Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 65
65º Capítulo – “Eles machucaram você.”




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Fui guiada até um carro fora da casa e quando cheguei, vi minha prima sentada dentro dele. Assim que a vi senti uma lufada de esperança abrandar meu medo e quis mais que tudo ver os meninos também. O cara que foi até o quarto onde eu estava, pareceu perceber e me deixou ficar no mesmo carro que ela.

A Paloma está tão assustada quanto eu e pelas poucas palavras que pudemos trocar, o cara tatuado não foi até o quarto dela. Passamos o resto do percurso em silêncio, enquanto os homens ao nosso redor conversavam e riam de tudo.

Durante todo o percurso pensei no Felipe e no Gustavo. Não saber como eles estão é mais agoniando do que não saber o que vai acontecer comigo mesma.

Quando o carro parou, o que tinha a nossa frente em nada se comparava a casa que estávamos a pouco tempo. A casa tem um tamanho médio, mas parece estar abandonada. Ao lado um galpão de madeira, que parece ter sido usado para abrigar feno ou animais, está cercado de grama e alguns entulhos.

Eles não nos deixam ficar mais que alguns minutos do lado de fora e nos escoltam até a varanda da casa. A madeira do piso reclama o nosso peso e a porta range quando um dos homens a empurra. O interior da casa está sujo, empoeirado e escuro. Passamos pelo o que parece ser a sala e não vejo nenhum móvel. Seguimos em direção a um corredor e o homem a nossa frente para. Ele abre a porta de um quarto e nos olha firme.

— Entrem e fiquem quietas. __ Paloma aperta firme minha mão. — Não demora e o chefe vai querer ver vocês.

Não dizemos nada. O quarto está tão empoeirado e vazio quanto o resto da casa. Partículas de poeira oscilam em raios de luz que entram pelas frestas nas madeiras das paredes e tudo aqui parece sombrio. Paloma se aproxima ainda mais de mim e eu sei que ela está com medo, por que eu também estou.

— O que será que aconteceu com os meninos?

Ela pergunta baixo, mas não sei o que responder. Nossos olhos se encontram e sei que ela entendeu.

— E se eles...

— Não. __ a interrompo. — Não posso pensar nisso.

Ela soluça.

— Eles não estão mortos. __ digo firme. — Nós vamos sair daqui e encontrar os dois.  

Ela ameaça dizer alguma coisa, mas a porta é aberta. O mesmo cara que me tirou da outra casa para e nos observa. Ele não tem mais o fuzil nas mãos.

— O chefe quer ver vocês.

Um calafrio percorre meu corpo e meu coração parece prestes a explodir. Seguro firme a mão da minha prima e juntas o seguimos. Passamos pelos outros cômodos enquanto ele nos guia até a parte de trás da casa. Quando saímos pela porta do que antes era a cozinha, nos dirigimos até a entrada lateral do galpão.

Sinto o suor frio escorrer pelas minhas costas e um tremor forte parece passar dela para mim. Ouço a respiração ofegante da minha prima e me preparo para enfrentar o que quer que esteja do lado dentro desse galpão nos esperando. A imagem daquele homem tatuado apertando meu pescoço cruza minha mente e uma leve sensação de fraqueza ameaça tomar conta do meu corpo.

Ela aperta firme minha mão e o homem a nossa frente bate duas vezes na porta. Ela é aberta por dentro e nós entramos devagar.

Levanto minha cabeça e a primeira coisa que vejo são os meninos, ajoelhados no meio do galpão. Assisto enquanto a Paloma me solta e corre desesperada até eles. Ela se joga sobre o Felipe e agarra seu pescoço. O ar foge dos meus pulmões e meus soluços ficam presos na garganta quando vejo o Gustavo me olhando. Minhas pernas começam a se mover devagar e quando dô por mim estou correndo.

Me jogo na frente dele, agarro seu pescoço e me descontrolo. Esqueço tudo ao nosso redor e deixo todo o medo e angústia que senti nas últimas horas assumirem o controle. Escondo meu rosto no pescoço dele e meu corpo convulsiona com os soluços fortes. Ouço ele soltar a respiração e o aperto ainda mais.

— Ogro... __ o pescoço dele abafa minha voz e os soluços impedem que eu continue.

— Estou aqui. __ a voz é baixa e doce.

Ele respira fundo e não sei quanto tempo depois eu me afasto. Olho para ele e só agora percebo que suas mãos estão amarradas para trás. Olho para o Felipe e vejo que ele está igual o Gustavo, amarrado. Os dois parecem não estar machucados e isso me dá a sensação de poder respirar de verdade pela primeira vez em horas.

Volto meus olhos para o Gustavo e o olho de novo com atenção. Ele está sujo e despenteado, mas não parece ferido. Ele faz o mesmo. Os olhos dele me olham de cima a baixo e sua expressão se torna dura, impassível.

— Eles machucaram você. __ ele não pergunta.

Os olhos dele se tornam ainda mais negros, como no meu quarto.  As lágrimas molham ainda mais meu rosto e tudo que eu quero é sentir seus braços ao meu redor. Olhar dele se fixa em algum ponto atrás de mim e quando estou prestes a dizer que estou bem, uma voz familiar enche o galpão.

— Você acha que eu deixaria alguém machucar minhas filhas?


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