Red Wires of Destiny escrita por Selene Sumner


Capítulo 1
Wire 1


Notas iniciais do capítulo

Chaos o/

Hoje trago-vos uma historia das minhas heroínas de infância.

Espero que gostem ^^



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Uma forte corrente de ar percorreu as vazias ruas de Townsville a fazendo arrepiar. Eram poucos os sons que se ouviam a aquela hora da madrugada, e o uivar distante dos lobos fez com que olhasse para trás. Não havia ninguém. As ruas abandonadas da cidade não eram definitivamente o lugar mais adequado para uma garota de dezoito anos estar. Diziam que as pessoas que ali habitaram estavam amaldiçoadas. Não que ela acreditasse numa história para dormir dessas, mas certamente o local não perdera o aspeto assustador da primeira vez que o pisara.

Foi o único lugar em que os poderes de “Ele” não perderam efeito, mesmo depois de todos estes anos selado. A maioria das pessoas que ali moravam sucumbiram à insanidade, no fim o resultado foi uma das maiores catástrofes que a cidade já viu.

Segundo o que o senhor do noticiário disse, não houve sobreviventes, o que tanto a garota como o prefeito sabiam que não era verdade, porém o pequeno homem achou por bem não revelar essa informação. Afinal o que as pessoas fariam caso tivessem conhecimento disso? Coisa boa não seria de certeza. Então para se certificar que ninguém voltaria a tocar no assunto, chamou as únicas pessoas em quem poderia confiar este caso, ou seja, as meninas super poderosas.

Sim! É verdade mesmo tendo passado tanto tempo elas ainda continuam a fazer as atividades do costume. Lutar contra robôs e monstros gigantes, acabar com os planos de um certo macaco verde e ser o modelo a seguir de toda a gente. Como disse, muito pouca coisa mudou. Até a sua aparência de certa forma continuou a mesma. Pele clara, longos cabelos apanhados com a sua imagem de marca ­— o tão famoso laço vermelho que mesmo já estando desgastado ainda usa com o maior carinho do mundo. Apenas o corpo ganhou mais forma. Digamos que a puberdade foi generosa com ela. Mesmo não tendo o corpo de uma modelo, a sua aparência total não deixava ninguém indiferente quando passava na rua.

E pronto, foi exatamente devido a essa história, que estou acabou naquele lugar frio em horas inapropriadas, quando poderia aproveitar o calor aconchegante da sua querida cama. Ao notar uma presença estranha não tardou em se esconder entre a rama de uma árvore que se encontrava por perto. Ao longe conseguiu ver dois homens descendo umas velhas escadas ferrugentas que davam acesso a um edifício subterrâneo.

Blossom teve um mal pressentimento. Por momentos pensou nas suas irmãs. Hoje era a sua vez de patrulhar a zona. A esta altura Buttercup deveria parecer um folhado de salsicha enrolada nas mantas. A noite dela parecia ser uma aula de aeróbica de tanto que ela se mexia, e Bubbles falando com o seu namorado sobre coisas que ela preferia ficar na ignorância.

Aproximou-se cautelosamente da entrada, sempre confirmando se realmente poderia se aproximar. Vendo que ninguém estava por perto continuou o seu caminho com um pouco mais de confiança. Desceu as escadas que tinham pedaços de musgo as decorando. Devido a isso o som do seu andar foi abafado.

Quando finalmente chegou no fim deparou-se com uma porta de metal, a qual tinha vários avisos escritos a tinta vermelha. “Keep Out”,“ No trespassing”, “ Come near if you wanna die” eram uns deles. E claro, como não poderia faltar, para completar a decoração umas fitas amarelas e caveiras por todo o lado. Qualquer outra pessoa que visse aquilo, sairia fugindo pedindo auxilio para a sua mãe, mas uma super heroína não é uma pessoa normal.

Era seu dever continuar com a sua missão e dar um chute no traseiro daqueles homens. Antes que pudesse continuar, algo chamou a sua atenção.

— Kepi out? Haja paciência. Não admira que estas pessoas tenham virado vilões. Nem um diploma do secundário devem ter.

