Capítulo 2 – Novas Amizades e Inimizades

Anna odiava francês. Principalmente porque a professora inundava a sala de aula com a sua saliva. Como era a primeira aula do ano não fizeram nada de interessante, apresentaram-se todos, diziam o nome, a idade e o que gostavam de fazer nos tempos livres, tudo em francês. Era a última aula que teria hoje, depois iria para casa fazer trabalhos de casa de Inglês, a professora Emma não perdoou e mandou fazer uma composição com 350 palavras sobre o que era amizade.

Anna estava a arrumar as suas coisas em seu cacifo e foi surpreendida por três miúdas, eram mais altas do que Anna e vestiam roupas de marca.

—Então…bela bandolete combina com a tua cara de otária.- Disse a miúda que parecia ser a líder do grupo, todas começaram a rir, Anna tentou andar mas uma delas seguro-lhe o cabelo.

—Onde vais com tanta pressa? Disse uma miúda do grupo que parecia chinesa. – Ainda não acabamos.

—O que vocês querem? – Disse Anna enquanto tirava a mão da miúda chinesa do seu cabelo.

—O que nós queremos? – Disse a suposta líder do grupo a andar em volta de Anna. - Queremos dar-te as boas-vindas.

Empurraram Anna no chão em começaram a dar-lhe pontapés. Anna sentou-se encostada aos cacifos com as pernas encolhidas e tapou a cara com os braços.

—PAREM JÁ! – Gritou uma miúda que vinha a correr em direção a Anna.

A miúda ajudou Anna a levantar-se, Anna não conseguia sentir as pernas e os braços estavam dormentes, Anna não conseguia manter-se em pé então a miúda apoio-a em seu ombro.

—Vão embora já a aleijaram o que chegue! – Disse a miúda a olhar para a líder do grupo.

As miúdas que agrediram Anna foram embora a rir-se do jeito que Anna gemia com dores.

—Até a próxima. – Disse uma delas a rir-se.

A miúda encosta Anna aos cacifos.

—Estás bem? – Perguntou a miúda a tocar-lhe o ombro. Queres ir a enfermaria?

—Não, eu estou bem… - Mentiu Anna.

—Não acredito! És tu? – Disse a miúda surpreendida. – Sou eu a Kate lembras de mim?

Anna reconheceu Kate, eram melhores amigas na infância, já não se viam há muito tempo e acabaram por perder o contato, ela estava tão diferente que Anna custava a acreditar que era ela.

—Kate? Kate Brian? – Perguntou Anna, ficou tão perplexa que nem se lembrava das dores que sentia.

—Sim! Sou eu! – Disse Kate a sorrir. – Que saudades! Continuas a mesma Anna, sempre linda! – Riu-se.

—Tu também! – Mentiu Anna, Kate tinha mudado bastante desde que se conheceram, talvez nunca a tivesse reconhecido.

—Então, não dizes nada? Eu elogiei-te, estou a espera de ser retribuída. – Disse Kate a sorrir.

Kate tinha os cabelos negros e olhos castanhos escuros, estava usando uma maquiagem escura, talvez fosse o novo estilo dela, vestia uma blusa preta e uma calsa da mesma cor e usava umas botas escuras. 

—Estás ótima. – Disse Anna a sorrir.

—Assim está melhor. – Riu-se Kate.

Anna mal conseguia andar, disse a Kate que conseguiria ir para casa sozinha, não telefonou à Rebbeca para não a preocupar, não queria que se stressa-se com os seus problemas, Anna caminhou alguns metros com dificuldade mais depois os seus joelhos cederam e Anna caiu.

Anna chegou a casa com as roupas cheias de marcas de sapatos e tinha as leggins cheias de lama. Tirou as botas antes de entrar em casa, para não sujar e foi tomar banho de banheira. A água quente acalmava-a mas o sabão fazia arder algumas feridas que tinha em seu corpo.

***

Anna estava entediada, era a aula de música, mesmo  amando música Anna não estava a suportar tocar aquelas músicas, eram tão chatas que os colegas de Anna adormeciam, e sem falar na professora, parecia um monstro feio, gordo e com um bigode.

—Anna!Toca mais alto, se não não consigo te ouvir. - Disse a professora que estava curvada e com as mãos atras das costas a coçar não se sabia o quê.

Um colega de turma de Anna disse a professora que a sua carteira tinha desaparecido, o rapaz disse que esteve com ela o dia todo e só reparou que a tinha perdido dentro da sala, já tinha tocado e a professora não deixou ninguém sair sem que a carteira aparecesse, tiveram que esvaziar as mochilas, ninguém tinha a carteira do rapaz, a professora já estava a ficar furiosa.

—Afinal estava no meu bolço traseiro… - disse o rapaz a rir-se.

Ninguém achou piada aquilo, a professora  mandou-o fazer uma composição com 1500 palavras.

Anna olhou para o relógio,o autocarro da escola devia estar a sair, Anna pôs a mala as costas e foi a correr com os livros e cadernos na mão, enquanto corria chocou contra um rapaz e deixou cair os livros e cadernos que ficaram todos espalhados no chão.

—Deixa que eu ajudo-te. Disse o rapaz, apanhou os cadernos e os livros que estavam espalhados no chão e entregou à Anna.

—Obrigada - Gaguejou Anna olhado fixamente para o rapaz.

Os dois não largavam o caderno que seguravam, ficaram olhar um para o outro. Anna agarrou o caderno e foi a correr para apanhar o autocarro.

Anna não conseguia parar de pensar no rapaz que conhecera hoje, mesmo que tentasse não conseguia, era mais forte do que ela, não sabia o que sentia, era esquisito, ficava corada sempre que pensava nele.

Anna pegou na guitarra que esta ao seu lado e começou a cantar e tocar um tema que ela havia composto algum tempo atras, Anna sentiu-se corar outra vez, abanou cabeça para parar de pensar no rapaz que havia conhecido.

 Anna estava tão confusa não sabia o que sentia nunca tinha sentido isso antes como não parava de pensar no rapaz Anna decidiu se distrair um pouco e acabou por  melhorar a musica que ia tocar, ficou tão boa que ela até deu pulos de alegria, o que era pena, uma vez que la não tinha coragem de a tocar em publico.

Anna foi para o computador para se distrair um pouco, viu que tinha recebido uma mensagem de Kate dizendo para se encontrar no parque. Anna não podia receber uma mensagem melhor, queria contar a Kate o que se passou.

Quando Anna chega ao parque vê Kate sentada num banco perto de uma árvore grade.

—Estava ver que já não vinhas!- Disse Kate.

—Desculpa, tive que me arranjar.-Disse Anna.

Kate tira do bolso da camisola um papel.

—Olha encontrei isto dentro do meu cacifo.- Disse Kate mostrando o papel a Anna.

Era uma carta de uma admirador secreto. Anna riu-se.