Uma Curva No Tempo escrita por Tulipa


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Vim aqui matar a saudade e juntar pessoas que não deveriam estar separadas.


Custava pagar o cachê pra Gwyneth aparecer em Guerra Civil, Marvel, não, né?
Se não queria pagar, tudo bem, mas não separa o meu casal favorito, pelo amor.

Mas tudo bem, tô há um mês escrevendo essa one-shot, nos meus horários de almoço no trabalho e em momentos em que a inspiração surge. Achei que não fosse conseguir, mas saiu. Eeee.

Tô meio enferrujada, confesso, mas precisava escrever, e postar.

Espero que vocês gostem ♥



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Tony engole em seco ao ler o nome de Pepper no telepronter a sua frente. Fato consumado, ela não vem, e ela não aparecer lhe faz perder a esperança. Acreditava que o afastamento não afetaria a relação profissional. Ilusão. Afinal, por muito tempo a relação profissional era a desculpa que Pepper sempre deu pra não assumir seu romance com ele. E mesmo que no fundo soubesse que ela não viria, por um instante viu-se esperançoso. A mesma esperança que brilhava nos olhos dos jovens empreendedores que lotavam o anfiteatro do MIT àquela tarde. Mas ali, naquele lugar, Tony Stark era o único frustrado, ele anuncia a continuidade do evento, sem ela, e deixa o palco sob aplausos. Estranhamente os aplausos não estavam servindo para inflar seu ego.

—Sr Stark, sinto muito pelo telepronter, quando disseram que a Srta Potts não viria… Eu não tive tempo.— a produtora dele se desculpa.

—Tudo bem.— desconversa ao seguir seu caminho em direção ao elevador.

—Muito bonito o que fez por aqueles jovens.— diz a senhora parada a espera do elevador.

—Eles merecem, e ajuda a aliviar minha consciência.

—Dizem que existe uma correlação entre generosidade e culpa.— critica a mulher.

—Sobe?— ele pergunta para livrar-se do rumo incomodo que a conversa tomava. Ela o encara, seu olhar é frio e triste, as marcas de expressão em seu rosto de pele negra parecem ser mais de sofrimento do que da idade.


—Eu estou onde quero estar.— ela responde e seu movimento brusco o deixa alerta, por um instante, Tony pensa num atentado, mas tudo o que ela tira da bolsa é o retrato de um rapaz, jovem como a maioria dos que estavam no anfiteatro.

—Ele era meu filho, e você e os seus amigos mataram ele em Sokovia.

Mais culpa pra carregar. Ser um herói tinha esse peso. Culpa. Culpa por salvar e não salvar. Salvar o mundo e destruir Nova York. Tentar proteger o mundo de futuras ameaças, construir um sistema capaz de proteger todo o planeta enquanto ele poderia viver a sua vida ao lado da pessoa que ele ama, e ver o sistema de proteção se transformar no seu pior pesadelo. Tony poderia colocar toda a culpa das mortes de Sokovia em Ultron, mas ele havia criado Ultron. Não havia como fugir da responsabilidade de ser quem ele era. E Tony Stark era o homem de ferro, não só nesse mundo, mas também em outros, todos sabiam disso. Baixas civis sempre seriam uma consequência, restava a Tony lidar com a culpa.

 

 

 


(...)

 

 

 


Assinar o tratado de Sokovia talvez tenha sido a forma que Tony encontrou para se redimir. Justo ele, que anos atrás havia dado as costas para o senado que tentava tomar posse de suas armaduras com a desculpa de que elas não seriam seguras nas mãos de um civil, hoje dava às Nações Unidas o direito de expor não só a sua identidade, mas dos seus amigos, e controlar as suas ações.

Dizer quem era nunca foi um problema, assumiu ser o homem de ferro mesmo que a SHIELD tivesse armado todo um esquema pra que ele não precisasse se expor, mas Tony era um homem impulsivo e não conseguiu manter-se anônimo. E não ficar no anonimato teve consequências para todos que faziam parte de sua vida. Mesmo que houvesse outros heróis, como Hulk, Capitão América, Thor, e até outros ainda não formalmente apresentados, o único que tinha um rosto era o Homem de Ferro, e, para o bem e para o mal, Tony Stark sempre seria o rosto das glórias e fracassos d'Os Vingadores. O problema é que os fracassos sobressaem às glórias. Agora cabia à ONU responder por ambos.

