Pov Daisy.
Já parou pra pensar em como as mocinhas dos filmes, livros em geral, sempre acabam sofrendo muito até conseguir o seu tão sonhado "felizes para sempre"?
Pensei nisso enquanto caminhava pela feira acompanhado por Henry.
— Sim, sim. É clichê - ele me disse, com as mãos cheia de sacolas recicláveis contendo verduras de cores variadas. - mas naturalmente ela sempre encontrá  o  caminho. 
Assenti.
Depois das compras, implorei para Henry me levar até o palácio para vê-lo cozinhar.  Bom, eu nunca tinha ido lá antes, pois Henry não deixava, nada que passasse dos protões principais, mas sempre imaginara como era morar ali. Em uma suite maravilhosa, desfrutando de comidas exoticas e uma banheira enorme cheia de espumas e petalas de rosas. 
Ele finalmente cedeu e pela primeira vez me deixou acompanha-lo no trabalho.
Ao entrarmos pelos portões houve uma série de revistamentos, passamos  por  sete guardas mas logo depois nos liberaram, me apresentei como ajudante de Henry, entramos pelas portas dos fundos e eu simplesmente não conseguia parar de encarar a estrutura do castelo e o jardim e da propriedade imensa. Chegamos na cozinha.
Fiquei maravilhada, era tudo tão grande e sofisticado! 
Cozinheiros vestidos como profissionais caminhavam para todos os lados, experimentando molhos, mexendo em carnes, cortando temperos.
Aquele lugar tem o melhor cheiro que já senti em toda minha vida. O aroma da carne fritando junto com a cebola me dava água na boca, então senti a torta de morango sair do forno, o camarrão ser refogado. Tudo isso ao mesmo tempo.
Henry me deixou de lado e foi preparar a sobremesa para o almoço, que envolvia alguma coisa com framboesa e chantilly, enquanto isso fiquei observando a movimentação dos funcionários, bastante dedicados em seu emprego.
Todos usavam toucas e uniformes brancos, muito bem preparados para exercer as sua funções. Senti um aroma a mais, parecia frango assando, engoli muita saliva de tanto desejo.
Mas então veio um odor de carne e cebola queimando.
— vire-a - escutei a voz de uma mulher ordenar.
Mas bastou o príncipe Nataniel entrar pela porta da cozinha que tudo aquilo foi apagado da minha cabeça e virou um simples detalhe.
A maneira em que ele vinha se aproximando, os cozinheiros lhe recebiam com reverências, foi até à geladeira quando um homem vestido de chefe lhe perguntou; - Deseja alguma, vossa graça?
— Não. - Ele abriu um pequeno sorriso. Seus cabelos eram mais perfeitos do que eu tinha imaginado, tão loiros e sedosos! - Só estou dando uma voltinha. Adoro esse lugar! Onde está o pote de geleia, por favor?
O mestre apontou em direção ao armário que eu estava escorada.
— Deixa que eu pego. - Ofereceu Nataniel, caminhando em minha direção com pressa.
Não pude acreditar.

"É ele", pensei. Senti os meus joelhos tremerem, houve um certo descontrole e fui parar no chão, bem aos pés de Nataniel.