Shadows escrita por roox_17


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capitulo 2 – Encontro Inesperado.

E lá estava eu de novo na floresta escura e fria. Mas havia alguém lá comigo, eu olhei e o vi, o estranho misterioso, mas ainda não conseguia ver seu rosto. Ele abaixou a cabeça e eu também o fiz e vi que estávamos de mãos dadas.
Depois ele virou a cabeça na direção sul e disse:
- Jennifer, você precisa correr agora.
Eu não entendi muito bem o que ele me disse, mas a curiosidade foi demais
- Quem é você?, eu perguntei.
- Ah, Jennifer corra agora, ele disse com urgência.
- Mas eu não sou a Jennifer, eu falei.
- É claro que é, meu amor, ele disse com uma risada gutural, me fez sentir como se estivesse nas nuvens.
- Não, eu não sou Jennifer nem seu amor e o que esta acontecendo?, eu perguntei entrando em pânico.
- Ah, por favor não fale isso, ele me disse colocando uma mão no meu rosto, eu estarei com você em breve.
Com isso ele desapareceu, e eu ouvi aquele rosnado de novo. Me virei cuidadosamente e lá estavam aqueles olhos vermelhos penetrantes. Comecei a andar para trás, mas ele me seguiu e de repente parou de rosnar e me olhou com olhos curiosos. Um calafrio terrível passou por mim, ele riu e disse:
- Está com medo de mim, Jennifer?
De repente ele se transformou e olhei para ele com assombro. Era Shane.
Acordei suando frio e tremendo de novo. Olhei o relógio que Marcava 4:30 e fui olhar a janela do meu quarto. Afastei as cortinas de cor roxa e olhei para a rua lá fora. A maioria das casas estava com a luz apagada e só tinha o leve brilho de um poste de luz na rua.
Fiquei olhando enquanto vi uma sombra no meio da rua, virada para mim e começou a ir embora. Com isso, fui deitar novamente, sem nenhuma intenção de dormir, é claro, só de pensar naquele sonho me arrepiava todaPeguei meu Ipod e comecei a ouvir minhas músicas. Acordei com o barulho do despertador marcando 6:30 e pulei da cama porque minha mãe estava gritando da cozinha.
- Nettie, você vai se atrasar pra ir à escola.
- Já vou, respondi indo para o banheiro.
Fiquei na frente do espelho e me espantei com o que vi. Minha pele sempre pálida estava ainda mais pálida e meu cabelo comprido estava desorganizado. Peguei uma escova e comecei a pentear meu cabelo, que era escuro como a noite. Dava um grande contraste com minha pele pálida, visto que eu tinha um cabelo que chegava pouco depois do meu ombro.
Fui até meu closet e peguei minha blusa preferida: roxa com manga longa e detalhes brilhantes pretos, na frente estava escrito ROCK 89 em letras vermelho sangue. E peguei minha saia preta com pregas até o joelho. Vesti-me, arrumei meu cabelo com fitas roxas e pretas (que são minhas cores preferidas) e passei uma base no meu rosto para disfarçar as olheiras por não ter dormido bem e desci até a cozinha.
Mamãe já estava colocando meu café da manhã quando virou e me viu.
- Nettie, porque você esta toda produzida hoje? Perguntou mamãe me olhando surpresa.
- Ah mãe eu estou feliz hoje, é só isso, disse a ela mordendo minha torrada.
- Isso tem alguma coisa a ver com aquele garoto de ontem? Ela me olhou suspeita.
- Mãe, para, eu disse tomando um pouco de suco de laranja para disfarçar.
- Okay filha, vá logo que você está atrasada, disse ela.
- Tá bom mãe, to indo, tchau.
Fui em direção a sala de estar, peguei minhas botas que iam até o joelho e as coloquei. Eu sei, meu estilo é diferente. Meninas de 16 anos como eu devem usar coisas meigas e rosas, mas eu não. Não gosto dessas coisas, mamãe já tentou um milhão de vezes me fazer gostar disso mas desistiu. Não tem jeito, eu gosto de preto e roxo e não uso muita maquiagem, até acho que eu sou meio que uma rockeira.