Steve Rogers estava irredutível quanto a assinatura do Tratado de Sokovia, havia muita coisa em jogo, seu amigo, seu melhor amigo, já estava sendo caçado antes mesmo da assinatura, e ele temia pelo que aconteceria com Bucky, e até mesmo com Os Vingadores, depois de tudo. Steve tinha os seus motivos, assim como Tony.

—Onde está a Pepper? Eu não a vi por aqui.— Steve desconversa enquanto Tony tenta persuadi-lo. Tony murcha automaticamente e não dá nenhuma desculpa sobre ela ser uma CEO super ocupada.

—Ela..., nós..., como eu posso dizer...? Estamos...


—Grávidos?— Steve supõe.


—Não, definitivamente não.— Tony diz —Ela não vem, é complicado, nós estamos dando um tempo.— responde com pesar sabendo que, depois de anos de relacionamento, a hipótese de Steve fosse mais aceitável. Pepper não estava porque qualquer lugar que envolvesse mais de um Vingador era um alvo em potencial e ele precisava protegê-la. Mas não era isso, estavam dando um tempo e Steve foi a primeira pessoa, até mesmo antes de Rhodey, pra quem Tony admitiu.

—Me desculpe, eu não sabia.

—Ninguém sabe, é recente.— Tony diz —Não tão recente, já era de se esperar, né? Ela quase morreu por minha causa algumas vezes, eu destruí as armaduras, mas então tivemos que nos livrar da Hidra, e depois teve o Ultron... Minha culpa. Uma coisa levou a outra e eu nunca mais parei, a verdade é que eu não queria parar, também não quero perdê-la. E pensei que com o Tratado poderíamos chegar a um meio termo.— Tony se levanta —Em defesa dela, eu é quem sou complicado, mas...


—Mas...?

—Meus pais sempre deram um jeito, sabe? E eu achei que pudesse ter o que eles tiveram.


—Fiquei feliz quando soube que Howard teve uma família, filho, sabe eu conheci seu pai...


—Mesmo?— Tony ironiza —Não sabia, ele falava pouco sobre você.

—Só não quero dificultar as coisas, Tony.— Steve diz.

Mas a verdade é que a situação já estava difícil, Os Vingadores estavam divididos, e não lutariam do mesmo lado por um bom tempo. Quanto as razões de Tony para a assinatura do tratado, era mais um motivo para chamá-lo de egoísta e egocêntrico.

 

 

 

 

(...)

 

 

 


Tony Stark sempre seria o egoísta. O egoísta que construiu uma armadura pensando não em sua liberdade, mas em libertar o seu companheiro de cativeiro. O egoísta que não quis mais lucrar com as mortes que suas armas causavam e deixou de produzi-las, o mesmo egoísta que levou um míssil nas costas até um buraco no céu de onde não sabia se voltaria. Tony Stark era mesmo um egoísta, e agora ele lia a carta do cara que seu pai idolatrava, o cara de quem de ouviu falar durante toda a sua infância, mas, que mesmo sabendo como seus pais haviam morrido nunca lhe dissera nada.

 

 

"Tony, fiquei feliz em saber a sua volta ao complexo, não gostava da ideia de você vagando numa mansão sozinho. Todos precisam de uma família, Os Vingadores são a sua família, até mais do que minha.
...Sei que te machuquei, Tony, achei que não te contando sobre a morte de seus pais estava te poupando, mas agora vejo que estava poupando a mim mesmo. Sinto muito. Espero que um dia você me entenda..."

 

 

Ao final da carta Tony não sentia raiva de Steve, seus pais não voltariam, mesmo que ele encontrasse Bucky e o matasse, nada os traria de volta. Mas em uma coisa Steve tinha razão, todos precisam de uma família, só que a sua família não eram Os Vingadores, sua família era Pepper.

 

 

(...)

