Digimon Frontier : System escrita por Yamma


Capítulo 1
Destruição e criação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694433/chapter/1

Já faz 5 anos que os 10 guerreiros lendários lutaram novamente para derrotar a ameaça do mundo digital, Lucemon. Salamon, Patamon e Lopmon evoluíram para Ophanimon, Seraphimon e Cherubimon, respectivamente, o qual retomaram seus postos como os três arcanjos que administravam e promoviam a paz. Bokomon e Neemon realizaram o que lhes foi prometido - a tarefa de espalhar para todos os digimons a história dos escolhidos que conseguiram salvar o digimundo. Quando Lucemon foi finalmente derrotado pelos escolhidos, ninguém mais pensou que outra ameaça colocaria o digimundo em risco. 

Setembro, 2007. Shibuya, Japão.

Takuya Kambara estava em seu 1º ano do ensino médio. Antes do grupo de escolhidos se conhecerem, todos estudavam em escolas diferentes, e isto continuou. Após os eventos no digimundo, Izumi preferiu voltar para a Itália e Koichi se matriculou na mesma escola que Koji. Embora eles tenham superado muitos conflitos juntos, o grupo andava meio instável. Na sala de aula, Takuya fixava seus olhos em seu celular, o mesmo que tinha se tornado digivice, por isso decidiu guardar como lembrança.

— Seria bom se as coisas voltassem para aquele tempo.. - Pensou, entediado.

A tela de seu celular tornou-se azul e emitia o som de dados sendo programados, mas os outros pareciam não notar. Não demorou muito para que o mesmo tivesse se transformado no mesmo Digivice que Takuya tinha quando estava no digimundo. Enquanto isso, um outro garoto chamado Hiroshi Kyou olhava para Takuya, desde o momento que este encarava seu digivice, de uma forma que deu a entender que os dois se conheciam. O digivice soou um alarme e Takuya se levantou da cadeira bruscamente.

— O que é isso?!

A sala foi tomada por um silêncio e o professor lhe chamou a atenção.

— Vou confiscar seu brinquedo por enquanto, Kambara Takuya.

Todos começaram a rir e Takuya se encolheu na carteira.  Kyou ainda não tirava os olhos do celular, que tinha se transformado em um digivice. Por sorte aquele era o último horário e logo todos foram liberados. Takuya se encaminhou até a saída e avistou de longe um velho amigo.

— Ei Takuya! Aqui! Disse o garoto utilizando uma touca preta característica na cabeça.

— Ah, é você Tomoki. Pelo menos você ainda não esqueceu do grupo. - Sentiu-se aliviado.

— Eu falei com os outros como você me pediu. A Izumi disse que ainda tinha algumas coisas importantes para fazer na Itália, e parece que o Jumpei está querendo ir para lá também. Eu não consegui contatar o Koji nem o Koichi.

— Esses caras só podem estar brincando. É melhor eu não me importar mais. A propósito, meu celular estranhamente virou um digivice e... Essa não! Eu esqueci ele na sala! - Takuya voltou o caminho até a sala onde lhe apreenderam o digivice.

A sala estava vazia devido ao término da aula, mas Kyou voltou para a mesma apenas para ter certeza de algo.

— Este digivice, aqueles sons programando, aquela voz! Tudo isso tinha acontecido naquele dia, 5 anos atrás, no terminal! Se apenas eu tivesse pego o trem à tempo...

Takuya estava chegando por perto, com pressa, mas viu que a sala estava trancada.

— Ei! Tem alguém aí?! Por favor, abra! 

— Essa não, alguém me viu! - Kyou se espantou e deixou o aparelho cair no chão acidentalmente, o qual pressionou um botão ao tocá-lo.

Uma voz novamente surgiu, remetendo ao tempo dos 10 guerreiros lendários.

— Takuya Kambara? Este é você?

Do lado de fora, Takuya ainda conseguiu ouvir alguns ruídos, e ainda conseguia ver o brilho que saía de seu digivice.

