The Apocalypse escrita por Just Survive Somehow


Capítulo 7
Alone Again


Notas iniciais do capítulo

Alerta : Capítulo Tenso

Boa Leitura !



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7

Peguei a pistola da noite passada e decidi ir para o Bloco A ,mas senti uma mão me puxar para trás.

— Fique aqui, segura. – falou Carl, insistindo.

— Mas é claro que não ! Eu vou ajudar ! – protestei, me soltando e correndo para o bloco A.

Quando cheguei no corredor, a porta estava trancada. Tentei abri – la, mas não consegui. Corri para a ‘sala de visitas’, o quartinho que separava o Bloco A por um vidro. Quando cheguei lá o vidro estava quebrado e mais tiros vindo da parte de dentro.

Pulei o vidro quebrado e adentrei o Bloco A que estava escuro. A única coisa que eu conseguia distinguir ela o grunhido dos mortos, chegando cada vez mais perto. Destravei a arma e atirei em um zumbi que estava atrás de alguém, também com uma arma. Era Maggie. Cheguei perto dela e toquei seu ombro. Num reflexo ela acabou me empurrando. Cai no chão áspero e bati meu braço esquerdo em um caco de vidro, me fazendo gemer de dor.

— É a Emily ! – falei, colocando a mão em meu braço, tentando estancar o sangue que jorrava. O caco de vidro ainda estava alojado nele.

— Desculpa. – disse ela. Seu olhar se alternava entre mim e as escadas.

— Vá ajudar o Hershel. Eu te cubro ! – falei tentando gritar a um tom acima do que os zumbis. Ela me olhou, ainda indecisa. – Vá !

Ela correu para as escadas e continuei atirando, parando de vez em quando para examinar meu ombro.

De repente percebi que ela não ido para as escadas. Ela estava debaixo de uma grade, onde duas pessoas (ou zumbis) estavam. Reconheci Hershel sendo um deles. Maggie tentava mirar no outro mas ele continuava se movendo, dificultando isso.

Estava tão atenta ao que estava acontecendo com Hershel que não percebi quando um zumbi se aproximou de mim e me derrubou, tentando me morder. Caí no chão por cima de meu braço e o caco de vidro afundou mais na pele, me fazendo gritar. Tentava me mover para pegar minha arma, mas o único braço que estava livre era o esquerdo e a cada vez que movia um novo jato de dor me acordava pra realidade. A única coisa que consegui fazer foi chutar o zumbi, para livrar meu outro braço e matá – lo. Depois de um tempo, consegui fazer o mesmo e inclinei minha cabeça no chão, desmaiando.

(…)

Acordei com uma forte dor de cabeça. Levantei meu braço para tocá – la mas soltei um grito involuntário, ao esquecer que o mesmo estava machucado. Perto do ombro, no lugar do machucado, havia um curativo.

Percebi que estava na minha cela e ainda não tinha amanhecido. Levantei da minha cama e Carl estava na de cima, dormindo. Seu chapéu estava no criado mudo. O coloquei em minha cabeça em minha cabeça e toquei o braço de Carl para acordá – lo. Seus olhos azuis abriram – se rapidamente e ele levantou da cama, com a mão no coldre.

— Gostou ? – falei apontando para o chapéu.

— Quanto tempo eu dormi ?

— Provavelmente noite inteira. Ainda não amanheceu. – falei, me sentando na cama de baixo. Ele fez o mesmo. – Quanto tempo eu estive ‘fora’ ?

— Maggie me disse que você ajudou ela no Bloco A. Tinha um caco de vidro no seu braço e um zumbi em cima de você. – falou ele me encarando, com os olhos azuis cristalinos cheios de preocupação – Se tivesse ficado aqui, não teria acontecido.

— Carl, eu posso me proteger. Não se preocupe tanto.

— Eu preciso me preocupar. Não quero que você se machuque. – disse ele, tocando meu rosto.

— Todos se machucam. – falei, deixando uma lágrima correr pelo meu rosto. – É só questão de tempo até isso acontecer.

Ele me abraçou e pude sentir seus braços acolhedores me envolver, me protegendo de tudo.

— Carl ? – falei, o fazendo olhar para mim. – O que nós somos exatamente ?

— Eu não sei. – falou, passando seu dedo pelo meu rosto para limpar as lágrimas. – Mas nós somos algo.