Mas enfim tenho que ir correndo agora porque estou mesmo muito atrasada.
Cheguei na frente da escola e o portão estava trancado. Ótimo, pensei. Como vou entrar agora? Dei a volta na escola até chegar numa parte onde o muro era um pouco maior que a minha altura. Ta bom, 1.65 de altura não é tão grande, mas fiquei apreensiva, e se alguém me pegasse? Bem, eu estava pulando para dentro, não para fora da escola, né? Isso poderia ajudar. Eu pulei, olhei a meu redor, tudo estava quieto, muito quieto.
- Uh, eu nunca tinha visto esse lado da escola, eu pensei alto.
Era algum lugar longe do elevador. Minha escola tinha 5 andares, cada um com 7 salas e no último andar ficavam o laboratório e a sala de música junto com a biblioteca. Não podia pegar o elevador porque iria trazer atenção para mim, o único jeito era a escada.
Andei mais a frente e encontrei a porta que levava as escadas, abri e comecei a subir. Meu primeiro tempo era História, 3º andar. Passei do primeiro, estava muito escuro lá nas escadas. O segundo andar eu quase não enxerguei e parei um pouco, ofegando de tantos degraus que subi. Ouvi um barulho lá embaixo na escada e um calafrio percorreu minha espinha. Comecei a correr em direção ao terceiro andar, empurrei a porta para o corredor ainda correndo e esbarrei em alguém.
Ah meu Deus, me pegaram, eu pensei.
No instante que eu dei um encontrão com essa pessoa minhas coisas voaram pelo corredor e eu caí de joelhos no chão. Ofegando de tanto correr eu me levantei e olhei a pessoa que estava na minha frente.
Meu coração congelou quando eu o olhei. Era o menino mais lindo que eu já vi em minha vida. Sua pele era pálida como a neve e seus cabelos lisos cor de mel caíam ao redor de seu rosto. De repente, eu comecei a hiperventilar. Ele estava olhando para mim, seus olhos negros como o céu à noite me encarava, com certo espanto. Ele continuou me olhando surpreso e eu tive que desviar o olhar. Observei suas roupas. Pretas, blusa de manga comprida devido ao frio que estava fazendo hoje e bermudas até os joelhos com correntes de caveira e guitarras penduradas nelas.
Meu rockeiro perfeito, pensei.


