The little red-haired girl escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

(Reescrita)



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Of our elaborate plans, the end

Of everything that stands, the end

No safety or surprise, the end

I'll never look into your eyes... again

Can you picture what will be

So limitless and free

Desperately in need... of some... stranger's hand

In a... desperate land?

 

(Este é o fim

De nossos planos elaborados, o fim

De tudo que está de pé, o fim

Sem segurança ou surpresa, o fim

Nunca vou olhar em seus olhos... outra vez

Consegue imaginar como será

Tão sem limites e livre

Desesperadamente precisando da mão de algum estranho

Em uma terra de desespero?)

 

The End – The Doors

 

 — Ei guria, volta aqui! – Eu disse.
— Não sou guria, meu nome é Natália. – ela continuou andando com passinhos pequenos.
— Natália? Não era Natasha? – eu disse, confuso.
— Acha que não sei meu nome, moço? – ela olhou pra mim, mas logo se virou de volta e continuou a andar.
É claro. O nome dela não é Natasha. Me deu vontade de dizer que seus pais morreram, de uma vez. Porque, desde que me lembro falo o que penso. Mas não consegui. O rostinho dela me fez parar e pensar. Ela me lembra que antes do acidente, Natasha me fazia bem. Quando voltei a realidade, ela já estava há uns 50 metros de mim.
— Não vou te deixar sozinha andando por aí, porque se deixar, eu não sobrevivo. – disse.
— Você é estranho. – ela parou e me fitou. – Gostei de você –  a ruivinha à minha frente sorriu. Senti vontade de chorar.
Nesse momento, um explosivo caiu do meu lado. Sem pensar duas vezes, a agarrei e corri pra longe. O explosivo explodiu, e me encostei atrás de uma grossa árvore, com Natasha em meu colo.
— O que foi isso? – ela perguntou assustada.
— Shhh, vai ficar tudo bem. – eu disse olhando em volta. Ouvi passos nervosos correndo.
— Cadê a garota?! Você a explodiu? – ele disse em russo. Graças a Natasha, sei bastante de russo.
— Não. - O outro respondeu. - Isso iria apenas fazer alguns machucados... O homem que estava com ela, deve te-la pegado e tirado do caminho.
— Senhor Ivan, tivemos um imprevisto, um homem loiro. - Uma outra pessoa entra na conversa.
— Não quero saber, mate-o e traga a garota pra mim. Taras Romanoff está atrás dela! Ela não tem muito tempo!
Anotei os nomes. Ivan. Taras Romanoff.
— Sim senhor. – os passos foram se afastando, até não se ouvir nada.
— Onde estamos Natalia? E em que ano? – olhei fixamente pra ela.
— Estalingrado, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 1934. – ela disse com uma vozinha demonstrando nervosismo.
— Rússia.  Pelo visto a KGB é mais velha do que pensávamos.
— O que é KGB? – Como eu odeio a curiosidade das crianças de 6 anos.
— Nada. E nessa época, a KGB se chama Cheka. – (pesquisem crianças) – Nada com que tenha que se meter.
— É alguma coisa, e eu sei que estão atrás de mim. Não sou boba, e tenho ouvidos. Eu ouvi eles dizendo que querem me matar!  - ela começou a chorar. Meu coração apertou.
— Não chora, por favor. – eu limpei suas lágrimas. – Não vou deixar ninguém tocar em você. Nunca mais. KGB é uma organização criada pra proteger o país que estamos agora. Mas ela foi corrompida e ficou malvada. E querem fazer mal a você. – eu toquei a ponta de seu nariz.
— Qual o seu nome? – ela diz, piscando os olhinhos. Não poderia dizer meu nome de verdade.
— Grant. – era meu sobrenome. – Grant Rússia.
— Rússia – ela riu. – Que esquisito, parece nome de país, ou sei lá. – eu ri. Mas que drga, hein. – Mas... Quem é você homem estranho?
— Sou o Grant – disse, nervoso.
— Não minta. Quem é você? – ela insistiu. Merda, essa ruiva é esperta de mais pro meu gosto. Até esqueço que estou falando com Natasha Romanoff.
— Sou cantor. – O que? Cantor? De onde tiro essas coisas?
— Ah! – ela riu. – por isso você é bonito! – Hein?
— Sim, sim... Vamos antes que esses caras voltem. – eu a coloquei de pé.
