30 de Março, 2016

Eu enfim havia chegado no Acampamento Meio-Sangue. Era um grande acampamento, como o nome dizia. Tinha várias casas e chalés, os quais outros semideuses ficavam. Plantações de Morangos, lagos, e até uma floresta. Era um lugar maravilhoso. Agora você deve estar se perguntando quem sou eu, bem, meu nome é Marcus, um semideus indefinido. Cheguei a menos de 2 dias no Acampamento ao lado de Irina, uma garota simplesmente linda e incrível, a qual veio me resgatar num momento de perigo lá em New York. Bom, pra começar, eu sou um garoto um pouco diferente dos outros, tenho um corpo mais robusto e forte, cabelos pretos e chamativos, além de olhos castanhos e traços bem rústicos. Agora, vamos voltar à história.

Era mais uma manhã no Acampamento. Eu logo me levantei, animado para o que poderia vir a acontecer hoje. Eu fico no Chalé de Hermes, o chalé que abriga os indefinidos e obviamente, filhos de Hermes. A rotina do Acampamento não era lá a melhor, eu tinha que acordar cedo e correr até um pequeno espaço de treinamento, para melhorar minhas habilidades. Eu treinava com os filhos de Dionísio, diretor do Acampamento, eles eram ótimos com a luta com espadas, diferente de mim. Eu mal conseguia fazer um único movimento simples com a arma, teria de treinar muito mais se quisesse lutar. Depois do treinamento com espada, eu era obrigado a fazer uma corrida de alguns metros, para fortalecer minhas pernas, para isso, eu treinava com meus companheiros do Chalé de Hermes, eles eram ótimos em corrida, algo bem diferente de mim. Depois que terminava todos os treinamentos, já era bem tarde, e logo tínhamos que ir dormir, caso contrário, as Harpias iriam nos devorar. Era assim todo dia.

Olha, eu particularmente não consigo acreditar em tudo isso. Fui ensinado dês da infância que só existia um Deus, e de repente me aparecem com milhões deles, seres mitológicos e outros. Eu evitava comentar sobre isso com o pessoal dali, talvez ficassem furiosos comigo. Eu logo cheguei ao chalé e comecei a dormir, estava cansado desta rotina.

Depois de uma longa noite de sono, eu estava revigorado e pronto para mais um dia de treinamento...o qual não aconteceu. Aparentemente os filhos de Dionísio haviam sidos enviados em uma missão, mandada pelo próprio Sr D. ou Dionísio, como preferir. Agora eu tinha ganhado um tempo livre para observar o acampamento...e observar a Irina. Você me pergunta quem é Irina, eu respondo. Ela é simplesmente a filha de Afrodite mais poderosa de todas, sendo considerada até mesmo um mito, dentro do Acampamento. Ela estava sempre em missões ou em caçadas, e quando ficava no acampamento, gerava a atenção de todos. Muitos mitos cercavam a garota, dos mais variados, coisas do tipo "Ouvi dizer que ela matou um Ogro com apenas um golpe" "Dizem que a pontaria dela é maior que a de qualquer caçadora, quase nunca erra uma flecha" "Dizem que seu chicote é tão rápido, mas tão rápido, que ela executa milhares de golpes por segundo. Você morre e nem senti". Apesar de todas as histórias, ela era uma garota simpática, e de aparência bela. Ela tem cabelos longos e pretos, com um rabo de cavalo, seus olhos são de coloração rosada, além de ter um rosto com traços bem feitos e femininos. Seu corpo também não é nada mal, tendo seios fartos, curvas perfeitas e coxas belas e grossas. Uma perfeita modelo.

Eu particularmente tinha medo de conversar com ela, como qualquer outro semideus, por conta da aura de amor que ela solta, muitos ficam envergonhados e não sabem o que dizer, perante à beleza da jovem. Sabe, acho que nada dura pra sempre. Sem que eu percebe-se, um dos meus colegas de acampamento, Lance, se aproximou de mim e sentou ao meu lado, no gramado.

— O que acha? Ela é bem bonita, não? - Lance era um rapaz bastante atrevido, devo dizer. Ele tinha cabelos prateados e belos, traços de um filho de Afrodite e habilidades de um filho de Zeus, sendo muito competente em combate e bastante habilidoso com mulheres, além de ter uma lábia incomparável.

— O quê?! - respondi, espantando - Uh...é...ela é bonita

— Por que não conversa com ela?