Rapidamente me dei conta do meu estado e comecei a ajeitar minhas roupas amarrotadas. Endireitei minha blusa e ajeitei minha saia com pregas. Olhei para ele de novo e ele estava olhando minhas botas pretas. Conscientemente olhei seu tênis, era um converse all star preto com uma guitarra brilhante.
Comecei a pegar minhas coisas que estavam espalhadas e vi meu livro perto dele e também meu caderno de músicas que eu componho. Fui lentamente me aproximando dele, mas parei quando ele se abaixou e pegou meu livro de história junto com meu caderno de músicas.
- Ah, ... uh com licença?, eu perguntei.
Ele olhou para mim, curiosidade em seus olhos negros.
- Eu preciso do meu caderno, eu disse esticando minha mão para ele.
- Desculpe, ele disse me entregando o caderno.
Sua voz era rouca, suave como seda e doce como mel. Ele sorriu para mim e meu coração congelou de novo. Era o sorriso mais lindo que eu já vi.
- Eu ... ah ... tô atrasada, eu balbuciei incapaz de falar novamente.
Seu sorriso sumiu e ele me olhou sério.
- Certo, então tens de ir, ele disse com sua voz rouca.
Meu Deus, ele fala como se fosse de outra época, tão educado.
- Uh, isso ... eu ... obrigado, eu gaguejei.
- De nada, ele disse ainda sério.
Eu coloquei tudo dento da minha mochila e comecei a andar em direção a sala de história, mas percebi que meu cabelo estava no meu rosto. Passei a mão por ele e descobri que a fita roxa se desamarrou e a preta caiu. Olhei para trás para ver se tinha caído no chão e vi que o menino não estava mais lá.
Me virei e me apressei pra aula de história. Abri a porta e o professor Sullivan me olhou um pouco irritado.
- Que bom que decidiu se juntar a nós senhorita Ross. Por favor, sente-se, ele disse com tom arrogante.
- Desculpe o atraso senhor Sullivan, eu falei e fui me sentar atrás de Jess.
- O que aconteceu?, sussurrou Jess.
- Nada, depois eu te conto, eu sussurrei de volta.
- Quero saber de tudo, sussurrou Rose atrás de mim.
- Okay, agora silêncio, eu sussurrei para Rose.
- Certo, agora que a senhorita Ross se juntou a nós, podemos continuar. Estávamos falando sobre Hitler. Alguém sabe me dizer alguma coisa sobre ele?
Algumas pessoas levantaram a mão, mas o professor Sullivan estava me encarando.
- Senhorita Ross, pode me dizer?
Okay, fui pega. Minha mão nem estava levantada, mas eu disse:
- Hitler foi um carrasco nazista que dominou quase toda a Alemanha e depois foi tentar conquistar a Inglaterra. Ele tinha um sistema de dominação.
- Pode me dizer que sistema era esse?, perguntou o professor Sullivan.
- Bem, ele primeiro sobrevoava o local que ele iria dominar e lançava bombas dos jatinhos com intenção de bombardear a cidade. Depois ele mandava homens por terra para finalizar e tomar tudo que a cidade tinha, eu disse com convicção.
Professor Sullivan me olhou surpreso. Okay, eu não era exatamente uma nerd, mas eu estudava e era uma aluna exemplar.
- Muito bem senhorita Ross, disse o professor Sullivan, agora vamos aprender sobre o ataque de Hitler sobre a Inglaterra e o que aconteceu depois, ele se virou para o quadro negro e começou a escrever datas.
- Uau!, Nettie, como você sabia?, perguntou Jess se virando.
- Uh, eu li o assunto ontem à noite, eu disse.
- Bom pra você, eu não, disse Rose bufando.
O resto dos tempos passaram sem preocupação. No intervalo, fomos sentar na nossa mesa no pátio da escola e contei as meninas sobre meu sonho.
- Queria saber quem é essa Jennifer, disse Rose.
- Ah e tem mais, eu disse contando sobre ontem a noite com Shane e hoje com o garoto rockeiro no corredor.
- Nossa Nettie, o Shane ia mesmo te beijar? Que romântico, disse Jess.
- E você teve um pesadelo com ele? Que hilário, disse Rose comendo fritas.
- Sério meninas vocês não tem noção né?, eu disse.
- E o garoto que você viu no corredor?, perguntou Jess.
- Eu não vi ninguém diferente hoje aqui na escola, disse Rose.
- Ah sei lá, mas eu realmente o vi meninas, sério mesmo, eu falei.
A campainha bateu para o quarto tempo. Era aula de inglês com o professor Rafael. Tínhamos que escrever um poema baseado nas nossas vidas. Eu tirei um trecho da minha mais nova música: Always me.
- Agora, Nettie venha aqui na frente e leia seu poema para a classe, disse o professor Rafael.
Ele era alto, cabelos loiros e pele clara. Não era pálido como eu, mas sua pele parecia ouro que brilhava quando ele se movimentava. Enquanto eu andava até a frente da classe, passei do lado de Ane (a megera da escola, a líder de torcida que ano passado era minha melhor amiga). Ela virou o rosto com arrogância e colocou o pé para eu cair. Eu tropecei, mas Shane rapidamente me segurou.
- Ops, cuidado Nettie, ele disse sorrindo.
- Obrigado, eu disse sorrindo de volta.
Deus, ele é tão lindo.
Ele me soltou e eu continuei andando. La na frente o professor Rafael sorriu pra mim e eu sorri de volta.
- Bem, Nettie, vamos lá, ele disse me encorajando, o que você escreveu?
- Eu peguei um trecho de uma nova música que eu escrevi, eu disse nervosa.
- Ah, muito bem, pode começar, ele disse.
Eu respirei fundo e comecei:

I try to change
But never works
I find you
And you say:
“Never again, you’ll change
Be yourselve and everything
It’s gonna work”.

