O carro andava pela estrada de terra levantando uma camada de poeira por onde passava, Emily olhava fixamente para a janela, estavam quase no meio do nada, como um grupo de pessoas conseguiria viver tão afastado de tecnologia e isolados como uma matilha de lobos, suspirou desviando o olhar para a motorista que dirigia calmamente enquanto conversava com Reid.

— Receberam uma ligação de uma garota de quinze anos falando de abusos sexuais - Reid falava calmamente.

— Houve boatos - Nancy falou enquanto mudava a macha.

— O que eles são? - Emily perguntou curiosa enquanto virava a cabeça e encarava Reid que levantou as sobrancelhas como resposta.

— É uma seita chefiada por um homem que se alto intitula um profeta. O nome dele é Benjamin Cyrus. Há oito anos ele começou a atrair seguidores, após a queda de Kane, eles construíram um complexo, acabou virando uma comunidade com o tempo, deve ter cerca de 200 pessoas - Nancy deu uma breve explicação.

— O profeta controla cada aspecto de suas vidas, e eles o adoram por isso. É assim que essas seitas funcionam, começam com um homem como Benjamin, que atrai os de cabeça fraca e os necessitados, pessoas que querem desesperadamente alguém que os aceite, lhes dê amor e atenção - Reid continuou a explicação - Como os seguidores de reverendo Moon.

Prentiss afirmou com a cabeça, mostrando que havia entendido.

— Consegui uma entrevista com cada criança, não foi nem um pouco fácil.

— Considerando como eles vêem os intrusos seria melhor não nos apresentarmos como agentes do FBI - a morena falou enquanto entregava a arma para Reid, que a entregou duas identidades falsas. - continuaremos com nossos nomes verdadeiros, mas nos apresentamos como Peritos em Entrevista Vitimas infantis.

O carro seguiu por mais alguns minutos antes de parar em frente a um portão de madeira, onde um dos homens se aproximou olhando dentro do carro, Nancy mostrou uma das identidades explicando o motivo de estarem lá, o portão se abriu e o carro seguiu em frente, quando estacionaram Nancy foi a primeira a descer e se identificar.

— Estamos procurando Benjamin Cyrus.

O homem que estava sentado nos degraus da escada a frente os encarou, logo abaixando o olhar como se não fossem interessantes.

— Já encontraram - ele falou ainda encarando o objeto em mãos.

— Sou Nancy Lunde, conversamos no telefone sobre a denuncia.

Emily o encarou atentamente enquanto ele se aproximava, seu lado profiler já estava funcionando, Cyrus parecia não se intimidar com a presença de nenhum deles, os encarava como se ele fosse um ser superior.

— Selvagens é como nos chamam, porque nossos costumes são diferentes dos deles - ele começou como se estivesse se apresentando para uma plateia.

— Não viemos aqui para escutar a bíblia, Sr. Cyrus - Nancy o cortou.

— Na verdade é Benjamin Franklin - Spencer a corrigiu e um sorriso brotou no rosto do homem.

— Esses são Emily Prentiss e Spencer Reid, são peritos em entrevistar vitimas infantis.

— Devemos ter nos afastado muito das palavras de Deus para inventarem um emprego com esse nome - ele falou enquanto cruzava os braços encarando Emily que concordou com a cabeça.

— Desejávamos não ter que estar aqui - ela falou enquanto apertava os lábios uns contra o outro tentando transmitir o máximo de confiança possível.

A missão era simples, se infiltrarem e conseguir testemunhas, já havia feito isso uma vez, não seria tão difícil assim.

— Nós também não, mas já que estão são bem vindos, as crianças estão na escola - ele falou enquanto apontava escada acima, ela o agradeceu e seguiu a frente com Nancy ao seu lado.

— Viu as placas de energia solar? - ela sussurrou enquanto subia as escadas, Lunde apenas a encarou - São totalmente autossuficientes, plantam os próprios alimentos, criam seus animais. Não permitem a entrada de estranhos, de maneira que não se sabe o que acontece atrás dos portões - ela continuou em um sussurro, pararam em frente a uma ampla porta e ela a abriu encontrando uma sala cheia de crianças.

