Full of Lies escrita por BIX


Capítulo 1
Psychotic Girl




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Duncan tinha dito que seria legal e que eu iria adorar a festa. E que ele iria ficar conversando comigo. Que vontade de socá-lo e o filho da puta nem estava ali. O que me restou foi conversar com o cara do bar, já que os alunos da minha escola eram todos cheios de merda. Não sabia nem o nome do cara que servia as bebidas, só sei que ele me contou uma história sobre sua família caçar coelhos no verão ou algo assim.

Estava no meu quarto copo de Whisky, nem conseguia lembrar o meu nome do meio. Então comecei a contar a história de como meu amigo, Teddy Bradford, havia perdido a virgindade. Isso envolvia um pinto preso numa torta, uma mangueira para apagar o fogo, literalmente, e uma camisinha de mulher como proteção e o fato da camisinha ficar presa na - você sabe onde - dela. Depois que contei a história, o cara morreu de rir. Essa história nunca falhava. Tomei um gole da minha bebida e percebi que havia alguém sentado do meu lado. Eu não havia reparado nisso até a pessoa gargalhar. Olhei rapidamente. Paige Summer me olhava atentamente. Ela estava vestida de coelhinha sexy, como aquelas garotas da playboy. Ela podia até usar uma roupa de freira, e mesmo assim ficaria gostosa. Minhas mãos começaram a suar e ela continuava me fitando, enquanto brincava com um pirulito na boca, nem preciso dizer o quanto aquilo me deixava numa situação difícil.

— Me conte outra história, eu gostei dessa. E adorei o jeito que você a contou.

Depois de contar mais duas histórias para ela, fiquei em silêncio, sorrindo feito um idiota, mas ela sorria também, então não era um sinal ruim. Ela parou de sorrir e me encarou.

— Eu conheço você? - outch. Aquilo não foi nada legal. Suas mãos foram diretamente para o palito do seu pirulito. Ela delicadamente o tirou da boca e começou a lambê-lo calmamente. Grunhi.

— Sim. Fazemos História da arte juntos.

— Ah é, você é o garoto que senta na minha frente. Fica quieto geralmente. Eu nem ouço sua voz, quem dirá suas opiniões.

— Eu, sem dúvida nenhuma, ouço suas opiniões. - falei baixo.

— Sabe como é, sou uma garota com opinião pra tudo. Minha mãe sempre me disse: Sua opinião é a coisa mais forte que você tem. Então a use sempre. Foi o melhor conselho dela, até hoje.

— É, ela está certa. - tomei um gole da minha bebida, evitando a todo custo olhar para a boca de Paige, mas não era uma coisa que eu podia evitar. Ela estava seminua na minha frente, me dando todos os pensamentos possíveis. Os pensamentos eu podia até controlar, mas algo mais lá embaixo estava difícil de ter algum controle.

— Você deveria falar mais nas aulas, suas opiniões parecem ser boas. Mas porque nunca fala o que está pensando? - seus olhos verdes me fitaram. Ela fez o ato com o pirulito novamente. Congelei. Porra, ela queria me levar á loucura. Sem precisar de fato, estar fazendo algo.

— Porque ás vezes eu penso em muitas merdas, que não valem a pena ser ditas. Só por isso.

— Qual é? Eu vivo pensando e dizendo merdas e ninguém parece se importar.

— Você é a garota mais bonita e popular da escola. Ninguém vai se importar se o que fala é merda ou não. Eles nunca vão te julgar, porque você esta acima de qualquer um. - tomei mais um gole. A bebida estava quase acabando.

Droga, eu estava falando com Paige Summer, a garota que era muito gata e que todos babavam por ela. Ela estava realmente falando comigo e eu estava sendo um idiota.

— Miles, não é mesmo? - concordei com a cabeça. - É eles não me julgam, você está certo. Mas tudo isso é por causa da minha grande habilidade de guardar segredos. - ela deu de ombros, fazendo a mesma coisa que havia feito com o pirulito antes. Merda, esse pirulito nunca vai acabar? - Aprendi uma coisa muito importante com as pessoas, garoto das histórias. Elas são capazes de te contar tudo, o que fizeram, o que não fizeram e o que vão fazer. E depois que te contam, pedem para você nunca mais repetir aquelas palavras. Aí depois elas aceitam por livre e espontânea vontade, serem ameaçadas, subornadas e extorquidas por você. Porque os segredos, são a base do negócio.

Encarei Paige por um tempo. Falando daquele jeito ela não parecia a mesma garota da sala de aula, que falava tudo sem pensar. Esse lado dela era mais cruel, um pouco mais ambicioso. Nunca na minha vida toda - nesses 17 anos - imaginei-a falando assim.