Balançou a cabeça de uma forma negativa e corrigiu algumas palavras que estavam mal escritas. Assim que terminou a sua pequena tarefa deu um sorriso satisfeito. Assim estava muito melhor, agora poderia seguir caminho. Com muito cuidado para não fazer barulho deslizou a pesada porta que dava acesso ao interior da habitação. Não foi uma tarefa fácil, pois se empurrasse com um pouco mais de velocidade, esta faria um ruido ensurdecedor fazendo o seu disfarce ir pelos ares, e isso era o que menos desejava no momento.

A ruiva percorreu um escuro e húmido corredor, que se subdividia em dois. Tentou usar a sua super audição para saber qual das divisões eles tinham seguido, no entanto havia algo no ar que o impossibilitava. Aquele lugar era muito estranho. Ao se ver sem grandes possibilidades optou por fazer a escolha mais racional no momento, ou seja deixar a sua sorte decidir. O seu sexto sentido dizia-lhe para seguir pela direita, então não houve dúvidas.

O caminho certo era o da esquerda. A vida encarregara-se de lhe ensinar que o seu sexto sentido feminino era pior que o sentido de direção do Zoro de One Piece. Nunca mais confiou nele depois daquele teste de história que fez quando estava ligeiramente doente. Todas as questões de escolha múltipla foram um completo fracasso.

Não demorou muito a chegar ao lugar pretendido. Entrou pelas condutas do ar, para não ser descoberta e gatinhou até estar por cima dos mesmos. Agora que olhava bem para eles, tinham algumas coisas em comum. Ambos tinham o cabelo rapado e em seus pescoços o inicio daquilo que parecia ser uma tatuagem. As suas diferenças mais características eram a estatura e massa muscular.  O lugar estava estranhamente limpo exceto por um canto. Em cima das mesas estava um conjunto de tubos interligados com um estranho liquido amarelo que no processo sofria as mais diversas reações químicas. 

— Me de o pó, Rod! — Um homem alto e esquio estendia a mão para o seu camarada esperando que o outro lhe trouxesse o seu pedido. — Assim que o entregar-mos ao chefe poderemos nadar em dinheiro o resto das nossas vidas.

— Não sei, ele estes dias parece que é outra pessoa. Parece estar possuído. Se eu fosse você não confiava muito nele, e apenas dava graças por ele o deixar vivo. Ouvi dizer que muitos dos seus capangas sofrem tortura até à morte. Até me arrepio só de pensar que coisas lhes devem fazer. — Disse o outro enquanto pegava um saco branco dentro de uma pequena caixa, debaixo de uma pilha de pedras.

— Não seja estupido! É claro que ele não nos vai fazer isso. Afinal até nos deu “aquilo” caso algo aconteça.

— Sim, talvez você tenha razão. — O mais baixo respondeu, entregando-lhe a tão preciosa mercadoria.

Blossom que estava escondida ouvia tudo atentamente. Pelos vistos eles eram apenas míseros peões neste tabuleiro de xadrez. Mas como vários anos jogando, ela sabia bem. Não se deve desprezar os peões, pois quando menos se espera e se usados eficientemente podem se tornar algo muito maior e mais perigoso.

Com isso em mente, não perdeu tempo a partir a conduta e fazer uma entrada triunfal no laboratório. Não era uma fã de lutas como a irmã, mas não podia negar que algumas vezes, era muito bom para aliviar o stresse. Num movimento rápido aproximou-se do de menor estatura e lhe deu um soco certeiro no estomago o fazendo tossir um pouco de sangue. Virou-se para o outro porém este desviou habilmente do seu pontapé giratório. Ele não era alguém normal. O seu olhar surpreso logo se tornou num sorriso cínico.

— Ora, ora. Então você deve ser a pessoa, que o nosso chefe disse. — Desta vez a garota foi a surpresa. Que se lembre não cometeu nenhum erro, então como é que alguém poderia saber que ela os seguira. — Tenho coisinha especialmente feita para você.

Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, a pequena deu um chute em sua perna, para depois o empurrar fazendo com que caísse com a bunda no chão. Normalmente esperava que os maus da fita falassem tudo o que quisessem, porem aquele homem estava a demorar muito para o gosto. Além disso, pareciam estar sobre as ordens de alguém bem problemático. Abaixou-se para ficar da altura do homem agora sentado e o puxou pelo colarinho da camisa.

