
David e ele me olham surpresos.
–Sim,deu um pequeno corte em sua orelha.
Passo a mão em minha orelha fazendo-me voltar naquela cena.
–Como eu esperava,vem aqui Quatro.
Quatro continua me olhando por alguns segundos,que parece uma eternidade,e vai até o David.
Eles conversam entre si,fazendo com que eu não consiga ouvir o que estão dizendo.
Levanto da cadeira e vou até a porta e me encosto nela.Os dois depois de algum tempo param de conversar e Quatro vem em minha direção.
–Vamos,fazer o exame de DNA - Quatro diz em voz baixa.
–Então o teste é só isso? - digo ignorando-o.
–Sim,Quatro vai fazer outros testes com você.Pelo o que vi hoje,você tem grande chance de recuperar a memória.
Olho para Quatro.Ele vai fazer outros testes?
–O quê? - Quatro diz me olhando.
–Por que,ele,que vai fazer os testes?
–Por que ele sabe uma parte do seu passado,assim fica mais fácil.
Hã,fica mais fácil,só se for pra ele.
–Vamos?
–Vamos.