Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 83
81º – “Pingente negro”


Notas iniciais do capítulo

Hi, my children.

Sei que deveria ter postado no último fim de semana, mas estava atolada com as provas finais do semestre até hoje. MAs, graças a Odin, estou finalmente de FÉRIAS ♥



Leiam nosso capítulo fresquinho.

Nos vemos lá em baixo.



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Acionei o Alex.

Disse para ele que a localização do Barão já é definida e que podemos, e devemos, ir até ele o quanto antes. A satisfação e o brilho doentio em seus olhos me fizeram entender, de uma vez por todas, o quanto fui cego todos esses anos e só agora consigo que ver que minha lealdade cega a Citros só me levou ainda mais fundo no poço em que me encontro. E agora mais do que nunca tenho certeza de que quero me livrar dar correntes imundas que me prendem a ele e a Citros.  

Ele mal conseguiu esconder a euforia patologia com a possibilidade ter o Barão em suas mãos. Sem hesitar, decidiu que iremos hoje. E devo confessar que isso era tudo o que eu precisava ouvir. Já que infelizmente preciso dele e dos equipamentos físicos e humanos da Citros. Além de não suportar a ideia de passar mais um dia sequer sem saber como duas estão. Preciso vê-las e mais ainda, preciso ter certeza que estão bem.

Assim que sai da sala do Alex, mandei uma mensagem para o Felipe. Pedi que ele avisasse ao David e que preparassem tudo para hoje à noite. E que quando fosse a hora certa, eu os avisaria.

Agora, estou na frente da equipe que o Alex me designou. Lembro, por um momento, da Pilar. Cogito rapidamente a possibilidade de ligar para ela e pedir sua ajuda. Mas sei que ela irá se recusar. Ela passou os últimos dias tentando me convencer a não fazer isso. A não ir me arriscar por elas.

Mas essa não é um e nem nunca foi uma possibilidade.

 Minha mente vaguei e lembro de quase não conseguir me conter quando o David disse que sabia de onde a ligação tinha partido. Minha única vontade foi, de imediato, pegar o primeiro carro e só parar quando chegasse ao destino final. Até elas.

Mas não posso. Não assim.

Vagueio ainda mais e me pego pensando que essa será a primeira missão em que não sei como agir. Por que não posso ser quem sempre fui em campo. O que eu sempre fui.

Essa missão envolve muito mais. Envolve a vida das pessoas que mais amo e eu não, e não vou, me dar ao luxo de arriscar tudo como sempre fiz. Preciso agir com toda cautela necessária para evitar que o Barão escorregue por entre meus dedos e as leve junto. Porquê se isso acontecer, sei que não teremos outra chance e jamais chegaremos tão perto dele novamente.

Trago meu pensamento para a sala, e me concentro nas palavras que estou prestes a dizer. Observo a euforia crescente no rosto de todos eles e tenho certeza que vou trazê-las de volta. Organizo cada palavra e enfatizo, a cada frase dita, que o nosso alvo é o Barão. E sem o Alex saber, instruo a todos que qualquer outra pessoa fora da equipe do Barão, deve ser ignorada.

ALICE

— Olá, filha.

Não o respondo.

A postura relaxada dele esconde uma frieza dura, que agora conheço. Ele se aproxima e sua expressão serena me deixa, gradativamente, mais nervosa. Ele se posiciona do outro lado da cama, e olha para a Paloma rapidamente.

— Devo supor que você aprendeu a última lição que te ensinei.

A lembrança dos tapas que ele me deu relampeiam na minha mente. Toda raiva que senti dele durante os últimos dias dão lugar a uma mágoa e tristeza que não consigo expressar. Meu peito aperta e sinto vontade de chorar pela morte do pai que achei ter conhecido. Mas que jamais sequer viveu.

Ele da um passo a frente, para acariciar o rosto da Paloma, e instintivamente eu faço o mesmo. Ele para e me olha. Estamos separados pela cama de casal. Ele sustenta seu olhar sobre mim e decido que não irei desviar o contato. Mas nesse momento uma tontura repentina me domina. Me agarro a lateral da cama e um cansaço abrupto domina meus músculos. Fecho os olhos com força e me concentro em manter-me consciente. Dona de mim.

Ouço sua risada baixinha.

Elevo meu foco de visão até ele e mesmo desfocada, vejo um sorriso contido no rosto dele. A medida que minha visão vai melhorando, vejo ele erguer em frente ao seu rosto uma seringa contendo um líquido que não consigo reconhecer. Ele o olha como se fosse um objeto precioso.

— Alice, minha filhinha querida. __ ele me olha, mas não abaixa a seringa. — Passei muito tempo tentando chegar até vocês. Por vocês. Mas, também, por que preciso que você me ajude a encontrar um objeto valioso demais para mim.

Tento falar, para perguntar o que ele quer. Mas me sinto ainda mais fraca.

Ele circunda a cama e se aproxima lentamente de mim e o medo me domina. Quero me afastar. Fugir para o mais que posso dele, mas não consigo. Minhas pernas não respondem e meu corpo implora para que eu pare de tentar me esforçar.

Preciso sentar.

Quando do por mim ele já está ao meu lado.

— Preciso do meu cordão, Alice. __ ele sussurra ao pé do meu ouvido. — Você lembra dele, não lembra?

Me arrepio inteira. Fecho meus olhos e a imagem do Gustavo, sem camisa, com o pingente negro pendendo do seu pescoço me invade.

— Onde ele está?

— Eu não sei. __ minto. E minha voz arrastada é quase ruído inaudível.

— Você está mentindo, filha. __ ele arrasta a agulha da seringa pela pele da minha bochecha e meu coração dispara. — Onde está, Alice?

Não posso dizer.

Não sei o que ele quer com o colar. Mas sei que se eu disser que está com o Gustavo ele irá atrás dele. E isso eu não posso permitir. Nunca.

As lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto.

— Eu não...

— Para de mentir! __ ele grita bem ao lado meu ouvido e segura forte com uma única mão no meu pescoço. — Eu vou te perguntar uma última vez, Alice.

— Por favor...  __ minha voz é um sussurro rouco e soluços baixam escampam de mim.

— Onde está? __ a voz dele se tornou gélida como um caco de vidro cortando minha pele.

— Eu juro que...

Grito ao sentir a agulha da seringa penetrar forte o meu pescoço. Sinto o líquido ser injetado lentamente e a astenia volta a me dominar. Minhas pernas falham e ele, o Barão, me segura sem muita dificuldade. Luto para manter os olhos abertos, mas mal percebo quando sou tirada do chão e levada até a cama.

— Você poderia ter facilitado as coisas, Alice. __ ouço a voz dele e sei que está perto de mim, mas não consigo vê-lo. — Vou ter que tirar essa informação da Paloma. E lembre-se, você me obrigou a isso.

Não.

Quero gritar e implorar que ele pare. Mas não posso. Não consigo. Meus sentidos estão me deixando e sinto que estou indo junto com eles. Quero olhar para minha prima, mas meu corpo sequer me responde.

— Quando a outra acordar, me avisem.

Ouço a porta bater e todo o resto é engolido pela escuridão.


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Notas finais do capítulo

E então?

Vejamos, o que será que o Barão quer com seu antigo cordão? E será que ele finalmente está desvendo o mistério por trás dessa volta repentina?

Sobre o Gustavo: será que ele já está perto das meninas? E será que ele vai conseguir se aproximar sem que o Barão perceba?

Digam-me o que estão achando!

Inté mais, beijos da tia!



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