Totalmente demais 2 escrita por SrtaLili


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oie estão gostando da fic? Se estiverem podem comentar eu não mordo huehuehue na verdade amo meus leitores mais que pão de queijo ♥
Esse capítulo tem o ponto de vista do Jonatas e depois do Arthur. Tenham uma ótima leitura ♥



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Deixamos sua família no aeroporto, a despedida com uma promessa de brevemente estarmos juntos novamente. Eu queria muito isso, queria rever minha mãe e irmãos. Até do Florisval sentia falta.

Sabia o quão difícil foi pra minha mãe aceitar eu sair do país, recém operado, sem conhecer o idioma, sem conhecer ninguém, apenas eu e a mulher que eu amo. Era difícil, só que ela sabia que não haveria nada pra se fazer. Eu iria até o fim do mundo por ela. Começou naquele cinema abandonado quando a beijei pela primeira vez. Ali eu soube que estava perdido. Que minha existência dependia unicamente de ver seu sorriso, ouvir sua voz, sentir o seu cheiro.

Só queria que ela fosse feliz. Mesmo que sem mim.
Dizem que toda garota deveria encontrar seu príncipe encantado.

Eu fui um sapo em toda a minha existência. Ela própria me definiu assim, sorrindo, como se isso fosse incrível.

Eu queria ser tudo pra ela. A luz que iluminasse os caminhos que ela percorresse. Queria ser seu salvador, não para me sentir heroico e sim para me certificar de que ela sempre estaria bem.
Queria ser seu único sonho, assim como ela era para mim, porque era ela que habitava minha mente, estivesse dormindo ou acordado.

— Quer um sorvete? — eu me sentia grato demais por ter conseguido fechar alguns contratos aqui nesses últimos meses, porque o custo de vida aqui era caro demais.

— Vamos só caminhar — ela estava triste era visível, ainda assim estava tentando esconder. Era isso o que ela fazia nos últimos tempos. Mascarava suas emoções para me poupar, sem entender que isso só me machucava mais.

— Logo vamos estar de volta ruivinha.

— Mal posso esperar.

— Verdade?

Ela levantou a cabeça, o olhar interrogativo.

— O que quer dizer?

— Todo santo dia, Josephine lhe oferece uma nova proposta de trabalho — ela mordeu o lábio, virando a cabeça — eu vou entender Eliza. Não precisa recusar por minha causa!

— Sua causa Jonatas! Sério?!

— Isso porque você sabe que eu preciso voltar. Que minha família precisa de mim!

— E você acha que eu estaria me sacrificando? Já pensou que eu também posso querer ir embora?!

— Eu...

— Olha só Jonatas, essas últimas semanas tem sido bem difíceis pra mim! Você não entende!

— Eu entenderia se você me contasse! Acha que meu sono é tão pesado assim pra não dar sua falta de madrugada? Quando você revira a casa assustada e no dia seguinte finge que nada aconteceu?

Seu rosto ficou pálido. Me arrependi na hora, mas não o suficiente pra me calar.

— Você nem quer que eu te acompanhe mais nos trabalhos — recomecei desgostoso. Era irritante ficar sem ter nada pra fazer ali.

— Porque não quero te sobrecarregar com isso! Quero te poupar disso!

— Eu não sou frágil pra ser sempre poupado Eliza! Já passei por muita coisa!
— E tudo por minha causa! Mais um motivo para...

— Para o que? Facilitar tudo pra mim? Abandonar sua carreira e voltar pra casa, pra me poupar, mesmo não tendo boas lembranças de lá?

— Quero voltar pra casa pra ficar com minha família idiota!!

Ela virou as costas e caminhou furiosa me deixando lá tentando entender como e porque aquilo se transformou em uma briga. Eu só queria dizer que tudo ficaria bem se ela desejasse ficar, ou viajar pra outro lugar. Eu não poderia ir com ela dessa vez. Mas quem ama deixa ir. Foi o que eu já fiz uma vez.

Nunca tive grandes pretensões no amor. A minha escolha foi batalhar por uma vida melhor.
Até o dia em que nossos olhares se cruzaram.
E eu desejei a felicidade de alguém acima da minha, capaz das maiores loucuras para isso.
Quis ser um príncipe. E falhei.
Então seu príncipe chegou.
E Abri mão dela, para que pudesse viver seu conto de fadas.
Permanecendo um sapo, uma sombra oculta, observando ela brilhando, não como uma princesa.
Ela era mais do que isso.
Era uma estrela, reinando no meu céu.