— A ligação bate com o perfil de Jessica, ela é a única nessa idade - Nancy sussurrou e ela concordou com a cabeça.

Solicitou a presença de Jessica, a garota se sentou a sua frente e a mãe permaneceu ao seu lado, levantou o olhar para Spencer que a encarou.

— Só queremos fazer algumas perguntas Jessica - ela começou e a menina concordou com a cabeça - O que vocês costumam fazer aqui?

A garota se remexeu desconfortavelmente na cadeira a frente : - Vamos á escola, cuidamos da casa. E tratamos uns aos outros com o respeito que Deus exige.

— Mas nunca esteve fora do rancho?

— Eu trouxe Jessica para cá quando tinha dois anos - a mulher loira a respondeu.

— Você conversa com muitas crianças em seu trabalho, suas vidas são melhores que a nossa? - a voz da menina a fez desviar os olhos de Spencer.

— Dedicamos nossa vida a Deus, mas isso não significa que não cuidamos das crianças.

— Não estamos aqui por conta de suas crenças, recebemos uma ligação, alegando que um homem, membro da igreja, teria relações inadequadas com adolescentes.

— Vocês estão falando do Cyrus?

Ela uniu as perfeitas sobrancelhas.

— Por que diz isso?

No mesmo momento a mãe de Jessica em um movimento rápido pousou a mão no ombro da filha a chamando.

— É inadequado um homem dividir a cama com sua esposa? - a adolescente perguntou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Emily se inclinou um pouco para frente tentando esconder a surpresa que a pergunta lhe causou.

— Você é casada com Cyrus?

— Sim, Cyrus é meu marido e profeta, é uma honra ser mãe dos filhos dele - ela continuou sua resposta com orgulho.

A morena continuou com os lábios entreabertos tentando processar a informação, essa era a última coisa que pensaria escutar nesse dia.

— Jessica você tem apenas 15 anos - Spencer falou, e em seu tom o mesmo choque que Emily emanava - O estado do colorado exige o consentimento dos pais.

Emily encarou a mulher que permanecia com o olhar baixo ao lado da filha, aquilo era um absurdo, não era mãe, mas sabia que se um dia fosse nenhuma ordem a iria permitir algo assim, aquela menina ainda nem vivera a vida.

— Ela consentiu - falou enquanto encarava a mulher que permanecia com o olhar baixo.

O barulho da porta a assustou, Cyrus e outros homens entraram na sala armados e ela arregalou os olhos olhando rapidamente em direção a Spencer.

— Levantem-se - Cyrus gritou e ela se levantou enquanto dois homens se aproximavam deles.

— O que houve? - Nancy perguntou aquilo que estava se passando pela mente de todos.

Um homem começou a apalpa-la como se procurasse algo e ela o encarou.

— Recebemos uma ligação muito estranha de um jornalista. Há algo que queria me contar sobre uma invasão? - ela ficou surpresa com a pergunta, lutava contra a vontade de encarar Reid, permaneceu encarando o homem a sua frente.

— Eles não sabem - foi a única coisa que Cyrus disse antes deles começarem a ser conduzidos por um alçapão.

— O que está acontecendo? - Nancy sussurrou apavorada próxima a eles enquanto seguiam agachados por um túnel.

— Não se fique calma - Spencer sussurrou como resposta.

Mas calma era a última coisa que Emily pensava enquanto escutava os tiros sendo disparados acima de todos.

(...)

Ele estava sentado em sua mesa ao telefone enquanto escutava a voz da ex-mulher, ela lhe contava sobre a reunião do filho, o grito de Morgan o fez desligar o telefone rapidamente e sair da sala a passos rápidos.

— Prentiss e Reid na TV- o simples mencionar do nome dela fez seu estômago revirar, e isso não podia ser coisa boa.

Segurou o corrimão com força enquanto via a notícia, não teve tempo de terminar de escutar ao noticiário quando os telefones dispararam a tocar deixando todos eufóricos. Respirou fundo tentando acalmar a si mesmo enquanto encarava a todos.

