The Apocalypse escrita por Just Survive Somehow


Capítulo 5
Dumb


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico este capítulo á escritora de Diary of a Savior. Amei a história e não sei como explicar esse sentimento incondicional por ela.
Boa Leitura !



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5

Recebemos mais notícias ruins. Alguém tinha arrastado e queimado Karen, a namorada de Tyreese, e David. Os dois estavam infectados e parecia que alguém queria parar com isso antes que começasse.

Várias outras pessoas ainda tinham ficado infectadas e foram afastadas no Bloco A. Os considerados mais frágeis, como jovens e idosos, também foram separados e ficaram no prédio de administração. Parecia que todos da prisão estavam sendo afastados uns dos outros.

Fui até a escada e sentei nela, pensando no quanto de coisas que deveríamos resolver. Logo ouvi vozes, mas continuei na escada.

— É para o seu próprio bem. – falou uma voz que presumi ser a de Rick.

— Eu estou bem. – falou Carl. – Não quero ficar preso com um bando de crianças.

— Eu preciso de você lá, pra ficar de olho na Judith e nos outros também. Cuidando para que fiquem a salvo.

Um silêncio tomou conta do bloco.

— Se alguém ficar doente me avise, está bem ?

— E se já tiverem virado quando eu chegar lá ?

— Não atire a não ser que seja necessário.

— Mas sabe que talvez eu precise né ?

Mais silêncio e passos vindos na minha direção. Fui para minha cela rapidamente. Não queria me envolver em nada que não deveria.

— Emily ? – perguntou Rick, na porta da cela.

— Oi. – falei, sorrindo fracamente. – Precisa que eu ajude em algo ?

— Preciso que você fique de olho em um dos blocos. Tem várias pessoas vulneráveis e preciso que fique de olho neles e no Carl.

— Ele está doente ? – perguntei confusa.

— Não mais também vai ficar de vigia. E não está muito feliz com isso.

— Claro, eu ajudo. – falei. Rick assentiu e saiu da cela.

Peguei minha mochila e coloquei alguns livros. Peguei minha arma que estava ao lado da cama e coloquei no meu cinto. Saí da minha cela e fui até o prédio de administração. Mas Carl não estava lá.

Procurei ele em todo o lugar e não o achei. Olhei para os corredores e vi alguém cambaleando por eles.

— Emily ? – falou uma voz de criança. Era Lizzie.

— Lizzie ?

— Eu não me sinto bem. – disse ela.

— Vá até o bloco A. Carol está lá. – falei. Notei que seus olhos começaram a marejar. – Ei, não se preocupe. Você vai melhorar. Agora vá.

(…)

Passei parte da tarde na porta de um dos blocos, tentando distrair as crianças, lendo O Pequeno Príncipe. Como eu queria ser o aviador do livro e só estar em outro planeta, se preocupando em como desenhar um carneiro para um príncipe. Mas mesmo que isso acontecesse, não iria para o planeta e deixaria essas pessoas sofrendo aqui sozinhas.

Soube que várias outras pessoas ficaram infectadas como Sasha e Glenn. Pessoas boas como eles tinham sido atingidas por essa gripe horrível e muitas morreram rápido. Também soube que Daryl, Michonne, Bob e Tyreese foram buscar remédios em uma faculdade veterinária, que era há 80km.

— Será que eles vão conseguir voltar bem ? – perguntou Beth.

— Espero que sim. Mas estou mesmo preocupada com Tyreese. Ele perdeu a namorada e agora a irmã está doente. – falei, dando uma pausa. – Mas não quero ter pena dele.

— Por que ? – perguntou ela.

— Sei que soou egocêntrico, mas acho que ele não iria querer que eu sentisse pena dele. Quando eu estava horrível, não queria que sentissem pena de mim.

— Faz sentido. – ela disse.

Judith começou a chorar e Beth a pegou no colo. Um segundo depois, Judith gorfou na sua camiseta.

