Through The Wonderland Glass escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 1
Capítulo 1 - A pequena campeã




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 Capítulo 1 – A pequena campeã

                - Olá? – A pequena Alice perguntou olhando em volta – Eu estou apavorada! – Choramingou – Onde eu estou agora?! – Gritava para o nada, tentando não se desesperar mais.

                Até que viu em cima da enorme e inalcançável mesa de vidro, uma chave. Nem que pulasse o mais alto que podia  chegaria perto de alcançá-la. Olhou para o chão, sentindo sua angústia crescer. Então encontrou um bolo.

                - Coma-me – ela leu.

                E assim o fez. Agora conseguia pegar a chave e também um vidrinho em cima da mesa, mas estava tão grande que a mesa e a chave pareciam de brinquedo.

                - Beba-me.

                Logo ela estava pequena de novo, e com a chave. Passando pela porta, Alice ficou vislumbrada. Nunca antes vira um lugar tão colorido e vivo. Além das plantas que falavam, do coelho branco que ela havia seguido até chegar na árvore, dos gêmeos gordinhos que arengavam muito e da camundongo resmungona, ela conheceu um gato que sorria, que flutuava, que sumia e aparecia em outro lugar, e também falava. Ele disse que a levaria até um chapeleiro maluco.

                - Gato...

                - Me chame de Chess, doce criança – ele respondeu sem desmanchar o sorriso.

                - O chapeleiro é mesmo maluco? – Alice perguntou.

Após alguns segundos de silêncio, notou que não havia mais ninguém para responder e seguiu na direção da grande mesa onde três vozes escandalosas riam como loucas. Uma lebre com olhos avermelhados que pareciam ter perdido todo e qualquer vestígio de razão, a camundongo aborrecida também ria do outro lado. E o mais esquisito de todos. Alice teve certeza que era o chapeleiro quando o viu. Vestido de maneira elegante, mas com a extravagância de incontáveis cores, ainda assim bem combinadas. Pele pálida, olhos verdes que pareciam lanternas, cabelo ruivo alaranjado, e um notável chapéu em sua cabeça. Alice não sentiu medo dele como pensou que sentiria. Chess tinha dito que se ela estava ali também era louca como eles, porque todos no País das Maravilhas eram loucos, pelo menos um pouco. Será que ele estava certo?

O som das risadas parou quando notaram a presença de Alice. O chapeleiro levantou-se e caminhou em sua direção, se abaixando para ficar no mesmo nível da criança, e sorriu. Era sem dúvida o sorriso de um louco, mas Alice se sentiu tão tranquila com ele, embora não soubesse porque.

— Olá, doce criança. Como se chama? – Ele falou ainda sorrindo.

— Alice.

— Eu sou Tarrant. Sou um chapeleiro, prefiro que me chamem assim.

Tarrant era sempre educado e cortês, mas aquela criança havia despertado alguma coisa nele. E não era somente pelo cabelo dourado chamativo, incomum no País das Maravilhas. Algo que não sentia há muito tempo. Levou alguns instantes para perceber que era como se sentia quando ainda tinha sua família. Não sabia dizer se saudade ou felicidade, ou os dois. Sentiu a tristeza balançar seu coração, mas não perdeu tempo em espantar aqueles pensamentos distantes, não queria entristecer a garotinha. Então alargou seu sorriso quando segurou a mãozinha pequena com a sua.

— Venha, Alice. Vamos tomar chá.

O chapeleiro a puxou até uma das cadeiras, e depois de puxar a cadeira, levantou e sentou Alice nela com cuidado.

— Acho que você ainda não conhece este amiguinho. Ele é a Lebre de Março – o chapeleiro falou com sua voz engraçada – Depois do chá nós vamos visitar a Rainha Branca.

Alice tomou chá e divertiu-se vendo e ouvindo as maluquices dos outros por sabe-se lá quanto tempo. Às vezes todos riam como loucos sem parar e sem motivo, às vezes falavam coisas sem sentido e riam outra vez. Mas ela não se importava, estava feliz. De repente Chess também apareceu e tomou chá com seu sorriso enorme enquanto observava os demais rindo e enlouquecendo. Depois de muito chá, doces e loucuras, o chapeleiro, o gato e o coelho levaram Alice até um castelo branco e encantador onde vivia a Rainha Branca. Tarrant entrou no castelo carregando Alice, sendo seguido pelo coelho e por Chess. Os três se curvaram para Mirana, que os recebeu com seu sorriso sempre doce e gentil. Ela observava Alice com curiosidade, bem como a própria Alice.

— A caminhada é um tanto longa para alguém com perninhas tão pequenas. Ela ficou cansada no caminho, então decidi ajudar – o chapeleiro explicou.

                - Fez muito bem – Mirana respondeu com aquela voz tão doce que parecia um sussurro e acarinhou o rosto da menina loura.

                - Como se chama, querida? – A rainha perguntou ao reconhecer imediatamente sua futura campeã para a guerra que estava nas profecias.

                Mas nada diria a ela. Que rainha seria ela se assustasse de tal forma uma garotinha de apenas oito anos? Miranda tinha um amor que não cabia em si por todas as criaturas vivas, especialmente se fossem seus amigos. E já sentia um carinho enorme por aquela garotinha. Estendeu os braços para o chapeleiro, que entregou a menina para a rainha. As duas se olharam profundamente, como se já se conhecessem há muito tempo. Mirana imediatamente percebeu o olhar inteligente demais para uma criança pequena. Nunca se enganaria, ela seria sua campeã, a salvadora do País das Maravilhas, embora coubesse apenas a ela aquela decisão, quando o momento chegasse.

                - Alice – ela respondeu finalmente.

                Mirana sorriu, vendo Alice sorrir de volta, timidamente, mas verdadeiramente feliz. A pequena não sabia explicar, mas sentiu um afeto muito grande e sincero pela rainha no momento em que se olharam, quase como se fosse sua mãe ou sua irmã.

                - Venha, Alice. Vamos conhecer o castelo. Tenho certeza que também vai gostar de conhecer meu cavalo, e ele vai gostar de você.

                Mirana pôs Alice no chão e segurou a mãozinha da criança, guiando-a para dentro do castelo junto com o chapeleiro e os outros.


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