The Apocalypse escrita por Just Survive Somehow


Capítulo 26
All I Want


Notas iniciais do capítulo

Oii, vou tentar postar, juro. E obrigada a Mabée, pela critica maravilhosa ! S2



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25

Durante as proximas três semanas, houveram quatro recaidas. Duas dores de cabeça que evoluiu de suportável para a ponto de desmaiar em minutos, náuseas que me fizeram ficar quase roxa de tanto vomitar e um desmaio. Denise me disse que normalmente eu deveria ter menos sintomas ou nenhum e por isso eu passava a maior parte do tempo na enfermaria sob observação.

Porém essa semana eu pude sair mais da enfermaria e socializar um pouco ( não que eu fizesse muito isso antes ). Eu pude jogar uns jogos com o Ron e o Mickey e ouvir um pouco do que estava acontecendo em Alexandria. Eles me contaram sobre a aparente separação de Pete e Jessie. ‘‘ Bom, parece que as notícias se espalham rapidamente aqui em Alexandria ’’. Eles me perguntaram se eu sabia algo sobre o assunto, mas eu neguei pois sabia que ela deveria decidir se iria falar algo para alguém. A única coisa que eles sabiam era que Peter tinha passado a morar em outra casa e Jessie estava cuidando dos filhos sozinha.

Eles também me falaram sobre um grupo grande, que tinha chegado a Alexandria naquela manhã, e Deanna estava organizando uma festa de Ação de Graças para os convidados, mesmo que já tivesse passado alguns dias do feriado.

— Quantas pessoas tem nesse grupo ? – perguntei, curiosa. Quanto mais gente nova, melhor.

— Acho que umas quinze pessoas, mas tenho certeza que tem uns garotos da nossa idade. – falou Ron.

— É melhor que tenha mesmo, já estou cansado de olhar para sua cara. – disse Mickey e Ron começou a dar uns soquinhos no seu braço.

Fiquei decidida que iria comparecer a essa festa. Além de eu não fazer nada muito importante ( mentira, estava cheia de compromissos pessoais, como contar os meus fios de cabelo e morrer de tédio ) e sair pouco da enfermaria, eu teria que me enturmar alguma hora, estava adiando isso também.

Naquele mesmo dia decidi que ia conversar com Deanna. Ela andava muito ocupada e começou a me visitar cada vez menos nos últimos dias, quando ela trazia alguma coisa para ler ou o Aidan para me animar com suas piadas tããão inteligentes (Spencer nunca me visitou obviamente, ele praticamente cuspiu na minha cara que não gosta de mim).Mas não podia culpá – la pois sei que presidir uma cidade deve ser muito dificil, e ainda mais com uma festa sendo preparada. Resolvi que iria até a casa dela e consegui, incrivelmente na primeira tacada, convencer Denise a me deixar sair, mas porque estava tarde só fui no dia seguinte.

Acordei cedo e me e vesti com uma blusa cinza de moletom, uma legging azul escura e a bota que sempre usava. Quando fui me olhar no espelho, meu cabelo estava bagunçado e um pouco sujo, então fiz um rabo de cavalo e somente não liguei.

Quando sai na rua, tinha poucas pessoas na rua, mas as que estavam sorriam e pareciam muito apressadas ao mesmo tempo. Acho que todos estavam animados com a chegada de novas pessoas e pela festa. Uma festa de ação de graças provavelmente seria a coisa mais próxima de uma vida normal que as pessoas de Alexandria teriam depois do apocalipse.

— A população está muito empolgada com a festa. – senti o hálito quente de alguém no meu ouvido e vi que era Aidan, vestindo uma regata toda suada e com um fone no ouvido e o outro sem.

— Você fala isso como se não fizesse parte dela.

— Eu sou muito especial para fazer parte dela ! – falou ele, sarcástico. – Está vendo todas essas pessoas, não está ? Nunca vão saber o conhecimento desse cérebro, minha pupila.

— O que estou aprendendo para ser sua pupila ? – provoquei, cruzando os braços e tentando parecer mais alta e intimidadora, porém sem sucesso. Ele devia ter uns vinte centímetros a mais que eu.

— A arte de ser uma pessoa maravilhosa ! – ele falou apontando para seu corpo todo como se fosse uma benção dada de Deus para a humanidade.

— A única coisa que você poderia me ensinar nesse momento é como suar acima da média populacional ! Caramba, vá tomar um banho antes que Deanna te veja assim ! – falei o empurrando de leve.

Ele mostrou a língua.

— Muito maduro.

— E aí, pra onde você tá indo ?