— Não tenho coragem, fora que não tenho nada para conversar...

— Sei...que tal isso. Soube que tem um Grifo especial na floresta, ele é muito ardiloso e forte. Você poderia convidar a Irina para caça-lo com você!

— Ficou maluco?! Não posso chegar nela e falar algo assim... - eu parei e olhei para o chão por alguns segundos, quando olhei para cima novamente, Irina estava me encarando. Eu levei um belo susto, e confesso que queria matar o Lance por causa disso.

— Oi Marcus. Verdade que quer mesmo fazer uma caçada comigo? - ela falou

— Errr...claro que sim! Você é muito boa com isso de caçada, gostaria muito de sua ajuda - eu não sabia o que falar, e não poderia dizer "não" para ela. Irina sorriu e logo se levantou e começou a andar de volta para onde estava

— Nos vemos amanhã então, até mais! - ela respondeu enquanto acenava. Juro que queria muito matar o Lance, mas quando olhei, ele já tinha sumido.

Que sorte, tinha arranjado uma caçada com uma filha de Afrodite, isso deixou meu chalé agitado, todos comemoravam minha proeza e alguns até me avisaram sobre algumas coisas. Agora eu terei de dormir, amanhã era a grande caçada...

2 de Abril, 2016

Eu acordei determinado aquela manhã. Eu tinha uma caçada importante hoje, e não deixaria nada estraga-la. Peguei uma espada longa que encontrei por ali, feita de Bronze Celestial, e uma Aljava com Arco e Flecha, provavelmente pertenciam à Lance, mas como ele me meteu nisso, teria de pegar as consequências. Eu então sai do Chalé e logo à frente deste, Irina estava me esperando. Ela estava usando uma roupa diferente, como se fosse uma Caçadora de Ártemis.

— Preparado pra ir? - ela perguntou

— Com toda certeza! - respondi

Logo fomos para a floresta. A floresta, como o nome já diz, era um local com uma mata densa, além de muitos monstros. É onde normalmente é feito a Caça à Bandeira. Ela e eu logo adentramos o lugar. Por algum motivo, eu não gostava nem um pouco dali. A grama alta que sugava meus pés, ficava incomodando, fora os galhos de árvores aleatórias que apareciam no caminho. Depois de muito andar, minhas pernas começaram a doer, enquanto Irina continuava andando, mas de repente, ela parou

— Ele está aqui... - ela fez uma expressão de preocupação. Aquilo era estranho, eu não era capaz de ver nada, mas ela conseguia sentir aquilo...instinto feminino, talvez. E a pior parte, ela estava certa. De repente, eu ouvi um rugido estrondoso e logo um monstro apareceu. Ele tinha cabeça de águia e corpo de leão, um Grifo, mas diferente dos outros, ele possuía asas e bicos dourados, como se fossem ouro.

— Perfeito - ela falou. Não tinha ideia de como ela poderia estar feliz, mas se os mitos fossem verdade, eu não teria de me preocupar.

A garota logo retirou uma flecha de sua aljava e pós em seu arco, mirando na criatura. Sabe o que significa azar? Então. O Grifo simplesmente ignorou a semideusa e avançou na minha direção. Eu só consegui pensar em correr no momento, já que aquela coisa tinha muito mais que o dobro da minha altura, e que agora mirava suas garras em mim, mas graças aos Deuses, uma flecha atingiu a criatura, a qual caiu no chão, quase sem movimento. Irina logo se aproximou da criatura e falou:

— Ah, que pena. Eu esperava um pouco mais de diversão... - de repente, as unhas dela cresceram absurdamente e ela cortou fora as asas de ouro do animal e em seguida retirou seu bico. Isso garantiu a morte do pobre ser alado.

— Bem, vou ver o que posso fazer com isso. Obrigada por ser minha isca. Até mais! - a jovem então fez um assobio e um Pegaso desceu voando. Irina subiu nele e saiu voando, me deixando ali.

Depois disso eu retornei até o Acampamento, triste, pois havia servido apenas como isca. Eu tentei caçar Irina, mas me disseram que ela já tinha partido em uma nova missão. Foi então que me passou uma coisa pela cabeça. Eu vou me tornar forte até ela voltar, ai eu vou mostrar que não sirvo apenas como isca!

Com esse grande pensamento, eu me deitei e fui dormir...