 

 

 

 

Após se certificar de que Rhodey ficaria bem com Visão, Tony deixou o complexo d'Os Vingadores e pegou seu avião rumo a Los Angeles. Depois de algumas horas de uma viagem angustiante em que tudo o que ele queria era formular um meio de começar a sua conversa com Pepper, ao chegar ao apartamento dela o que saiu de sua boca foi a frase...


—Preciso de você.— Tony disse parado à soleira da porta de Pepper. Ela baixou a cabeça e suspirou, pois se soubesse que era ele não teria aberto a porta, não porque não quisesse vê-lo, mas por saber que deixá-lo ir embora foi a coisa mais difícil que ela já fez, e não sabia por quanto tempo ele ficaria. Mas já que agora ele estava ali, diante dela, tudo o que Pepper fez foi trazê-lo pra ela e o abraçou o mais forte que ela pode e conseguiu. —Eu preciso tanto de você.— ele enfatiza, mesmo que sua voz saia abafada pelo fato de seu rosto estar afundado na curva do pescoço dela —Eu sei que te magoei, eu priorizei as coisas erradas, não vim aqui te pedir pra voltarmos, só vim porque...


—Porque eu disse que você podia ligar se precisasse, lembra?— ela diz. Ela se referia a trabalho quando disse a ele que poderia ligar, afinal, o trabalho sempre seria a desculpa para uni-los mesmo durante a separação.

—Mas eu não liguei, eu precisava te ver, precisava vir, precisava disso, do seu abraço.— Tony diz vacilante.

—Que bom que você veio.— Pepper enxuga a lágrima que escorre do rosto dele. —Entra.

Jamais o trataria diferente, ainda mais sabendo que, provavelmente, mais uma missão havia terminado. Tony sempre voltava diferente a cada nova missão é era ela quem colava seus pedaços. Ela o leva pro interior de seu apartamento, um lugar que é familiar pra ele, mas naquele instante causa desconforto. Um pouco do que Tony via naquela sala ainda era presente na casa dele, toques dela. Objetos de decoração, porta-retratos com fotos dos dois sobreviviam aos meses de de um rompimento sem rusgas, ainda mantido em segredo, mas que a mídia adoraria reportar como "Incompatibilidade de agendas", ou qualquer coisa que denegrisse a imagem dela. Tony jamais deixaria que a imprensa a acusasse, machucasse, eles ainda se amavam, afinal, eram amigos antes de serem amantes, mas o tempo um pro outro faltava. As viagens juntos eram apenas corporativas, viam-se mais em reuniões do que em casa. E a casa dele era grande demais pra que ela passasse a vida lá a espera dele voltar. Amavam-se, muito, só não dava mais.

—Obrigado por me receber.— Tony diz sem graça ao sentar-se —Ainda mais depois de... Bem, eu achei que você estivesse me evitando, você não foi à palestra no MIT...


—Houve um contratempo, em Washington, avisei a sua secretária...— ela senta também —Meu nome ainda estava na apresentação? Você me anunciou?— Tony balança a cabeça em negação —Mas queria que você estivesse lá, você foi fundamental para aquele projeto, pra fundação...


—Pro projeto, pra fundação, nunca pra você.— Pepper comenta ressentida.


—Eu só quis te poupar.— ele diz.

—Não quero ser poupada, Tony, eu escolhi, te escolhi, assumi o risco. Não vou viver enclausurada numa fazenda em Connecticut, isso funciona pro Barton e pra esposa dele, mas não funcionaria pra nós. A nossa realidade é outra.

—Mas você disse que tinha gostado da fazenda.— ele diz.

—Eu gostei, mas não como algo permanente, nem combina com a gente.— ela diz —É um ótimo lugar pra desacelerar, repousar por alguns dias, renovar as energias, mas nem você, nem eu fazemos o tipo campestres.


—Eu só queria...


—Me manter segura, eu sei. Obrigada.— ela pega o rosto dele entre as mãos —Obrigada por cuidar de mim, mas eu queria estar com você. Se não for pra te ter por perto eu não quero, não quero mais desculpas, subterfúgios, viagens em aviões diferentes pelo medo de ameaças. Você ficou paranoico.


—Engraçado você dizer isso, quer dizer, não é engraçado é estranho, curioso, ainda mais depois de tudo.