Selei nossos lábios e logo ouvi um pigarro. Beth estava na porta com um sorriso de divertimento.

— Ahn… Acho que tenho que ir. – disse Carl, se dirigindo para a porta

— Ei, cowboy. Esqueceu seu chapéu. – falei, jogando para ele. Ele o agarrou e sorriu radiantemente, me fazendo sentir uma comichão na barriga.

Depois que ele foi embora, ficou um silêncio constrangedor entre eu e Beth na cela.

— Você não pode me julgar. – falei sorrindo.

— Eu já sabia ! Desde o dia que vi Carl olhando pra você ! – falou ela, dando socos no ar e rindo. – O que vocês são ?

— Ainda não sei. – falei.

Beth continuou fazendo perguntas sobre Carl e respondi todas. Ela me informou sobre tudo que aconteceu. Durante o acontecimento do Bloco A, Glenn tinha começado a piorar mas Hershel o ajudou e tudo ficou bem. O doutor Caleb tinha morrido, então os doentes ficaram por conta de Hershel. As cercas não aguentaram o peso dos zumbis durante a noite e uma parte cedeu. Rick e Carl mataram todos. Daryl, Michonne, Tyreese e Bob chegaram logo depois.

— Todos estão bem ? Eles medicaram Glenn ? – perguntei.

— Sim. Ele está bem. – falou Maggie, entrando na cela. – Vim ver como você está.

— Já passei por coisas piores. – falei. – Posso ajudar em algo ?

— Só se estiver bem.

— Carl e Emily estão juntos. – soltou Beth, com um sorriso. A encarei. – Não consegui aguentar.

— Vocês estão juntos ? – falou Maggie. – Eu já suspeitava.

— Como ? – falei, confusa.

— O jeito como ele te olhava. Não era como simples amigos. – falou ela, sorrindo maliciosamente. – Tenho que ir ver como Glenn está. Ah, Emily, obrigada por me ajudar no Bloco A.

Ela saiu. Conversei mais um pouco com Beth. Mostrei o colar que Carl me deu para Beth e o coloquei em meu pescoço, com o pingente por baixo de minha regata preta.

— Você acha que… - perguntou ela, mas foi interrompida por um estrondo.

Troque um olhar de desespero com Beth e corri para fora do bloco. Fui para a cerca junto de Maggie, Carl e Beth. O estrondo tinha sido causado por algo jogado em uma das torres, que agora estava em chamas.

— Pra trás ! – gritou Rick, com Daryl a seu lado.

Vários carros estavam atrás da primeira cerca e pessoas que nunca tinha visto empunhavam armas contra nós. Em cima de um carro, um homem com um tapa – olho parecia que comandava tudo.

— Rick ! Venha até aqui ! – gritou ele. – Precisamos conversar.

— Não é comigo ! – rebateu Rick. – Tem um conselho agora ! Eles tomaram esse lugar !

— Hershel está no conselho ? – falou o homem. Uma mulher tirou Hershel de um dos carros e o ajoelhou na grama perto da cerca. Maggie levou a mão a boca, não acreditando. – E quanto a Michonne ? Ela está no conselho também ? – outro homem trouxe Michonne e fez o mesmo.

— Eu não tomo mais as decisões. – falou Rick, tentando manter a calma.

— Mas hoje vai tomar decisões, Rick. Desça até aqui e vamos ter aquela conversa.

Um silêncio se instalou dos dois lados da cerca. Várias perguntas rodeavam minha cabeça. ‘Quem é esse homem ?’ ‘O que ele quer ?’ ‘Por que todos a minha volta parecem conhecê – lo e eu não ?’

Tudo veio á tona. A cerca que estava quebrada quando cheguei foi ele. Ele tinha atacado a prisão. O meu sentimento de confusão se tornou raiva.

Rick não parecia decidido sobre o que deveria fazer. Ele olhou para Daryl que assentiu levemente. Rick andou até Carl e disse algo para ele, que assentiu também. O Grimes mais velho abriu a cerca e andou até o homem sem nome, com a mão no coldre.

— Não dá para pegar todos. Vamos para a administração para a floresta, como planejado. – disse Daryl para Sasha. – Estamos em menor número. Quando foi que alguém checou as provisões no ônibus ?

— Um dia antes do supermercado. – falou ela com receio. – Tinhamos poucas coisas e continuamos igual.

