Fred sentia Hermione, mesmo quando tentava se concentrar em outra coisa Hermione estava impregnada em sua pele. Enquanto ele estava ali, com seu irmão e com Lino tentando desesperadamente concluir o novo logro das Gemialidades Weasley, ele sentia a presença de uma Hermione adormecida queimar em sua pele, era como se ela estivesse a pouco centímetros dele, tocando-o.  Ele tentava esquecê-la, nem que fosse por um minuto, mas era impossível e seu irmão percebia isso.

— Fred! – a voz quase idêntica a sua lhe chamou.

— O que foi? – perguntou meio irritado, a imagem que havia se formado em sua cabeça era muito tentadora.

Jorge bufou, os olhos azuis faiscando.

— Daqui a pouco será a hora do jantar e muitos alunos vem até o salão comunal para deixar suas coisas, não podemos estar aqui quando isso acontecer, então você pode fazer o favor de colaborar.

— Eu estou colaborando, só estava pensando... Como Hermione pôde saber que era você quem estava falando com ela e não eu?

Jorge revirou os olhos enquanto Lino tentava segurar o riso.

— Talvez ela sinta em você o cheiro fedorento de gato e em mim não – a resposta estava carregada de sarcasmo.

Dessa vez foi o outro ruivo quem revirou os olhos.

— Vamos lá, Jorge, não seja tão chato.

— Na minha opinião – intrometeu-se Lino – Granger é esperta o suficiente para não acreditar em nada que saia da boca de um os gêmeos Weasley, quando Jorge afirmou ser Fred ela teve certeza de que isso não era verdade.

— É uma boa teoria – concordou Jorge – Agora podemos voltar para nossas atividades?

Fred assentiu, tentando convencer a si mesmo que não estava decepcionado pelo fato de Hermione não o reconhecer.

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Algum tempo depois o retrato da Mulher Gorda se abriu, revelando Harry e Rony com rostos abatidos. Hermione ainda dormia e isso acarretara na perda de todas as suas aulas restantes, ela ficaria uma fera quando soubesse disso.

— Hermione? – chamou Rony quando avistou a amiga enroscada no pufe, Harry se aproximou da menina – O que vocês fizeram com ela?

— Ora Ronyzinho – pronunciou-se  Jorge – Por que faríamos algo a ela? Hermione simplesmente deitou aí e dormiu, queria que tivéssemos levado-a até o dormitório? Ah, claro, garotos não podem entrar no dormitório feminino, quem sabe no nosso?

Rony ficou tão vermelho quanto seus cabelos, não era segredo para ninguém ali que o Weasley mais novo nutria fortes sentimentos por Hermione embora não fosse capaz de admiti-los para a menina.

 Fred riu internamente, quem era ele para julgar seu irmão quando também não tinha coragem de se declarar?

Hermione se remexeu soltando uma espécie de grunhido. Seus olhos se abriram.

— O que vocês estão fazendo? – perguntou com a voz rouca.

Ninguém deles sequer reparou, mas haviam formado um circulo em volta do pufe em que a menina se encontrava.

— Nós precisamos terminar nosso... Dever, isso, precisamos terminar nosso dever, podemos ir? — perguntou Lino e sem esperar uma resposta começou a recolher os pergaminhos da mesa e seguir para o retrato.

Com uma última olhada para Hermione, Fred o seguiu. 

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— Hermione! – soltou Harry quando se viram sozinhos no salão comunal – O que aconteceu com você? Não apareceu nas aulas e não a achávamos em lugar nenhum.

— Eu... eu não sei – exclamou a menina, ainda se encontrava meio grogue de sono – Snape não me deixou entrar, então eu vim para cá, para esperar, estava com o Bichento e acho que peguei no sono.

Ao falar do gato seu olhos percorreram o cômodo, porém não encontraram nenhuma pelagem alaranjada, um suspiro frustrado escapou, Bichento sempre desaparecia misteriosamente.

— Bem, você perdeu todas as outras aulas da tarde – continuou o moreno.

— Eu recupero depois, tenho certeza que os professores me passam os deveres – disse Hermione.

— Claro, a sabe-tudo de Hogwarts – comentou Rony – O jantar já vai começar, podemos descer?

— Vamos lá – disse Granger – Vocês viram o Bichento?

— Ele não estava a vista quando a encontramos – respondeu Harry.

Hermione suspirou. Aquele gato estava ficando cada vez mais imprevisível.

— Estou morto de fome, vocês vão demorar muito? – exclamou Rony já saindo pelo retrato.

— Merlin, Rony, você só pensa em comida? – inquiriu a menina, mas não houve resposta.

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O Salão estava se enchendo gradualmente, os gêmeos se sentavam na ponta da mesa da Grifinória juntamente com Lino.

—Acho que até o fim de semana nosso logro estará terminado – comentou Jorge.

— Podemos aproveitar a visita de Hogsmeade para testá-lo – concordou Fred – Os alunos do primeiro e segundo ano estarão todos aqui, se lamentando por não serem velhos o suficiente.

Lino sorriu.

— E temos o nosso Fred Weasley de volta! Achei que teria que encontrar novos gêmeos para me juntar já que um desses aqui está decidido morar no mundo da lua – disse.

— Onde a governante suprema se chama Hermione Granger – provocou Jorge.

Fred resmungou algo ininteligível antes de acrescentar:

— Vocês deveriam parar de ser tão irritantes.

— E você deveria parar de ser tão patético – rebateu Jorge – Mudando para sua forma animaga desde o terceiro ano dela só para poder ficar mais perto. Mesmo Rony não seria tão idiota, tem planos para ser o bichinho de estimação dela para sempre?

Fred abriu a boca para responder, contudo, foi interrompido por Lino.

— Alerta de Granger! Alerta de Granger!

Hermione e os meninos tinham acabado de se instalar do outro lado da mesa na distância de dois assentos, próxima o suficiente para ouvi-los caso levantassem a voz. Fred a encarou por alguns segundos e depois balançou a cabeça.

Seu irmão tinha razão, estava agindo como um idiota e precisava tomar uma atitude.