Eu soltei o ar que estava prendendo e olhei minhas amigas que estavam olhando para de mim de boca aberta. Depois me virei e olhei o professor. Ele estava surpreso também, mas depois sorriu e disse:
- Nettie, você tem um talento muito grande. Parabéns, eu gostei muito, ele disse sorrindo de novo.
Nessa hora os aplausos começaram e ouvi o grito de minhas amigas. Olhei pra elas e sorri agradecendo. Quando estava voltando para minha cadeira, Shane se levantou e disse:
- Parabéns Nettie, aquilo foi lindo, ele segurou minha mão e a beijou.
Ouvi suspiros atrás de mim. Fiquei vermelha, lógico e depois sentei. O quinto tempo era física com a professora Bonnie e hoje, quarta-feira, seria prova. Mas ela não veio. Então resolvi ir para a sala de música. As meninas foram para casa, nós nos despedimos e fui até a sala de música pensar um pouco no meu dia.
Chegando lá, eu fui pelo elevador é claro, de jeito nenhum que eu ia de escada de novo, abri a porta da sala e entrei. Estava escuro, só com uma fraca luz vindo de fora. Eu fui até o interruptor para ligar a luz, mas ela não ligou. Fui pegar a minha guitarra. Decidi tocar mesmo sem luz, já estou acostumada mesmo.
Toquei nas cordas e um som suave começou a sair delas. Fechei meus olhos e continuei tocando e deixei fluir as notas suavemente. Comecei a cantar as letras que estavam em minha mente:

“I have some much to think of
But I don’t have the time.
Everything … I ever want
Is not else but you… and…”

De repente ouvi um barulho. Abri meus e olhei na escuridão, estava totalmente escuro. Olhei meu relógio e me espantei, já passava do horário de saída. Ai, papai vai ficar bravo de novo, eu pensei. De novo ouvi um barulho baixo, e foi aumentando. Era um rosnado. Corri até a porta com minha guitarra na mão e abri a porta. Saí correndo pelo corredor que também estava escuro. Já não tinha mais ninguém na escola, pensei. Fui direto ao elevador e apertei o botão freneticamente. Ele vinha desde o primeiro andar, e eu esperei olhando para a porta da sala de música. Meu coração batendo rapidamente. O elevador estava no quarto e depois no quinto. Quando a porta se abriu eu gritei. Eu estava tremendo. Shane saiu de dentro do elevador preocupado.
- O que foi? O que aconteceu?, ele perguntou preocupado comigo.
- Eu...ah...eu..., minha voz num sussurro baixo. Eu ainda estava tremendo.
Shane veio para perto de mim, tomou minha guitarra e a colocou no chão cuidadosamente e me abraçou. Ele cheirava a cereja. E fechei meus olhos e esqueci de tudo e de todos. Só me importava que Shane estava lá me abraçando.
- Shh...eu estou aqui agora, ele sussurrou no meu ouvido.
Eu percebi que estava chorando quando ele me abraçou mais forte e disse:
- Não chora, não aconteceu nada com você, eu não vou deixar nada acontecer contigo... shhh.. eu to aqui, ele falou.
Eu parei de chorar e limpei meus olhos. Percebi que tinha molhado o ombro direito da camisa branca dele.
- Desculpa, eu funguei.
- Pelo quê? Eu que assustei você, ele disse me soltando do abraço.
- Desculpa, eu estraguei sua camisa, eu disse olhando pra ele.
- Não importa. Você está bem? Alguém te machucou?, ele perguntou preocupado.
- Não, eu...eu pensei... ter ouvido algo lá, eu apontei pra sala de música.
Eu sei, é estúpido ficar com medo de um barulho, mas era aquele rosnado do meu sonho e eu pirei com medo. Shane já estava indo para a sala de música.
- Não, por favor não vá, não me deixe aqui sozinha, eu disse agarrando sua mão.
- Okay, então vamos descer, ele disse se virando em direção ao elevador.
Entramos no elevador sem perguntas. Ainda segurando minha mão e na outra a minha guitarra, Shane me levou pra casa.

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Notas finais do capítulo

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