Iminente destino escrita por AsgardianSoul


Capítulo 4
Capítulo 3 — Submersa


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, ppl. Tive problemas pessoais, no trabalho e na faculdade. #Life'sAMess
Mas corri contra o tempo para não deixar vocês sem atualização ♥
O capítulo ficou um pouco grandinho, no entanto vocês verão que a leitura vai tranquila ^^ Quando se derem conta já estarão querendo mais ehehehe



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If we're only ever looking back
We will drive ourselves insane
As the friendship goes resentment grows
We will walk our different ways

https://youtu.be/qoNYlV07Cf8

A atual base secreta da Resistência era uma antiga instalação da SHIELD. O endereço desta e outras foi passado ao Capitão América por Nick Fury. Apesar do chefe da extinta organização andar nas sombras, sem seu apoio o grupo estaria em sérios apuros. A base não era das maiores, contava com um centro médico, escritórios que foram adaptados para servirem de alojamento para os rebeldes, além de uma sala de reuniões que foi mantida para uso da equipe. Contudo, apesar do ambiente improvisado, ninguém ousava reclamar. Tudo era melhor do que ser capturado pelas unidades antiterrorismo à solta pelo país, como aconteceu a alguns deles.

O caminho até a base foi longo e difícil. Ter que andar com água acima dos joelhos por todo percurso sugou a resistência dos fugitivos, ainda tendo que suportar a imundície e o perigo do piso subterrâneo. Lea foi a última a emergir do chão de uma das salas da base. Assim como a roupa dos dois, a sua estava suja de lama, entre outras coisas, porque esta passagem específica foi recém escavada. Steve olhou para Sam, em seguida para ela, averiguando algum possível ferimento.

— Eu estou bem — garantiu ela. Cruzou os braços ao redor do corpo. — Só com um pouco de frio.

Num gesto protetor, Sam tirou sua jaqueta e a depositou sobre os ombros dela. Lea não esperava por isso, pois pelo pouco que observou, ele pareceu ranzinza demais para isso. Foi então que ela se deu conta. Ele é um herói.

— Obrigada — sussurrou, embaraçada. Sam torceu os lábios e balançou a cabeça em reconhecimento. — Acho que aqui podemos conversar melhor.

— Não sem antes tomarmos um banho — determinou Steve. — Venha comigo.

Os três seguiram para a sala de convivência, espaço dividido com equipamentos de comunicação e escuta, como rádios sintonizados em frequências policiais e TVs plugadas nos maiores canais de notícias do mundo. Alguns bancos e mesas distribuídos aleatoriamente pelo lugar evidenciavam o improviso. No centro da sala havia três heróis uniformizados conversando. Lea os reconheceu pelos jornais e revistas. O do centro tratava-se de Luke Cage, o homem de pele impenetrável; os dois ao redor dele eram Manto e Adaga, o jovem casal inseparável com poderes de trevas e luz. Eles encararam os recém-chegados com alívio, porém franziram o cenho ao pôr os olhos na garota.

— Quem é essa? — perguntou Cage.

Lea ia se adiantar para se apresentar, porém Steve tomou a dianteira:

— É uma nova aliada — afirmou.

— Seja bem-vinda — adiantou-se Adaga, estendendo as mãos até as dela. Lea se sentiu mais à vontade com o gesto de receptividade.

— O que ela faz? — inquiriu Manto, nem tão brusco quanto Cage.

— Eu tenho visões do futuro — respondeu ela, vacilante.

— Sério? Isso é fantástico — exclamou Adaga. Sua cabeleira loira cintilava, mesmo sob a luz fraca.

— Agora poderemos ter uma boa vantagem sobre o inimigo — sentenciou Cage, sorrindo. Virou-se para Manto, que se manteve em silêncio, seu rosto oculto pelo capuz negro que usava.

— Devagar, pessoal, nós ainda temos que...

A voz de Sam estancou com a entrada do Gavião Arqueiro. Clint caminhava com dificuldade, sendo amparado pelo companheiro, um jovem negro de trajes inspirados no uniforme do Capitão América. Ambos traziam ferimentos por todo corpo e sangravam. Pareciam ter saído de uma zona de guerra. Clint levantou o olhar sombrio diretamente para Steve.

— Eles pegaram Wanda e Scott.

