Redenção escrita por Anny Taisho


Capítulo 1
A missão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas que talvez leem isso, essa é mais um tentativa minha de não odiar o Sasuke. Eu simplesmente consigo shippar a Sakura até com o abajur, mas não com ele. E eles são cannon. Enfim, minha última tentativa deu ruim, eu construi um Sasuke que não dá para perdoar, então estou aqui de novo... com um tema mais leve. Já fiz três caps e não acho que será uma fic longa. Espero que gostem.



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O moreno olhou incrédulo o velho a sua frente, Kakashi tinha que admitir que as expressões faciais dele melhoraram muito desde o fim da guerra. Hum... quanto tempo fazia mesmo? Um ano inteiro, quase dois? Bem, isso era outro bom sinal que via nas faces de seu pupilo. Sasuke era um homem diferente daquele que ajudou a derrotar Kaguya, sua jornada de redenção estava o transformando.

Entretanto, o velho Hatake estava ciente de que os anos passam e ninguém fica mais jovem. A vida era única e ele estava cansado de olhar pelos pupilos e vê-los parados. Alguma coisa tinha que acontecer seja para terminar ou começar e como Kami aparentemente o escolheu para a missão de por juízo naquelas cabeças chegou a hora de fazer algo.

— Bem, pelo visto não gostou da minha colocação, não se preocupe. – abriu uma gaveta pegando uma pasta parda – Eu achei que seria uma boa ideia e me economizaria um shinobi, mas não se preocupe. Designarei outro ao trabalho, realmente não acho que vão se importar.

O olho negro do Uchiha brilhou, Kakashi era um velho pervertido e dissimulado, estava claramente o manipulando, ou melhor, tentando manipulá-lo. E poucas coisas nessa nova vida o irritavam tanto, afinal, muito de seus erros vieram porque todos ao seu redor tinham objetivos para ele que quanto mais lutava para se soltar, mas enredado nas cordas da marionete estava.

Sasuke estava perfeitamente ciente da existência de Sakura e naqueles dois anos tinham crescido muito próximos sempre que passava pela vila. Agradecia a Kami como ela podia ser paciente com seus problemas e isso aos poucos fez com que fosse se abrindo. Só que ainda estava muito longe de ser um homem digno o suficiente para começar a pensar nas coisas que todos ao redor queriam que pensasse.

— Pode ir, Sasuke, não se preocupe. Eu já sei quem vou colocar para substituí-lo.

Substituido.

Substituto.

Descartável.

Aquela palavra bateu muito forte nele. E aquele maldito velho sabia disso.

— Eu vou pegar a missão. – se limitou a responder.

— Oh? Não, não é realmente necessário, eu entendi todos os seus argumentos.

O Hatake estava brincando com ele e não ia mais ficar ali sendo a diversão do velho. Já tinha conseguido o que queria e não havia mais motivo para ficar provocando.

—  A missão é minha. – esperava ter sido suficientemente enfático quanto ao pronome de posse antes de deixar a sala.

O hogake apenas sorriu sob sua máscara pegando seu amada Icha Icha, qualquer que fosse o término daquela missão seria bom o suficiente, porque daria um fim e eles finalmente poderiam seguir em frente. Apesar de internamente ter sua torcida para um desfecho especial, ele sabia muito bem que a vida nem sempre seguia os cursos que gostaríamos.

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As seis horas da manhã do dia seguinte ainda estava escuro, praticamente toda vila dormia e Sakura desejava como a morte ser uma dessas pessoas. Entretanto, depois de anos havia se acostumado a perder sono. Respirou fundo o ar da manhã esticando os braços o mais alto que conseguiu fazendo um check list mental para ter certeza que tudo estava correto antes que deixasse a vila.

Aquela era a primeira vez despois da guerra que ia fazer uma missão tão longa, uma missão muito mais diplomática do que de ação, mas ela sabia que sempre haveriam babacas procurando encrenca pelo caminho. Sorriu pensando em como seria relaxante socar idiotas. Eu trabalho consistia em visitar todas as unidades médicas construídas após o acordo de paz entre Konoha e as outras vilas. Havia um grande pacto de colaboração entre as nações em que cada uma oferecia suas melhores qualidades para ajudar a outra.