— Essa voz, eu tenho quase certeza que lembro dela.. Mas está diferente, não é a Ophanimon? Espera, deve ser o Seraphimon!

— Sim, este sou eu, Seraphimon, um dos 3 arcanjos protetores. Deixando de lado o sentimentalismo, precisamos de vossa ajuda novamente, algo no mundo digital está se aproximando, eu não sei ao certo o que é, mas alguém acima dos poderes que estão governando atualmente quer iniciar um projeto. Lucemon não era nada mais do que uma cobaia, um objeto descartado por el.. - A tela de repente começou a travar lentamente, até que a voz se extinguiu.

— Seraphimon?! Ei, você, devolva o meu digivice! - Perdendo a paciência, Takuya começou a abrir a porta a força.

— Espere! Eu ainda tenho coisas a fazer com isso! - Kyou estava também agitado, e ambos começaram a discutir, até que a luz se apagou.

— O que foi isso, a energia acabou agora?! - Takuya deu meia volta para ver quem estava por perto, e deparou-se com Tomoki.

— Takuya, isto não é bom, olhe para o céu! - Os dois se entreolharam, e depois viram um céu negro, binário e com caracteres digitais, semelhante àquele no digimundo.

— Eu não estou entendendo, será que é isso que Seraphimon queria dizer?!

— Seraphimon? O que houve com ele?

— Não temos tempo para isso agora, tem alguém preso lá dentro! Vamos, me ajude, Tomoki!

De repente, dentro daquela sala escura, caracteres digitais se formaram e modificaram a matéria, transformando todo aquele espaço em um terminal, assim como aquele que levou os escolhidos 5 anos atrás. A sala foi desfeita e denegrida em dados, dando origem naquele terminal artificial, por assim dizer.

— É isso, é exatamente como naquele tempo, finalmente eu vou poder refazer minha escolha e subir naquele trem maldito! - Kyou viu apenas um Trailmon neste terminal, na sua frente, então seguiu em linha reta e subiu no mesmo para enfim descobrir o que havia perdido.

— Eu não consigo ver direito o que está acontecendo naquela sala, toda a energia da escola foi embora e o céu está estranho! - Takuya se cansou e não fez mais nada, sentando-se no chão logo em seguida.

— Não se preocupe, Takuya, eu tenho certeza que os outros de nós notaram também, algo no mundo digital não está indo bem, então precisamos realmente nos reunir novamente para descobrir o que está acontecendo.

Em um piscar de olhos, as luzes voltaram, e o céu voltou a clarear, contrário ao que estava antes. Os códigos digitais grafados no céu também sumiram e o terminal que tinha se formado naquela sala foi desfeito. Tudo que tivera acontecido foi muito breve e misterioso, provavelmente teria afetado apenas Shibuya, e toda a população estava preocupada com os eventos sucedidos ali.

x

— Este digivice, ficarei com ele. Não sei para onde estou indo, mas não me arrependerei duas vezes. - Disse Kyou, confiante.

Trailmon já estava chegando no fim dos trilhos, parando em uma cidade distante e fantasma, que era dividida em duas partes : uma coberta de metal e a outra repleta de gelo. 

— É aqui o seu destino, garoto. As coisas neste mundo não estão normais como parecem, esse lugar foi formado recentemente devido à briga de um Royal Knight(cavaleiros reais) contra toda a população daqui. Poucos sobreviveram, todos acreditavam que os cavaleiros reais lutavam pela justiça, mas fomos enganados. Provavelmente eles dois ainda está rondando por perto, mas nunca saberemos, pois se o virmos acabaremos como esse lugar. Espero que sobreviva, e é melhor eu ir logo. - Trailmon fugiu depressa, com certa desconfiança de que algo devastador poderia acontecer ali agora.

