Já se passou três dias em que conversei com o León, desde esse dia ele anda totalmente diferente. O pessoal disse que ele está nervoso com tudo, violento, e que matou mais dois homens por erro dele, Diego tenta falar com ele só que praticamente o expulsa de perto.
Ainda continuo sentindo as dores, sempre que abaixo ou faço movimentos bruscos, eu não sei o que há de errado, Francesca disse que era melhor eu ir ao médico pois algo sério poderia estar acontecendo, mas o que? Não acho que está ao ponto de ir ao médico, ele vai fazer exames de sangue e pronto, vai falar que eu estou toda machucada por dentro por culpa do León.
Sentei-me na cama, com meu diário comecei a escrever.
" Querido diário,
Se lembra quando eu escrevi que tinha encontrado o homem que talvez podia ser o homem da minha vida? Vim aqui só para mudar de opinião, o homem da minha vida me encontrou pela rua e saiu correndo, talvez com medo da minha feiura, ou com medo dos meus amigos com cara de maldosos. Pra mim o León é e sempre será o homem que eu amo, me dói tanto o que ele fez comigo, ele era o homem que me fazia sorrir, hoje é o homem que me faz chorar, choro de tristeza pelo o que ele fez comigo e o que ainda é capaz de fazer.
Ontem eu vi ele e o Diego brigando, eles falavam de mim, León disse que fez algo grave e que se arrependeu, disse que não demoraria muito para mim descobrir, acho que ele contou pro Diego por que depois disso mal conversaram e na mesa só se escutava o barulho dos garfos e olhe lá, não gosto disso, me dói, não somos mais família, somos um bando de estranhos juntos em uma casa.
Boa noite diário, obrigado por me ouvir por mais um dia, até amanhã. "
Assim que fechei meu diário, todos entram em meu quarto abrindo a porta com tudo.
– O que é isso? - Digo abismada. - Vocês não tem direito de entrar no meu quarto assim.
– Você está grávida. - Diego solta com uma voz cansada, ele dá uma pausa. - Do León. - Continua.
– Você está louco, eu não estou grávida. - Digo levantando e parando em sua frente. - Eu saberia se estivesse.
– Vilu, o León disse pro Diego hoje. - Fran disse se aproximando.
Então era disso que León e Diego estava falando? Como ele foi capaz? Por que ele fez isso? As perguntas ecoavam em minha cabeça, grávida? Como irei cuidar de uma criança? Não cuido nem de mim.
Senti lágrimas escorrer por minha face.
– Diz que está mentindo, que isso não é verdade. - Disse olhando para todos, que estavam de cabeças baixas. Nenhum respondeu. - Diz que é mentira! Que é só uma brincadeira besta do León. - Gritei. - Por favor.
– Não é mentira. - Aquela voz que eu reconheceria em qualquer lugar. León entra no quarto. - É verdade.
– Por que? - Perguntei.
– Eu estava com raiva de você, pensei que seria uma boa te castigar desse jeito, mas percebi que fiz uma burrada. - Ele fala parando na minha frente. Cabeça baixa e mãos nos bolsos, ele me olha. - Se você quiser abor... - O interrompo.
– Você é louco? Abortar? O que uma criança tem culpa de você ter feito o que fez? Seu idiota! - Digo gritando e o empurrando. - Como você pôde? Você sabe que eu não posso ter filho agora, meu Deus. - Começo a andar de um lado pro outro, puxo meus cabelos, choro, grito, mas nada manda embora esse desespero.
– Eu vou ficar do seu lado, em tudo. - León diz por fim, e sai, simplesmente sai sem falar nada. Todos sai e me deixam sozinha com as lágrimas e o bebê que agora está em meu ventre.
Deito na cama aos soluços. Cada coisa que penso é uma facada no peito. Por que ele fez isso comigo? Por que diabos fui o enfrentar? Por que não fiquei quieta na minha? Por que me apaixonei por ele? Pelo León.