—Depois de tudo o quê?— ela questiona na esperança de que ele faça sentido.

—Sabe, se os meus pais viajassem separados talvez minha mãe ainda estivesse viva. Mas eles tinham o costume de viajar juntos...

—Porque se a sua mãe não viajasse com seu pai ela ficaria sozinha naquela casa enorme, você estava na faculdade, Tony, seu pai era tudo o que ela tinha.— Pepper concluí.


—Ele a matou porque eles estavam juntos.— sua voz embarga —A minha mãe só morreu porque ela estava com o meu pai naquele carro. Mesmo assim eu estou aqui, diante de você, sabendo que não é seguro e talvez nunca seja, mas...


—Do que você está falando?— Pepper pergunta aflita.

—A morte dos meus pais, não foi acidente, Pep, foi assassinato. E eu o culpei todos esses anos, 25 anos achando que ele estava bêbado, ou talvez estivessem discutindo por algum motivo banal, eu o culpava porque ele dirigia o carro, mas não foi ele, foi o Bucky.


—O amigo do Steve?


—Sim, e ele sabia, sempre soube, nunca me disse nada. Traidor.— ele diz ressentido. —Mas acabou, não há mais missões, não existe mais Vingadores. Acabou.


—Então é isso?— ela pergunta —Você está magoado com o seu amigo, por isso você me procurou?

—Sim, eu estou decepcionado com ele, mas não é por isso que eu vim. Eu vim por você, porque eu preciso de alguém pra quem voltar, e você é o meu alguém. Minha família. Tudo o que eu amo. É você.


—Eu também te amo. Você também é o meu alguém pra voltar, mas por quanto tempo? Por quanto tempo você estará lá quando eu voltar?

—Pra sempre, pra vida toda, eu prometo...

—Você não pode prometer, Tony, você é isso, é um Vingador, não há como fugir. E eu nunca pedi que você deixasse de ser o Homem de Ferro, isso foi algo que você fez, por isso não disse nada quando você refez a primeira armadura, a segunda, a terceira e depois aquele exército de sentinelas.


—Tudo o que eu fiz foi pra ter mais tempo, pra ficar mais com você, pra que pudéssemos ter mais, sermos mais, mas agora tudo está resolvido, a responsabilidade não é mais minha.


—Como assim a responsabilidade não é mais sua?— ela questiona confusa. E Tony explicado tudo. Do Tratado de Sokovia à briga com Steve —O Rhodey, o quê?!

—Ele foi ferido, a Wanda, o Visão, não sei, mas ele ficou com os movimentos dos membros inferiores comprometidos...— Pepper se levanta —Onde você vai?


—Trocar de roupa, fazer as malas, você não deveria estar aqui, nós vamos pro complexo, o Rhodey precisa da gente.— Pepper responde.

Tony a segura pela mão a impedindo de se afastar —Ele está bem, Pep, foi ele quem me mandou vir pra cá te procurar, aliás, ele me diz isso todos os dias.


—Mesmo assim você demorou todo esse tempo pra ouvi-lo.— novamente ela senta-se diante dele.


—Eu não sabia como você me receberia, se me receberia, você nunca me pediu pra voltar, Pep.


—Eu nunca te mandei embora, Tony, você simplesmente foi se afastando, mas eu sempre deixei a porta aberta, sempre esperei que você voltasse, mesmo que não fosse pra ficar. Eu eu não acho que você vá ficar.


—Eu vim pra ficar, meu amor, me deixa ficar?— ele suplica aproximando seu rosto do dela.

 

—Você não vai mais me deixar?— sua pergunta é sussurrada.


—Não.— ele roça seu nariz no dela —Eu te amo.— ele diz é a beija com sofreguidão. Um beijo daqueles de tirar o fôlego, roubar os sentidos e fazer apenas desejarem uma coisa, terem mais um do outro. Sem interromper o beijo Tony a puxa pra si, trazendo Pepper em seu colo.
As mãos másculas em sua cintura a seguravam firme, sem ar Pepper afasta seus rostos enquanto afaga os grossos fios de cabelo castanho entre seus dedos.

 

—Senti falta disso.— ela ofega.

 

—Todos os dias.— ele completa.