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— E então Arthur conseguiu tira-los de lá? — Carolina vestia um casaco no Gabriel que lamentava usar tanto agasalho.

— Stelinha e Maurice estão salvos. O sr Mon Foo aceitou o meu cheque. Era isso ou eles continuariam reféns. Ainda vou a falência.

— Yakuza hein? Eles estão evoluindo — ela começou a rir.

— O que é Yakuza mamãe? — Gabriel entortou a cabeça igual um cachorrinho, iniciando um sorriso meu. Era engraçado como o garoto deixava meu dia mais leve.
— Nada pelo amor de Deus! Esqueça o que eu falei! Vai lá com seus primos.

Ele no entanto correu até mim se jogando em meus braços. Levantei-o no ar correndo pela loja enquanto ele gargalhava animado e Carol gritava para pararmos.

— Depois falamos melhor sobre os seus pais. Eles são mau exemplo pro Gabriel. Pro mundo na verdade.

Desci o garoto no chão.

— Eu preciso mandar eles para fora do país antes que eles arrumem outra confusão — Gabriel continuou pulando ao meu redor — Paris não dá. Eles estão com a cabeça a prêmio lá.

— Tio Arthur de novo, faz de novo!!

— Você vai acabar sem um centavo bancando as dívidas deles — ela debochou — Um dia eles ainda vão...

— Tio Arthur faz de novo, de novo Papai!!

Nós congelamos.

— Ga..Gabriel — Carolina começou, mas a loja foi invadida por Dorinha e as crianças naquele instante.

— Estamos mofando lá fora — Dorinha berrou — minha filha é a Julieta!! Vamos logo!

Gabriel e os primos correram para fora animados. Ele não parecia se importar com o que tinha ocorrido, como se fosse a coisa mais normal. Ele nem parecia ter notado de fato alguma coisa.

— Vamos...vamos lá então — Carol estava incerta sobre como agir, o choque cobrindo seu rosto — conversamos depois.

— Vocês estão bem? — Dorinha perguntou diante do silêncio no carro, a exceção das crianças. — parecem que vão vomitar a qualquer momento.

— Vocês vão vomitar? — Maria colocou as mãos diante do rosto como que para se proteger.

— Parem com isso, estamos bem! Ah já chegamos — Carol escancarou a porta do carro, correndo pra escola seguida por Pietro que esperava já na entrada. Gabriel e as crianças foram logo atrás.

— Que foi que tu fez Arthur?! — Dorinha me deu um tapa no ombro.

— Posso saber porque você deduziu que fui eu?

— Você tem fama! Se você fez alguma coisa com a minha irmã eu te mato!

Estacionei e entramos em seguida buscando nossos lugares. Carol e os outros estavam sentados e Dorinha levou os filhos para trás do palco. As crianças fariam Romeu e Julieta, e após a menina que faria a Capuleto pegar catapora, Maria foi escolhida o que se tornou a obsessão de Dorinha que nos atormentou esses últimos dias.

— Carol eu acho que nós devíamos...

— Shiuu Arthur vai começar — Pietro ralhou comigo

— É Arthur vai começar — ela concordou

— Certo certo. Só queria dizer que aquilo não foi nada.

— É? — ela disse incerta.
— Sim, claro. Ele é uma criança, e é normal, ele se confundiu.

Ela assentiu e se virou para o filho que não parava quieto se equilibrando na cadeira.

— Tudo bem então. Vamos esquecer. Ele nem parece ter notado também.

— Mas do que é que vocês estão falando? — Pietro indagou.

— Nada — respondemos em uníssono e a peça começou.

— Minha filha vai trabalhar na Globo — Dorinha falava alto o suficiente para todos escutarem. — Foi lindoooo!

— Dorinha fala baixo!

— Você fica quieto que pai de atriz que chega atrasado não conta!

— Eu tive que assumir responsabilidades você sabe. O doutor Germano já está voltando de Paris.

— E como foi lá? — perguntei me arrependendo em seguida

— O que você quer saber de Paris hein?! Dorinha bateu na mesa e Carol rolou os olhos — seria sobre uma certa ruiva?

— Sobre a Eliza não tenho que perguntar Dorinha, ela é modelo da minha agência sei tudo sobre ela e a carreira gloriosa dela.

— Não dê atenção a minha irmã maluca Arthur — Carolina ia dizer mais alguma coisa, mas deteve-se — que houve? — ela se levantou.

Olhei pra trás e João trazia um Gabriel choroso. A diretora vinha logo atrás.

— Ele caiu lá atrás tia — João parecia envergonhado

— João mandei você cuidar dele! — Dorinha começou, mas a interrompi.