— Nossa, isso parece cruel. - ela pareceu não se importa com meu comentário. Deu um gole no meu Whisky e voltou a chupar o pirulito. Logo em seguida me encarou.

— Eu não sou cruel, mas aprendi que você tem que ser cínica e se aproveitar o quanto puder das pessoas. Afinal, elas foram feitas para isso. Para serem enganadas. - seus olhos verdes e intensos piscaram de forma sedutora.

— Você nunca pareceu ser assim.

—Assim como?

—Como uma pessoa sem coração. - ela gargalhou com minhas palavras.

— Sem coração? É melhor você não falar com as garotas desse jeito. Nem todos gostam disso. - ela sorriu. - Eu tenho coração, mas não posso usá-lo. Todas as pessoas a minha volta não são verdadeiras, só o uso com pessoas verdadeiras. 

— Não são verdadeiras? - falei confuso. - Não entendi.

— Apenas olhe, eles são todos cheios de mentiras. - ela apontou para todos a nossa volta. - Você está vendo Jackson? - olhei para Jackson Bevill, a centímetros de nós. O capitão do time de futebol americano e namorado de Paige, estava com um copo vermelho na mão, conversando com uma garota, que era a versão  mais nova de Paige. Concordei com a cabeça. - Ele está comigo pela fama, pela popularidade. Se ele soubesse que eu sei que ele tem um caso com a minha irmã mais nova, ele perderia tudo.

— Ele tem um caso com a sua irmã mais nova? - ela concordou com a cabeça. - Ela tem quantos anos? Doze?

—Catorze. Mas parece doze, de fato! - Paige sorriu. - A Aimee é meu outro exemplo. - olhei para a morena no sofá conversando com um cara mais velho, ela era do grupinho popular da Paige, era sua segunda melhor amiga. - Ela espalha boatos sobre mim.

— Foi ela que inventou que você estava grávida?

— Sim!

— E que você havia morrido?

— Esse também. - ela sorriu. Que amiga vaca, hein? - Ela também tem um blog, onde escreve coisas ridículas sobre mim.

— Porra, você está num ninho de cobras!

— Tipo isso, mas nem todos são cobras. Nina, nela eu posso confiar. Ela também tem um segredo.

— E qual é? - me senti curioso demais.

— Ela é virgem, mas diz pra todo mundo que não é. Não que isso seja horrível.

— Isso nem parece ser um segredo. Nina MacMiller tem uma cara de santa.

— É, tudo bem, faz sentido. - Paige terminou seu Whisky e seu pirulito e ficou girando no banco. - E você Miles Turner, qual o seu segredo? - ela estava bêbada e eu também. E provavelmente ninguém iria lembrar desse halloween.

— Bom, me deixa ver. - me aproximei dela e trouxe seu rosto para mim. - Quando eu estava no primeiro ano, apostei com Duncan, que eu ainda transaria com você. - Paige gargalhou.

— Garoto esperto, gostei. Acho melhor cumprir a aposta. - soltei seu rosto e eu tenho certeza que estava corado. - O que foi? Está com medo?

— Claro que não, mas você está bêbada e eu também. Eu gostaria de lembrar se isso realmente acontecesse... - ela sorriu de um jeito bem safado. - Mas e você? Conte-me um segredo.

— Já te contei três!

 - Não. Eu quero um que seja seu.

— Eu realmente quero dormir com você, Turner!

— Isso não é um segredo, Summer! - Paige me deu um tapa e voltou a rir.

— Você nunca vai saber nenhum segredo meu. A pessoa que coleciona segredos aqui sou eu. - ela sorriu mostrando todos seus lindos dentes brancos. Me inclinei para beijá-la, mas ela recuou.

— O que foi? - perguntei aflito.

— Se fizer isso, sua vida vai mudar. E não vai ter como voltar. - dei de ombros.

— Só vamos cumprir uma aposta e além disso eu gosto de brincar com fogo!

Fechei meus olhos e fui em direção a sua boca. A conexão foi tão grande que era como se nos conectássemos. Quando nossas línguas se tocaram, o mundo parou de fazer sentido - muito gay isso -, seu gosto era bom pra caralho e sua pele encostada na minha nos dava pequenos choques. Minhas mãos não conseguiam ficar longe de sua cintura e as mãos dela se enroscavam cada vez mais no meu cabelo. Aquilo era a melhor coisa que havia acontecido na minha vida, durante esses anos.

De repente parei de sentir o gosto de Paige e senti meu maxilar doer. Eu estava no chão e o sangue na minha boca se acumulava.


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