— Pra casa da sua mãe. Quero ajudar com a festa o máximo que eu puder.

— Ok, mas cuidado. Ela está fazendo tanta coisa ao mesmo tempo que parece que irá explodir !

Ri comigo mesma e andei em direção ao grande casarão dos Monroe.

POV Carl

Ainda estava chocado pelo soco que meu pai tinha dado no estranho, quando ele me pediu para examinar a sua mochila. Ele dava instruções para todos, que esvaziavam os bolsos do homem desacordado e olhavam pelas frestas entre as tábuas de madeira do celeiro onde nos ‘hospedamos’.

Nós estávamos lá há pouco tempo. Continuamos andando fazendo pausas para descansar, até acharmos um pacote de garrafas de água com uma mensagem ‘ De um amigo’. Nós discutíamos sobre se beberíamos a água, correndo o risco de estar envenenada, ou não quando começou a chover e não precisaríamos das garrafas do ‘nosso amigo’.

Engarrafamos o máximo que pudemos e a chuva começou a ficar cada vez mais forte e Daryl nos avisou sobre o celeiro que tinha visto ao sair para caçar, para onde fomos o mais rápido possível. Depois de uma noite tempestuosa, que tivemos que empurrar as portas do celeiro contra uma horda de mortos que tentava entrar, aqui estávamos, ainda vivos. Alguém lá em cima devia querer muito que continuássemos assim.

— O que achou ? – ele perguntou. Tirei a arma laranja e estranhamente leve da mesa onde espalhei as coisas da mochila.

— Nunca vi uma arma dessas. – ele a segurou e saiu do lugar onde estava para perto do desacordado.

No mesmo momento notei uma movimentação daquele lado e o homem começava a voltar a si.

— Belo soco, Rick ! – ele falou, sorrindo estranhamente, que me fez duvidar por um segundo se ia até lá ou continuava vendo a mochila, porém me aproximei.

— Sentem – no. – meu pai disse imediatamente.

O homem recomeçou o seu diálogo, ao qual eu não dei atenção mesmo estando olhando diretamente para o estranho. Minha cabeça estava a mil. Uma comunidade. Um lugar seguro para todos nós. Um lugar seguro para Judith. Minha opinião estava formada sobre essa comunidade : precisávamos ir até lá.

— Tem quantos lá fora ? – meu pai falou.

— Um. – o homem percebeu a reação de descrença de meu pai. – Sabia que não acreditaria. Se não com palavras nem fotos, o que é preciso para convencê – lo de que é para valer ? E se eu os levasse á comunidade, todos vocês ? Saindo agora, chegaremos ao meio dia.

— Não sei se vamos caber no carro que veio com seu ‘‘amigo’’.

— Viemos separados porque, se achássemos um grupo, queríamos levar todos. Tem lugar para todos.

— E estacionaram há poucos quilômetros daqui, não é mesmo ?

Ele nos deu as coordenadas do lugar, dizendo que não estacionaram mais perto por causa da chuva. Mas tudo o que eu entendia era que estavamos salvos novamente. Mas meu pai continuava relutante e desconfiado. E ele estava certo de agir assim. Também pensávamos que, depois de todos aqueles mapas e o tempo perdido, o Terminus seria um lugar abençoado onde poderíamos viver bem. Porém ainda consigo ouvir os gemidos de Gareth enquanto meu pai o abatia como um porco.

— Rick, se fosse para emboscar vocês, eu já teria o feito ! – ele elevou um pouco a voz, para ser ouvido realmente. – Atearia fogo no celeiro e os pegava ao saírem pela única porta. Pode confiar em mim !

Silêncio. O líder encarava Aaron.

— Vou conferir os carros. – pronunciou – se Michonne, quebrando a calmaria.

— Não tem carros. – disse Rick.

— Só tem um jeito de descobrir. – ela rebateu.

— Não precisamos saber.

— Sim, nós precisamos. – disse Michonne. – Você tem sua convicção e tem fé nela, mas eu não.

— Nem eu. – falou Maggie, fazendro Rick baixar a cabeça e negar.

— O seu jeito é perigoso, o meu não.  – ele disse para Michonne.

— Ignorar um lugar onde podemos morar, onde Judith possa viver, é muito perigoso. Temos que descobrir se isso é real. Sabemos nos virar. – disse Michonne, dando voz aos meus pensamentos. – É isso o que vamos fazer.

— Então eu vou junto.

Rick pensou mais um pouco e logo tomou sua decisão.

— Abraham.

— Sim ? – ele olhou para Rick e sem ele precisar dizer nada falou : - Vou acompanhá – los.