* * *

As algemas machucavam os pulsos de Bob. Para tentar aliviar a sensação, analisava as paredes cinzentas da minúscula sala de interrogatório. O homem a sua frente o fazia ter a noção do quão encrencado estava. Everett Ross não estava para brincadeira. Animou-se como nunca assim que soube da possível captura do Capitão América. Seria um grande passo para provar aos seus superiores a eficácia da força-tarefa chefiada por ele. Porém, suas expectativas foram por água abaixo quando viu o garoto ocupando a sala. Agora, frente a frente, não mediria esforços para arrancar dele qualquer informação que salvasse sua frágil reputação.

— Não vou mentir, garoto, sua situação está muito crítica — informou Ross. — Antes sabíamos que você se passou por Steve Rogers para dar cobertura a sua fuga, agora sabemos que, além disso, você é um hacker. A perícia conseguiu recuperar alguns arquivos interessantes no seu HD. — Entortou os lábios num gesto cínico de admiração.

Bob manteve-se em silêncio desde quando chegou. Nunca foi simpatizante do governo. E no momento sua antipatia só crescia. Deu de ombros, respondendo ao gesto cínico.

— Nossa inteligência apurou que outra pessoa estava no local, além de você, Rogers e Wilson. — Abriu uma pasta e a virou para ele. — Sabia que Laura Hunter fugiu da casa do tio há dois anos?

Do outro lado do vidro espelhado, Sharon Carter observava o interrogatório. Mantinha as mãos na cintura, em sua pose característica. Uma silhueta apareceu no canto de seu olho esquerdo. Ela não precisou olhar para saber quem era.

— Pensei que tinha partido — falou ela.

— Eu não pude — respondeu Stark, sua voz vinda de um lugar distante demais para ser alcançado.

A menção do nome de Lea fez Bob estremecer por um breve momento, o suficiente para Ross ter certeza de que deveria continuar nesta linha.

— Se você nos ajudar, Huggins, podemos ajudar sua amiga. Ela é jovem, pode ter grandes oportunidades no futuro, não devia estar envolvida no meio disso. — Aguardou por um momento. Bob pareceu refletir seriamente sobre a proposta. — Vamos, garoto, você se arriscou para que eles pudessem fugir. Não venha me dizer que não sabe de nada.

O hacker podia sentir a esperança de seu interrogador vibrar pelo ambiente. Chegou a ter a impressão de vê-lo curvando o corpo para frente, como se quisesse arrancar a confissão antes mesmo de proferi-la.

— Droga, Cap, eu tenho que fazer isso — sussurrou, depois encarou Ross com a maior seriedade possível. — Eu e Rogers formamos um tipo de esquadrão da moda. Laura é nossa consultora. Cara, aquela garota tem estilo.

— Ele está morto — declarou Carter, sem humor.

O milionário ficou cabisbaixo. Não bastasse os acontecimentos recentes, o passado ainda fazia questão de abrir feridas antigas. A porta foi aberta com um movimento brusco de Ross. As abas de seu terno sacudiam conforme as passadas enérgicas.

— Vou encaminhá-lo para a detenção imediatamente — vociferou.

— Eu vou falar com ele — comunicou Stark.

— Nem pense nisso, senhor Stark — interpôs-se o agente. — Atenha-se à sua missão.

— Saia da minha frente, agente Ross.

Já era a segunda vez no dia que os dois batiam de frente. Carter encontrava-se novamente no ponto onde odiava estar: entre a razão e a emoção. O caso de Huggins não dizia respeito ao milionário, porém, de certa forma, ele tinha direito de estar presente.

— Aqui não é o momento para tentar curar suas feridas — alfinetou Ross, encarando-o como um leão que defende seu território. — Apesar de ainda não ter se dado conta, nada reparará o erro que cometeu.

Stark cerrou os punhos ferrenhamente.

— Sim, nós sabemos — sentenciou o agente. — Nós sabemos de tudo, senhor Stark.

— Eu entro com ele — interveio Carter, dando um passo à frente.

— Agente Carter, não me lembro de ter posto este assunto em pauta, então fique fora disso — retrucou seu superior.

— Com todo respeito, senhor, Robert Huggins foi detido por suspeita de envolvimento com terroristas e eu fui realocada justamente para o esquadrão antiterrorismo, portanto, este é um assunto meu — afirmou assertivamente.

Ross respirou profundamente para tentar manter a calma. Apontou para Stark.

— E quanto a ele?

— Ele é parte da equipe que o senhor mesmo formou.