—Todos os dias.— ela repete com a testa colada a dele —Te amo tanto.— ela soluça —Doeu tanto.— ela se deixa chorar e ele a ampara a embalando em seu colo culpando-se por todo o tempo em que ela sofreu durante a separação. Tony tinha dito a Steve que ninguém tinha uma culpa no rompimento, porque já havia tomado o sentimento pra si.


—O que eu preciso fazer pra você me perdoar?— Tony pergunta aflito.


—Me ame, apenas me ame.— ela pede e o beija novamente, um beijo agridoce temperado por suas lágrimas. Tony retribui o beijo enquanto suas mãos acariciam o corpo que tanto lhe fez falta.


—Quero você.— Tony diz entre o beijo.

—Espero que sim.— ela interrompe o beijo, sai de seu colo, levantando e o trazendo com ela, Tony volta a beijá-la enquanto caminha com Pepper em direção ao quarto.


Ao abrir a porta, o quarto de Pepper não está como ele se lembrava, aliás, nem ela reconhece o seu próprio quarto.


—O que houve aqui?— Tony questiona curioso. As roupas de cama estão no chão, as plumas dos travesseiros espalhadas por todo o quarto e do closet vem o ruído de algo sendo roído.


—Não, não, não...— Pepper diz ao vislumbrar a continuação do caos —Eu amava esses sapatos.


—O que ele faz aqui?

—Ele detesta visitas, quando você tocou a campainha eu o trouxe pra cá, ele nunca fez isso, se bem que eu também nunca o deixei sozinho aqui por tanto tempo.— ela explica ao pegar filhote em seu colo. Um labrador com cor de chocolate que no colo de sua dona fica inquieto.


—Não estou me referindo a aqui seu quarto, quero dizer aqui, sua casa.


—Bem, eu estava me sentindo sozinha.— ela justifica deixando o closet.

—E então você comprou um cachorro?— indaga a seguindo.


—Em minha defesa, ele me olhava com a mesma cara que você me olhou quando eu abri a porta há algumas horas.— ela ri —Ele é lindo, não é?— ela o cheira e senta-se em sua cama.


—Bem bonito.— Tony senta ao lado dela e tenta afagar o cãozinho, mas se afasta devido a um rosnado não muito amigável.

—Ele não gosta de estranhos.— Pepper ri da atitude territorialista de seu companheirinho.

—Não sou um estranho.— Tony diz enciumado, afinal, terá que conquistar a confiança não só de sua namorada, mas também de seu animal de estimação.


—Aproxime a sua mão dele novamente, as costas da mão, deixe ele te cheirar.— ela instruí, o cachorrinho cheira e lambe as costas da mão de Tony —Vamos, bebê, vocês precisam se dar bem, talvez ele fique pra sempre e ele é cheiroso, não é?—
ela diz pro cachorro enquanto olha pra Tony.


—Vem comigo, Totó.— Tony fala ao pegar o cachorro em seus braços.


—Temos um progresso.— Pepper comenta quando o filhote não hesita em mudar de colo, mas Tony apenas coloca o cãozinho pra fora do quarto e fecha a porta.


—Onde nós paramos?— ele pergunta num tom sensual ao vagarosamente caminhar de volta para perto de Pepper.


—Ele não vai mais gostar de você, pode esquecer.— ela comenta, deveria estar brava com Tony, pois o cachorro está chorando do lado de fora enquanto arranha a porta, mas tudo o que Pepper quer agora é ficar a sós com seu amor —Talvez ele deixe de gostar de mim também.

 

—Eu tenho certeza que ele vai adorar sentir o seu cheiro em mim depois de... bem...— ele beija os lábios dela —E quanto a gostar de você...— continua a falar enquanto corre beijos por seu pescoço e decote enquanto desabotoa a camisa social branca que ela não teve tempo de tirar ao chegar do trabalho —...Ninguém deixa de gostar de você.

 

—Não mesmo?— Pepper indaga ao deslizar sobre sua cama, então deita-se bem no centro do móvel. Tony faz que não com a cabeça enquanto paira sobre ela —Então me mostre.— ela pede.