— A gente dá um jeito. – disse ele, agora para Tyreese. – Se a coisa ficar feia, todo mundo pro ônibus. Avise os outros.

— E se a gente não souber quando a coisa ficar feia ? Esperar quanto tempo ?

— O máximo que der. – falou Daryl, indo embora.

Rick ainda falava com o homem de tapa olho. O homem apontava diversas vezes para a prisão e para o tanque de guerra que tinha trazido. Rick disse algo que fez os ‘soldados’ ficarem receosos. ‘Talvez o que Rick esteja dizendo dê certo’ pensei. O homem falou algo de novo que fez Rick baixar a cabeça.

Atrás de nós Daryl pegou um carrinho cheio de armas. Ele deu várias armas disfarçadamente para nós, inclusive um rifle para mim, que apontei diretamente para um dos homens.

— Temos que fazer alguma coisa. – falou Carl.

— Deixa com seu pai. – falou Daryl.

— Estão conversando. Podíamos matar o Governador agora. – rebateu Carl. ‘Governado ? Então esse é o nome do homem de tapa olho.’

— A quarenta metros ?

— Eu atiro bem. Posso acabar com isso agora.

— É, ou começar uma confusão maior ainda. Tem que confiar nele.

Ouvi passos atrás de mim. Mika, Luke e Molly traziam Judith em um berço e suas coisas em uma mala. Lizzie chegou e disse algo, que fez eles pararem.

Rick e Governador continuavam conversando. Hershel também se dirigiu ao Governador. Rick negou com a cabeça e disse algo que pareceu deixar o homem de tapa olho bravo. Como eu queria ouvir o que eles estavam falando para ajudar com algo. Eles continuavam discutindo.

De repente, o Governador desceu do tanque com raiva e pegou a katana de Michonne que um homem lhe deu. Ele a pousou no pescoço de Hershel, ameaçando o cortar. Maggie e Beth gemeram diante da ação.

Rick parecia indeciso do que fazer novamente. Ele apontou para uma moça e disse algo que a fez ficar em dúvida. Ele abriu os braços e gritou tentando os fazer mudar de ideia. Outro cara no tanque falou algo. Rick apontou para o mesmo e gesticulou mais. Todos do lado do Governador pareciam indecisos, todos olhando para seu líder.

Pousei meus olhos em Hershel que parecia aprovar as palavras de Rick. O Governador, aos poucos foi tirando a katana do seu pescoço. Hershel deu um sorriso de lado a Rick. Governador parecia ter finalmente assimilado as palavras de Rick e refletia sobre elas.

Em um segundo, tudo parecia ficar bem. E no outro, o homem de tapa olhou para a katana e disse algo que consegui identificar, lendo seus lábios.

— Mentiroso.

Ele enterrou a katana no pescoço de Hershel, fazendo sangue jorrar por sua camisa. Todos ficaram em silêncio e em uma fração de segundo tudo que se podia ouvir foi o gemido das irmãs Greene, por ver seu pai nesse estado.

A guerra tinha começado.

Todos gritaram, inclusive Rick, que atirou no Governador. Não podia ouvir nada, somente os tiros. Também atirei, com mais raiva do que nunca. Não distinguia em quem, somente atirava em direção as pessoas que mataram Hershel.

Flashbacks passaram pelos meus olhos, Hershel passando longas tardes na plantação me ensinando a cuidar de hortaliças. Eu já tinha começado a considerá - lo como pai.

Os tanques começaram a se dirigir para as duas primeiras cercas, derrubando – as. Corri para trás, para não ser esmagada pelo tanque. Continuei atirando, até que minhas balas acabaram. O tanque atirava contra os blocos e as torres, fazendo tudo ficar envolto em fumaça cinza.

Saí de lá e corri o mais rápido que pude, sem direção. Tudo estava em caos. Pessoas morriam por todos os lados, zumbis entravam pelas cercas sedentos por carne humana.

Pense, Emily, pense. Para onde o papai iria ?’ A floresta. Corri o mais rápido que pude em direção á floresta, tentando sobreviver.

Foi nesse dia que eu perdi a visão de que as pessoas eram boas. Eu só podia confiar em mim mesma. Eu estava sozinha de novo.


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Notas finais do capítulo

Música : Alone Again (Naturally) - Gilbert O'Sullivan



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