Malu escrita por Annabeth Grace da Ilhas do Sul


Capítulo 1
Prólogo




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Faltavam dois dias para o aniversário de Maria Lúcia, ou Malu como era chamada pelos vendedores que a conheciam e ela havia acabado de acordar após dormir sob o feno macio e quentinho do armazém da loja do Oaken, que era um homem forte e assustadoramente alto,mas que tinha simpatia pela menina. Havia um prato com ovos mexidos,torradas e suco de limão sob um monte de feno improvisado como uma mesa a alguns centímetros de onde Malu havia dormido e considerando o cheiro maravilhoso que os ovos emanavam, dava a entender que eles haviam sido fritos em manteiga derretida. "Obrigada Oaken!", agradeceu Malu em pensamento apenas imaginando o quanto iria agradecer aquele homem por ser tão gentil com ela e, faminta como nunca estivera, devorou o prato em menos de dois minutos e bebeu de um gole só do suco que estava adoçado do jeito que a pequena gostava. Ao sair do armazém,ela entrou no estabelecimento sorrindo de orelha á orelha.
- Veja só quem acaba de entrar se não é a pequena Maluzinha! - Anunciou Oaken com um sorriso no rosto.
- Obrigada pelo café-da-manhã tio Oaken. - A pequena tinha o estranho costume de chamar o homem e outros comerciantes de tio/tia, mas somente o fazia com aqueles que eram gentis com ela.
- Não há de quê, pequena. - Respondeu com certa paternidade na voz.
- Vou para o reino, quer que eu traga algo de lá? É o mínimo que poso fazer para agradecer.
- Não há nada que eu queira no momento querida. O que acha de 15 moedas para poder comer lá? - Ofereceu com um sorriso com o qual era praticamente impossível não aceitar sua oferta.
- Mais uma vez obrigada por tudo. - Malu teve de ficar na ponta dos pés para lhe dar um beijo na bochecha e só então pegar o dinheiro.- Te vejo no fim da tarde! - Gritou antes de sair do estabelecimento indo em direção ao reino de Arendelle.
Minutos depois quando chegara ao reino, Maria Lucia se deparou com uma miscelânia de aromas que eram capazes de fazer qualquer um lamber os beiços. Desde o maravilhoso cheiro dos pães doces recém-saídos do forno até o aroma do bolos de chocolate e dos pães de mel vindos da confeitaria. Era véspera de inverno e todos estavam tentando estocar o máximo possível de comida e lenha, Oaken até estava guardando lenha para a garota se aquecer no armazém e isso não era o que mais preocupava Maria, o que mais a assustava era a possibilidade de morrer de frio, o que não viera a ocorrer porque a esposa de Oaken fazia suéteres e calças com quatro camadas de lã e algodão especialmente para os filhos e para ela se protegerem do inverno que por sua vez era assustadoramente rigoroso.
Ao passar na vitrine da padaria, lambeu os beiços ao olha cada um daqueles pães doces e a melhor parte era que além de serem frescos eram incrivelmente baratos, o que dava a Malu a chance de ter dor de barriga se os comprasse com apenas duas moedas.Então de repente, ela viu os portões do imenso castelo abertos e viu a chance de entrar e improvavelmente viver escondida num daqueles cômodos enormes e aconchegantes e poder dormir em frente á lareira debaixo de dezenas de cobertores quentinhos e macios. Essa era a vida com a qual Malu sonhava, pois por mais pobre e humilde que fosse, seu grande sonho seria sempre o de se tornar uma princesa e viver num castelo recheada de mimos e de fartura, sem nunca passar frio ou sentir forme nunca na vida, era isso o que mais queria, o que mais desesperadamente seu coração desejava, era ter essa vida bela e maravilhosa que só as pessoas da realeza ou de boa família poderiam possuir.
Malu sabia que os portões só se abririam uma vez a cada três dias porque faziam duas semanas desde que a história de que a Rainha Elsa tinha poderes de gelo havia sido confirmada no dia de sua coroação.Então, se a garota não invadisse o castelo naquela oportunidade antes do inverno, ela não sabia se conseguiria se aquecer o suficiente no armazém do Oaken.