— Ah, nossa ! É a segunda vez que isso acontece. – disse ela. – Pode segurá – la pra mim ?

— Claro. – falei, a pegando. Beth saiu da cela para trocar de roupa. Judith começou a chorar novamente e eu tentei acalmá – la.

— Calma, calma. – falei. ‘O que Beth faz quando ela começa a chorar ?’ perguntei na minha cabeça. Ás vezes a via cantando para Judith. Mas eu só conhecia uma canção de ninar e nem era bem isso. Como não tinha opções começei a cantar.

 

 

Bem no fundo da campina, sobre o salgueiro

Tem uma cama de grama, um macio travesseiro

Deite a cabeça e feche seus olhos cansados

E quando se abrirem

O sol estará alto nos prados

Aqui é seguro, aqui é um abrigo

Aqui as margaridas te protegem de todo o perigo

Aqui seus sonhos são doces, e amanhã serão lei

Aqui é o local onde sempre te amarei

 

Percebi que alguém estava me observando detrás da porta, mas só consegui ouvir passos dessa pessoa indo embora. Coloquei Judith no seu berço e escrevi um bilhete para Beth dizendo que a encontrava no jantar.

Fui para minha cela e me deitei na cama pensando no que faria antes de jantar. Decidi ler o livro que Glenn me trouxe um dia desses. Li a sinopse na contra capa e parecia ser bem interessante. A história se passava na Alemanha nazista e a protagonista era uma garota, dois pontos positivos. Adorava livros com personagens mulheres, meu feminismo não me deixou esquecer isso mesmo no apocalipse. Começei a ler um pouco até que ouvi alguém entrando na cela. Era Carl.

— Venha jantar. – falou ele.

Andamos lado a lado pelo corredor das celas. Um silêncio se instalava entre nós. Parecia que precisava dizer algo, mas não sabia o quê.

— Eu preciso te contar algo. – ele disse parando de repente e ficando de frente pra mim. Ele inspirou e expirou antes de dizer. – Carol está treinando as crianças para matar em segredo.

Dei um minuto de silêncio. Sabia que Carol era uma mulher forte mesmo fazendo muito trabalho doméstico na prisão. Eu não estava surpresa e…

— Não acho que ela esteja totalmente errada. – falei.

— Você sabia ? – perguntou ele, mostrando sua desconfiança no olhar.

— Não. Se soubesse, teria tentado conversar com ela. E como eu disse ela não está totalmente errada.

— Por que está falando isso ? Ela escondeu isso do meu pai ! E eu tentei conversar com ela. – falou ele, dando indícios de raiva em sua voz.

— Essas crianças estão desprotegidas e não sabem se defender. Se acontecesse algo, elas seriam as primeiras a morrer. – falei, retrubuindo com o olhar.

— Ela nem comentou com meu pai ! – ele falou se aproximando de mim, quase gritando.

— Acha que ele iria deixar ? Nem tudo precisa ser comentado com todo mundo.

— Mas ela está errada ! – falou ele gritando.

— Primeiro : Pare de gritar comigo, eu não te dei esse direito. Segundo : Nada que um babaca como você falar vai mudar minha opinião. – disse gritando de volta e saindo do corredor.

‘Cuzão’ falei, pensando que deveria ter dito muito mais do que disse para o idiota.

Andei até o refeitório e sentei na mesma mesa que Beth estava. Comi um pouco do ensopado de carne.

— O que aconteceu ? – perguntou ela.

— Nada. – disse, colocando a colher no pote com força, fazendo espirrar um pouco de ensopado em minha camiseta. 

— O seu ensopado discorda. O que aconteceu ? – repetiu. Ouvi as portas do refeitório abrindo e revelando um cowboy mirim com uma grande carranca.

— Um idiota. – falei, lançando para ele o olhar mortal que só Emily Grace conseguia.


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