quando nada puder ficar pior escrita por greywaren


Capítulo 1
i. a sua boca é uma igreja


Notas iniciais do capítulo

eu não dedico a ninguém em especial
porque isso não 'tá tão bom quanto eu queria que estivesse
mas se você leu e gostou, essa fic foi pra você o tempo todo



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it’s raining ice despite april’s promise and

somewhere a bloodmoon hangs in the sky

now, morning. we made it, despite my cruel

wishes. we were children once. guiltless.

 

 

 

as estrelas no céu estavam ausentes. a noite era escura. parrish se perguntou se alguém, em dado momento, já tivera pensado em dar algum nome para aquilo — para o céu que não tinha brilho e nem mais cor, mas estava lá, e que você continuava sabendo o que ele era, mas não como nomeá-lo. depois, pensou que muitas coisas não tinham mesmo um jeito de ser chamadas, apenas descritas, e começou a citar elas mentalmente, uma por uma. a sensação de já ter ouvido uma música tantas vezes e só precisar de segundos para reconhecê-la; o evento de derrubar algo frágil no chão e vê-lo continuar inteiro; o sentimento confuso que não é nem amor, porque é fraco, e nem amizade, porque é forte.

 

e então ele encarou ronan lynch, que não era ninguém menos do que o final da sua linha de pensamento, e esperou o momento em que ele viesse a virar a sua conclusão final também. sabia que a cabeça dele era muito mais profunda que a própria. e que se parrish pensa nas coisas sem nomes, lynch é quem tenta nomeá-las. chegou a acreditar que ele poderia de fato estar o fazendo por apenas um segundo, até lembrar do quão diferentes eles eram; do quão diferente, na verdade, ele mesmo era de qualquer outra pessoa, fosse na aglionby, na roda de amigos ou na vida. também não se tratava de status social; só da individualidade de cada um, descrita não só uma, nem duas, mas várias vezes pela única integrante do sexo feminino presente no grupo. se existisse um nome para a pessoa que sabe mais de você do que você mesmo, poderia dá-lo à jane. poderia fazer de jane esse nome, aliás, se ela um dia concordasse com isso.

 

considerou a ideia até ela tornar-se boba, até perceber que expor o fato de que ela sabia de todos era desnecessário. quando o mistério acaba, o mesmo acontece com a magia. e mesmo achando que parte daquele pensando era pura insegurança, ainda não estava pronto para que ela enjoasse dele. nem de nenhum dos outros. o grupo inseparável de quatro pessoas havia se tornado o grupo inseparável de cinco pessoas. tinha medo de que qualquer coisa arruinasse aquilo. qualquer um que descobrisse demais sobre o outro e eventualmente se afastasse, cansasse, desistisse. mais uma vez, lynch foi o final da sua linha de pensamento. parrish não queria que tivesse sido.

 

na cabeça do outro, o que se passava era o vazio: mas o vazio do rapaz tatuado tinha uma infinidade de coisas. só não costumavam ser tão distintas. elas eram geralmente lembradas em um ciclo fora de ordem (barns, seus sonhos, adam parrish. seu irmão, barns, adam parrish. suas notas na escola, adam parrish, adam parrish), mas previsível. por isso, optava por aproveitar o que estava sendo vivido, considerando que colocar um ideal em prática era muito melhor do que ficar inativo complementando-o.

 

não precisaram olhar no relógio para realizarem que já tinha passado das dez. e que deixar os celulares desligados poderia ter sido a melhor ou a pior ideia da semana, já que era possível que alguém estivesse atrás deles. não avisaram que iam sair. nem deixaram pistas de onde poderia ter ido - também não gostariam se tivessem o feito por engano. ronan achava que era melhor assim porque poderia pensar sobre duas coisas boas mais tarde: o seu encontro noturno com o garoto de henrietta e a preocupação que presumivelmente existiria da parte dos outros. eram memórias diferentes, mas com uma satisfação semelhante. 

 

i am a mouth of mettle and iron. godless.

you are brawl and fang. courage, code.

though battle keeps us, we die a little

each day. i’ve lost the word for prayer.

 

havia um terceiro fator que registraria a saída dos dois como especial. adam tinha a secreta intenção de tomar a atitude de um quarto se a situação lhe fosse favorável, ou a sua coragem não o desapontasse, coisa que ela presentemente andava fazendo; todavia, quanto a ambos, acreditava que não tinha com o que se preocupar.

foi a primeira vez, na vida toda, que permitiu-se não se preocupar com algo.

(...)


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Notas finais do capítulo

EU VOU CONTINUAR ESSE FINAL VAGUÍSSIMO OK
EU JURO
EU SÓ QUERIA TIRAR ISSO DOS MEUS RASCUNHOS



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