Destino escrita por BiiH


Capítulo 1
Capítulo 1 - monotonia


Notas iniciais do capítulo

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          Meu despertador tocou as nove da manha. Era sábado, mas eu iria estudar, como sempre. Minha vida nem sempre foi assim. Eu deveria estar presa, pois matei minha mãe. Todos dizem que a culpa não foi minha... Mas eu sei que foi. Eu estava discutindo com ela quando eu tinha 10 anos, estávamos no carro, ela me olhava enquanto eu gritava com ela, foi apenas alguns segundos, havia um carro em nossa frente, eu poderia tê-la salvo, mas puxei o volante para meu lado, o resultado? O carro simplesmente esmagou minha mãe, enquanto eu sai com as pernas quebradas e com feridas profundas, cortes horríveis em todo o corpo e fiquei em coma por algum tempo, meu joelho hoje em dia falha e as vezes trava, minhas pernas tem cicatrizes leves por causa da plástica.

          Meu pai? Ele morreu um dia antes do meu nascimento, foi assassinado enquanto fazia compras para o jantar em comemoração. Quem cuida de mim é o meu irmão mais velho Byakuya. Ele é dono de uma grande empresa, e tem muito dinheiro, por isso eu posso fazer quantas plásticas eu quiser ate eu ficar perfeitinha, mas essas marcas me lembram do que eu fiz, e me ensinam a dar valor ao que tenho.

          Levantei devagar, suspirei e entrei no banho. Coloquei meu pijama de seda, presente do nii-sama, e fui para a cozinha para comer alguma coisa.

          - ohayou Rukia-dono – Unohana me cumprimentou com uma reverencia. Unohana trabalhava em casa, junto com o Ulkitake, nosso mordomo. Murmurei um “ohayou”, peguei um pacote de bolacha e subi as escadas, gritei antes de entrar no quarto:

          - vou estudar! Não me atrapalhem! – meu irmão tinha muitos empregados, mas eu só sabia o nome da unohana, do ulkitake e do Zaraki (o segurança) eles são os únicos que realmente gostam de mim. O resto só faz por obrigação. Eu quase não vejo meu irmão, ele trabalha todos os dias de manhã, e sai às sete da noite, então das sete ate a meia noite ele faz os esportes que ele gosta. Hipismo e Kung fu. E quando ele chega em casa, eu geralmente estou dormindo.

          Eu sentei na janela, o mundo lá fora estava realmente acontecendo, enquanto a minha vida estava parada desde a morte de minha mãe. Eu não chorava e nem mostrava minha tristeza. Byakuya já me ofereceu psicólogos, mas não há nada que eles saibam que eu não sei. Avistei meu bloco de papel em cima do criado mudo, caminhei ate lá, onde nii-sama deixava seus recados para mim.

          “Querida Rukia,

                             Recebi as notas do simulado que você fez, foi a primeira novamente! Meus parabéns!

                                                                                                                                                           Do seu irmão,

                                                                                                                                                                                   Byakuya”

          É... Mais uma vez fiquei em primeiro lugar, e eu nem estudei. Às vezes eu tinha saudade da velha Rukia, aquela estressada que falava o que queria, na hora em que precisava. Já voltei para casa no carro da policia. Eu era a mais popular na escola, mas ai aconteceu o acidente, e eu me mudei para essa mansão para morar com meu irmão... Do outro lado do país. Fiquei ali na janela, observando o parque a minha frente. As crianças brincavam no tanque de areia rindo e chamando suas mães para que elas vissem o castelinho de areia construído com muito esforço. As mães conversavam com suas amigas, os cachorros brincavam com adolescentes. Todos se divertiam bastante.

          O vento fresco empurrava meus cabelos enquanto eu me lembrava de como era ser popular, nessa escola eu não tinha nenhum amigo, mas eu também não tentei fazer amizades.

