Hippogriff escrita por Shay


Capítulo 1
Hipogrifos não são legais




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— Você realmente comprou um hipogrifo para o Scorpius? – Draco perguntou se sentando na beirada da cama, parecendo um pouco desconfortável com o assunto.

— Não é um hipogrifo de verdade. – Astória respondeu, terminando de se vestir e indo sentar ao lado dele. – É só uma pelúcia, querido.

— Mas porque, de todos os animais do mundo, tinha que ser logo esse?

— Bom, eu não sei. – Disse calmamente, abrindo um sorriso enorme de satisfação. – Mas esse era o único que ele queria. Quando o Scor viu o hipogrifo ele não o largou mais.

— Mamãe, mamãe! – Astória podia sentir as pequenas mãosinhas do menininho puxarem sua blusa. – Aqui! – Sorriu animado puxando a mãe pela loja, em direção a uma prateleira cheia de hipogrifos de pelúcia.

— Você gostou de um desses, hm? – Perguntou carinhosa, pegando uma das pelúcias e entregando para o garotinho de cabelos extremamente loiros. Ele apertou o falso animal contra si, os bracinhos mal dando a volta no corpo peludo e fofo do hipogrifo. – É quase do seu tamanho, tem certeza que vai querer esse mesmo?

— Sim, eu tenho! – Não havia como negar que ele tinha realmente gostado do seu novo bichinho.

Draco afundou o rosto nas mãos, grunhindo insatisfeito. Astória virou-se em sua direção, com um sorriso travesso nos lábios. A mulher parecia estar achando graça da situação, ainda não sabia ao certo o porquê de o marido estar agindo assim, mas não era algo normal de se ver.

— Mas, me diga – Começou, apoiando a cabeça no ombro do homem. – Você não tem problemas com hipogrifos, certo?

— Não é isso. Eu só acho que existem bichinhos de pelúcia melhores que esse. – Astória apenas emitiu um som para que ele continuasse. – Talvez uma fênix, ou corujas, gatos, até mesmo aqueles animais comuns que os trouxas idolatram.

A mulher suspirou levantando a cabeça do ombro do homem: — Você sabe que o Scorpius não vai mudar de opinião tão cedo. Nisso, você e seu filho de apenas três anos são extremamente parecidos.

Draco se jogou para trás na cama, fechando os olhos com força. Astória permaneceu onde estava, pensando sobre o assunto. Ficaram calados por poucos minutos, até a mulher se lembrar de algo.

— Terceiro ano! – Seu rosto pareceu se iluminar, quando alguma lembrança daquela época lhe invadiu a cabeça.

O Malfoy abriu os olhos, confuso, encarando a mulher sorrindo divertida à sua frente.

— Do que você está falando?

— O seu terceiro ano em Hogwarts ou o meu primeiro, tanto faz. – Apoiou-se sobre os cotovelos, ao lado da cabeça dele. – Lembro-me da Daphne ter comentado algo sobre você ter se envolvido com um hipogrifo naquele ano.

— Desde quando você e Daphne Greengrass conversavam sem atacarem uma a outra? – Tentou mudar de assunto.

— Ela não comentou exatamente comigo, mas não tinha como eu não ficar sabendo. – Revirou os olhos. – Ela não parava de falar sobre esse assunto as férias inteiras, disse que você estava obviamente exagerando sobre o que realmente aconteceu, que estava agindo como se o animal fosse te matar, mas que foi apenas um arranhão. – Esperou que ele dissesse algo, mas Draco se manteve calado, parecendo estar prendendo a respiração e talvez estivesse mesmo, já que seu rosto estava levemente tomado por um tom de vermelho. – Foi tão ruim assim?

Draco a empurrou, jogando seu corpo por cima do de Astória. Prendeu seus braços contra os lençóis brancos da cama e a encarou com os olhos arregalados: — O hipogrifo me atacou Tori, de verdade. – Fez uma careta, enquanto repensava sobre o assunto em questão. – Mas talvez, só talvez, tenha sido muito dramático da minha parte ter dito que ele quase me matou. – Parou por um segundo, para solta-la. – Porém isso não muda o fato de eu ter me machucado. Meu braço ficou doendo por semanas e você sabe que ficar indo para a enfermaria não era algo muito agradável.

Astória começou a rir descontroladamente, enquanto o loiro apenas a encarava perplexo.

— Você só tinha treze anos, querido. – Falou tirando-o de cima de si e lhe dando um beijo no nariz. – E você era a rainha do drama naquela época. – Balançou a cabeça. – Talvez ainda seja.

— Foi traumatizante, ok? Eu nunca mais vou conseguir encarar um hipogrifo da mesma maneira. Nunca.

— É só um ursinho de pelúcia! – Ela riu, jogando os braços em volta do pescoço dele, dando-lhe outro beijo, tocando seus lábios dessa vez.

— Eu ainda não gosto dele. – Resmungou, desviando o olhar.

— Não é ele, é ela. E se chama Nymeria. 

— Oh meu Merlin, ele já deu até um nome para a criatura?

— Ele adora esse hipogrifo, Draco. Deixe de ser chato e apenas esqueça essa história. – Astória rolou os olhos, mas sustentava um sorriso alegre. Ao contrário do homem, que estava com a cara emburrada. – Olhe pelo lado bom, pelo menos ele não escolheu um furão.

Ela voltou a rir, puxando o cabelo dele levemente. Sabia que Draco iria ficar irritado por causa do comentário, mas não suportava perder a chance de encher o saco do marido.

— Eu te odeio, Astória Elizabeth.

— Mas o que eu quero realmente saber é – Respirou fundo, tentando se controlar e cessar o riso. – Você me odeia mais do que odeia os hipogrifos?

Draco grunhiu, mas Astória conseguia sentir o corpo dele balançar enquanto ele também ria a contragosto.

— Menos, mas ainda te odeio.


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