De repente para o susto de Maria, uma mão quente e pesada pousou em seu ombro e, ao olhar para trás se vii frente-á-frente com um rapaz usando um manto e capuz cinza.
- Quem é você? - Perguntou assustada.
- Vou te dizer quem sou,não aqui. - Disse o rapaz sem ainda tirar o capuz. Ele conduziu Maria Lúcia até um pequeno beco, onde tirou o capuz e Malu se viu diante do rapaz mais belo que até então vira em sua vida. - Eu sou John. - O rapaz era ruivo,tinha belos olhos verdes e um porte físico invejável capaz de fazer todo tipo de garota ficar com as pernas bambas,mas mesmo assim nāo era muito diferente de Malu, que por sua vez tinha cabelos negros como a noite,olhos castanhos levemente esverdeados e uma pele morena.
- Eu sou Maria Lúcia. - Se apresentou a menina, apesar de o considerar um rapaz charmoso, havia algo de familiar e assustador nele.
- Quantos anos tem? - Perguntou John.
- Tenho 13, farei 14 depois de amanhã. - Respondeu com um tom de tristeza em sua voz.
- Há algo que a preocuopa? - Perguntou John parecendo realemente preocupado com ela.
- Amanhã começa o inverno e eu não tenho muito o que comer ou como me aquecer, do jeito que as coisas são para uma pobretã feito eu a chance de minha vida melhorar é quase inexistente.
- E se eu dissesse que existe a chance de ela melhorar?
- O que está sugerindo? - Perguntou desconfiada.
- Não sou pobre como você, venho de uma ótima família, tenho dezenhas de irmãos e centenas de sobrinhos, tenho certeza de que se eles a conhecessem ficariam tão encantados quanto eu fiquei com você. - A menina riu levemente constrangida.
- Se não é pobre então, porque fugira?
- Fugi porque lá onde vivo não sou respeitado ou muito menos aceito ou visto, sou só mais um dos filhos, não apenas o filho caçula.
- Invísivel na sociedade, eu te entendo, Príncipe Hans.
- Como descobriu? - Perguntou Hans, chocado.
- Primeiro, quando tirou o capuz você já me pareceu estranhamente familiar,mas então me contou de sua família e percebi que me dissera as mesmas coisas que dissera para Anna na festa da coroação. Foi só juntar as peças.
- Mas você não pareceu intimidada comigo, o que a impediu de fugir?
- Eu não sei explicar porque, mas gosto de você, tem algo realmente familiar em você e isso soa muito estranho, porque de certa forma somos parecidos e talvez seja isso o que me atraia em você Hans.
- Você é a primeira pessoa que me entende sabendo quem realmente sou.
- E por qual motivo deveria temê-lo? Você nunca matou,mas quase o fez e eu não acho que você deva ser temido por tentar fazer o que fez.
- É a primeira pessoa que não se dirige á mim como alteza.
- Você pode ser um príncipe,mas é igual á mim e á todos os seres humanos, o que o difere de minha pessoa é sua classe social,mas não acho que deva ser tratado com respeito e de forma diferente simplesmente por isso, você é só um rapaz comum.
- Como é possível que uma criança pense dessa maneira?
- Eu sempre vivi nas ruas, nunca poderia esperar outra coisa.
- Tenho de ir, mas ainda nos veremos, até logo Maria Lúcia. - Despediu-se Hans, se encapuzando logo em seguida e se afastando
- Até logo John. - Hans abriu um sorriso maroto e se foi. Quando Malu teve certeza de que ele se afastara, saiu do beco, mas quando olhou na direção do castelo, os portões já haviam se fechado. Então retornou para o armazém após comprar alguns pães de frios e uma garrafinha de suco de uva, que foi o seu último almoço antes do verão se encerrar naquele ano. Quando já era de noite, e estava deitada no feno pronta para dormir, uma das crianças de Oaken bateu á porta vindo lhe trazer os suéteres,as calças e as meias recém-confeccionadas pela esposa do vendedor.
- Meu pai disse que se precisar de lenha é só pedir para ele,para Hubert ou para mim. - Disse isto e saiu,deixando Maria Lúcia dormir logo em seguida.


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Notas finais do capítulo

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