Um momento de silêncio se seguiu antes que Ross movesse o corpo para o lado para dar passagem. Virou o rosto quando os dois passaram por ele. Antes de entraram na sala de interrogatório, Stark arriscou dirigir o olhar para Carter. Ela respondeu ao gesto com uma saudação silenciosa. Não precisou de palavras para ele saber que ela se lembrava.

Atônito, Bob quase se engasgou com a própria saliva ao ver o famoso Tony Stark sentar-se diante dele. Ele não era apenas um dos homens mais ricos do mundo e o Homem de Ferro, ele foi seu herói. Em outros tempos, antes de saber que ele se bandeou para o lado do governo, explodiria de alegria. Ao lado dele estava uma linda mulher loira. O jeito como ela o encarava era intimidante.

— Sinto muito pelo que houve, senhor Huggins — começou Stark, amigável. — Eu e a agente Carter estamos aqui para ajudá-lo.

— Desculpe se não posso acreditar no que diz — retrucou Bob, esforçando-se para ser amistoso.

— Lógico que tudo depende de você — treplicou Carter.

— Claro — soprou, irônico. — Minha situação está acima da autoridade de vocês. Não vejo como podem me ajudar.

Stark se inclinou para frente, em confidência.

— Olha, Huggins, posso entender seus motivos de ter ajudado Rogers, só não peça que eu entenda porque continua insistindo nisso. Diga tudo o que sabe. Nós podemos convencer Ross a voltar atrás e te ouvir.

— Esta é a melhor chance que terá — aconselhou ela.

— Por que estão tão preocupados comigo? — inquiriu Bob, desconfiado, analisando os dois. — De qualquer maneira, mesmo que eu fale, duvido que o agente Ross irá aliviar para o meu lado.

Stark pareceu refletir por um momento antes de sentenciar:

— Eu o levarei para a Torre Stark.

— O quê? — disseram os dois em uníssono.

— Stark, isso é loucura — interveio Carter. Com urgência o puxou pelo braço até o canto da sala e sussurrou: — Olhe para o que está querendo fazer, está passando de todos os limites.

— Não, olhe você para toda a situação... — Engasgou-se com as palavras. — Ele é só um garoto confuso.

— A questão é: está fazendo isso por ele ou por você? — Ela pressionou o braço dele com mais força. — Foi uma fatalidade. Eu estive lá, fiz parte das investigações.

— Então você sabe que estou tentando fazer a coisa certa. — Desvencilhou-se dela e ordenou a um dos guardas que estava do lado de fora para soltar Bob. — O que está esperando? Eu ligar para o presidente demitir todo seu esquadrão? Posso fazer isso num minuto.

O guarda hesitou por mais um instante antes de obedecer. Bob esfregou os pulsos  ao ver-se livre e levantou-se, parecendo confuso com toda a reviravolta. Tinha ouvido errado ou ia mesmo para a Torre Stark?

— Vou pedir que um esquadrão escolte vocês, pelo menos — informou Carter.

— Tudo bem, desde que aguardem do lado de fora. O último desconhecido que esteve lá me jogou pela janela.

O percurso da Agência até a Torre Stark passou como um borrão para Bob. Cerca de seis homens acompanhavam o conversível dirigido pelo herói. Ross quis colocar pelo menos três esquadrões para escolta-los, mas Carter o convenceu de que não seria necessário. O agente via a intromissão do milionário com péssimos olhos, porém ele tinha contatos. Não podia se indispor justo com o Homem de Ferro em um momento delicado como esse. Mais tarde prometeu dar a ele o que merecia.

A Torre Stark foi construída para ser um edifício de negócios de classe mundial, inaugurado depois de quatro anos de construção. Porém, os empresários ficaram com medo de ataques inimigos, então Stark deu a ela outra finalidade: a transformou em seu quartel general e morada, onde montou vários laboratórios de ponta e uma oficina para concertar e armazenar suas armaduras. Ela é composta por algumas das tecnologias mais avançadas do mundo e foi feita com materiais quase indestrutíveis, embora falhas tenham ocorrido ao longo dos anos.¹

Bob adentrou em um dos laboratórios superequipados instalados na cobertura. Ainda não tinha palavras para explicar o quanto tudo aquilo era... surrealmente tecnológico. Com toda essa tecnologia eu poderia hackear a Terra. Stark não parou de tagarelar desde que chegaram, falando de estrelas de cinema até satélites espaciais.

— Huggins, está me ouvindo? — perguntou Stark.

— Desculpe, senhor Stark, eu estava distraído — admitiu, sem jeito. Olhou ao redor novamente. — Tudo aqui é tão moderno que parece outro mundo.

