Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 72
71º Capítulo – “Garoto impulsivo”


Notas iniciais do capítulo

Oi Leitores.

Nosso capítulo de hoje se trata de uma preparativa para os próximos acontecimentos e por isso não nos traz grandes emoções.

Boa leitura a todos!



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Ele a levou.

Levou as duas e eu continuo aqui parado no meio desse galpão imundo olhando o pingente na minha mão. Ouço o barulho dos carros se afastando cada vez mais e apesar de saber que é hora de recuar, sinto meus instintos prestes a me rasgarem por inteiro para que eu vá atrás delas.

Fecho meus olhos.

Respiro fundo, prendo o pingente com força entre os dedos e juro para mim mesmo que irei trazê-las de volta. Não importa o que aconteça e nem quanto tempo leve. Eu vou trazer as duas de volta.

Quando abro meus olhos vejo o Felipe andando de um lado para o outro com as mãos na cabeça. Coloco o cordão no pescoço e o observo por um tempo.

Lembro de todas as vezes que um novato diferente entrou em pane bem no meio da missão, sempre na hora em que a coisa ficava feia e é claro que todos os agentes da Citros tiveram aulas de como reagir quando isso acontecesse na sua equipe. Pura psicologia barata.

— Felipe. __ ele parece não me ouvir.

Respiro fundo de novo e decido acalmá-lo da única forma que sei. Ando até ele, o puxo pelo braço e o soco uma única vez. Ele desaba no chão e sua expressão é de surpresa.

— Por que você fez isso?

— Por que preciso de você sã para me ajudar a trazer as duas de volta.

Ele levanta, seca o filete de sangue que escorre da boca e me olha de forma vazia.

—  Elas pediram... 

— Não importa o que elas pediram. __ interrompo. — Não vou deixar as duas nas mãos dele.

Vejo a expressão dele mudar e sei que agora ele está de volta. Passo por ele e saio pela porta lateral do galpão. Demoro um tempo para me acostumar com a claridade e vejo a frente uma casa abandonada. Passo minha vista ao redor e não vejo nada além da grama alta e pedaços de caixotes jogados.

Ouço os passos do Felipe atrás de mim e me obrigo a buscar estratégias para sairmos desse fim de mundo. Começo a contornar o galpão e para minha surpresa vejo uma caminhonete parada mais adiante, por trás da construção. Me aproximo mais dela e pelas condições diria que é pouco provável que consigamos chegar na cidade mais próxima, mas precisamos tentar. Abro a porta para procurar a chave no painel, mas não a encontro. Saio da cabine e vejo o Felipe abaixado próximo ao pneu dianteiro. Ele levanta e me mostra uma chave velha.

Entramos no carro e quando giro a chave na ignição o motor engasga. Tento mais uma vez. O motor volta a engasgar e para minha surpresa, depois disso ele pega.

***

Levamos algum tempo para conseguir encontrar a estrada principal e assim que avistamos um posto de gasolina, paramos. Descobrimos que estamos a quase 300 km de Vila Rica e como com certeza não iríamos conseguir chegar lá com esse carro, roubamos outro.

Não sei para onde o Barão as levou, mas a medida que avançamos e nos aproximamos de Vila Rica, sinto como se me afasta cada vez mais dela. Não deixei o Felipe dirigir. Por que nesse momento manter minha mente focada na estrada me impede de deixar o garoto impulsivo que vive dentro de mim vir à tona.

Levamos quase quatro horas até alcançarmos a divida de Vila Rica e durante todo percurso permanecemos em silêncio. Um silêncio pesado e impotente. Pisei ainda mais fundo no acelerador e antes mesmo de entrar na cidade fiz o carro pegar o caminho do novo galpão da Citros.

Acabamos de chegar e antes mesmo de estacionar noto um carro diferente estacionado em frente ao galpão. Olho rapidamente para o Felipe e sei que ele entendeu a situação. Paro o carro ao lado do galpão, de forma que não possa ser visto facilmente, e me apresso em sair do veículo.

Observo a área ao redor e avalio todas as possiblidades reais. Esse carro pode ser do David, mas com certeza ele não o deixaria aqui. O Alex ou outro membro da Citros pode ter resolvido vir até aqui dar uma olhada nas novas instalações e se for isso, não sei o quão fodido eu estou. E existe ainda a possibilidade de que esse carro seja de alguém que não veio até aqui só conversar.

Instintivamente ponho a mão no cós da calça e ausência da arma me lembra de que ela foi tirada de mim. O Felipe da a volta no carro e se coloca ao meu lado.

— David? __ ele pergunta.

Balanço minha cabeça em negativa, uma única vez.

— Alex? __ ele tenta de novo.

— Não sei. __ digo firme. — mas eu preciso entrar para verificar se o David está bem.

— Vamos então. __ ele dá um passo a frente e eu o impeço com o braço.

— Felipe __ fico de frente para ele — Estamos sem armas e você está fora de campo a muito tempo. Talvez seja melhor...

— Não vem com essa Gustavo. __ ele me interrompe. — Posso estar fora de campo, mas não estou fora de forma. Quero encontrar as meninas tanto quanto você e é melhor que você não ache que vou te deixar fazer tudo sozinho.

Sorrio.

Ele passa por mim e para bem na frente do portão de alumínio. Quando me aproximo, vejo que ele está encostado na fechadura, mas aberto. Me adianto e faço o portão deslizar devagar pelo trilho, sem fazer barulho. A escuridão da garagem me permite ver a van que o David costuma usar e isso com certeza descarta nossa última opção.

Meu corpo assume de forma automática uma postura cautelosa, alerta. Nos guiamos pela parede lateral e seguimos galpão adentro. Ouço o Felipe fechar o portão atrás de nós e aos poucos consigo ver o próximo cômodo. Verifico se o Felipe está por perto e quando cruzamos a soleira ouvimos algumas vozes vindo do final do corredor.

Reconheço pelo menos uma delas como sendo a do David, mas a outra, mesmo sendo levemente familiar, não me recordo. Desisto da cautela e me aproximo de forma nada cuidadosa.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer imensamente as mensagens que todos tem me mandado. Estou muito feliz com todo esse carinho. MUITO OBRIGADA.

Continuem por aqui, por que grandes emoções ainda virão!

Beijos ta Tia e até a próxima!



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