A Perfect Morning escrita por Araimi


Capítulo 1
Capítulo 1




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Era uma manhã clara.

 

Uma manhã boa para uma aula de fotografia.

           

Uma manhã boa para estar com sua namorada.

           

Por que não fazer os dois?

           

Rafael nunca tinha visto Lili daquela maneira. Com uma roupa mais apropriada para a ocasião e parte dos cabelos presos, ela não parecia tão Liliane de Bocaiúva, dona da Bastille, não parecia tão... rica. Rafael sabia que não era isso exatamente que ele queria dizer, mas não conseguia expressar de outra maneira.

           

Não importava muito, de qualquer jeito, ele gostava.

           

Gostava de vê-la assim, livre, leve, alegre. Com uma câmera em mãos e um olhar atento para as belezas do mundo.

           

Vez ou outra ele arrumava sua postura, mostrava como mantar os braços mais firmes, a virar de um lado ou outro para aproveitar melhor a luz. Mas, na maior parte do tempo, ele apenas relaxava e assistia, impressionado com aquela mulher. Fotografar era como andar de bicicleta, nunca se esquece realmente. Lili parecia saber muito bem o que queria daquela paisagem, como apenas alguém que conhece fotografia sabe demonstrar.

           

Ele estava tirando fotos também, dezenas delas. Todas de Lili. Ela não gostava muito de ser fotografada, então ele tinha que aproveitar todos os momentos em que ela não estava olhando. Como ela podia pedir que ele não tirasse fotos dela? Afinal de contas, Rafael era apenas um pobre fotógrafo admirador da beleza. A culpa era toda dela.

           

Quando ela cansou de tirar fotos – sinceramente, Rafael estava começando a achar que ela poderia fazer isso o dia todo – Lili foi até ele, um sorriso satisfeito no rosto. Ela sentou ao seu lado no chão da praça, sem importar com a terra ou a grama. Rafael sorriu.

           

— Agora nem consigo lembrar porque parei de fotografar. – Ela disse em um fôlego só, estendendo a câmera na sua direção. – Olha. O que você acha?

           

Rafael olhou para as fotos tentando ser profissional. O fotógrafo nele dizia que ainda havia espaço para melhorar, o namorado estava orgulhoso demais para pensar nesse pequeno detalhe.

           

— Estão boas? – Lili perguntou.

           

Ele olhou para ela com um sorriso no rosto.

           

— Tão ótimas. – Ela sorriu orgulhosa e ele foi para mais perto dela, se ajeitando de modo que ela ficasse entre suas pernas. – Eu disse. – Ele plantou um beijo em seus lábios. Ela sorriu. – Fotografia é uma paixão. – Ele a beijou de novo. – Não se esquece.

           

Lili riu quando ele se afastou do último beijo, tomando a câmera para si e olhando seu próprio trabalho.

           

— Mas precisa de treino. – Ela rebateu. – Eu sei disso. Mas vou treinar. – Sua voz ficou mais baixa e ela se inclinou em sua direção. – Eu tenho um bom professor.

           

Rafael sorriu, colocando uma mão em sua nuca e puxando-a para um beijo mais demorado. Ele não saberia dizer quanto tempo passou beijando-a. Poderia passar o resto da vida assim, não se importava.

           

Foi Lili quem se afastou por fim.

           

— Acho melhor nós irmos. Estou morrendo de fome.

           

Ela se levantou e Rafael seguiu cada movimento com o olhar.

           

— Podemos ir para minha casa. Dona Eusébia já deve ter preparado o almoço.

           

Rafael suspirou. Não que ele não quisesse ficar com Lili, mas as coisas ainda estavam um pouco estranhas com o Fabinho. E nada tirava da sua cabeça a sensação de que Eusébia o detestava.

           

Ele se levantou, segurando-a pela cintura para ficar perto dele.

           

— Eu tenho uma ideia melhor. – Ele declarou. – Por que nós não vamos pra minha casa? A comida demora um pouco mais, mas depois podemos ficar sozinhos.

           

Lili sorriu, entrando na brincadeira.

           

— Até que é uma boa ideia.

           

— É, eu estou inclinado para ter boas ideias hoje.

           

— E o que vamos fazer quando estivermos sozinhos?

           

Rafael deu de ombros, tentando parecer despreocupados e ela riu.

           

— Ah, coisas.

           

— Coisas?

           

— É. Tem a cama, o sofá. Você escolhe.

           

Lili tentou segurar o riso.

           

— Ótimo, ótimo. Parecem boas opções. Sabe a que eu estou inclinada hoje?

           

— O que?

           

Ela se aproximou dele, quase tocando seus lábios nos dele.

           

— Experimentar coisas novas.

           

Ela se afastou, se desvencilhando de suas mãos e dando uma piscada para combinar com seu sorriso malicioso.

           

Aquela mulher ia enlouquece-lo.


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