— Definitivamente é. E você pode fazer parte dele. — Bob franziu o cenho. — Isso mesmo, estou te oferecendo uma bolsa de estudos em qualquer instituto de educação superior que quiser. Sei que não concluiu a graduação...

— Não estou à venda, obrigado — interrompeu-o bruscamente. O outro suspirou. — O que isso faz? — Apontou para um objeto parecido com uma mochila, só que de um material acinzentado que parecia resistente.

— É uma porcaria voadora que estive projetando para a SHIELD — explicou rapidamente, ignorando maiores detalhes. — Huggins, sei o que está pensando, mas não estou tentando te comprar. Estou fazendo isso pelo seu pai. — O olhar certeiro de Bob pareceu cortá-lo por dentro. — Ele era um ótimo funcionário.

Stark continuou a falar sobre as qualidades de Richard enquanto Bob prestava cada vez menos atenção. Tentava pensar numa maneira de sair dali e escapar das garras da polícia. Além do mais, Lea podia estar precisando da sua ajuda. Olhou novamente ao seu redor, em busca de uma salvação. A imagem da porcaria voadora de que Stark explicou há pouco se agigantou em sua visão como um bote salva-vidas para um náufrago. Em seguida vislumbrou as vidraças mostrando o luar adiante. Não pareciam tão resistentes à primeira vista.

O toque do celular de Stark arrancou o hacker de suas maquinações. Ele sacou o aparelho, olhou a tela e acenou para que o aguardasse, dando as costas.

— Estou aqui, Rhodey — disse, ao celular.

Sem hesitar, Bob pegou o jetpack e bateu contra a cabeça de Stark, que desmoronou sobre os joelhos. O golpe não o atingiu em cheio, só o suficiente para deixar zonzo. Bob afivelou o cinto do equipamento ao redor do peito e começou a correr em direção às vidraças, pensando em como acioná-lo. Lembrou-se dos filmes de ficção científica que assistia na infância, onde o personagem se jogava no ar e os propulsores se acionavam. De repente não é tão ficção assim.

Já próximo de atingir a barreira transparente, ele se jogou no ar. Os propulsores se acionaram com um chiado e duas asas de material ultra-leve e resistente do comprimento do seu braço ejetaram, fazendo seu corpo acelerar muito rápido. Em meio ao zumbido do vento, sentiu o crânio se chocar contra uma barreira resistente e depois partindo-a. O ar frio o manteve acordado, embora estivesse um pouco atordoado.

Não demorou para que entendesse a loucura que cometeu: havia se jogado contra a vidraça de uma torre, mesmo não sabendo da procedência do material, há centenas de metros de altura, usando um jetpack experimental, e agora sobrevoava o céu de Manhattan. Permanecia voando na horizontal e não conseguia abrir os olhos. Vez ou outra sentia o corpo passar raspando por um prédio.

Bob continuou tentando se lembrar dos filmes, do que faziam para parar o jetpack. Num lampejo de memória em meio à adrenalina, forçou a parte inferior do corpo para baixo, tentando ficar na vertical. Foi difícil vencer a resistência do ar, mas conseguiu ir diminuindo a velocidade até planar. Abriu os olhos. Por sorte ainda estava na zona urbana. A costa se encontrava há poucos metros. Olhou para os lados, evitando olhar para baixo. Do alto não deu para se localizar, então esticou as pernas o máximo possível, forçou o corpo para baixo e foi descendo devagar até pousar em um beco. O chiado cessou e as asas voltaram para dentro do equipamento.

Assim que pousou, arrancou o jetpack e se jogou contra a parede, deslizando até o chão. Um filete de sangue descia de seu couro cabeludo, resultado do impacto com a vidraça. Obrigado, pai, por ter me apresentado à ficção científica. Respirou profundamente repetidas vezes, depois levantou-se. Checou o equipamento em busca de algum rastreador. Não tinha pensado nisso na hora. Abaixo da abertura da asa esquerda havia uma luzinha vermelha piscante. Arrancou-a e a esmagou com o pé. Precisava fugir dali imediatamente.

* * *

A ala médica da Resistência estava ocupada por Gavião Arqueiro, que recebia cuidados médicos de uma enfermeira negra de cabelo ondulado, Capitão América, Falcão e Luke Cage. Embora tivesse sido quase abatido pela unidade antiterrorismo, Clint não se rendia e participava da discussão.