Tony mostra, o beijo que ela dá nela é enlouquecedor e acende as lembranças dos lábios dele passeando por outras partes do corpo dela. Partes que durante os minutos que se seguiram ele fez questão de estar, contemplou cada centímetro do corpo dela e então amaram-se. E depois de um intenso orgasmo que drenou as energias de ambos, Pepper permaneceu deitada sobre o peitoral de Tony correndo os dedos pelos contornos do corpo másculo dele.


—Posso ficar essa noite?— ele pergunta ao afastar os cabelos grudados em seu rosto suado.


—Essa e todas as outras, e todos os dias, semanas e meses.— ela diz ao olhar pra ele.


—Seremos eu, você e o Totó, certo?

 

—Certo, mas o nome dele é J, de Jarvis.— ela responde.


—Jarvis, sério?— ele ri contra os cabelos dela. E depois se dá conta tá de que Pepper estivesse tão sem referências quanto ele, Jarvis era um ser onipresente onde que que eles estivessem e de uma hora para outra já não estava mais lá.


—Ele é tão inteligente quanto, por falar nisso, me deixa ir vê-lo, esse silêncio é sinal de que talvez a casa tenha sido destruída.— ela levanta e ele a vê pegar a sua camiseta no chão ao lado da cama e vesti-la —Já volto.— ela o beija castamente.


—Antes de que você diga qualquer coisa quero que você saiba que essa é a roupa que fica melhor em você.— Tony comenta quando ela volta ao quarto.


—Porque você adora me ver usando suas camisetas ou porque é muito fácil de tirar?— ela provoca.

—As duas opções.— ele concorda —E então, como estão as coisas na sala?— Tony está sentado encostado à cabeceira da cama.


—Eu deveria colocá-lo de castigo, mas a culpa é sua, é você quem está invadindo o espaço dele, então...— ela volta pra cama —Até que ele se acostume você irá repor tudo o que ele estragar por ciúmes, e fará tudo pra conquista-lo, ok?— Tony aquiesce —Você me deve um sofá e sapatos novos.

—Ok. Passeio com o cachorro e redecoro seu apartamento inteiro se for preciso, mas essa noite você é minha. Só minha.— ele diz ao despi-la da camiseta.


—Você não cansa?


—De você? Nunca!— ele diz enquanto se aproxima para para amá-la novamente.

Na manhã seguinte Pepper acorda com os finos raios de sol que invadem seu quarto através das cortinas, mexe-se um pouco e logo sente os braços musculosos envolvendo seu corpo. Pela primeira vez em meses não se sente sozinha, ela vira-se de frente pra ele, Tony está com os olhos fechados e expressão serena mesmo assim não a solta, nem por um instante, do canto do quarto sob a poltrona ela escuta um ronco sonoro. Tony abre os olhos.


—Antes que você pense que sou eu, já aviso que o J ronca um pouco.— ela diz —É assim desde a primeira noite aqui em casa.

—Há quanto tempo você o tem?


—Bem, contando o tempo que tive que esperar que ele desmamasse, quase cinco meses.— ela diz.


—Estivemos separados por muito tempo, não foi?

—Tempo demais.— ela responde. Ele beija sua testa.

—Você esteve com alguém?— Pepper pergunta.


—Desde que você me beijou no alto daquele prédio só tenho você.— ele responde.

—Bem, foi você quem me beijou, mas gosto de saber que há seis anos, mesmo com alguns meses de separação, eu sou a única.


—Continuará sendo. Pra sempre.


—Pra sempre é muito tempo, você está preparado pra isso?— ela pergunta.

—Sim! Acabou isso de dar um tempo, ok?


—Ok, não existe mais tempo pra nós.— ela concorda e o beija selando uma promessa para o resto de suas vidas.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram?

Desculpa qualquer erro que tenha passado, mas como eu disse lá em cima, essa história com construída com fraguimentos que me foram surgindo desde que assisti Guerra Civil, e se eu demorasse mais um pouco pra postar talvez ela não fosse postada.

Ah..., quero agradecer os comentários de saudades que surgiram nas outras histórias depois de Guerra Civil, essa one-shot é mais pra vocês do que pra mim ♥


Quando a saudade apertar de novo eu volto, podem ter certeza


Starkisses, Tulipa ♥



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