Um mês depois ... 

Esse mês passou lentamente, tirei o gesso e os pontos, estou bem melhor, minhas cicatrizes ainda doem, porém estou dando graças á Deus por ainda estar viva. Eu comecei a pensar em como eu poderia não estar mais aqui, sem o Dylan, Enzo, Tyler, Miguel e sem o meu vagabundo. Acabei demorando um pouco para pensar nisso, porém toda vez que algum curioso perguntava o que aconteceu comigo, eu precisava relembrar aquele momento e ai as coisas faziam mais sentido. Miguel estava tentando arranjar um namorado para a Elizabeth, e eu não concordava nenhum pouco com isso, porém ele disse que seria bom para a minha carreira e ajudaria o meu "namorado" com a carreira inicial dele. Pelo que entendi, Miguel estava devendo um favor para um amigo dele, e agora ele teria que pagar esse favor. 

Bella e Jorge simplesmente desapareceram, não sei se devo ficar preocupada ou se não devo me importar, apesar de Bella ter um irmão completamente idiota, ela tinha virado minha amiga e percebia que Diego tentava arranjar uma desculpa pra si mesmo sobre ela ter simplesmente sumido sem nem se despedir, ele estava gostando dela e me deixava mal ver ele assim, fiquei sabendo pelo Dylan que Diego tinha ido na pousada que Jorge e Bella estavam hospedados, Diego subornou a recepcionista da pousada e nas palavras de Dylan eles tinham ido embora parecendo que estavam fugindo de alguém, no mesmo dia em que ela foi me visitar no hospital. Tyler tinha o numero dela, não entendo porque só ele tinha o numero dela. Enfim, Tyler ligou para o celular dela e só dava na caixa postal ou desligado. Ela não estava querendo atender e isso deixava Diego mais arrasado ainda. 

 Eu estava evitando pensar nos acontecimentos da boate, isso me ajudava á superar o grande fora que eu já levei na minha vida e até agora estava indo bem. 

 Justo quando estou com o pé machucado, o professor Steven volta de sua licença, ele é o professor de dança, único professor que eu gostava naquele colégio, as vezes tenho uma leve impressão que ele gosta de mim, não do jeito que um professor gosta de uma aluna, mas acho que já deu para entender.  

Estou me dedicando mais sendo a Elizabeth, tendo mais amor por aquilo que faço e estava reconhecendo o amor que meus fãs tem por mim, as vezes isso me deixava emocionada por ser tão amada por pessoas que não me conhecem tão bem, era incrível tudo isso.  

Hoje estava sendo mais um dia normal de sexta feira, as aulas ainda não tinham começado, eu e os meninos tínhamos chegado bem mais cedo e estávamos conversando sobre algo fútil. Marina não gostou muito de Bella e sempre que podia jogava na cara que ela não prestava e quanto fui otária por sempre estar babando por ela, o que era completamente mentira, só queria que Bella se sentisse à-vontade comigo e com o pessoal. Marina é minha amiga, mais ela tem um pouco de falsidade em si, não acho que seja por maldade, mas ela é um pouco egocêntrica. Ou o foco é ela ou não tem outro foco.  

Estávamos no corredor perto da minha sala, quando meu queixo quase cai, vejo uma menina meio piranha encostada na parede e Jorge com o braço apoiado na parede, virado de frente para ela. Ela estava dando aquela risadinha de pessoa interessada. "Ele estava flertando com ela?", tento entender o motivo pelo qual meu sangue ferveu de uma forma que sentia meu corpo quente e uma raiva súbita me consumia a cada segundo á mais vendo aquela cena. Acho que aquele diabinho que fica dentro da minha cabeça dizia para ir lá e arrancar aquele aplique fajuto que ela usava, logo em seguida batia nele freneticamente.  

— Princesa? Você está vermelha... O que houve? - Enzo disse todo meigo, percebeu o meu olhar vidrado naquela cena um tanto angustiante para mim. - Quando ele voltou? - Enzo olhava a cena junto a mim e seguido de Tyler, Dylan, Marina, Diego. 

