Alice relembrava de suas memórias do passado, encoberta pela névoa tão branca quanto suas vestimentas, tão cinza quanto seu longo e sedoso cabelo. Lágrimas escorriam de seus olhos, por não estar ao lado do amado.

Mais uma vez, revirando as lembranças de Jack Bezarius. O carinho, os abraços, a sinceridade, o amor. Alice sentia o gosto das gotas amargas do amor corroendo o que restava de um coração entristecido.

A jovem mordeu o lábio inferior. Como era horrível, o gosto do amor. A dor, o sofrimento, a grande perda. Em seus sonhos, Jack sorria pra ela; mas quando tomou o corpo da outra Alice, o que estampava-se na face do loiro era apenas desgosto. Um grande, e exuberante desgosto.

Alice abraçou o coelho dos olhos sangrentos, enquanto tinha os próprios olhos, agora secos e avermelhados. Corria atrás dele, mas não saía do lugar. Chamava por ele, mas não podia ouvir-se sua voz.

O relógio marcava seis horas, mas a menina dos cabelos claros não estava nem um pouco a fim de tomar chá. Sentou-se na cadeira estofada de veludo, próxima a mêsa. Deu um meio-sorriso, agora afrouxando os braços para que o coelinho pudesse respirar.

- A estrada para o abismo está se abrindo... E eu estarei esperando para o dia em que você retornar.