— Aqui não é lugar para ela — balbuciou. — Será irresponsabilidade deixá-la continuar conosco.

— Irmão, irresponsabilidade ou não, ela tem visões — argumentou Cage, de braços cruzados. — Se ela tivesse aparecido antes poderíamos ter evitado o que aconteceu hoje.

— Em outras palavras, Cage está sugerindo que a usemos — retrucou Sam. Cage bufou e olhou para Rogers.

— Não foi isso que eu quis dizer.

— Eu entendi, Cage — respondeu Rogers. — Clint tem um bom ponto de vista, mas Lea já está envolvida com a gente. Se a deixarmos agora, será caçada como uma de nós. Vocês sabem do que o governo é capaz para nos capturar, acham que ela aguentará muito tempo lá fora?

Todos olharam para Clint, que abaixou a cabeça e deixou ser tragado pelos analgésicos.

* * *

O local onde estava o rastreador de Bob agora tinha um furo, feito por Steve ao arrancá-lo, enquanto fugiam pelos esgotos. Em um de seus surtos de ansiedade, saiu do quarto onde esperava e começou a circular pela Resistência; nisso, ouviu sem querer um trecho da conversa que vinha da enfermaria, informando que Bob foi visto andando no carro de Tony Stark. Somente este trecho não provava nada, só que se lembrou do envelope com o selo das Indústrias Stark sobre a mesa dele, e em como o escondeu quando ela pôs os olhos naquilo. Definitivamente, Bob tinha alguma relação com Stark.

A tela do seu celular se acendeu. Só podia ser Bob, pois ninguém mais tinha aquele número. Ela sentia o coração se apertar cada segundo que demorava em atender. Olhou mais de perto. A ligação vinha de um telefone público. Estranhou. Meio por vontade, meio por não, atendeu.

— Lea, ainda bem que atendeu. — Bob sussurrava rapidamente. — Onde está? Preciso falar com você.

Silêncio.

— Lea, responda. Não tenho muito tempo!

— Por quê? Tony Stark está controlando seu telefone? — sentenciou, sentindo-se traída.

Um sonoro resmungo foi ouvido do outro lado da linha.

— Eu explico mais tarde, só ligue o rastreador e eu te encontro — pediu, com urgência. — Precisamos ir para um local seguro.

— Não vou a lugar nenhum — afirmou.

— Perdeu o juízo de vez, Lea? Olhe ao seu redor... — Alterou um pouco a voz, depois voltou ao normal. — Essa luta não é sua.

— Você está certo, essa luta não é minha, mas é a que eu escolhi lutar.

* * *

A ligação foi encerrada abruptamente. Bob tentou rediscar, então se deu conta de que as moedas acabaram. Socou o telefone no gancho e saiu carregando o saco preto nas costas. Como não tinha muita opção para disfarces, usou do que dispunha. Espalhou sujeira pelo rosto e roupas, depois usou um saco de lixo para carregar o jetpack. Não precisava se olhar no espelho para saber o quão deplorável estava.

Depois de uma longa caminhada noturna, se arrastando por ruas quase desérticas, Bob finalmente conseguiu chegar ao seu bairro. Estava esgotado fisicamente e psicologicamente. Ainda tinha sangue seco na testa, de um corte que nem sabia onde estava. Paralisou ao dobrar a esquina de casa. Havia duas viaturas no local. Sem ter mais para onde ir, caiu ali mesmo. Quase ia adormecendo, se não fosse despertado por um cutucão. Arregalou os olhos e enxergou uma cabeleira ruiva cintilar sob o luar.

— Você é Robert Huggins?

— Depende de quem pergunta — balbuciou, com as forças que lhe restavam.

Uma sorriso sem humor brotou dos lábios da sombra ruiva.

— Você está muito encrencado, garoto.


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Notas finais do capítulo

¹ Uma vez o Homem Aranha atirou Wolverine por uma das vidraças da Torre Stark após o mutante tê-lo provocado dizendo que Mary Jane tinha um caso com Tony Stark. Isso, claro, nos quadrinhos. Achei legal a referência e resolvi aproveitar.
Bastille ♥
Gente, quero agradecer o carinho que a fanfic vem recebendo, desde comentários a acompanhamentos e tudo mais. Vocês não fazem ideia do quanto estou feliz por isso.
Mas, então, o que acharam? Lea foi injusta? E alguma dúvida de que Bob está realmente encrencado? XD Quero saber a opinião de vocês!
Beijinhos e boa semana!



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