— Se ele voltou... A Bella também está aqui!? - Diego diz um tanto animado, ele olha em volta e eu me sinto revoltada com isso. 

— Diego! Esquece essa garota! - Eu disse mais alto do que deveria, estava sentindo que iria explodir.  

— Elena? O que deu em você? Ela é nossa amiga. - Diego me olha incrédulo. 

— Nossa amiga? Sua "amiga" só se for! - Eu disse sarcástica fazendo aspas. - Engraçado, ela não pensou duas vezes antes de ir embora sem nem dizer tchau, que "amiga" você arranjou. - Eu dizia encostando o dedo indicador no peito dele, estava tão brava, tão irritada que estava descontando em quem não tem nada a ver. No caso, o Diego. 

— Você enlouqueceu? - Ele olha na direção de Jorge e volta a me olhar. - Agora entendi, está bravinha porque seu "namoradinho" está com uma garota, que pena Elena, foi trocada! - Ele disse aparentemente devolvendo com sarcasmo. "Ai, essa doeu demais", respiro fundo fitando Diego com raiva. Passo por ele empurrando o mesmo com o ombro. Passo perto do "casalzinho", paro ao lado.  

— Ih Cindy, acho melhor você ficar longe. - Eu disse falsamente olhando para ela. 

— Por que? - Ela fica sem jeito.  

— Só aqui entre nós, ele é muito letal. - Eu disse falsamente, apontei levemente para minha cabeça, tentando insinuar o acidente, sai andando de lá divando. Ouço Cindy dizer algo como "Desculpa, tenho que ir" e eu acabei rindo. "Veneno entregue com sucesso" . 

Vou andando até o lado do jardim, sinto uma mão segurar meu braço, me puxando forte fazendo eu me virar bruscamente. Fico próximo até demais DELE. "Jorge estava aqui? Por que?" 

Minha respiração fica pesada e ofegante, naquele momento a raiva que eu estava tendo por ele, simplesmente foi embora. Os olhos dele nos meus, conseguia sentir sua respiração ofegante batendo em meu rosto, minhas mãos estavam no peito dele, conforme fui puxada só consegui apoiar de leve. Estávamos tão perto, mais perto do que já estivemos antes. Meu coração estava parecendo que estava quase saltando do peito.  

Para mim, só estávamos eu e ele, ali, sozinhos. O mundo ao meu redor não existia mais. E pela primeira vez em minha vida complicada, eu senti que estava quase completa, necessitava dos lábios dele nos meus. Ele me olhava de uma forma que eu não conseguia descrever, mais parecia ser algo bom. Os olhos dele desceram para os meus lábios junto com suas mãos que agora estavam na minha cintura, segurando firme como se quisesse que eu não fugisse, ele me puxava discretamente para perto de seu corpo, nos deixando "colados", bem juntos. Não como se fossemos nos fundir, mas o suficiente para sentir ele em mim. 

— Me solta... - Eu sussurrei querendo que ele não fizesse tal ato. 

— Você quer mesmo que eu te solte? - Ele sussurrou como se estivesse hipnotizado pelos meus olhos. Queria conseguir pronunciar algo, mas não conseguia, tive que começar a respirar pela boca, facilitando o trabalho de tentar respirar. Continuamos naquela posição por um bom tempo, não era necessárias palavras para descrever aquele momento, o nosso momento. Me sentia apaixonada por aquele garoto arrogante, precisava dele na minha vida.  

Ele tirou uma de suas mãos da minha cintura e colocou em meu rosto, tirando uma mecha da franja que caiu pelo rosto, ele acariciou de leve minhas bochechas que estava apostando que estava vermelha e quente. Ele olha para um certo lugar, suspira e recua "oi?". Ele me solta se afastando, virou de costas para mim e eu não entendi nada. O sinal tocou e ele só andou para sua sala, continuava não entendendo nada. 

" O que há de errado com você Elena?", perguntava mentalmente para mim mesma, enquanto estava parada no meio do jardim sem reação.