Konoha possuía a melhor rede médica já conhecida, ela e sua Shishou haviam feito de Konoha referência. E agora estava indo ver como estavam as unidades aliadas, fazer alguns treinamentos e obviamente aprender coisas novas, sempre havia o que aprender. Sorriu e avistou um homem nos portões. Daquela distância não foi capaz de distinguir quem ele era, mas não importava muito, Kakashi aparentemente não conseguia abandonar o olhar de sensei para a aluna e claro que Naruto gritando nos ouvidos dele não ajudou. Eles achavam que ela precisava de uma babá.

Bufou.

Mas preferia não se irritar com tão pouco, viajar com outra pessoa não ia ser tão ruim assim até porque não gostava de ficar sozinha. Seria difícil viajar e passar até dias sem a companhia de outra pessoa. Apertou os olhos tentando reconhecer sua babá quando se surpreendeu ao reconhecer Sasuke.

Talvez o sono estivesse turvando a vista, mas era Sasuke ali parado.

Ele tinha ido embora, lembrava perfeitamente de quando ele disse que estava saindo novamente depois de menos de quatro dias na vila. E isso foi há dois dia, nesse momento imaginou que ele estaria tão longe quanto pudesse, mas ele estava ali parado. Foi assustador e reconfortante. Sasuke na vila a deixava contente, queria dizer que conseguiram finalmente ajuda-lo, mas doloridamente Sakura aprendeu também que ele era sempre despedida. Sua mente sempre fazia associação ao vê-lo. Olhou para o chão e sentiu o ar gelado da manhã queimar os pulmões. Ele nunca ficaria com eles.

Com ela...

Ouviu um eco em sua mente antes de chacoalhar a cabeça e acenar.

— Sasuke! Você aqui ainda?

Viu como ele a olhou de cima a baixo, realmente o Uchiha estava precisando ter aulas de boas maneiras com Sai, ele cometia gafes sociais com alguma frequência agora.

— Kakashi tinha instruções para me dar.

— Oh sim, bem, eu estou esperando minha babá... – bufou – Eu deveria socar aquele velho pervertido por insinuar que preciso de proteção, mas não ia valer o esforço. – olhou ao redor – Hum... E tinha que estar atrasado, espero que nosso honorável hokage tenha lembrado de avisar da missão a minha babá.

Sasuke ergueu uma sobrancelha, ela não sabia que era ele? Kakshi estava realmente com vontade de tomar uma surra.

— Vamos. – disse  começando a andar.

— Como? – riu – Se eu sair sem o acompanhante vou ouvir sermão o resto da minha vida. Boa viagem, Sasuke... kun.

Ultimamente era difícil se despedir, eles estavam tão próximos agora, pelo menos tão próximos quanto era possível. Era como um sonho os dias que em o time sete estava junto comendo ou treinando. Sem dizer que Sasuke era uma boa companhia quando a acompanhava do hospital em casa ou quando tomavam chá.

— Você vai viajar comigo, Sakura, vamos começar ou não faremos a rota que programei para hoje.

A Haruno quase engasgou com a própria saliva.

Ela estava viajando com Sasuke. Ele era sua babá? O que diabos Kakashi tinha naquela cabeça? Seus pés responderam no automático por puro hábito, mas não estava realmente concentrada.

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Ficou boa parte da manhã com a mente nebulosa em silêncio.

A realidade de estar viajando com ele parecia tão surreal que se não estivessem a dois passos um do outro lado a lado não acreditaria. Mantinham uma marcha constante, mas tranquila, não é como se houvesse uma data ou hora para chegar. Olhou para as árvores muito verdes ao redor tentando encontrar em sua exuberância de cor alguma explicação.

Sasuke viajava sozinho. Estava tentando se redimir de suas culpas. Como foi que ela acabou ali com ele? Sabia que ele não gostava de companhia, se bem que esse era o velho Sasuke, essa nova versão que reconhecia ela e Naruto como amigos era mais maleável, mas ainda sim não acreditava que ele estava feliz com a missão.

Pelo rosto não podia dizer muito, afinal tudo o que possuía era uma expressão neutra, tranquila... Gostou dessa palavra tão facilmente atribuída a ele. Sasuke antes nunca tinha sido um homem tranquilo. Calmo, ponderado, focado certamente eram palavras facilmente usadas, mas nunca antes houve tanta serenidade em seu ser.

Na verdade, ali na estrada ele parecia muito mais sereno que na vila. O que demonstrava como ele estava satisfeito com o que fazia, aquela jornada não era autoimposta com sofrimento, ela estava ajudando a curar o sofrimentos da alma dele. Seu coração se aqueceu pensando nisso, mas novamente aquela parte egoísta no fundo de sua cabeça gritou que tão feliz na estrada, ele nunca voltaria para casa.

