Já havia se passado um ano desde que a guilda tinha se extinguido. Lucy estava começando a se acostumar com a ideia de ter uma nova vida, bem, isso antes dele ter chego. Ela tinha até mesmo localizado onde QUASE todos os seus companheiros estavam.

Natsu havia partido antes de saber sobre a queda da guilda. Ele e Happy ficaram incrédulos ao saber sobre a notícia, a angustia e melancolia tomava conta de ambos. Inclusive Lucy. Só de olhar nos olhos do rosado, lembrava-se de tudo que passaram. Todas as suas aventuras e desejos, suas velhas paixões e amigos.. Inclusive Aquarius.

Ah, Aquarius? Fora seu primeiro espirito celestial e uma amiga. Apesar dela sempre ter sido rígida com Lucy e trata-la mal, sempre gostou da loira. Aquarius tinha pertencido à mãe da loira, Layla Heartfilia. Que também possuía habilidades com espíritos celestiais.

Porém, na ultima batalha da Fairy Tail contra Tártaro, Lucy teve de sacrificar Aquarius para invocar o rei dos espíritos celestiais e salvar a todos. Somente uma chave dourada poderia ser sacrificada, portanto ela não teve escolha.

Lucy sabia que sua amiga celestial estava bem, pois sua chave ressurgiria em algum outro lugar da terra. No entanto, se sentia muito triste pela perda, pois qualquer um se sentiria da mesma forma, afinal, conhecera Aquarius desde que nascera.

Já estava de noite e Lucy tomara um bom banho enquanto desabava em emoções. Sentia-se tão melancólica pelo vendaval de tristeza que havia surgido que não conseguira dormir. Levantou-se e fora conferir se seus amigos estavam dormindo. Natsu dormia feito pedra e Happy fazia o mesmo, estavam espreguiçados no colchão e descobertos. Obviamente Lucy cobriu-os gentilmente.

Ela observara as expressões de Natsu enquanto ele dormia. Parecia feliz e confortável – Provavelmente não dormira em sossego há tempos. Afinal, como ele tinha contado, estavam passando por um “teste de sobrevivência”, que era o treinamento árduo que haviam passado durante um ano legítimo.

Lembrou-se também da queda que tinha pelo rosado. Suas bochechas ruborizaram levemente e ela sorriu. Eu achei que tinha passado dessa fase. Pensou ela timidamente, Ah Natsu, você é realmente incrível.

Checou o relógio e já se eram duas horas da manhã. Como faria para trabalhar no dia seguinte? É, nem ela suspeitava. Saiu pela varanda de sua casa e observou a paisagem. A brisa fresca batia em seu corpo, trazendo uma sensação agradável. Continuou a pensar em sua vida. Seus problemas, a guilda, seus pais, seus amigos e por fim em Natsu.

Mal percebeu o tempo passar e já estava chorando em melancolia. Mesmo que estivesse chorando muito baixinho, seus soluços eram um pouco mais audíveis. Acabou acordando Natsu. O rosado estava se sentindo perdido, procurou pelo som e seguiu até a varanda e encontrou a Loira chorando.

—Luce? – Chamou-a. Lucy tomou um susto e com isso parou de soluçar – Porque está chorando?

Ela se virou na direção do rosado, porém não o olhou nos olhos.

—N-não estou chorando – Mentiu descaradamente – Talvez só um pouco triste, nada de mais..

Ele pareceu decepcionado e incrédulo sobre os argumentos dela.

—Luce – Natsu apoiou uma mão no ombro direito da loira, e com a outra lhe puxou pelo queixo para fitar-lhe nos olhos – Pode me dizer tudo. Sou seu amigo, não sou?

Lucy assentiu com a cabeça levemente, fitando o rosado nos olhos - Que era como um caleidoscópio, em dias estava cinza, em outro rosa. Já naquela madrugada, sua íris estava esverdeada.

Natsu deu um mínimo sorriso em retribuição.

—Então me conte, quero te ajudar.

 Ela pensou por breves momentos em como contar ao rosado. Não estava com vontade de desabafar, mas aquele parecia ser o momento perfeito. Será que devo contar-lhe tudo? Pensou.

—Tudo bem. – Concordou tristemente – Eu estou com saudades da Guilda, saudades dos meus amigos, dos meus pais.. – Parou por breves segundos, segurando as lágrimas – E.. da Aquarius.

Lucy desabou em lágrimas, o rosado a puxou para seu peito e a abraçou carinhosamente. Ficaram em silencio por um tempo, para que ela se acalmasse e deixasse as lágrimas trabalharem por um tempo.

—Luce, eu não vou dizer que te entendo. Sei como isso é chato. – Ele fez uma pausa enquanto suspirava – Mas eu te prometo que vamos conseguir restaurar a guilda e eu vou te ajudar e recuperar Aquarius.

Ela apertou os olhos e piscou rapidamente. Saiu do abraço e o olhou nos olhos.

—S-sério?  - Perguntou levemente entusiasmada. Seus olhos brilhavam com a luz da lua.

Natsu sorriu abertamente.

—Claro, é uma promessa.

Lucy não resistiu e o abraçou em emoção. Não tinha nem mais uma lágrima, entretanto se tivesse, choraria de alegria. Separaram-se do contato e Natsu acariciou algumas mechas de seu cabelo loiro.

—Eu tenho uma proposta pra você – Ele se aproximou de seu ouvido e sussurrou docemente.

A loira arregalou os olhos e suas bochechas coraram violentamente. De onde ele tirou isso?! Pensou ela, C-como ele sabia até mesmo sobre isto?  Sim, Natsu descobrira até mesmo sobre a queda que Lucy sentia por si. Mesmo sendo ingênuo, era muito evidente.

—Pelo visto, era verdade – Ele sorriu – Foi Juvia em me contou.

Sabia! Pensou. Lucy se lembrara de quando contou a suas amigas, nas fontes termais do hotel sobre a vez em que ela tinha ido se vingar de Natsu e fazer uma surpresa na casa do rosado. Porém ele não aparecera e ela retornara para casa. Sim, ele a esperara em SUA casa, um ato muitíssimo fofo.*

—Luce – Chamou-a novamente – Você não quer tornar isso realidade?

E novamente, o rosado a surpreendera. Estava incrédula e sentia-se um pimentão de quão vermelha de rubor. Natsu também estava um tanto ruborizado, será que ele realmente gostava dela?

—Então, Luce, quer acabar com isso? Sim ou Não? – Ele encarava os orbes castanhos e nublados da loira, que tentava não derramar sequer mais nenhuma lagrima.

—E-eu... Natsu. – suplicou – Sim, eu aceito. É tudo que eu mais desejo.

Natsu sorriu novamente, desta vez da mais pura felicidade.

—Obrigado – Agradeceu e beijou-a na bochecha – Eu gosto muito de você, Luce. Você é especial.

Lucy simplesmente fora até os lábios dele, selando um curto selinho. Então se afastou e brincou com os cabelos rosados. Natsu ficara um tanto constrangido com o toque, porém criara coragem para beija-la com ternura. Puxou-a pela nuca delicadamente e beijou-a calma e delicadamente.