— Quem é o vosso chefe? — O seu aspeto era assustador e a voz agressiva, no entanto a única coisa que o homem à sua frente fez foi rir, o que a deixou extremamente irritada. Aquele homem só poderia ter perdido a cabeça. Foi num ágil movimento que o largou e se desviou do seu colega que se tinha recuperado e tinha tentado acertá-la com uma grande pedra. — Raios. Seus Imbecis preparem-se para uma morte lenta e dolorosa.

Os dois colocaram-se de lado a lado e foi o maior que tomou a iniciativa. Em termos de luta, poderia se dizer que estava ao nível de um profissional. A ruiva teve um trabalho difícil ao se defender e atacar os dois ao mesmo tempo, porém tinha a resistência a seu favor. Quando notou que a energia dos dois estava quase no fim, aplicou golpes mais fortes e precisos, o que não foi complicado já que ainda não tinha sofrido, quase nenhum ferimento, ao contrário dos seus oponentes.

Assim que achou o momento perfeito lançou um contra a parede o deixando inconsciente e preparou um conjunto eficiente de golpes que foram super efetivos. Aproximou-se dos mesmos que estavam com a cara inchada e os hematomas coloridos começavam a aparecer, tinha que os prender a algum lado, então olhou em redor para analisar o melhor lugar para lá ficarem atados.

E o sítio perfeito foi perto de uns tubos de ferro presos à parede, afastados de todas as geringonças que lá haviam. Olhou na sua mala, que todo este tempo estivera em suas costas e retirou de lá umas algemas. Infelizmente os policiais apenas lhe puderam dar uma logo teve que encarcerar os dois com a mesma. Prendeu a mão de um e passou o outro lado por dentro do ferro, prendendo assim uma das mãos do outro.

E assim terminou mais um de seus trabalhos. Acrescentou mentalmente uma nota na qual pediria ao presidente várias barras de chocolate e bastantes gomas, como recompensa. Como numa chamada telepática, sentiu o seu celular vibrar. Aquele homem sempre teve uma estranha obsessão com este tipo de objetos. Atendeu rapidamente a chamada.

Apesar de gostar muito do senhor, a verdade é que com a idade ele não ligava apenas para lhes dizer para salvar a cidade, agora antes de dizer o que realmente se passava, adicionava no meio as suas queixas pessoais sobre o seu trabalho. Como resultado as suas chamadas demoravam eternidades.

— Sim, estou bem! Sim, os principais suspeitos também já estão capturados. Pois, entendo, é complicado — E tinha começado o falatório. O pior de tudo é que sempre que ela se desligava mentalmente da conversa, ele parecia perceber e começa com o drama do costume que nem elas queriam saber de um pobre idoso como ele. Mas apesar da sua idade já avançada, a verdade é que quem ainda controlava toda a cidade era ele. Diretamente ou por detrás das cortinas. — Mas ouça, eu vou agorinha mesmo lhes tirar as informações necessárias, certo? Não queremos que as suas suspeitas se tornem realidade não é? — Ela o ouviu concordar e de seguida acabou a chamada dizendo que a veria mais tarde. Sim, apesar de o prefeito ser bastante incómodo nestas situações, ao fim de tanto tempo ela sabia, que cordas mexer para as coisas correrem do jeito que ela queria.

Terminou a chamada e voltou a colocar o celular no bolso, para depois se virar de frente para os dois homens que mesmo com a cara inchada ainda não tinham perdido o ar de riso.

— Menina, você não acha mesmo que vence esta batalha, não é mesmo? — Disse um, esboçando um divertido sorriso de lado. — Daqui a pouco os nossos camaradas vão chegar e quando virem isto vão acabar com você! — Blossom não se mostrou muito preocupada.

— Ah é? Mas ouve, quando eles chegarem já vocês estarão numa cela de prisão. Então bem que podem começar a falar quem é o vosso chefe e o que pretende. Acreditem vai ser o melhor que têm a fazer.

— Me obrigue! — Ele continuava com aquele irritante sorriso o que a começava a deixar impaciente.

— Já que insiste. — Empurrou o homem com o pé e puxou a cabeça dele contra o chão. Logo de seguida puxou a gola da sua camisa para baixo mostrando a totalidade da tatuagem que ela vira quando ainda estava nas condutas. Era uma imagem bizarra daquilo que parecia ser a mistura de uma cobra com cornos com uma aranha. Nojento! — E então? Já sente mais vontade de falar?