— Rosita.

— Certo. – ela seguiu seu namorado.

— Se a coisa ficar feia, vocês estão bem armados ? – perguntou ele a Glenn.

— Só um pouco. – e Rick entregou mais uma arma a ele, com um aceno de cabeça.

— Os rádios estão sem bateria. Se não voltarem em 60 minutos, vamos atrás. E é o que eles podem querer.

Meu pai continuou a dar ordens e sugestões a todos, enquanto eu arrumava as coisas e saía pela porta, deixando meu pai e Judith sozinhos no celeiro junto com Aaron. Senti um pouco de pena dele, meu pai sabia como assustar as pessoas quando fica bravo.

Depois de andarmos um pouco somente achamos um pouco de comida enlatada, um carro e um trailer, que Aaron confirmou como sendo o que serviria para levar os sobreviventes para a comunidade. Porém, a partir desse momento, tive uma impressão de que algo nessa história não se encaixava. Eu sabia que ia dar errado de algum jeito, mas fiquei quieto e tentei ignorar essa sensação muito incomum.

— Isto agora é nosso, quer a gente vá ou não ao seu acampamento. – falou meu pai segurando um pote de sopa e macarrão enlatado, e nessa hora eu explodi.

— Como assim ? Por que não iríamos ? – passei por cima da minha intuição com essa frase e somente usei a lógica. Judith e todos precisavam de um lar.

— Se ele estivesse mentindo ou se quisesse nos ferir… Mas ele não está, nem quer. Nós precisamos disso. Então, todos nós vamos e quem pensar diferente se pronuncie. – Michonne desafiou todos, que ficaram calados.

— Sei lá, cara. Esse celeiro cheira a bosta de cavalo. – falou Abraham, protestando contra também.

— É. Nós vamos. – falou Rick, cedendo finalmente. Ele se voltou para Aaron. – Aonde vamos ? Onde fica o seu acampamento ?

— Sempre que fiz isto, eu estava ao volante levando recrutas para casa. Acredito que sejam gente boa, confiaria minha vida a vocês mas…

— Você não vai dirigir. – disse Michonne. – Se quiser voltar para casa, terá de contar agora.

Ela fuzilou Aaron e somente com um olhar, ele se rendeu. Ele informou onde ficava o lugar e teve uma pequena discussão, sobre a rota alternativa que meu pai queria seguir se fosse uma armadilha, porém ele venceu e decidiu que partiríamos ao pôr do sol.

— Vamos á noite ? – questionou Sasha, sarcástica.

— Sei que é perigoso, mas é melhor do que durante o dia. Se não for seguro, temos de cair fora antes que nos vejam.

— Ninguém vai feri – los. Quer proteger seu grupo, mas assim eles vão correr perigo. – falou Aaron.

— Diga onde fica o acampamento e partimos agora mesmo. – e Aaron baixou a cabeça, ainda relutante. – Será uma noite longa. Comam. Quem puder, descanse.

(…)

A noite caiu rapidamente e pegamos a estrada. Eu, Judith, Daryl, Maggie, Carol, Sasha, Eugene, Gabriel, Tara e Rosita estávamos no trailer e Abraham dirigia. Rosita estava entretida conversando com Abraham e por um segundo estava tudo bem. Nós todos estávamos indo até a comunidade onde teríamos uma vida razoavelmente segura, mas com ( eu espero ) um teto sob onde dormiríamos e comida. Até me permiti apoiar minha cabeça na mesa de madeira dentro do trailer, descansando os olhos e tentando conter a ansiedade. Judith dormia calmamente no meu colo.

No outro segundo, o trailer parou pelo barulho estranhamente familiar e molhado que vinha da frente do trailer. Ele tinha atropelado um errante e mais se aproximavam, ávidos por carne humana. Sempre voltavam a aparecer nas nossas frentes, as carcaças de pessoas que já não estão aqui, estranhamente se movendo quando não deveria. Mas o mais assustador, onde o carro onde meu pai, Michonne, Glenn e Aaron estavam continuava atropelando zumbis inúmeras vezes.

— Nós precisamos ir ! – gritou Abraham para todos do trailer, começando a dar ré para fugir.

— Não podemos deixar eles ! – rebateu Daryl, falando antes que as mesmas palavras saíssem da minha boca.

— Não podemos ficar !

Não tínhamos escolha sobre isso.

Judy tinha acordado e começado a chorar alto e isso não podia se piorar a situação. Como eu queria que Emily estivesse aqui, mais do que nunca quis.


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Notas finais do capítulo

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Bjs, JSS



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