— Vamos parar para comer. – a voz dele a puxou de uma onda de pensamentos que nem sabia a quanto tempo estava mergulhada.

Acenou com a cabeça e saíram da trilha principal, aparentemente tudo corria como ele queria afinal em menos de cinco minutos acharam uma bica com água limpa e uma sombra. De fato ele era um ótimo planejador de viagens. E como estavam no inicio, não tinha preocupação em caçar ou procurar comida, eles tinham suprimentos de casa.

— Bem, eu não sabia quem ia vir comigo, mas eu trouxe almoço para dois. – sorriu e entregou a vasilha.

Uma parte dela teve medo de ser ignorada como tantas vezes foi no passado, mas esse Sasuke parecia ser grato a tudo o que faziam por ele. Levemente ele pegou de sua mão com o braço que restou.

— Obrigado. – disse a olhando nos olhos.

— Oh de nada. – sorriu e foi se sentar.

Já tinha se acostumado em como ele se virava melhor que muita gente com um único braço. Ela provavelmente seria uma idiota sem um membro, assim como Naruto era nos ínicio, antes de aceitar a prótese. Mas Sasuke como sempre superava expectativas e agia como se fosse natural. Parou de encará-lo antes que ficasse estranho voltando atenção a sua comida.

Havia um silêncio leve e tranquilo entre eles, quem diria que um dia isso aconteceria? Depois de tantos desencontros. E ainda sim ele não a amava de volta.

A Haruno estava começando a achar que sua antiga Inner se converteu em uma torturadora particular, porque sempre essas merdas de pensamentos surgiam enquanto estava feliz por ele, por eles, pela amizade que tinham. Bufou irritada.

— O que foi? – o fitou vendo os olhos dele em sua direção, seu tom de voz baixo e profundo a puxava para realidade –

— Desculpe? – disse sem entender.

— Você bufou pela terceira desde que saímos da vila, algum problema?

Para ele a pergunta foi tão natural quanto notar que ela estava bufando. Sakura definitivamente não estava acostumada a ter a atenção dele desse modo, mas seu lado racional apenas dizia que eram apenas os dois, não havia como ele não notar.

— Oh não, de jeito nenhum... – chacoalhou as mãos – Eu só estava tendo uns devaneios idiotas, minha mente é uma loucura tem horas...

— Tudo bem.

Ele terminou de comer e lavou a vasilha na bica de água, depois pegou um mapa do bolso lateral de sua bolsa de viagem e abriu um mapa sobre a grama seca. Seguiu com o dedo uma trilha e depois marcou com um lápis o que deveria ser a localização atual dele.

— Nós vamos seguir a trilha principal e com esse ritmo vamos chegar a um vale onde é seco para acampar ainda no fim da tarde, a partir de amanhã vamos por trilhas menores... – ele ia seguindo o dedo no mapa – É mais fácil de evitar confusão, tem muitos encrenqueiros nas estradas principais, eu prefiro sempre acampar, mas podemos dormir em pousadas algumas vezes.

Sakura ficou realmente surpresa quando ele começou a falar o que fariam e perguntar sua opinião. Oh Kami, como ele havia mudado!

— Dois anos dormindo no meu colchão, acho que minhas costas estão precisando de dormir um pouco no chão. –sorriu pegando água limpa no cantil. – Obrigada por discutir a rota comigo, quando chegamos ao primeiro centro médico?

— Em três dias, ele fica logo após a fronteira do país do fogo. Vai precisar de quantos dias lá?

— Uma semana, talvez duas. Eu tenho que inspecionar a construção, as instalações, conversar com os médicos, os responsáveis, fazer alguns workshop, tirar dúvidas e fazer o relatório para enviar.

— Correto. Vou calcular o tempo de viagem  baseado em uma semana e meia em cada centro e mandar os intinerários.

— Você manda intinerários?

— Sim, meus planos de viagem. Procuro manter minha localização aproximada sempre atualizada, caso contrário os velhos do conselho não iam me deixar viajar.

— Oh, eu não sabia disso.

— Eu tenho sempre rotas de viagens bem definidas, para passar em todos os lugares e não perder tempo me perdendo. Acontece às vezes, mas não é bom ficar sem saber onde se está.

— Sempre muito organizado e eficiente esse Sasuke-kun. – levantou guardando a garrafa – Podemos ir se quiser.

— Claro.

E assim eles voltaram a trilha para a viagem.


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