— Não foi nada não é campeão? — ele olhou pra mim segurando o choro tentando demonstrar força. Peguei-o no colo sentando— o na cadeira — só ralou um pouco olha.

— Está saindo sangue — a diretora falou a voz quase num sussurro

— Vamos precisar levá-lo a enfermaria — Carol se aproximou dando um beijo no filho.

— Está sangrando — a diretora continuou.

— A gente não é surdo não! — Dorinha falou e eu me virei observando a diretora. Os punhos fechados, a expressão sombria.

— O melhor — ela começou — seria levá-lo ao hospital.

— É só um pouco de sangue. É normal — conclui receoso de onde essa conversa iria.

— Ele não é.

Carolina e Pietro se levantaram em um pulo chamando atenção das mesas ao lado.

— Olha me desculpe Carolina. Quando você matriculou o Gabriel aqui dei todo o apoio. Ele faz tudo que as outras crianças fazem. Ficam juntos. Mas é uma situação diferente. Ele tem AIDS...

— Como é? Tem uma criança aidética na escola? — Um homem falou alto o suficiente pra todos ouvirem. Dorinha puxou as crianças pra si e todos começaram a nos cercar. A diretora ficou desconfortável.

— Desculpe, ela sussurrou. Acho que vocês deveriam ir embora.

— Porque nós deveríamos? Essa escola é das crianças, João e Maria acabaram de participar da peça. Estamos aproveitando a confraternização em família. — disse no tom mais ameno que pude.

O olhar das pessoas em volta, entretanto não era agradável. Olhei para Zé Pedro que cochichava alguma coisa com Dorinha. Carolina tremia.

— Como você pode — ela deu um passo a frente apontando o dedo pra diretora

— Mamãe o que é Aids? — Gabriel olhava pra ela e para mim. Pronto, foi o suficiente pra ela desabar.

— Cherrie não chore — Pietro ia da mãe ao filho sem saber quem consolar primeiro — está tudo bem com a mamãe querido não é nada. Apesar das palavras de conforto o menino não era burro e via sua mãe chorando, todos nós cercados de olhares hostis, os murmúrios ao nosso redor.

— Você sabia que um menino doente estava na escola?
— Ele estuda com a minha filha
— Isso é um absurdo ninguém nos avisou nada
— Como a diretora permitiu

— O que é isso gente?! — estourei de vez — estamos com crianças aqui! Se afastem, ou tenham a decência de calar a maldita boca!

O homem que iniciou a gritaria se virou pra mim.

— Nós temos todo o direito de nos exaltar! Tem um menino doente aqui! Eu posso processar a escola..

— Nós é que vamos processar vocês se isso prosseguir — Pietro olhou para Zé esperando apoio.

— Eu não quero meus filhos estudando com ele! Eu tenho todo direito...

— Você tem o direito de lavar a boca, antes de falar do meu filho! — segurei o imbecil pelo colarinho erguendo-o no ar. — Vamos embora daqui! — me virei. Todos estavam me encarando. O que foi?

Saímos da escola, Dorinha berrando sobre processos e o dia em que Maria seria famosa e todos na escola se arrependeriam de bla bla bla. Olhei para Gabriel. Ele se mantinha calado, agarrado a mãe, que permanecia ainda mais calada, direcionando algumas olhadas a mim.

— Isso não vai ficar assim. Gabriel vem cá

Ele obedeceu.

— Eu estou doente? Eu não sinto nada, vou precisar de injeção?

— Sem injeção prometo. — Carolina se ajoelhou diante dele.

— Filho, vamos conversar depois tá bem? Eu prometo, vou te explicar tudo.

— Nós iremos — adicionei — Que é? — ela me olhava o semblante indecifrável.

— Ele se confundir tudo bem. Mas e você?

Busquei na minha mente o que ela queria dizer com aquilo. Até que a discussão com o homem destacou uma palavra. ''Filho''. Continuei parado absorvendo o ocorrido.

Quando você se torna pai? A partir do momento em que seu herdeiro nasce, ou a partir do momento em que o amor floresce em seu coração?


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Notas finais do capítulo

Pois é nem tudo são flores, Joliza brigou, teve bafão na escola, Arthur ganhou um novo filho (será?) muitas emoções hehehe. Gostaram? Adoraria prometer postar o outro amanhã, mas não tenho certeza de que consigo, por isso teremos um novo capítulo até no máximo segunda feira ok? Mil beijos pessoinhas que leem e comentam, e pessoinhas que leem e não comentam 3 amo vocês ^_^



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