Justiça de Ba'vall escrita por Orpheu


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

"Remake" de uma das primeiras Fanfics que postei no site (2013).



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Como vim parar nesse local totalmente escuro e úmido eu não sei. Faz algum tempo que acordei e até o momento nenhum fio de luz me deu ao prazer de sua ilustre graça. Quando abri os olhos, embora com o breu que me cercava não fazia diferença eles estarem abertos ou fechados, senti uma forte dor em minha cabeça que passou rapidamente.

Devo ter sido acertado na cabeça, mas quem teria alguma coisa contra mim para chegar ao nível de me sequestrar e como isso foi possível? Bem, algo contra mim é possível as pessoas terem, mas quem ousaria partir para o sequestro?  As últimas lembranças que tenho é de que estava saindo de minha casa com pressa, estava atrasado para o serviço.

Por algum motivo minha memória hoje está ótima, lembro-me de tudo que aconteceu ao longo de minha vida adulta, exceto de como vim parar nesse lugar. Na verdade, minha memória me permite chegar até o momento em que estava dentro de meu carro dirigindo. Começo a me arrepender pela bebedeira que tive em minha última noite.

Meu dia havia começado como qualquer outro: Havia acordado cedo, minha esposa ainda dormia já que seu forte nunca fora acordar cedo; Tomei o meu café e antes de sair passei no quarto dos gêmeos, para lhes dar um beijo de despedida. Com o trabalho que tenho nunca é garantido a volta para casa.

Talvez tenha sido meu irmão. Nos desentendemos sobre um cliente que ele queria que a empresa pegasse, mas eu recusei. Depois disso sempre trocava farpas comigo e passou a me desafiar, certamente ele quer assumir os negócios da família, mesmo sabendo que papai deixou a parte burocrática para mim já que sempre fui o mais cuidadoso. Quando sair daqui cuidarei disso.

As pessoas por trás disso conheciam minha rotina, afinal, a rota que fiz com meu carro foi a de sempre. Até esse momento minha memória funciona perfeitamente, mas começa a falhar quando as lembranças chegam ao som do celular tocando, era um cliente que eu havia feito acordo no dia anterior, mas o final da conversa, por mais que eu busque não me veem a mente.

Minha noção de tempo está completamente debilitada. Desde que acordei não se já se passaram horas, minutos ou até mesmo dias que estou ali. Durante todo esse tempo que estou aqui nenhuma pessoa apareceu, sequer ouvi algum som além da minha respiração. Era como se fosse só eu em um novo mundo de trevas.

Sinto-me pesado, como se houvesse um grande peso em minhas costas, mas não existe nada ali. A dor em minha cabeça voltou, mas parece estar se estendendo para todo o meu corpo. Conforme a dor aumenta, melhor minhas memórias ficam. Até o estranho momento que me recordo de uma cena de quando tinha apenas três anos.

Na lembrança eu estava assistindo a um seriado japonês, desses em que os heróis lutam aumentam de tamanho para lutarem contra monstros e acabam destruindo grande parte da cidade. Minha mãe esta ao lado, passando as roupas. Essa memória faz com que uma única lágrima caia de meu olho direito. Subitamente lembro-me do acidente de carro e como minha cabeça se chocou contra o vidro da frente.

A dor de cabeça torna-se intensa a ponto de não conseguir pensar em outra coisa além dela. Grito de dor e peço por ajuda, de repente meu corpo, que estava sem nenhuma marca, começa a ficar repletos de cortes e o sangue passa a escorrer. Ouço um som de rasgo e uma dor agonizante, meu tórax está se abrindo e embaixo é como se houvesse uma outra pele, mas de um outro ser.

Enquanto agonizo de dor e grito desesperado por ajuda, vejo a luz. Vindo de uma porta, que de repente se abriu, vejo finalmente uma saída, corro em sua direção, mas paro quando vejo uma silhueta feminina vindo da mesma. A silhueta tem longos cabelos e segura em sua mão esquerda uma espada.

Não entendo o porquê, mas ao ver aquela figura estranha empunhando uma espada, um grande medo tomou conta de mim e corri na direção oposta. Enquanto fugia, reparei que minha pele deixava uma trilha. Olhei para minhas mãos e elas estavam amarronzadas e com grandes garras, este não era o meu corpo, mas sim de um demônio.

Corri por um longo tempo, estava cansado, sequer lembro o motivo de ter sentido tanto medo. Na verdade, mal lembro quem sou eu, apenas sei que precisava fugir de algo. Paro para pensar, para tentar lembrar-me de algo, não me recordo. Não sei mais como vim parar aqui ou que fazia antes disso.

Enquanto pensava vi que uma porta se formava mais a minha frente, totalmente negra e com diversos escritos em uma língua desconhecida. Me aproximei lentamente e as palavras começaram a se desembaraçar e eu fui capaz de ler “Nova vida”. Não tive tempo de abrir e descobrir o que havia ali atrás.

Senti algo cortante passar por entre os nervos de meu braço e quando me virei,  para ver o que havia sido, vejo uma garota de cabelos negros com uma longa espada nas mãos. Somente isso fui capaz de observar, pois nos segundos seguintes minha cabeça foi separada do restante do corpo.

~*~

— Que sua alma seja julgada em nome de Ba'vall - a mulher pegou um pouco do sangue na espada e fez um pequeno símbolo em sua testa com o mesmo. O ritual estava completo.


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Notas finais do capítulo

A principio a ideia nessa fanfic era ela ser uma série (em 2013), mas eu não estava tão animado para fazer uma, então dei um final bem nada a ver e parei por aí.

Agora em 2016, dando uma olhadinha em minhas histórias excluídas, eu achei ela e resolvi deixar ela do jeito que eu queria, no mesmo rumo que a possível série levaria, mas com algumas modificações. É provável que algum dia eu ainda engrene alguma long a partir dessa história hahaha

Título original: A Cup of Death



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