O colega dele que assistia o todo aquele espetáculo, sentiu todos os seus pelos se arrepiarem. Não de uma forma agradável como quando se ouve uma boa música, mas de medo. Medo que ela conseguiu ver bem nos olhos dele. Ia para começar a revelar tudo o que sabia, mas reparou que o seu colega ainda não tinha desistido. Ele tinha em suas mãos “aquilo”, então para o ajudar juntou a pouca coragem que lhe sobrava e com a mão disponível segurou a perna da ruiva, que não esperando por uma reação destas, tentou se livrar em vão da investida do seu inimigo, o que consequentemente a fez retirar a mão da cabeça do maior.

Ele aproveitando a oportunidade que o seu colega lhe tinha dado retirou de uma caixa que tinha no bolso, uma pequena vacina com um líquido vermelho escuro e inseriu no braço dela. A estratégia deles tinha sido um sucesso e Blossom praguejou por ter sido tão descuidada. Ela não sabia o efeito daquela droga, mas uma coisa era certa. Ela até poderia ir para o inferno, mas aqueles dois iriam consigo.

Infelizmente antes que ela pudesse fazer alguma coisa, a sua visão começou a ficar turva e notou que a sua estabilidade também tinha sido afetada. Teve que se apoiar numa parede para não cair no chão.

— Pelos visto o predador acabou se tornando na presa, não é verdade? — Riu o mais baixinho dos dois.

— Raios! — Sem forças para fazer o quer que seja, a ruiva teve que reunir todas as suas forças para escapar dali o mais depressa possível. Não podia se dar ao luxo de desmaiar naquele lugar. Se fosse verdade o que eles disseram, os seus camaradas viriam em sua busca e sabe- se lá o que eles fariam o seu corpo. Essa não era definitivamente uma opção.

Para ter um pouco mais de controlo levitou e saiu dali o mais rápido possível, ouvido a risada dos dois de fundo. Eles até poderiam ter ganho a batalha, mas a guerra, meus amigos. Essa ainda estava muito longe de ter terminado. Se ela não morresse sobre o efeito daquela vacina esquisita poderiam ter a certeza que acabar com a raça daqueles dois. Ao fim de dez minutos minutos já estava bem longe dali e mesmo na fronteira entre aquela terra abandonada e a cidade vizinha.

Queria ter avançado mais um pouco, mas o seu corpo não o permitiu. Aquele era o seu limite. Nas suas últimas forças agarrou no celular e mandou uma mensagem para as suas irmãs a virem buscar. Depois disso, sentiu a sua visão ficando cada vez mais escura, os sons de vários lobos uivando para a lua foram gradualmente se desvanecendo e por fim varias recordações passaram por sua cabeça como um filme. Talvez aquele realmente fosse o seu fim.

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— Blossom! — Ouviu chamar. A garota abriu demoradamente os olhos. Teve que os piscar algumas vezes para se habituar à escuridão. — Blossom! — Uma voz doce muito familiar a chamava. Ela podia jurar que já a tinha ouvido em algum lugar.

— Só mais cinco minutos! — Respondeu voltando a fechar os olhos e se virando para o lado.

— Acorda porra!

 Desta vez a voz gritou e ela abriu bruscamente os olhos. O lugar era escuro, mas desta vez ela prestou mais atenção nos pormenores. Havia pequenos losangos vermelhos brilhantes por todo o lugar. O chão se é que se pode dizer isso também o era, mas ao contrário dos restantes, não tinha aquele brilho ofuscante. Era sem dúvida um lugar muito estranho.

— Este sítio… — De repente as memórias daquela noite voltaram com a velocidade uma bala em seu cérebro. — Será que eu realmente morri? Isto é o céu? O céu é realmente um lugar muito estranho.

— Não isto não é o céu! Bem, mas para lhe ser sincera, este lugar é quase tão bom quanto isso. — A voz parecia cada vez mais clara como se a sua dona se aproxima-se. — Sim, é deveras um lugar maravilhoso, você vai adorar estar aqui. — Um dos losangos brilhou com mais intensidade à medida que se movia. Foi num lento momento vertical de figuras geométricas que a dona da voz se revelou.

A ruiva não poderia estar mais surpresa. Como é que aquilo poderia ser possível. Não! Não havia explicação possível para isto. A sua aparência era ligeiramente diferente, mas não havia qualquer dúvida. Aquela garota era…

— Não é possível, você é…. eu? 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)



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