— Certo, isso significa que cobrimos um sequestro com reféns e estão armados. Vamos, saímos em cinco minutos - ele falou enquanto dava as costas a equipe entrando em sua sala, deu a volta em sua mesa se agarrando na cadeira de couro, fechou os olhos respirando fundo, teria de se concentrar, era óbvio para ele o sentimento que nutria pela colega, apenas escolhera o empurrar para seu intimo e apenas os ignorar quando ela estava presente, mas agora sabendo que algo poderia ocorrer eles vieram como um turbilhão o fazendo sentir raiva de si mesmo por ter se enganado a tanto tempo, a batida na porta o fez levantar a cabeça.

— Estamos indo - David avisou e ele confirmou com um aceno antes de o seguir .

(...)

O local estava silencioso, Emily e Spencer estavam sentados lado a lado, cada um se mantendo firme com seu próprio pensamento, era o segundo dia que estavam naquele local, nas mãos de homens que acreditavam que suas vontades eram maiores que as de Deus, e ali estavam eles, dois intrusos.

— O que acha que vai acontecer? - a voz de Reid soou tão baixa que se ela não estivesse atenta não a teria escutado.

— Temos que torcer para que tudo de certo, eu confio em nossa equipe e sei que Hotch não nos deixara aqui - ela sussurrou e o viu concordar com a cabeça, estendeu a mão a pousando sobre as mãos do homem que estavam juntas em imagem ao nervosismo, deu um leve sorriso e ele a respondeu com outro.

Fechou os olhos respirando fundo, confiava neles, confiava em sua equipe e sabia que Aaron não deixaria que nada acontecesse a eles.

— Emily se não sairmos daqui ... - Reid começou mas ela o cortou com um movimento em negação com a cabeça.

— Não vamos pensar assim.

— O que você gostaria de ter mudado? - ele perguntou não se importando com o pedido que ela havia feito.

Ela ficou em silêncio, não tinha o que reclamar de sua vida, talvez se quisesse mudar algo seria o fato de ter vivido um romance, constituído uma família e ser feliz, mas o único homem que chamara sua atenção parecia inalcançável, afinal no começo ele era casado, após o divorcio se fechou para todos e relações amorosas era proibida entre companheiros, ainda mais ele sendo seu chefe, suspirou e levantou o olhar para Reid.

— Existem coisas que parecem impossíveis - ela sussurrou e ele confirmou com a cabeça.

(...)

Estavam todos reunidos do lado de fora do pequeno local de investigação, sua cabeça doía e ele tentava se concentrar o máximo possível.

— Precisam ver isso - JJ apareceu eufórica enquanto pegava o controle em mãos.

— Estamos no segundo dia e agora o caso foi passado para o FBI, os porta-vozes se recusaram a comentar, mas temos confirmado que um dos reféns é um agente do FBI que estava disfarçado. Ainda não temos notícias das condições em que se encontram os reféns, ou como um agente do FBI acabou entre eles sozinho...

— Isso não é bom - JJ falou desesperada enquanto passava as mãos no cabelo.

Hotch a encarou, aquilo não poderia estar acontecendo, estava vivendo um pesadelo que nem ao menos um dia cogitou pensar, voltou o olhar para a frente onde a alguns metros havia um grupo pequeno de repórteres, começou a andar a passos pesados em direção a eles enquanto escutava seu nome ser gritado.

Ele avançou em direção ao repórter, olhar fixo no homem moreno que era o foco da câmera a vinte metros dali, nem o calor o fez apertar o passo. Ao se aproximar viu que, naquele instante Mark Livens estava falando para a câmera. Ele o viu e ficou paralisado, apertando o microfone contra os lábios fechados.

— Desligue isso - disse Aaron.

— Silêncio- replicou o operador de câmera - Estamos ao vivo...

— Desligue a merda do microfone.

— Ei o que você está pensando que...

Antes que ele terminasse de falar Hotch afastou a câmera a empurrando com força fazendo o homem que a segurava cambalear.

— Tirem esse homem daqui - gritou Mark quando viu os outros agentes se aproximando.

— Hotch - a voz de Morgan soou como um aviso.

— Sabe o que fez? - ele perguntou - Você tem alguma ideia?

— Estou fazendo o meu trabalho - retorquiu o repórter.

Ele avançou contra ele e algo que Mark viu em seus olhos o fez recuar alguns passos.

— Você colocou a vida de um agente em perigo.