— Minhas perninhas doem... Me leva de cavalinho? – ela sorriu sapeca.
— Espertinha... Sobe aí. – eu me abaixei. Ela sentou com as pernas em volta do meu pescoço, e segurei seus braços. – Então... onde fica essa vila?
(...)
— Depois dessas árvores. – ela apontou. Passei pelos troncos, e vimos a vila. Ela estava em cinzas. Nem um sinal de vida? – O que aconteceu?
— Queimou. - Respondo, suspirando. Estávamos em Stalingrado. Aqui as coisas queimam, eu devia saber.
— As pessoas fugiram? – ela perguntou.
— Sim. – eu disse vendo um esqueleto de criança queimado no chão. Desviei os olhos rapidamente. – Vamos embora.
— Não, tem um lugar no chão para ataques.
— Ataques. – eu fechei os olhos.
— Minha amiguinha morava naquela casa. Naquela lá, morava o senhor Shorkjew. Ele me dava pão sempre que eu tinha fome, era um velhinho muito amigável.  – Havia visto coisas assim e piores todos os dias, durante os dois anos. Mas agradeço por ela ser ingênua de mais pra entender o que realmente aconteceu. Que aquelas pessoas não se salvaram.
— Onde é? – perguntei, afim de me livrar da situação embaraçosa que ela formou.
— Ali! – ela apontou pra uma pedra no chão.
— Uma pedra? Vamos dormir dentro de uma pedra? – ela riu.
— Não bobinho. Se empurrar a pedra, você acha! – ela sorriu com cara de levada.
(...)
Deci as escadas com ela nos braços. Era um lugar enorme, com muitas camas, que nunca serão usada pelas centenas de pessoas que moravam na vila.
— Quero essa! – ela gritou subindo na cama. – Você fica desse lado. Não, desse. Não, desse.
— Ei, vou ficar nessa. -  Me sentei na cama do lado da dela. – Esta com fome?
— Muita.
— Porque não disse nada?
— Porque estou acostumada. – ela começou a pular na cama. Suspirei.
— Vou achar algo. – eu me levantei. Fui até um armário no canto e o abri. Saiu um rato correndo e quando passou por Natasha ela começou a gritar e pular na cama novamente. – Shhhhhh! – eu disse – Quer que nos achem, sua lélé?
— Não gosto de ratos. – ela se jogou na cama sorrindo.
— Posso contar um segredo?
— Sim!
— Promete não rir?
— Sim!
— Não gosto de ratos, também. – ela riu. – Você parece o cruzamento de café com pesadelo.
— Você parece o cruzamento de Channing Tatun e Zac Efron. – Eu gelei.
— Você disse Channing Tattun? E Zac Efron? – Impossivel... Ou eles têm 80 anos agora... Ou tem algo errado. Tem algo errado pra caramba.
— É. Já assistiu High Shcool musical? Zac Efron é de lá. Se quiser te mostro com meu celular. – ela deu de ombros. Ooh, merda. A sala começou a ficar turva.
— O que? Natalia o que está acontecendo?
— É Natasha, Steve, e você está estranho. Tony te mandou aqui com um propósito. – eu encarava a menina a minha frente como se fosse um alien. Eu estou doido?
— O que que é isso? – Ela disse que Tony?
— São pessoas e um filme. O que foi Steve? – Me chamou de Steve?

— EI GRANT ACORDA! – Ela gritou chamando minha atenção. Olhei pra ela. A sala estava normal e ela também falava coisa com coisa.
— O-O que aconteceu?
— Estão tentando entrar! – ela se escondeu atrás da minhas pernas. Oh, merda.
— Entra de baixo da cama! – eu gritei. Ela obedeceu sem derramar uma lágrima.
Sem janelas, uma porta só, paredes que aguentam um missél... Sem saída. Ok, estou desesperado. Peguei um pedaço de madeira com as mãos, e segui até a porta. Eles conseguiram, arrombar. Ao me ver, começaram a disparar tiros, e um homem correu até a menina. Cai no chão jorrando sangue dos inúmeros locais que fui atingido. Era pra eu estar morto.
— Tudo bem, Natalia, você está segura. Vou cuidar de você, não vou deixar Taras te encontrar. Meu nome é Ivan Petrovich. Quero seu bem, eu juro.
A sala começou a ficar curva novamente, e não enxerguei mais nada. A dor dos tiros passou, e meu corpo ficou gelado, e eu sentia a mesma coisa que senti, quando Tony me enviou pra cá. Merda, estava indo em bora.

 


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Notas finais do capítulo

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