          - Rukia-dono! – era a voz de Ulkitake. Abri um pouco a porta para que ele não visse que eu não estava estudando – desculpe atrapalhar, mas Byakuya-dono irá viajar hoje e voltará apenas depois de amanha.

          - Obrigada... – respondi fechando a porta. Respirei fundo, não era sempre que a culpa do acidente, a saudade da minha mãe e a falta de meu pai conseguiam me derrubar, mas quando vinham, era arrasador. As lagrimas invadiam minha face, meu peito doía, meu coração acelerava e minhas pernas falhavam. Me arrastei ate minha cama entrando embaixo dela com rapidez, rastejei ate um canto onde o chão de madeira era oco e levantei a tábua, retirando uma caixinha rosa com alguns detalhes amarelos. Era a caixinha que minha mãe guardava coisas importantes para ela. Lá eu tinha fotos, um pingente, uma presilha, um lenço, um batom e a aliança da minha mãe.

          Segurei o lenço contra meu peito enquanto me encolhia tentando fazer a dor parar. Às vezes eu tinha essa crise, então eu já tinha tudo preparado. Quando eu acabei de chorar, quando meus olhos se recusavam a derramar outra lagrima eu saí do meu esconderijo, empurrei o criado mudo e abri outro tipo de compartimento no piso. Tirei de lá uma toalha felpuda, algumas bolas de algodão e uma solução de água boricada com soro fisiológico. Despejei a solução em uma bola de algodão e a passei em meus olhos para diminuir o avermelhado da esclerótica.

          Olhei para o relógio. Hora do almoço. Corri ate a cozinha e peguei meu prato que já estava pronto, voltei ao quarto e tranquei a porta. Comi o mais rápido que pude, e voltei a me sentar na janela. Havia crianças comendo em seus bentos [N/A: bentos para qm n sabe é um recipiente onde eles colocam a comida, como uma lancheira] e outras os mostrando vazios para suas mães. eu sentia falta dos meus bentos, geralmente eles tinham patinhos e coelhinhos, e eu sentia vergonha de mostrá-los aos meus amigos, então eu comia trancada no banheiro. Faz cinco anos que não vejo um bento feito especialmente para mim. Liguei o computador e abri o Word e comecei a fazer meu trabalho de escola que era para o mês que vem.

          Demorei uma hora, digitando o mais devagar possível. Deitei em minha cama e liguei a televisão de plasma, os canais não prendiam minha atenção. Acabei adormecendo. Quando acordei o relógio marcava duas e dezessete da manha. Me espreguicei e andei ate o banheiro para tomar um banho. A água gelada me acordou. Coloquei outro pijama, peguei meu caderno de historias e me sentei na janela, o parque estava iluminado, mas vazio. Estava escuro lá fora, uma noite sem lua, eu só podia enxergar alguns metros nas arvores a dentro. Escrevi algumas linhas, meus olhos estavam cansados, deitei em minha cama e liguei o radio.

          O vento fresco da janela levantava minha cortina lilás. Fechei os olhos, enquanto a musica trazia o sono de volta. Quando eu estava quase entrando na inconsciência, fui trazida de volta por um baque surdo. Abri os olhos devagar e olhei para a janela, da onde o som saiu. A silhueta negra de um homem. Alto e forte. Acendi a luz assustada, e fiquei um tempo presa a imagem. Ele era realmente alto, um cabelo laranja chamativo, ombros largos, uma blusa branca combinando com a calça jeans velha e larga, com um tennis estilo skatista.

          - seria mais fácil se você estivesse dormindo... – ele se aproximou de mim, a voz grossa o deixava com cara de mais velho. Tentei gritar, mas ele colocou um pano mal cheiroso no meu nariz. “Cloroformio“. Antes que eu pudesse raciocinar, o liquido mal cheiroso apagou meus sentidos.


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Notas finais do capítulo

e ai? querem o segundo capitulo ou posso excluir a fic, queimar e jogar para os porcos?



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