— Eu? - ele balançou a cabeça e disse em um tom de desafio - Não sou eu que sou um profeta louco.

— Você disse a eles que tem um agente do FBI.

— Apenas reporto os fatos.

— Não se importando com as consequências?

— É notícia certo?

— Sabe o que você é? - ele se aproximou e descobriu que mal conseguia controlar a vontade de enforcá-lo - Você é um filho da puta, um covarde - ele deu mais alguns passos para a frente.

— Afaste-se senhor - A mão pesada do repórter pousou sobre seu peito - Eu disse afaste-se.

Subitamente, todos os medos de Hotch, seu desespero, culminaram em um instante de fúria cega. Ele atingiu o homem no peito, ouviu o ar sair dos pulmões do sujeito, e viu um relance do rosto atônito enquanto o sujeito tropeçava para trás e caía no chão. Em um instante Aaron estava agachado sobre ele pronto para golpear, seus músculos rigidos pela adrenalina, então foi levantado e arrastado para longe do homem.

— Hotch, se acalme - a voz firme de David soou ao seu lado.

Sua visão voltou abruptamente ao foco e ele se deu conta do que estava prestes a fazer, respirou fundo sentindo os músculos doer.

— Me soltem, estou bem - falou firme e Morgan e David o soltaram, deu as costas ao repórter ainda caído no chão, passou a mão na camisa em um gesto irritado, enquanto ia em direção onde estava os outros a alguns metros dali, sabia que Morgan e David o observavam e agradeceu mentalmente por eles não perguntarem sobre o que acabara de acontecer.

(...)

O silêncio foi quebrado pelos passos de Cyrus que se aproximava, ambos levantaram a cabeça.

— Qual de vocês é? - ele perguntou e ambos se encararam.

— O quê? - Spencer perguntou confuso enquanto lançava um rápido olhar a Emily.

Ela arregalou os olhos quando ele retirou a arma de dentro da calça, seu coração acelerou e sua respiração ficou pesada.

— Qual de vocês é o agende do FBI?

Ela permaneceu surpresa encarando a arma na mão do homem.

— Por que acha que um de nós somos agentes do FBI? - Reid perguntou, ele a levantou a mão a levando em direção ao rosto de Spencer que engoliu em seco, e esse ato a fez ter sua resposta, o encarou.

— Deus vai me perdoar pelo o que eu vou fazer - Cyrus falou enquanto encarava o garoto.

— N-Não sei do que você está falando - Spencer gaguejou nervosamente.

Não podia deixar nada acontecer a ele, Spencer era o gênio do grupo, o garoto prodígio frágil e inocente.

— Eu - falou firme o encarando - Sou eu - observou Cyrus abaixar a mão e se permitiu suspirar aliviada, abaixou os olhos assim que encontrou o olhar surpreso de Spencer.

Vou morrer.

Foi o único pensamento que passou por sua mente quando o viu a encarar, o homem se aproximou a agarrando com força pelo cabelo, a puxando, e ela emitiu um gemido de dor quando alguns fios foram arrancados, focou o olhar em Reid enquanto era arrastada para longe e pode ver os olhos suplicando um pedido de desculpas e desespero.

(...)

Não sei como salvá-la. É meu trabalho proteger as pessoas do mal, mas não posso lhe proteger.

Ele estava sentado com os fones no ouvido enquanto escutava os gemidos de dor do outro lado, cada gemido, cada grito, era como se seu coração se despedaçasse aos poucos, queria acabar com aquilo, tirar os fones e se isolar dos outros, lidar com sua própria dor e frustração de continuar sentado enquanto ela estava sofrendo.

Claro que ela iria se colocar na linha da frente, ela era assim, durona, pensava mais nos outros do que em si mesma, não se importava em se colocar como isca caso fosse para proteger alguém e essa coragem e lealdade que o fizera se apaixonar aos poucos, mas agora desejava que nada disso estivesse acontecendo.

Tirou o fone respirando fundo :

— Temos que entrar lá - falou desesperado.

— E arriscar a todos? - Rossi o respondeu, tornou a colocar o fone.

— Posso aguentar - a voz saiu carregada de dor e mesmo assim ele soube que ela falava a verdade,

— Escutem o que ela está falando - Rossi falou incrivelmente calmo.