— Eu não entendi muito do que ele disse, ainda sou novo nesse mundo, mas meu objetivo aqui é outro. Eu preciso encontrar aquele que me trouxe aqui uma vez, quando criança. Nos veremos logo, Hackmon.

x

Em um plano superior, diferente de todos os locais já imaginados no digimundo, nós temos um espaço formado por dados amarelos e pretos, expressando todo o tipo de código ou informação feita no digimundo, planejada apenas para os seres mais fortes desse mundo, e que teoricamente deveriam lutar a favor da justiça. Uma pequena sala, dentro dos dados amarelos e pretos, temos 13 cadeiras. 10 delas estão vazias, mas 3 deles já são mais que suficientes para solucionar qualquer tipo de problema que afete a paz, segundo a justiça. Em frente às cadeiras de uma sala com detalhes nobres, temos um gigantesco holograma de um servidor, é uma criatura peculiar, mas que não é um digimon, e que está conectado através de outro mundo. Uma voz, não aguentando mais o silêncio, se soltou:

— Apenas 3 de nós comparecemos, mas eu já sou suficiente para isso. Não vou deixar a morte de Dynasmon e Crusadermon passarem despercebidas. - O cavaleiro do milagre, Magnamon.

— Você não devia tomar decisões sozinho, visto que é um membro sem muito crédito por aqui, Magnamon. É melhor que você preste atenção no que diga aqui ou eu não me conterei duas vezes.— Cavaleiro do futuro, UlforceVeedramon.

— Eu sou o último a chegar aqui, e ainda tenho que lidas com uma briga interna de vocês dois. Não devemos desmerecer o assunto da morte de Dynasmon e de Crusadermon, mas algo não fica claro aqui, Yggdrasil, e é isso que você deverá explicar a nós. Não me satisfarei tão fácil com qualquer resposta. - Desafiando seriamente Yggdrasil à sua frente, mesmo que por um holograma, Dukemon não se conteve com a morte de seus dois companheiros.

— Tudo tem um propósito definido. Não tirem conclusões precipitadas. Aqueles dois foram controlados por Lucemon no desvio da vossa missão. O projeto ainda está em andamento, não desistam por uma razão tão medíocre.

— O que disse?! - Dukemon se levantou de sua carteira, e chegou a levantar sua orgulhosa lança.

No momento que Dukemon pareceu intervir, ambos Magnamon e UlforceVeedramon apontaram seus ataques para ele, incapacitando-o de fazer qualquer movimento.

— Para o bem da organização, devemos manter as leis como prioridade, eu ainda confio no meu senso de justiça, Dukemon, isto nos fará alcançar a paz. - Disse UlforceVeedramon, ainda reconhecendo Dukemon como companheiro.

— Espero que não se esqueçam disso, ambos. É melhor não se encontrarem comigo no Digimundo formato Sistema, ou o novo Digimundo, como queiram chamar. Continuarei com a missão, mas não pensem em fazer algo irresponsável assim novamente, ou a justiça será manchada pelas minhas próprias mãos - Dukemon saiu da sala com um olhar frio, seguindo o caminho de uma fenda espacial que o teleportaria para o tão aclamado novo mundo digital.

— Agora que ele se foi, a conversa se tornará mais fácil. Yggdrasil, espero que nos dê diretamente o detalhe desta nova missão, temos que executá-la o mais rápido possível, para alcançar a perfeição do novo mundo digital. - Magnamon expressou confiantemente sua lealdade ao computador geral.

— Perspicaz, mas usual. Após eu ter espalhado o vírus-X naquele outro mundo, tudo o que me resta é confiar a vocês eliminar a escória que restou neste mundo digital e que não deverá voltar para o meu mundo perfeito, de forma alguma.

— Neste caso, você está nos pedindo para realmente fazer isso em favor da paz?! - Ainda com um olhar de dúvida, perguntou UlforceVeedramon.

— Executem a tarefa que Dynasmon e Crusadermon não conseguiram graças às intervenções dos humanos. Para que vocês realmente consigam vingá-los, deverão fazer isso : Destruam este mundo de uma vez por todas, e eliminem todos os dados que restarem. Nenhuma falha será aceita.

Continua...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Digimon Frontier : System" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.