— Ela o está desafiando - Morgan o respondeu.

Hotch se inclinou apoiando ambas as mãos na mesa enquanto escutava mais um tapa ser desferido seguido de um gemido.

— Está falando com a gente. Falando para não entrarmos - ele sussurrou enquanto levantava a cabeça, céus ela era teimosa demais.

Após o último gemido o silêncio reinou e a voz de Cyrus ecoou, ele queria entrar naquele local e acabar com esse homem por vontade própria, esquecer as vidas que colocaria em risco mas não poderia.

Retirou o fone o jogando sobre a mesa e passando as mãos rapidamente no cabelo. Se afastou de todos indo a um canto, precisava ficar sozinho, reprimir seus sentimentos, medos e agonias, se encostou em uma mesa ao canto e cruzou os braços enquanto olhava para o céu.

— Quer me contar o que está acontecendo? - a voz de Rossi soou próxima a ele e ele virou o rosto o encarando.

— Se algo acontecer a ela - respirou fundo - aos dois - completou.

— Nada vai acontecer - ele o garantiu pousando a mão em seu ombro - Está assim por conta de Prentiss?

— Não sei mais como reprimir isso.

— Acredite, não reprima, ficamos surpreso com sua reação mas não estou surpreso com seu sentimento.

— Não sei quando isso aconteceu.

— Nunca sabemos por quem ou quando vamos nos apaixonar novamente, mas fico feliz por você, não se engane, Prentiss se preocupa com você, mais do que com qualquer um de nós - ele sorriu sozinho - faça um favor a si mesmo, quando a tirarmos de lá não se engane novamente - Rossi apertou o ombro de Aaron em um movimento reconfortante enquanto lhe dava as costas.

(...)

As diversas pessoas saiam do local, ele continuava parado olhando para o rosto de cada um tentando a encontrar, o coração se chocando com força contra as costelas, sentia a adrenalina correr pelo seu corpo, precisava encontrá-la entre a multidão.

Quando ela apareceu entre os demais um tanto atordoada não ligou para o que sua mente dizia, seu corpo agiu por impulso enquanto corria em direção a ela.

— Hotch - a voz soou alta e ele sorriu quando a escutou, se aproximou tendo o corpo envolvido pelos braços de Emily, ambos permaneceram em silêncio enquanto se aconchegavam um nos braços do outro, ambos com os corações acelerados e envoltos em seus próprios pensamentos.

Ele se separou um pouco segurando o rosto machucado entre as mãos, apesar de tudo ela estava bem, acariciou a bochecha feminina e ela gemeu de dor.

— Desculpe - ele sussurrou e ela uniu as sobrancelhas confusa - Não conseguimos impedir a informação.

— Não é tão ruim quanto parece - ela sussurrou dando um leve sorriso e ele sorriu de lado como resposta, ai estava a mulher que capturara seu coração, no começo se irritara por ter se apaixonado tão rapidamente após o divórcio, mas como Rossi havia lhe dito, não escolhemos quando isso ocorre.

— Estava com medo - ele sussurrou e antes que ela o respondesse a puxou mais para perto capturando os lábios machucados em um beijo calmo e terno, o gesto a pegou de surpresa, mas ao mesmo tempo a sensação do estômago aos pulos e o coração acelerado a fez relaxar, ai estava a realização de um de seus desejos.

A explosão os fez se separar e ela virar em direção ao prédio em chama desesperada, a imagem de Morgan e Reid se aproximando a fez se distanciar dos braços de Hotch e correr em direção ao Doutor o abraçando firme.

Aaron se aproximou os cumprimentando aliviado por tudo acabar bem, ela se distanciou de Reid e se voltou a Hotch que permanecia sério, sorriu em direção a ele e se aproximou o abraçando novamente, precisava sentir aqueles braços ao seu redor lhe garantindo que aquilo de fato estava ocorrendo, ele levantou a cabeça vendo Morgan e Reid sorrirem antes de se distanciarem, a abraçou com força beijando os cabelos negros.

— Está tudo bem, nada mais vai acontecer a você - ele sussurrou e a viu levantar a cabeça sorrindo antes de capturar seus lábios em um novo beijo, ansiando sentir seu gosto novamente.